Grandes dados, pequenas quintas e a história de dois tomates
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0:01 - 0:05Os dados e a analítica estão a alterar
drasticamente a nossa vida quotidiana. -
0:06 - 0:07Não apenas "online",
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0:07 - 0:09não apenas num futuro distante,
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0:09 - 0:11mas no mundo físico,
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0:11 - 0:14e de maneiras bem reais e concretas.
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0:14 - 0:18Nos últimos 11 anos,
fui uma "geek" a trabalhar no MIT, -
0:18 - 0:20em laboratórios de grandes dados,
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0:20 - 0:24que procuram usar a ciência dos dados
para estudar o mundo físico -
0:24 - 0:27e tentar resolver grandes problemas
da sociedade. -
0:27 - 0:31A área dos grandes dados
analisa quantidades maciças de dados -
0:31 - 0:35utilizando ferramentas computacionais
para encontrar padrões e tendências. -
0:36 - 0:39Os dados podem ser extraordinários
contadores de histórias, -
0:39 - 0:42desvendando as narrativas escondidas
das coisas do nosso dia a dia -
0:42 - 0:43que nunca teríamos visto.
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0:43 - 0:47Acho que as histórias pessoais
das coisas inanimadas ressuscitadas -
0:47 - 0:50são extraordinariamente envolventes.
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0:50 - 0:53Quero destacar, primeiro,
dois projetos do meu tempo no MIT -
0:53 - 0:56que, segundo penso, realçam
muito bem este fenómeno -
0:56 - 0:58O primeiro chama-se Trash Track.
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0:58 - 1:02Neste projeto, procuramos compreender
melhor o sistema da gestão de resíduos, -
1:02 - 1:04para respondermos à pergunta:
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1:04 - 1:07"Para onde é que o seu lixo vai
quando o deita fora?" -
1:07 - 1:09A vossa velha chávena de café
ou aquele telemóvel antigo -
1:09 - 1:12que utilizaram no início deste milénio,
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1:12 - 1:15ou um pão ou o jornal desta manhã
-
1:15 - 1:17— para onde é que essas coisas vão?
-
1:17 - 1:20Estes dados não existiam,
por isso tivemos de criá-los. -
1:20 - 1:23Nós respondemos e depois
visualizámos essas perguntas -
1:24 - 1:27instalando pequenos sensores
em pedaços de lixo -
1:27 - 1:30e atirando-os depois
para o sistema de resíduos. -
1:30 - 1:33O que vocês veem aqui são os dados.
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1:33 - 1:36Cada linha, cada nó que veem
-
1:36 - 1:39é um pedaço de lixo
que se movimenta pela cidade de Seattle, -
1:39 - 1:41posteriormente, pelo estado,
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1:42 - 1:43e, depois, pelo país,
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1:43 - 1:46à medida que se passam semanas e meses.
-
1:46 - 1:47É importante visualizar estes dados,
-
1:47 - 1:50porque, provavelmente,
nenhum de vocês está a pensar: -
1:50 - 1:52"Sim, isso parece-me bem."
-
1:52 - 1:54(Risos)
-
1:54 - 1:56"Isso está a funcionar
como devia, não está?" -
1:56 - 1:57Porque, não...
-
1:57 - 1:58(Risos)
-
1:59 - 2:03O que os dados nos mostram
é um sistema altamente ineficaz, -
2:03 - 2:07cuja quebra inerente
nunca teríamos visualizado -
2:07 - 2:10caso os sensores não tivessem
feito a investigação por nós. -
2:11 - 2:13Um segundo projeto
que gostava de destacar -
2:13 - 2:18tem a ver com a criação de robôs
que mergulham nos esgotos -
2:18 - 2:20e recolhem amostras de águas residuais.
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2:20 - 2:23Eu sei que os esgotos têm má reputação,
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2:23 - 2:25mas, na realidade, são incríveis,
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2:25 - 2:27porque podem contar-nos muita coisa
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2:27 - 2:29sobre a saúde das nossas comunidades.
-
2:29 - 2:32Esta tecnologia foi lançada
pelo grupo Biobot Analytics, -
2:32 - 2:35que está a criar
uma tecnologia de ponta -
2:35 - 2:39para tornar os nossos esgotos
em modernos observatórios de saúde. -
2:39 - 2:42O objetivo deles é estudar opioides
dentro dos esgotos -
2:42 - 2:45para conhecer melhor
o consumo nas cidades. -
2:45 - 2:47E estes dados são fundamentais,
-
2:47 - 2:50porque ajudam as cidades a saber
onde é que as pessoas os usam, -
2:50 - 2:52como atribuir recursos
-
2:52 - 2:55e a eficácia do planeamento
ao longo do tempo. -
2:56 - 2:58Repito, a tecnologia
que está contida nesta máquina -
2:58 - 3:00está a abrir a cortina
-
3:00 - 3:03e a mostrar-nos algo
sobre as nossas cidades -
3:03 - 3:05que, de outro modo,
nunca teríamos visto. -
3:05 - 3:07Acontece que, como vemos,
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3:07 - 3:09os grandes dados estão em todo o lado
-
3:09 - 3:11— mesmo na nossa casa de banho.
-
3:11 - 3:15Por isso, agora que falámos
em lixo e esgotos, -
3:15 - 3:18vamos continuar... com a comida.
-
3:18 - 3:19(Risos)
-
3:19 - 3:22Há um ano, saí do MIT
para seguir a paixão pela alimentação, -
3:22 - 3:24e, em 2017,
-
3:24 - 3:27iniciei uma empresa com o meu marido,
chamada Family Dinner. -
3:27 - 3:30O objetivo desta empresa
é criar uma comunidade -
3:30 - 3:33em torno da alimentação local
e das pessoas que a produzem. -
3:33 - 3:35Para concretizar isto,
utilizamos a análise de dados, -
3:35 - 3:38a automação e a tecnologia
-
3:38 - 3:40para criar uma rede distribuída
de quintas locais -
3:41 - 3:43e para fazer melhoramentos
no sistema alimentar. -
3:43 - 3:45Então, vemos aqui
-
3:45 - 3:48que as técnicas gerais e a missão
que estamos a tentar executar -
3:48 - 3:52não são muito diferentes
do trabalho nos laboratórios do MIT. -
3:52 - 3:55O que nos traz a uma questão importante:
-
3:55 - 3:59Porque é que uma pessoa
deixa uma carreira promissora -
3:59 - 4:03num dos melhores laboratórios
científicos urbanos do mundo -
4:03 - 4:06para andar a transportar cenouras
no Acura da mãe? -
4:06 - 4:08(Risos)
-
4:08 - 4:10É um carro excelente.
-
4:10 - 4:13Porque eu acredito
que a história dos alimentos locais -
4:13 - 4:17precisa de ser compreendida,
contada e promovida, -
4:17 - 4:18e de várias maneiras,
-
4:18 - 4:22penso que fanáticos como nós
estão bem posicionados para a contar. -
4:22 - 4:24Então por onde vamos começar?
-
4:24 - 4:26Qual é o nosso ponto de partida?
-
4:26 - 4:30O atual sistema de alimentação
está otimizado apenas para uma coisa, -
4:30 - 4:33que é o lucro empresarial, certo?
-
4:33 - 4:34Pensem nisso.
-
4:34 - 4:37A razão mais convincente para
a existência das empresas alimentares -
4:37 - 4:39não é alimentar pessoas com fome,
-
4:39 - 4:42não é criar alimentos deliciosos.
-
4:42 - 4:43É o lucro.
-
4:44 - 4:47Isso tem efeitos prejudiciais
no nosso sistema alimentar. -
4:48 - 4:51Os antibióticos e os pesticidas
usados nos alimentos -
4:51 - 4:53são prejudiciais à nossa saúde.
-
4:53 - 4:56A pressão sob os preços está a forçar
pequenas quintas a saírem do negócio. -
4:56 - 5:00Muitas das coisas que vocês pensam
sobre as quintas, já não existem. -
5:00 - 5:03As quintas não se parecem
com quintas, parecem fábricas. -
5:03 - 5:04E, no final de contas,
-
5:04 - 5:07a qualidade dos alimentos
que ingerimos, também sofre. -
5:08 - 5:12Um tomate de uma fábrica-quinta
pode parecer um tomate normal: -
5:12 - 5:14com exterior vermelho brilhante.
-
5:14 - 5:15Mas, quando o provamos,
-
5:15 - 5:18o sabor e a textura
deixam-nos desconsolados. -
5:19 - 5:22Sabemos que a maior tragédia
em tudo isto -
5:22 - 5:26é talvez o desperdício
destes alimentos entre 30 a 40% -
5:27 - 5:28— deitados fora.
-
5:28 - 5:31São 1600 milhões de toneladas.
-
5:31 - 5:33Nem sequer consigo
imaginar esse número. -
5:33 - 5:361600 milhões de toneladas.
-
5:36 - 5:39São 1,2 biliões de dólares por ano
-
5:39 - 5:41em comida desperdiçada.
-
5:42 - 5:44Isso é o custo da comida por encomenda,
-
5:44 - 5:45da comida processada
-
5:45 - 5:47e do deficiente sistema alimentar.
-
5:47 - 5:49Onde está a ocorrer este desperdício?
-
5:49 - 5:51De onde vem todo este desperdício?
-
5:51 - 5:53Sabemos que acontece no terreno.
-
5:53 - 5:55quando não se apanham
as batatas com pior aspeto. -
5:55 - 5:58Sabemos que acontece em trânsito,
-
5:58 - 5:59nos armazéns,
-
5:59 - 6:01nas mercearias.
-
6:01 - 6:03E por fim, nas bancadas da cozinha,
-
6:03 - 6:08quando decidimos que aquela banana
com manchas já não parece tão deliciosa. -
6:08 - 6:11Todo esse desperdício,
todo esse esforço. -
6:11 - 6:13Os alimentos são plantados,
-
6:13 - 6:15cultivados, colhidos, transportados,
-
6:15 - 6:18e depois deitados fora.
-
6:19 - 6:21Pensamos que tem de haver
uma solução melhor. -
6:22 - 6:24Então, como é que melhoramos isto?
-
6:24 - 6:26Como é que criamos
um sistema melhor? -
6:27 - 6:28Para fazer isso.
-
6:28 - 6:31compreendemos que precisamos
de eliminar os desperdícios -
6:31 - 6:33no sistema de abastecimento alimentar.
-
6:33 - 6:35Temos de fornecer dados
aos agricultores, -
6:35 - 6:37para eles poderem fazer
melhores previsões. -
6:37 - 6:40Para eles conseguirem competir
com as grandes empresas. -
6:40 - 6:41E finalmente,
-
6:41 - 6:43precisamos de premiar, enquanto empresa,
-
6:44 - 6:46a qualidade e o sabor, acima de tudo.
-
6:46 - 6:50para as pessoas valorizarem
os alimentos deliciosos no seu prato. -
6:50 - 6:53Acreditamos que isto é o melhor sistema.
-
6:53 - 6:55Esta é a melhor maneira.
-
6:55 - 6:59E o caminho para a melhor maneira
está pavimentado com dados. -
6:59 - 7:03Para realçar tudo isto,
vou contar a história de dois tomates. -
7:04 - 7:06Vou falar sobre um de cada vez.
-
7:06 - 7:09Um tomate por si só
contém um belo retrato -
7:09 - 7:13de tudo o que queiram saber
sobre o ciclo de vida desse fruto: -
7:13 - 7:15onde foi cultivado,
com o que é que foi tratado, -
7:15 - 7:17qual o valor nutritivo,
-
7:17 - 7:19os quilómetros que viajou
até chegar ao vosso prato, -
7:19 - 7:21as emissões de CO2 pelo caminho.
-
7:21 - 7:22Todas essas informações,
-
7:22 - 7:25todos esses pequenos capítulos
num pequeno fruto. -
7:25 - 7:27É muito interessante.
-
7:27 - 7:29Este é o tomate número 1.
-
7:29 - 7:33Este é aquele que vão encontrar
em mercearias, supermercados -
7:33 - 7:35e restaurantes de comida rápida
de todo o mundo. -
7:35 - 7:39Tem uma história longa e complicada.
-
7:39 - 7:43Foi tratado com uma mistura
de uma dúzia de pesticidas -
7:43 - 7:48e viajou pelo menos 2500 km
para chegar a vossa casa. -
7:48 - 7:50E a imagem aqui é verde.
-
7:50 - 7:54porque estes tomates são colhidos
quando verdes e duros como uma pedra -
7:54 - 7:56e depois são submetidos a gases
ao longo do caminho -
7:56 - 7:58para, quando chegarem ao destino,
-
7:58 - 8:02estarem bonitos e brilhantes,
vermelhos e maduros. -
8:02 - 8:04Todo esse esforço,
-
8:04 - 8:08toda essa inovação
e tecnologia agrícola -
8:08 - 8:12para criar uma produto
que não tem nenhum sabor. -
8:12 - 8:15Vamos agora para o segundo tomate
da nossa história. -
8:15 - 8:17Esta é a versão local do fruto.
-
8:17 - 8:20A sua história é muito,
muito mais curta. -
8:20 - 8:24Este foi criado pelo Luke Mahoney
e a sua família na Brookford Farm -
8:24 - 8:26em Canterbury, New Hampshire.
-
8:26 - 8:28Tem uma história bastante monótona.
-
8:29 - 8:30Foi plantado,
-
8:30 - 8:32apanhou sol,
-
8:32 - 8:33e depois foi colhido.
-
8:33 - 8:34(Risos)
-
8:34 - 8:36É tudo.
-
8:36 - 8:37Como, vocês não quereriam...
-
8:37 - 8:39sim, não há muito mais a dizer.
-
8:39 - 8:42Viajou talvez 100 quilómetros
até chegar ao vosso prato. -
8:43 - 8:45Mas a diferença é impressionante.
-
8:45 - 8:48Pensem na última vez que comeram
um tomate fresco, do verão. -
8:48 - 8:51Eu sei que estamos todos de casaco,
mas pensem nisso. -
8:51 - 8:54Na última vez que comeram
um tomate do quintal. -
8:54 - 8:55Está quente do sol,
-
8:55 - 8:57é de um vermelho escuro,
-
8:57 - 8:58talvez cheire a terra.
-
8:58 - 9:02Há algo de nostálgico e quase mágico
nessa experiência. -
9:02 - 9:05O sabor e o aroma são incomparáveis.
-
9:06 - 9:09Na realidade, não temos
de viajar muito para o conseguir. -
9:11 - 9:13Esta história estende-se
a toda a cadeia alimentar, -
9:13 - 9:16das frutas e dos vegetais
que estão no nosso prato -
9:16 - 9:19aos animais e produtos animais
que consumimos. -
9:19 - 9:22O que lhes é dado
para o seu crescimento, -
9:22 - 9:25e, mais importante, o que não
lhes é dado para o seu crescimento, -
9:25 - 9:27é muito importante.
-
9:28 - 9:30O Luke e a sua família têm 60 vacas.
-
9:31 - 9:32Utilizam métodos tradicionais.
-
9:32 - 9:34Fazem-no à moda antiga:
-
9:34 - 9:35criados no pasto,
-
9:35 - 9:38sem hormonas, sem antibióticos,
-
9:38 - 9:39com feno durante dias.
-
9:40 - 9:44O que eles estão a fazer aqui
é somente tratar as vacas como vacas, -
9:44 - 9:46não como se estivessem
numa experiência científica. -
9:46 - 9:49Ele está a criar animais
da mesma maneira -
9:49 - 9:51que o seu avô e o avô dele criaram.
-
9:51 - 9:53E no final, é simplesmente melhor.
-
9:53 - 9:54É melhor para os animais;
-
9:54 - 9:56é melhor para o ambiente.
-
9:56 - 9:58Luke não está a otimizar
para o lucro ou para o preço, -
9:58 - 10:01mas para o sabor e para a humanidade.
-
10:01 - 10:05E vocês devem estar a pensar:
"Já há uma solução para isso. -
10:05 - 10:06"São os mercados dos agricultores."
-
10:06 - 10:08Aqueles que muitos de vocês visitam
-
10:08 - 10:10e aqueles de que eu gosto muito.
-
10:10 - 10:14São uma solução maravilhosa,
mas, de certa forma, insuficiente. -
10:14 - 10:17Para nós como consumidores,
é ótimo, não é? -
10:17 - 10:18Vamos lá,
-
10:18 - 10:20há uma bela quantidade de alimentos,
-
10:20 - 10:23sentem-se gratificados por estarem
a ajudar um produtor local -
10:23 - 10:27e experimentam algo novo,
produtos diversificados. -
10:28 - 10:30Inevitavelmente, há alguém
a tocar "ukulele", -
10:30 - 10:31algures nas redondezas.
-
10:32 - 10:33(Risos)
-
10:34 - 10:37Mas, para os agricultores,
isto representa um grande risco. -
10:37 - 10:38Acordam às quatro da manhã
-
10:38 - 10:40Carregam o camião, contratam uma equipa,
-
10:40 - 10:42chegam à banca,
-
10:42 - 10:44mas não têm nenhuma garantia
-
10:44 - 10:46de que vão vender
todo o produto nesse dia. -
10:46 - 10:48Há demasiadas variáveis
em Nova Inglaterra. -
10:48 - 10:50Por exemplo, o tempo,
-
10:50 - 10:53que é um pouco imprevisível aqui.
-
10:54 - 10:56O tempo é um dos muitos fatores X
-
10:56 - 11:00que determinam se o mercado
vai ser favorável aos agricultores. -
11:01 - 11:03Estão sempre a correr riscos.
-
11:04 - 11:06E há outra opção.
-
11:06 - 11:08Falamos da AAPC
-
11:08 - 11:10— Agricultura Apoiada Pela Comunidade.
-
11:10 - 11:13Neste modelo, os clientes
pagam adiantadamente -
11:13 - 11:15suportando o risco financeiro
das quintas. -
11:15 - 11:17Os agricultores produzem
o que conseguem -
11:17 - 11:19e os clientes desfrutam
dessa recompensa. -
11:19 - 11:21Isto também traz alguns problemas.
-
11:21 - 11:22É ótimo para o agricultor,
-
11:22 - 11:25porque asseguram que vendem
tudo o que os outros compram, -
11:25 - 11:26mas para nós,
-
11:26 - 11:28ainda temos de ir
e colher esse quinhão, -
11:28 - 11:30e sabemos que muitas quintas
-
11:30 - 11:32não conseguem produzir
grande diversidade de produtos -
11:32 - 11:36por isso, às vezes, ficam
com uma grande quantidade de um produto. -
11:36 - 11:38Talvez isto vos tenha acontecido.
-
11:38 - 11:42E o que é que fazem com
10 kg de couves-nabos no fim do inverno? -
11:42 - 11:44Ainda não sei.
-
11:45 - 11:47Portanto, de volta à questão.
-
11:47 - 11:49Como resolvemos isto?
-
11:49 - 11:51O que esperamos fazer
e o que esperamos criar -
11:51 - 11:54é somente uma melhor maneira da AAPC.
-
11:54 - 11:59E há três inovações fundamentais
que fazem isto andar. -
11:59 - 12:01A primeira das quais
-
12:01 - 12:04é uma plataforma de comércio
eletrónico, de subscrições, -
12:04 - 12:07que ajuda a criar uma procura
regular para os agricultores -
12:07 - 12:08ao longo de todo o ano.
-
12:08 - 12:10A parte da subscrição
aqui é fundamental. -
12:10 - 12:12As encomendas são semanais,
-
12:12 - 12:15os clientes optam por não participar
em vez de participarem -
12:15 - 12:18— significa que temos à volta do mesmo
número de encomendas semanalmente. -
12:18 - 12:22Segundo, isto significa que,
se os agricultores podem vender "online", -
12:22 - 12:25já não estão limitados à sua
área geográfica circundante -
12:25 - 12:28ou ao número de mercados
em que conseguem vender. -
12:28 - 12:30Nós abrimos essas portas para eles.
-
12:31 - 12:33Segundo: a previsão da procura.
-
12:33 - 12:36Utilizamos a análise
que nos permite prever o futuro -
12:36 - 12:38e prever a procura.
-
12:38 - 12:41Isto faz com que os agricultores saibam
quanto colher a curto prazo, -
12:41 - 12:43mas também o que plantar
posteriormente. -
12:44 - 12:46Se forem processadas
200 encomendas na segunda-feira, -
12:46 - 12:49nós compramos para responder
à procura com exatidão. -
12:49 - 12:50Duzentas cabeças de brócolos,
-
12:51 - 12:53duzentas peças de salmão, etc., etc.
-
12:53 - 12:55Esta automatização nas encomendas
-
12:55 - 12:59significa que estamos a eliminar
os desperdícios no sistema alimentar -
12:59 - 13:01que tanto nos incomoda,
-
13:01 - 13:05porque estamos a certificar-nos de que
a oferta corresponde à procura. -
13:05 - 13:08Também nos permite
olhar para o futuro com os agricultores -
13:08 - 13:10e fazer planeamento de culturas.
-
13:10 - 13:12Por isso, se lhes pudermos dizer,
em junho deste ano: -
13:12 - 13:15"Vou precisar de 200 kg de espargos
-
13:15 - 13:17"e 250 kg de bagas todas as semanas",
-
13:17 - 13:19eles podem plantar consoante a procura,
-
13:19 - 13:21tendo a certeza de que venderão
-
13:21 - 13:22tudo o que estão a cultivar.
-
13:22 - 13:25Finalmente, utilizamos
um "software" de otimização de rotas -
13:25 - 13:28para resolver o problema
de ter um vendedor em viajem. -
13:28 - 13:32Contratámos uma equipa
para nos ajudar na última etapa, -
13:32 - 13:34para entregar estes bens
diretamente na vossa porta. -
13:34 - 13:36Sem ciência de dados
-
13:36 - 13:38e uma equipa super-capaz e fantástica,
-
13:38 - 13:40nada disto seria possível.
-
13:41 - 13:43Por isso, talvez tenham visto
-
13:43 - 13:46que temos uma espécie de crença
ardente e apaixonada. -
13:46 - 13:48Sim, estamos a tentar construir
um negócio sustentável, -
13:49 - 13:51mas o nosso foco
não está somente no lucro, -
13:51 - 13:54está em criar um sistema alimentar
melhor e abrangente. -
13:54 - 13:56E é isto que valorizamos.
-
13:56 - 13:58As pessoas primeiro.
-
13:58 - 14:00Tentamos criar uma comunidade
em torno da alimentação, -
14:00 - 14:03as pessoas que a adoram
e as pessoas que a produzem. -
14:03 - 14:06Criámos esta empresa
para apoiarmos pequenas quintas. -
14:06 - 14:07Desperdícios zero.
-
14:07 - 14:10Todos odiamos desperdiçar comida,
sentimos que é errado -
14:10 - 14:11— mesmo aquela banana esquisita
-
14:11 - 14:14que está há demasiado tempo
em cima da mesa da cozinha. -
14:14 - 14:16E por último, o sabor.
-
14:16 - 14:18Se não sabe bem,
-
14:18 - 14:21se não for um tomate de verão perfeito,
-
14:21 - 14:23porquê preocuparmo-nos?
-
14:23 - 14:25Então, trabalhámos
com todas estas quintas locais -
14:25 - 14:27para trazer os seus bens
-
14:27 - 14:29e depois deixá-los
diretamente à vossa porta. -
14:29 - 14:31de modo a ligar-vos diretamente a eles
-
14:31 - 14:34e criando, de novo,
um sistema mais inclusivo, -
14:34 - 14:36Esta é a nossa visão do futuro.
-
14:36 - 14:40Alargar este modelo para lá
de Boston, para lá de Nova Inglaterra, -
14:40 - 14:42e por todo o país.
-
14:42 - 14:46Criar uma rede nacional
de produtores locais -
14:46 - 14:48e interligar todos estes produtores
-
14:48 - 14:51com pessoas como vocês
que vão adorar os seus alimentos. -
14:52 - 14:54Acreditamos, no final de contas,
-
14:54 - 14:58que insistir em comer alimentos locais
é um ato revolucionário. -
14:58 - 15:00E convidamos-vos a juntarem-se a nós.
-
15:00 - 15:02E quem sabe?
-
15:02 - 15:05Até podem fazer amigos pelo caminho.
-
15:06 - 15:07Muito obrigada.
-
15:07 - 15:08(Aplausos)
- Title:
- Grandes dados, pequenas quintas e a história de dois tomates
- Speaker:
- Erin Baumgartner
- Description:
-
O caminho para melhores alimentos está coberto de dados, diz a empresária Erin Baumgartne. Baseada na sua experiência de gestão de uma empresa do tipo "da quinta para a sua mesa", ela delineia o seu plano para ajudar a criar um sistema alimentar mais saudável, desperdício-zero que valorize a qualidade e sabor das colheitas de quintas pequenas e locais em vez de produtos produzidos em grande escala.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:21
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