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Grandes dados, pequenas quintas e a história de dois tomates

  • 0:01 - 0:05
    Os dados e a analítica estão a alterar
    drasticamente a nossa vida quotidiana.
  • 0:06 - 0:07
    Não apenas "online",
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    não apenas num futuro distante,
  • 0:09 - 0:11
    mas no mundo físico,
  • 0:11 - 0:14
    e de maneiras bem reais e concretas.
  • 0:14 - 0:18
    Nos últimos 11 anos,
    fui uma "geek" a trabalhar no MIT,
  • 0:18 - 0:20
    em laboratórios de grandes dados,
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    que procuram usar a ciência dos dados
    para estudar o mundo físico
  • 0:24 - 0:27
    e tentar resolver grandes problemas
    da sociedade.
  • 0:27 - 0:31
    A área dos grandes dados
    analisa quantidades maciças de dados
  • 0:31 - 0:35
    utilizando ferramentas computacionais
    para encontrar padrões e tendências.
  • 0:36 - 0:39
    Os dados podem ser extraordinários
    contadores de histórias,
  • 0:39 - 0:42
    desvendando as narrativas escondidas
    das coisas do nosso dia a dia
  • 0:42 - 0:43
    que nunca teríamos visto.
  • 0:43 - 0:47
    Acho que as histórias pessoais
    das coisas inanimadas ressuscitadas
  • 0:47 - 0:50
    são extraordinariamente envolventes.
  • 0:50 - 0:53
    Quero destacar, primeiro,
    dois projetos do meu tempo no MIT
  • 0:53 - 0:56
    que, segundo penso, realçam
    muito bem este fenómeno
  • 0:56 - 0:58
    O primeiro chama-se Trash Track.
  • 0:58 - 1:02
    Neste projeto, procuramos compreender
    melhor o sistema da gestão de resíduos,
  • 1:02 - 1:04
    para respondermos à pergunta:
  • 1:04 - 1:07
    "Para onde é que o seu lixo vai
    quando o deita fora?"
  • 1:07 - 1:09
    A vossa velha chávena de café
    ou aquele telemóvel antigo
  • 1:09 - 1:12
    que utilizaram no início deste milénio,
  • 1:12 - 1:15
    ou um pão ou o jornal desta manhã
  • 1:15 - 1:17
    — para onde é que essas coisas vão?
  • 1:17 - 1:20
    Estes dados não existiam,
    por isso tivemos de criá-los.
  • 1:20 - 1:23
    Nós respondemos e depois
    visualizámos essas perguntas
  • 1:24 - 1:27
    instalando pequenos sensores
    em pedaços de lixo
  • 1:27 - 1:30
    e atirando-os depois
    para o sistema de resíduos.
  • 1:30 - 1:33
    O que vocês veem aqui são os dados.
  • 1:33 - 1:36
    Cada linha, cada nó que veem
  • 1:36 - 1:39
    é um pedaço de lixo
    que se movimenta pela cidade de Seattle,
  • 1:39 - 1:41
    posteriormente, pelo estado,
  • 1:42 - 1:43
    e, depois, pelo país,
  • 1:43 - 1:46
    à medida que se passam semanas e meses.
  • 1:46 - 1:47
    É importante visualizar estes dados,
  • 1:47 - 1:50
    porque, provavelmente,
    nenhum de vocês está a pensar:
  • 1:50 - 1:52
    "Sim, isso parece-me bem."
  • 1:52 - 1:54
    (Risos)
  • 1:54 - 1:56
    "Isso está a funcionar
    como devia, não está?"
  • 1:56 - 1:57
    Porque, não...
  • 1:57 - 1:58
    (Risos)
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    O que os dados nos mostram
    é um sistema altamente ineficaz,
  • 2:03 - 2:07
    cuja quebra inerente
    nunca teríamos visualizado
  • 2:07 - 2:10
    caso os sensores não tivessem
    feito a investigação por nós.
  • 2:11 - 2:13
    Um segundo projeto
    que gostava de destacar
  • 2:13 - 2:18
    tem a ver com a criação de robôs
    que mergulham nos esgotos
  • 2:18 - 2:20
    e recolhem amostras de águas residuais.
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    Eu sei que os esgotos têm má reputação,
  • 2:23 - 2:25
    mas, na realidade, são incríveis,
  • 2:25 - 2:27
    porque podem contar-nos muita coisa
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    sobre a saúde das nossas comunidades.
  • 2:29 - 2:32
    Esta tecnologia foi lançada
    pelo grupo Biobot Analytics,
  • 2:32 - 2:35
    que está a criar
    uma tecnologia de ponta
  • 2:35 - 2:39
    para tornar os nossos esgotos
    em modernos observatórios de saúde.
  • 2:39 - 2:42
    O objetivo deles é estudar opioides
    dentro dos esgotos
  • 2:42 - 2:45
    para conhecer melhor
    o consumo nas cidades.
  • 2:45 - 2:47
    E estes dados são fundamentais,
  • 2:47 - 2:50
    porque ajudam as cidades a saber
    onde é que as pessoas os usam,
  • 2:50 - 2:52
    como atribuir recursos
  • 2:52 - 2:55
    e a eficácia do planeamento
    ao longo do tempo.
  • 2:56 - 2:58
    Repito, a tecnologia
    que está contida nesta máquina
  • 2:58 - 3:00
    está a abrir a cortina
  • 3:00 - 3:03
    e a mostrar-nos algo
    sobre as nossas cidades
  • 3:03 - 3:05
    que, de outro modo,
    nunca teríamos visto.
  • 3:05 - 3:07
    Acontece que, como vemos,
  • 3:07 - 3:09
    os grandes dados estão em todo o lado
  • 3:09 - 3:11
    — mesmo na nossa casa de banho.
  • 3:11 - 3:15
    Por isso, agora que falámos
    em lixo e esgotos,
  • 3:15 - 3:18
    vamos continuar... com a comida.
  • 3:18 - 3:19
    (Risos)
  • 3:19 - 3:22
    Há um ano, saí do MIT
    para seguir a paixão pela alimentação,
  • 3:22 - 3:24
    e, em 2017,
  • 3:24 - 3:27
    iniciei uma empresa com o meu marido,
    chamada Family Dinner.
  • 3:27 - 3:30
    O objetivo desta empresa
    é criar uma comunidade
  • 3:30 - 3:33
    em torno da alimentação local
    e das pessoas que a produzem.
  • 3:33 - 3:35
    Para concretizar isto,
    utilizamos a análise de dados,
  • 3:35 - 3:38
    a automação e a tecnologia
  • 3:38 - 3:40
    para criar uma rede distribuída
    de quintas locais
  • 3:41 - 3:43
    e para fazer melhoramentos
    no sistema alimentar.
  • 3:43 - 3:45
    Então, vemos aqui
  • 3:45 - 3:48
    que as técnicas gerais e a missão
    que estamos a tentar executar
  • 3:48 - 3:52
    não são muito diferentes
    do trabalho nos laboratórios do MIT.
  • 3:52 - 3:55
    O que nos traz a uma questão importante:
  • 3:55 - 3:59
    Porque é que uma pessoa
    deixa uma carreira promissora
  • 3:59 - 4:03
    num dos melhores laboratórios
    científicos urbanos do mundo
  • 4:03 - 4:06
    para andar a transportar cenouras
    no Acura da mãe?
  • 4:06 - 4:08
    (Risos)
  • 4:08 - 4:10
    É um carro excelente.
  • 4:10 - 4:13
    Porque eu acredito
    que a história dos alimentos locais
  • 4:13 - 4:17
    precisa de ser compreendida,
    contada e promovida,
  • 4:17 - 4:18
    e de várias maneiras,
  • 4:18 - 4:22
    penso que fanáticos como nós
    estão bem posicionados para a contar.
  • 4:22 - 4:24
    Então por onde vamos começar?
  • 4:24 - 4:26
    Qual é o nosso ponto de partida?
  • 4:26 - 4:30
    O atual sistema de alimentação
    está otimizado apenas para uma coisa,
  • 4:30 - 4:33
    que é o lucro empresarial, certo?
  • 4:33 - 4:34
    Pensem nisso.
  • 4:34 - 4:37
    A razão mais convincente para
    a existência das empresas alimentares
  • 4:37 - 4:39
    não é alimentar pessoas com fome,
  • 4:39 - 4:42
    não é criar alimentos deliciosos.
  • 4:42 - 4:43
    É o lucro.
  • 4:44 - 4:47
    Isso tem efeitos prejudiciais
    no nosso sistema alimentar.
  • 4:48 - 4:51
    Os antibióticos e os pesticidas
    usados nos alimentos
  • 4:51 - 4:53
    são prejudiciais à nossa saúde.
  • 4:53 - 4:56
    A pressão sob os preços está a forçar
    pequenas quintas a saírem do negócio.
  • 4:56 - 5:00
    Muitas das coisas que vocês pensam
    sobre as quintas, já não existem.
  • 5:00 - 5:03
    As quintas não se parecem
    com quintas, parecem fábricas.
  • 5:03 - 5:04
    E, no final de contas,
  • 5:04 - 5:07
    a qualidade dos alimentos
    que ingerimos, também sofre.
  • 5:08 - 5:12
    Um tomate de uma fábrica-quinta
    pode parecer um tomate normal:
  • 5:12 - 5:14
    com exterior vermelho brilhante.
  • 5:14 - 5:15
    Mas, quando o provamos,
  • 5:15 - 5:18
    o sabor e a textura
    deixam-nos desconsolados.
  • 5:19 - 5:22
    Sabemos que a maior tragédia
    em tudo isto
  • 5:22 - 5:26
    é talvez o desperdício
    destes alimentos entre 30 a 40%
  • 5:27 - 5:28
    — deitados fora.
  • 5:28 - 5:31
    São 1600 milhões de toneladas.
  • 5:31 - 5:33
    Nem sequer consigo
    imaginar esse número.
  • 5:33 - 5:36
    1600 milhões de toneladas.
  • 5:36 - 5:39
    São 1,2 biliões de dólares por ano
  • 5:39 - 5:41
    em comida desperdiçada.
  • 5:42 - 5:44
    Isso é o custo da comida por encomenda,
  • 5:44 - 5:45
    da comida processada
  • 5:45 - 5:47
    e do deficiente sistema alimentar.
  • 5:47 - 5:49
    Onde está a ocorrer este desperdício?
  • 5:49 - 5:51
    De onde vem todo este desperdício?
  • 5:51 - 5:53
    Sabemos que acontece no terreno.
  • 5:53 - 5:55
    quando não se apanham
    as batatas com pior aspeto.
  • 5:55 - 5:58
    Sabemos que acontece em trânsito,
  • 5:58 - 5:59
    nos armazéns,
  • 5:59 - 6:01
    nas mercearias.
  • 6:01 - 6:03
    E por fim, nas bancadas da cozinha,
  • 6:03 - 6:08
    quando decidimos que aquela banana
    com manchas já não parece tão deliciosa.
  • 6:08 - 6:11
    Todo esse desperdício,
    todo esse esforço.
  • 6:11 - 6:13
    Os alimentos são plantados,
  • 6:13 - 6:15
    cultivados, colhidos, transportados,
  • 6:15 - 6:18
    e depois deitados fora.
  • 6:19 - 6:21
    Pensamos que tem de haver
    uma solução melhor.
  • 6:22 - 6:24
    Então, como é que melhoramos isto?
  • 6:24 - 6:26
    Como é que criamos
    um sistema melhor?
  • 6:27 - 6:28
    Para fazer isso.
  • 6:28 - 6:31
    compreendemos que precisamos
    de eliminar os desperdícios
  • 6:31 - 6:33
    no sistema de abastecimento alimentar.
  • 6:33 - 6:35
    Temos de fornecer dados
    aos agricultores,
  • 6:35 - 6:37
    para eles poderem fazer
    melhores previsões.
  • 6:37 - 6:40
    Para eles conseguirem competir
    com as grandes empresas.
  • 6:40 - 6:41
    E finalmente,
  • 6:41 - 6:43
    precisamos de premiar, enquanto empresa,
  • 6:44 - 6:46
    a qualidade e o sabor, acima de tudo.
  • 6:46 - 6:50
    para as pessoas valorizarem
    os alimentos deliciosos no seu prato.
  • 6:50 - 6:53
    Acreditamos que isto é o melhor sistema.
  • 6:53 - 6:55
    Esta é a melhor maneira.
  • 6:55 - 6:59
    E o caminho para a melhor maneira
    está pavimentado com dados.
  • 6:59 - 7:03
    Para realçar tudo isto,
    vou contar a história de dois tomates.
  • 7:04 - 7:06
    Vou falar sobre um de cada vez.
  • 7:06 - 7:09
    Um tomate por si só
    contém um belo retrato
  • 7:09 - 7:13
    de tudo o que queiram saber
    sobre o ciclo de vida desse fruto:
  • 7:13 - 7:15
    onde foi cultivado,
    com o que é que foi tratado,
  • 7:15 - 7:17
    qual o valor nutritivo,
  • 7:17 - 7:19
    os quilómetros que viajou
    até chegar ao vosso prato,
  • 7:19 - 7:21
    as emissões de CO2 pelo caminho.
  • 7:21 - 7:22
    Todas essas informações,
  • 7:22 - 7:25
    todos esses pequenos capítulos
    num pequeno fruto.
  • 7:25 - 7:27
    É muito interessante.
  • 7:27 - 7:29
    Este é o tomate número 1.
  • 7:29 - 7:33
    Este é aquele que vão encontrar
    em mercearias, supermercados
  • 7:33 - 7:35
    e restaurantes de comida rápida
    de todo o mundo.
  • 7:35 - 7:39
    Tem uma história longa e complicada.
  • 7:39 - 7:43
    Foi tratado com uma mistura
    de uma dúzia de pesticidas
  • 7:43 - 7:48
    e viajou pelo menos 2500 km
    para chegar a vossa casa.
  • 7:48 - 7:50
    E a imagem aqui é verde.
  • 7:50 - 7:54
    porque estes tomates são colhidos
    quando verdes e duros como uma pedra
  • 7:54 - 7:56
    e depois são submetidos a gases
    ao longo do caminho
  • 7:56 - 7:58
    para, quando chegarem ao destino,
  • 7:58 - 8:02
    estarem bonitos e brilhantes,
    vermelhos e maduros.
  • 8:02 - 8:04
    Todo esse esforço,
  • 8:04 - 8:08
    toda essa inovação
    e tecnologia agrícola
  • 8:08 - 8:12
    para criar uma produto
    que não tem nenhum sabor.
  • 8:12 - 8:15
    Vamos agora para o segundo tomate
    da nossa história.
  • 8:15 - 8:17
    Esta é a versão local do fruto.
  • 8:17 - 8:20
    A sua história é muito,
    muito mais curta.
  • 8:20 - 8:24
    Este foi criado pelo Luke Mahoney
    e a sua família na Brookford Farm
  • 8:24 - 8:26
    em Canterbury, New Hampshire.
  • 8:26 - 8:28
    Tem uma história bastante monótona.
  • 8:29 - 8:30
    Foi plantado,
  • 8:30 - 8:32
    apanhou sol,
  • 8:32 - 8:33
    e depois foi colhido.
  • 8:33 - 8:34
    (Risos)
  • 8:34 - 8:36
    É tudo.
  • 8:36 - 8:37
    Como, vocês não quereriam...
  • 8:37 - 8:39
    sim, não há muito mais a dizer.
  • 8:39 - 8:42
    Viajou talvez 100 quilómetros
    até chegar ao vosso prato.
  • 8:43 - 8:45
    Mas a diferença é impressionante.
  • 8:45 - 8:48
    Pensem na última vez que comeram
    um tomate fresco, do verão.
  • 8:48 - 8:51
    Eu sei que estamos todos de casaco,
    mas pensem nisso.
  • 8:51 - 8:54
    Na última vez que comeram
    um tomate do quintal.
  • 8:54 - 8:55
    Está quente do sol,
  • 8:55 - 8:57
    é de um vermelho escuro,
  • 8:57 - 8:58
    talvez cheire a terra.
  • 8:58 - 9:02
    Há algo de nostálgico e quase mágico
    nessa experiência.
  • 9:02 - 9:05
    O sabor e o aroma são incomparáveis.
  • 9:06 - 9:09
    Na realidade, não temos
    de viajar muito para o conseguir.
  • 9:11 - 9:13
    Esta história estende-se
    a toda a cadeia alimentar,
  • 9:13 - 9:16
    das frutas e dos vegetais
    que estão no nosso prato
  • 9:16 - 9:19
    aos animais e produtos animais
    que consumimos.
  • 9:19 - 9:22
    O que lhes é dado
    para o seu crescimento,
  • 9:22 - 9:25
    e, mais importante, o que não
    lhes é dado para o seu crescimento,
  • 9:25 - 9:27
    é muito importante.
  • 9:28 - 9:30
    O Luke e a sua família têm 60 vacas.
  • 9:31 - 9:32
    Utilizam métodos tradicionais.
  • 9:32 - 9:34
    Fazem-no à moda antiga:
  • 9:34 - 9:35
    criados no pasto,
  • 9:35 - 9:38
    sem hormonas, sem antibióticos,
  • 9:38 - 9:39
    com feno durante dias.
  • 9:40 - 9:44
    O que eles estão a fazer aqui
    é somente tratar as vacas como vacas,
  • 9:44 - 9:46
    não como se estivessem
    numa experiência científica.
  • 9:46 - 9:49
    Ele está a criar animais
    da mesma maneira
  • 9:49 - 9:51
    que o seu avô e o avô dele criaram.
  • 9:51 - 9:53
    E no final, é simplesmente melhor.
  • 9:53 - 9:54
    É melhor para os animais;
  • 9:54 - 9:56
    é melhor para o ambiente.
  • 9:56 - 9:58
    Luke não está a otimizar
    para o lucro ou para o preço,
  • 9:58 - 10:01
    mas para o sabor e para a humanidade.
  • 10:01 - 10:05
    E vocês devem estar a pensar:
    "Já há uma solução para isso.
  • 10:05 - 10:06
    "São os mercados dos agricultores."
  • 10:06 - 10:08
    Aqueles que muitos de vocês visitam
  • 10:08 - 10:10
    e aqueles de que eu gosto muito.
  • 10:10 - 10:14
    São uma solução maravilhosa,
    mas, de certa forma, insuficiente.
  • 10:14 - 10:17
    Para nós como consumidores,
    é ótimo, não é?
  • 10:17 - 10:18
    Vamos lá,
  • 10:18 - 10:20
    há uma bela quantidade de alimentos,
  • 10:20 - 10:23
    sentem-se gratificados por estarem
    a ajudar um produtor local
  • 10:23 - 10:27
    e experimentam algo novo,
    produtos diversificados.
  • 10:28 - 10:30
    Inevitavelmente, há alguém
    a tocar "ukulele",
  • 10:30 - 10:31
    algures nas redondezas.
  • 10:32 - 10:33
    (Risos)
  • 10:34 - 10:37
    Mas, para os agricultores,
    isto representa um grande risco.
  • 10:37 - 10:38
    Acordam às quatro da manhã
  • 10:38 - 10:40
    Carregam o camião, contratam uma equipa,
  • 10:40 - 10:42
    chegam à banca,
  • 10:42 - 10:44
    mas não têm nenhuma garantia
  • 10:44 - 10:46
    de que vão vender
    todo o produto nesse dia.
  • 10:46 - 10:48
    Há demasiadas variáveis
    em Nova Inglaterra.
  • 10:48 - 10:50
    Por exemplo, o tempo,
  • 10:50 - 10:53
    que é um pouco imprevisível aqui.
  • 10:54 - 10:56
    O tempo é um dos muitos fatores X
  • 10:56 - 11:00
    que determinam se o mercado
    vai ser favorável aos agricultores.
  • 11:01 - 11:03
    Estão sempre a correr riscos.
  • 11:04 - 11:06
    E há outra opção.
  • 11:06 - 11:08
    Falamos da AAPC
  • 11:08 - 11:10
    — Agricultura Apoiada Pela Comunidade.
  • 11:10 - 11:13
    Neste modelo, os clientes
    pagam adiantadamente
  • 11:13 - 11:15
    suportando o risco financeiro
    das quintas.
  • 11:15 - 11:17
    Os agricultores produzem
    o que conseguem
  • 11:17 - 11:19
    e os clientes desfrutam
    dessa recompensa.
  • 11:19 - 11:21
    Isto também traz alguns problemas.
  • 11:21 - 11:22
    É ótimo para o agricultor,
  • 11:22 - 11:25
    porque asseguram que vendem
    tudo o que os outros compram,
  • 11:25 - 11:26
    mas para nós,
  • 11:26 - 11:28
    ainda temos de ir
    e colher esse quinhão,
  • 11:28 - 11:30
    e sabemos que muitas quintas
  • 11:30 - 11:32
    não conseguem produzir
    grande diversidade de produtos
  • 11:32 - 11:36
    por isso, às vezes, ficam
    com uma grande quantidade de um produto.
  • 11:36 - 11:38
    Talvez isto vos tenha acontecido.
  • 11:38 - 11:42
    E o que é que fazem com
    10 kg de couves-nabos no fim do inverno?
  • 11:42 - 11:44
    Ainda não sei.
  • 11:45 - 11:47
    Portanto, de volta à questão.
  • 11:47 - 11:49
    Como resolvemos isto?
  • 11:49 - 11:51
    O que esperamos fazer
    e o que esperamos criar
  • 11:51 - 11:54
    é somente uma melhor maneira da AAPC.
  • 11:54 - 11:59
    E há três inovações fundamentais
    que fazem isto andar.
  • 11:59 - 12:01
    A primeira das quais
  • 12:01 - 12:04
    é uma plataforma de comércio
    eletrónico, de subscrições,
  • 12:04 - 12:07
    que ajuda a criar uma procura
    regular para os agricultores
  • 12:07 - 12:08
    ao longo de todo o ano.
  • 12:08 - 12:10
    A parte da subscrição
    aqui é fundamental.
  • 12:10 - 12:12
    As encomendas são semanais,
  • 12:12 - 12:15
    os clientes optam por não participar
    em vez de participarem
  • 12:15 - 12:18
    — significa que temos à volta do mesmo
    número de encomendas semanalmente.
  • 12:18 - 12:22
    Segundo, isto significa que,
    se os agricultores podem vender "online",
  • 12:22 - 12:25
    já não estão limitados à sua
    área geográfica circundante
  • 12:25 - 12:28
    ou ao número de mercados
    em que conseguem vender.
  • 12:28 - 12:30
    Nós abrimos essas portas para eles.
  • 12:31 - 12:33
    Segundo: a previsão da procura.
  • 12:33 - 12:36
    Utilizamos a análise
    que nos permite prever o futuro
  • 12:36 - 12:38
    e prever a procura.
  • 12:38 - 12:41
    Isto faz com que os agricultores saibam
    quanto colher a curto prazo,
  • 12:41 - 12:43
    mas também o que plantar
    posteriormente.
  • 12:44 - 12:46
    Se forem processadas
    200 encomendas na segunda-feira,
  • 12:46 - 12:49
    nós compramos para responder
    à procura com exatidão.
  • 12:49 - 12:50
    Duzentas cabeças de brócolos,
  • 12:51 - 12:53
    duzentas peças de salmão, etc., etc.
  • 12:53 - 12:55
    Esta automatização nas encomendas
  • 12:55 - 12:59
    significa que estamos a eliminar
    os desperdícios no sistema alimentar
  • 12:59 - 13:01
    que tanto nos incomoda,
  • 13:01 - 13:05
    porque estamos a certificar-nos de que
    a oferta corresponde à procura.
  • 13:05 - 13:08
    Também nos permite
    olhar para o futuro com os agricultores
  • 13:08 - 13:10
    e fazer planeamento de culturas.
  • 13:10 - 13:12
    Por isso, se lhes pudermos dizer,
    em junho deste ano:
  • 13:12 - 13:15
    "Vou precisar de 200 kg de espargos
  • 13:15 - 13:17
    "e 250 kg de bagas todas as semanas",
  • 13:17 - 13:19
    eles podem plantar consoante a procura,
  • 13:19 - 13:21
    tendo a certeza de que venderão
  • 13:21 - 13:22
    tudo o que estão a cultivar.
  • 13:22 - 13:25
    Finalmente, utilizamos
    um "software" de otimização de rotas
  • 13:25 - 13:28
    para resolver o problema
    de ter um vendedor em viajem.
  • 13:28 - 13:32
    Contratámos uma equipa
    para nos ajudar na última etapa,
  • 13:32 - 13:34
    para entregar estes bens
    diretamente na vossa porta.
  • 13:34 - 13:36
    Sem ciência de dados
  • 13:36 - 13:38
    e uma equipa super-capaz e fantástica,
  • 13:38 - 13:40
    nada disto seria possível.
  • 13:41 - 13:43
    Por isso, talvez tenham visto
  • 13:43 - 13:46
    que temos uma espécie de crença
    ardente e apaixonada.
  • 13:46 - 13:48
    Sim, estamos a tentar construir
    um negócio sustentável,
  • 13:49 - 13:51
    mas o nosso foco
    não está somente no lucro,
  • 13:51 - 13:54
    está em criar um sistema alimentar
    melhor e abrangente.
  • 13:54 - 13:56
    E é isto que valorizamos.
  • 13:56 - 13:58
    As pessoas primeiro.
  • 13:58 - 14:00
    Tentamos criar uma comunidade
    em torno da alimentação,
  • 14:00 - 14:03
    as pessoas que a adoram
    e as pessoas que a produzem.
  • 14:03 - 14:06
    Criámos esta empresa
    para apoiarmos pequenas quintas.
  • 14:06 - 14:07
    Desperdícios zero.
  • 14:07 - 14:10
    Todos odiamos desperdiçar comida,
    sentimos que é errado
  • 14:10 - 14:11
    — mesmo aquela banana esquisita
  • 14:11 - 14:14
    que está há demasiado tempo
    em cima da mesa da cozinha.
  • 14:14 - 14:16
    E por último, o sabor.
  • 14:16 - 14:18
    Se não sabe bem,
  • 14:18 - 14:21
    se não for um tomate de verão perfeito,
  • 14:21 - 14:23
    porquê preocuparmo-nos?
  • 14:23 - 14:25
    Então, trabalhámos
    com todas estas quintas locais
  • 14:25 - 14:27
    para trazer os seus bens
  • 14:27 - 14:29
    e depois deixá-los
    diretamente à vossa porta.
  • 14:29 - 14:31
    de modo a ligar-vos diretamente a eles
  • 14:31 - 14:34
    e criando, de novo,
    um sistema mais inclusivo,
  • 14:34 - 14:36
    Esta é a nossa visão do futuro.
  • 14:36 - 14:40
    Alargar este modelo para lá
    de Boston, para lá de Nova Inglaterra,
  • 14:40 - 14:42
    e por todo o país.
  • 14:42 - 14:46
    Criar uma rede nacional
    de produtores locais
  • 14:46 - 14:48
    e interligar todos estes produtores
  • 14:48 - 14:51
    com pessoas como vocês
    que vão adorar os seus alimentos.
  • 14:52 - 14:54
    Acreditamos, no final de contas,
  • 14:54 - 14:58
    que insistir em comer alimentos locais
    é um ato revolucionário.
  • 14:58 - 15:00
    E convidamos-vos a juntarem-se a nós.
  • 15:00 - 15:02
    E quem sabe?
  • 15:02 - 15:05
    Até podem fazer amigos pelo caminho.
  • 15:06 - 15:07
    Muito obrigada.
  • 15:07 - 15:08
    (Aplausos)
Title:
Grandes dados, pequenas quintas e a história de dois tomates
Speaker:
Erin Baumgartner
Description:

O caminho para melhores alimentos está coberto de dados, diz a empresária Erin Baumgartne. Baseada na sua experiência de gestão de uma empresa do tipo "da quinta para a sua mesa", ela delineia o seu plano para ajudar a criar um sistema alimentar mais saudável, desperdício-zero que valorize a qualidade e sabor das colheitas de quintas pequenas e locais em vez de produtos produzidos em grande escala.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:21

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