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Meu invento contra o câncer | Jack Andraka | TEDxSanJoseCAWomen

  • 0:13 - 0:15
    Venci uma Feira Internacional de Ciências
  • 0:15 - 0:17
    e, desde então,
    muitas pessoas me perguntam:
  • 0:17 - 0:21
    "Como pode um jovem de 15 anos vencer
    uma Feira Internacional de Ciências?"
  • 0:21 - 0:25
    Minha resposta: "Uma quantidade enorme
    de trabalho árduo e muitos fracassos".
  • 0:26 - 0:28
    Recentemente, desenvolvi
    um novo sensor de papel
  • 0:28 - 0:32
    para detectar câncer de pâncreas,
    de ovário e de pulmão.
  • 0:32 - 0:37
    O sensor é 168 vezes mais rápido,
    cerca de 26 mil vezes mais barato
  • 0:37 - 0:41
    e cerca de 400 vezes mais sensível
    do que o método atual de detecção.
  • 0:41 - 0:44
    (Aplausos)
  • 0:49 - 0:53
    A melhor parte é que custa US$ 0,03
    e é feito em cinco minutos.
  • 0:53 - 0:54
    Talvez perguntem:
  • 0:54 - 0:57
    "Por que um jovem de 15 anos
    se interessa por câncer de pâncreas?
  • 0:57 - 1:00
    Não deveria estar vendo filmes
    ou jogando videogame?"
  • 1:00 - 1:02
    Na verdade, fiquei interessado
    em câncer de pâncreas
  • 1:02 - 1:05
    porque um amigo próximo da família,
    que era um tio para mim,
  • 1:05 - 1:07
    morreu dessa doença.
  • 1:08 - 1:09
    Comecei a me perguntar:
  • 1:09 - 1:15
    "Como pode alguém ter passado
    de uma pessoa saudável sem sintomas
  • 1:15 - 1:18
    para um esqueleto humano
    em apenas três meses?
  • 1:18 - 1:22
    Fui pesquisar no Google,
    minha fonte de informações
  • 1:22 - 1:24
    e descobri algo surpreendente.
  • 1:24 - 1:28
    Cerca de 85% de todos os cânceres
    de pâncreas são diagnosticados tarde,
  • 1:28 - 1:31
    o que corresponde a duas dessas pessoas.
  • 1:31 - 1:33
    E 2% delas sobrevivem.
  • 1:33 - 1:36
    Isso criou uma taxa péssima
    de sobrevivência de cinco anos:
  • 1:36 - 1:39
    5,5%, a pior de qualquer tipo de câncer.
  • 1:39 - 1:40
    Comecei a me perguntar:
  • 1:40 - 1:43
    "Por que somos tão ruins
    em detectar o câncer de pâncreas?
  • 1:43 - 1:44
    Deve haver um jeito melhor".
  • 1:45 - 1:49
    Descobri no Google
    que a "medicina moderna" de hoje
  • 1:49 - 1:52
    é uma técnica de 60 anos atrás,
    mais velha do que meu pai.
  • 1:52 - 1:54
    (Risos)
  • 1:55 - 2:00
    É muito imprecisa e não detecta 30%
    de todos os cânceres de pâncreas.
  • 2:00 - 2:03
    Além disso, é cara: custa US$ 800.
  • 2:03 - 2:05
    Isso significa que não é uma opção
    a pacientes de baixa renda
  • 2:05 - 2:08
    assim como não é coberta
    pelos planos de saúde.
  • 2:08 - 2:10
    Também temos que pagar
    honorários médicos
  • 2:10 - 2:12
    e todas as taxas associadas.
  • 2:12 - 2:15
    É uma porcaria, pra ser sincero.
  • 2:15 - 2:18
    (Aplausos)
  • 2:19 - 2:23
    Eu sabia que devia haver um jeito melhor
    de detectar o câncer de pâncreas.
  • 2:23 - 2:27
    Voltei à pesquisa na internet
    e analisei como seria um sensor ideal.
  • 2:27 - 2:29
    Teria de ser barato, rápido,
  • 2:29 - 2:32
    simples, sensível, minimamente invasivo
  • 2:32 - 2:35
    e teria que ser bastante preciso
    para detectar o câncer.
  • 2:35 - 2:39
    Eu tinha certeza de que poderia
    fazer isso, mas não sabia como.
  • 2:39 - 2:43
    Pesquisei na internet e percebi
    por que ainda não fizemos essa descoberta.
  • 2:43 - 2:46
    A razão é que, ao tentar detectar
    o câncer de pâncreas,
  • 2:46 - 2:49
    procura-se basicamente
    uma proteína encontrada no sangue
  • 2:49 - 2:52
    quando há esses tipos
    diferentes de câncer.
  • 2:52 - 2:55
    Parece muito simples, mas não é.
  • 2:55 - 2:57
    Há litros e litros de sangue,
  • 2:57 - 3:03
    e procura-se um aumento minúsculo
    em uma minúscula quantidade de proteína.
  • 3:03 - 3:05
    Isso beira o impossível.
  • 3:05 - 3:10
    É como encontrar uma agulha
    em uma pilha de agulhas quase idênticas.
  • 3:11 - 3:14
    Voltei à pesquisa na internet
    e tive que encontrar primeiro
  • 3:14 - 3:17
    um biomarcador em potencial,
    que eu procurava, essa proteína.
  • 3:17 - 3:21
    Comecei com o banco de dados
    de 8 mil proteínas diferentes.
  • 3:21 - 3:24
    Felizmente, consegui
    depois de 4 mil tentativas.
  • 3:25 - 3:27
    Naquele momento, eu já estava
    quase ficando maluco.
  • 3:27 - 3:29
    A proteína chama-se mesotelina.
  • 3:29 - 3:32
    É um tipo simples e comum de proteína,
  • 3:32 - 3:35
    a menos que se tenha câncer
    de pâncreas, ovário ou pulmão.
  • 3:35 - 3:38
    Nesse caso, é encontrada
    em níveis altíssimos.
  • 3:38 - 3:44
    O segredo é que a proteína é encontrada
    nos estágios iniciais do câncer,
  • 3:44 - 3:46
    quando há cerca de 100%
    de chance de sobreviver.
  • 3:46 - 3:50
    Se essa proteína for detectada,
    pode-se detectar possivelmente
  • 3:50 - 3:54
    câncer de pâncreas, de ovário
    ou de pulmão nos estágios iniciais.
  • 3:55 - 3:57
    Tive que descobrir
    como detectar essa proteína.
  • 3:57 - 3:59
    Essa era a questão importante.
  • 3:59 - 4:04
    Aconteceu no mais improvável dos lugares:
    minha aula de biologia do ensino médio,
  • 4:04 - 4:07
    a grande repressora da inovação.
  • 4:07 - 4:10
    (Risos)
  • 4:12 - 4:16
    Consegui um artigo científico
    sobre nanotubos de carbono
  • 4:16 - 4:18
    que eu lia, sob a mesa.
  • 4:18 - 4:22
    Vocês devem se perguntar:
    "Que raios é um nanotubo de carbono?"
  • 4:22 - 4:24
    Nanotubos são
    estas coisas muito legais.
  • 4:24 - 4:26
    Estes longos tubos cilíndricos
  • 4:26 - 4:29
    têm um diâmetro 150 mil vezes
    menor que um fio de cabelo.
  • 4:29 - 4:31
    No entanto, têm
    propriedades extraordinárias,
  • 4:31 - 4:34
    como a condução de eletricidade
    melhor do que prata e cobre,
  • 4:34 - 4:37
    mas também têm propriedades incríveis.
  • 4:37 - 4:40
    São como super-heróis da ciência
    para os cientistas.
  • 4:41 - 4:44
    Aprendemos nas aulas de biologia
  • 4:44 - 4:47
    e devemos prestar atenção aos anticorpos.
  • 4:47 - 4:50
    Anticorpo é uma espécie
    de chave e fechadura,
  • 4:50 - 4:53
    que se liga especificamente
    a apenas uma proteína particular.
  • 4:53 - 4:55
    Nesse caso, a proteína mesotelina.
  • 4:55 - 4:58
    Comecei a desenvolver essa ideia:
  • 4:58 - 5:00
    como eu conectaria
    os nanotubos de carbono
  • 5:00 - 5:02
    ao que eu deveria estar prestando atenção.
  • 5:02 - 5:04
    Foi quando caiu a ficha.
  • 5:04 - 5:08
    Eu poderia ligar
    os nanotubos ao anticorpo,
  • 5:08 - 5:11
    e haveria uma rede que reagiria
    apenas com aquela proteína específica,
  • 5:11 - 5:14
    Nesse caso, é gerada uma corrente elétrica
  • 5:14 - 5:20
    ampla o bastante para se medir
    com o ohmímetro de US$ 50 da loja.
  • 5:20 - 5:23
    Eu teria que conseguir um espaço
    em um laboratório
  • 5:23 - 5:26
    porque não dava para fazer pesquisa
    sobre câncer na bancada da cozinha.
  • 5:26 - 5:32
    Enviei um e-mail a qualquer um que tivesse
    algo a ver com câncer de pâncreas.
  • 5:32 - 5:34
    Incluí meu procedimento,
  • 5:34 - 5:38
    cronograma, orçamento
    e proposta completa de financiamento.
  • 5:38 - 5:42
    Cerca de 200 pessoas me responderam.
  • 5:42 - 5:44
    Passei rapidamente por esses e-mails.
  • 5:44 - 5:49
    Recebi 199 recusas e 1 talvez.
  • 5:49 - 5:53
    Três meses depois, fui atrás
    desse professor do "talvez"
  • 5:53 - 5:56
    e finalmente consegui uma reunião com ele.
  • 5:56 - 5:59
    Entrar em um laboratório
    não é tão simples quanto parece.
  • 5:59 - 6:03
    Passei por uma entrevista enorme.
  • 6:03 - 6:04
    Era um interrogatório,
  • 6:04 - 6:08
    e o professor envolvia
    cada vez mais especialistas da área.
  • 6:09 - 6:12
    Por fim, passei por todas as perguntas,
    adivinhei algumas delas.
  • 6:12 - 6:13
    (Risos)
  • 6:13 - 6:16
    Consegui o laboratório de que precisava.
  • 6:16 - 6:18
    No início, nada dava certo.
  • 6:18 - 6:21
    (Aplausos)
  • 6:24 - 6:25
    No início, nada dava certo.
  • 6:25 - 6:30
    Eu esperava entrar naquele laboratório,
    e que daria certo na primeira semana.
  • 6:30 - 6:33
    Que nada! Levou, na verdade, sete meses.
  • 6:33 - 6:35
    Pesquisa sobre câncer não é tão fácil.
  • 6:35 - 6:39
    Finalmente, depois daqueles sete meses,
  • 6:39 - 6:43
    acabei com um pequeno sensor de papel
    capaz de detectar câncer de pâncreas
  • 6:43 - 6:45
    com 100% de precisão.
  • 6:45 - 6:48
    Foi testado em estudos cegos
    com seres humanos.
  • 6:48 - 6:52
    Com isso, aprendi
    uma lição muito importante,
  • 6:52 - 6:54
    que, por meio da internet,
    tudo é possível.
  • 6:54 - 6:57
    Você não precisa ser um professor
    com diversos títulos
  • 6:57 - 6:59
    para que suas ideias sejam valorizadas.
  • 6:59 - 7:02
    Independentemente de idade,
    sexo, etnia, seja o que for,
  • 7:02 - 7:04
    são apenas suas ideias.
  • 7:04 - 7:09
    O que acho realmente
    importante na internet
  • 7:09 - 7:13
    é que, em vez de publicar
    fotos de si mesmo fazendo biquinho,
  • 7:13 - 7:19
    ou tirar fotos de sua comida
    e postá-las no Instagram,
  • 7:19 - 7:21
    você poderia estar mudando o mundo.
  • 7:21 - 7:24
    Fiz toda minha pesquisa
    no Google e na Wikipédia.
  • 7:24 - 7:26
    Mais uma coisa:
  • 7:26 - 7:28
    muitas pessoas dizem
  • 7:28 - 7:33
    que os EUA parecem estar fazendo
    ´o mundo entrar em uma queda livre
  • 7:33 - 7:35
    e que o mundo vai explodir.
  • 7:35 - 7:38
    Mas, em minha opinião,
    estamos apenas começando.
  • 7:38 - 7:42
    Acontece que, nas Olimpíadas
    da década de 1970,
  • 7:42 - 7:44
    todos esses recordes foram quebrados.
  • 7:44 - 7:46
    Querem saber por quê?
  • 7:47 - 7:48
    Plateia: Sim.
  • 7:49 - 7:52
    Na verdade, muitos países africanos
  • 7:52 - 7:54
    e outros países,
  • 7:54 - 7:59
    milhões de pessoas puderam competir
    por seus países para ir às Olimpíadas.
  • 7:59 - 8:01
    Todos esses recordes foram quebrados.
  • 8:01 - 8:03
    É isso o que acontece hoje.
  • 8:03 - 8:08
    A internet está se tornando acessível
    a 3,5 bilhões de pessoas.
  • 8:09 - 8:12
    Quando elas têm acesso à internet,
    podem ser como eu.
  • 8:12 - 8:15
    Há milhões de pessoas como eu por aí.
  • 8:15 - 8:19
    Quando iniciei essa pesquisa,
    eu nem sabia que tinha um pâncreas.
  • 8:19 - 8:21
    (Risos)
  • 8:21 - 8:24
    (Aplausos)
  • 8:27 - 8:30
    Se um jovem de 15 anos
    que não sabia que tinha um pâncreas
  • 8:30 - 8:33
    conseguiu desenvolver um novo sensor
    para câncer de pâncreas
  • 8:33 - 8:36
    que custa US$ 0,03
    e é feito em cinco minutos,
  • 8:36 - 8:38
    imaginem o que 3,5 bilhões
    de pessoas poderiam fazer
  • 8:38 - 8:40
    e o que você poderia fazer.
  • 8:40 - 8:41
    Obrigado.
  • 8:41 - 8:43
    (Aplausos) (Vivas)
Title:
Meu invento contra o câncer | Jack Andraka | TEDxSanJoseCAWomen
Description:

Jack Andraka é um aluno de 15 anos do primeiro ano do ensino médio. Ele desenvolveu um sensor de papel capaz de detectar câncer de pâncreas, de ovário e de pulmão em cinco minutos, ao custo de apenas US$ 0,03.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
08:54

Portuguese, Brazilian subtitles

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