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O caso económico para o ensino pré-escolar

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    Hoje, nesta palestra, quero apresentar
    uma ideia diferente,
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    a razão por que o investimento
    na educação pré-escolar
  • 0:10 - 0:13
    pode ser considerado
    um investimento público.
  • 0:13 - 0:15
    É uma ideia diferente porque,
    geralmente,
  • 0:15 - 0:17
    quando as pessoas falam
    desses programas,
  • 0:17 - 0:20
    falam de todos os maravilhosos
    benefícios para os participantes,
  • 0:20 - 0:23
    dizem que quem frequentou o pré-escolar,
  • 0:23 - 0:25
    obtém melhores resultados
    durante o ensino obrigatório
  • 0:25 - 0:27
    e tornam-se adultos mais bem sucedidos.
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    Tudo isso é muito importante,
  • 0:30 - 0:34
    mas eu quero falar
    sobre o que o pré-escolar faz
  • 0:34 - 0:36
    para a economia dos estados
  • 0:36 - 0:39
    e para promover
    o desenvolvimento económico do estado.
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    Na verdade, isso é fundamental,
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    porque se vamos aumentar o investimento
  • 0:45 - 0:48
    nos programas pré-escolares,
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    precisamos de envolver
    o governo do estado para isso.
  • 0:51 - 0:54
    O governo federal tem a responsabilidade
    de muita coisa
  • 0:54 - 0:57
    e são os governos estatais
    que têm que tomar uma atitude.
  • 0:57 - 0:59
    Então, temos que apelar
  • 0:59 - 1:01
    aos legisladores do governo estatal,
  • 1:01 - 1:03
    e falar de forma que eles entendam
  • 1:03 - 1:05
    que têm que promover
    o desenvolvimento económico
  • 1:05 - 1:07
    da economia do estado.
  • 1:07 - 1:09
    Quando digo desenvolvimento económico,
  • 1:09 - 1:11
    não estou a falar de nenhuma coisa mágica.
  • 1:11 - 1:14
    Só quero dizer que a educação pré-escolar
  • 1:14 - 1:17
    pode trazer mais e melhores empregos
    para o estado
  • 1:17 - 1:21
    e consequentemente pode promover
    maiores receitas "per capita"
  • 1:21 - 1:23
    para a população do estado.
  • 1:23 - 1:26
    É justo que se diga que,
    quando as pessoas pensam
  • 1:26 - 1:29
    no desenvolvimento económico
    estatal e local,
  • 1:29 - 1:33
    geralmente não pensam primeiro
    no que estão a fazer
  • 1:33 - 1:36
    em relação aos programas
    de cuidados e educação infantil.
  • 1:36 - 1:39
    Eu sei isso. Passei a maior parte da
    minha carreira a estudar esses programas.
  • 1:39 - 1:41
    Conversei com muitos diretores
  • 1:41 - 1:43
    de agências estatais
    de desenvolvimento económico
  • 1:43 - 1:46
    e com muitos legisladores,
    sobre essas questões.
  • 1:46 - 1:49
    Quando os legisladores e políticos
    pensam em desenvolvimento económico,
  • 1:49 - 1:51
    pensam sobretudo
    em incentivos fiscais às empresas,
  • 1:51 - 1:55
    redução de impostos prediais, criação
    de postos de trabalho, créditos fiscais.
  • 1:55 - 1:57
    Há milhões desses programas
    por todo o lado.
  • 1:57 - 2:00
    Por exemplo, os estados
    competem vigorosamente
  • 2:00 - 2:04
    para atrair novas fábricas de automóveis
    ou expandir as fábricas de automóveis.
  • 2:04 - 2:06
    Atribuem todo o tipo
    de incentivos fiscais.
  • 2:06 - 2:08
    Esses programas podem fazer sentido
  • 2:08 - 2:11
    se de facto levarem a novas implantações,
  • 2:11 - 2:12
    e essa ideia concretiza-se
  • 2:12 - 2:15
    através da criação
    de mais e melhores empregos.
  • 2:15 - 2:18
    Aumentam os índices de contratação,
    e os ganhos "per capita" da população.
  • 2:18 - 2:20
    Assim, há um benefício para a população
  • 2:20 - 2:22
    que corresponde ao preço que eles pagam
  • 2:22 - 2:25
    pela redução dos encargos fiscais.
  • 2:25 - 2:29
    O meu argumento, basicamente,
    é que os programas de educação pré-escolar
  • 2:29 - 2:32
    podem fazer exatamente a mesma coisa,
  • 2:32 - 2:36
    criar mais e melhores empregos,
    mas de outra maneira.
  • 2:36 - 2:39
    De certa forma, duma maneira indireta.
  • 2:39 - 2:42
    Estes programas podem criar
    mais e melhores empregos.
  • 2:42 - 2:45
    Quando construímos, ou investimos
    num pré-escolar de qualidade,
  • 2:45 - 2:49
    isso desenvolve as competências
    da força de trabalho local,
  • 2:49 - 2:52
    se houver um número suficiente,
  • 2:52 - 2:55
    e, em troca, essa melhor qualidade
    da força de trabalho local
  • 2:55 - 2:59
    vai ser a peça chave
    para a criação de empregos
  • 2:59 - 3:02
    e de maiores receitas
    "per capita" na comunidade local.
  • 3:02 - 3:05
    Vou dar-vos alguns números sobre isto.
  • 3:06 - 3:09
    Se analisarmos os indícios científicos
  • 3:09 - 3:14
    — que são extensos — sobre o quanto
    os programas de educação infantil
  • 3:14 - 3:19
    afetam o nível educacional,
    os salários e as competências
  • 3:19 - 3:22
    dos adultos que frequentaram
    o ensino pré-escolar,
  • 3:22 - 3:25
    se considerarmos
    esses efeitos já conhecidos,
  • 3:25 - 3:28
    se considerarmos
    quantos desses indivíduos
  • 3:28 - 3:31
    permanecerão na economia local ou estatal
    e não se mudarão para outro local,
  • 3:31 - 3:35
    e pesquisarmos quantas dessas competências
  • 3:35 - 3:38
    levam à criação de postos de trabalho,
  • 3:38 - 3:41
    concluiremos destas três
    diferentes linhas de pesquisa,
  • 3:41 - 3:45
    que, por cada dólar investido
    nos programas de educação infantil,
  • 3:45 - 3:48
    as receitas "per capita"
    da população estatal
  • 3:48 - 3:51
    crescem até 2,78 cêntimos.
  • 3:51 - 3:53
    Isto é um retorno de três para um.
  • 3:53 - 3:56
    Mas podemos ter retornos muito maiores,
  • 3:56 - 4:00
    até 16 para um, se incluirmos
    os benefícios anti criminalidade,
  • 4:00 - 4:04
    se incluirmos os benefícios
    dos que frequentaram o pré-escolar
  • 4:04 - 4:07
    e que se mudaram para outro estado.
  • 4:07 - 4:10
    Mas há uma boa razão para nos
    concentrarmos apenas nestes três dólares
  • 4:10 - 4:12
    porque isto é que é marcante e importante
  • 4:12 - 4:14
    para os legisladores
    e os políticos estatais.
  • 4:14 - 4:16
    São os estados que vão ter que agir.
  • 4:16 - 4:19
    Portanto, este é o benefício chave
  • 4:19 - 4:23
    que é relevante para os políticos estatais
    em termos do desenvolvimento económico.
  • 4:24 - 4:26
    Uma objeção que estamos sempre a ouvir
  • 4:26 - 4:31
    — ou talvez não oiçamos, porque as pessoas
    são bem educadas e não dizem — é:
  • 4:32 - 4:36
    "Porque é que eu tenho
    que pagar mais impostos
  • 4:36 - 4:39
    "para investir nos filhos
    de outras pessoas?
  • 4:40 - 4:42
    "O que é que eu ganho com isso?"
  • 4:43 - 4:45
    O problema com esta objeção
  • 4:45 - 4:49
    é que ela reflete uma total incompreensão
  • 4:49 - 4:51
    de como as economias locais
  • 4:51 - 4:54
    envolvem todos que são interdependentes.
  • 4:55 - 4:59
    Especificamente, a interdependência aqui
  • 4:59 - 5:03
    é que há transfusão de competências.
  • 5:03 - 5:08
    Quando os filhos de outras pessoas
    adquirem mais competências,
  • 5:08 - 5:12
    isso aumenta a prosperidade de todos,
  • 5:12 - 5:15
    incluindo as pessoas
    que não desenvolveram novas competências.
  • 5:15 - 5:17
    Por exemplo, muitos estudos demonstraram
  • 5:17 - 5:20
    que, se procurarmos o que motiva realmente
  • 5:20 - 5:22
    a taxa de crescimento
    das áreas metropolitanas,
  • 5:22 - 5:28
    não são só impostos mais baixos,
    os baixos custos, os baixos salários.
  • 5:28 - 5:30
    São as competências da região.
  • 5:30 - 5:32
    O instrumento de medida das competências
  • 5:32 - 5:35
    que as pessoas utilizam
    é a percentagem de graduados da área.
  • 5:35 - 5:39
    Portanto, quando procuramos, por exemplo,
    em áreas metropolitanas
  • 5:39 - 5:42
    como na área de Boston,
    Minneapolis-St. Paul,
  • 5:42 - 5:47
    Silicon Valley, essas áreas
    estão economicamente bem
  • 5:47 - 5:49
    mas não por serem de baixo custo.
  • 5:49 - 5:52
    Não sei se já tentaram comprar
    uma casa em Silicon Valley.
  • 5:52 - 5:54
    Não é exatamente
    uma proposta de baixo custo.
  • 5:54 - 6:00
    Eles estão a crescer porque têm
    altos níveis de competências.
  • 6:00 - 6:03
    Assim, quando investimos
    nos filhos de outras pessoas,
  • 6:03 - 6:08
    e ajudamos a criar essas competências,
    aumentamos as ofertas de emprego
  • 6:08 - 6:10
    da área metropolitana.
  • 6:10 - 6:13
    Outro exemplo, se analisarmos
  • 6:13 - 6:16
    o que determina o salário duma pessoa,
  • 6:16 - 6:20
    e nos basearmos em dados estatísticos
    sobre o que determina os salários,
  • 6:20 - 6:25
    sabemos que o salário de uma pessoa
    depende, em parte,
  • 6:25 - 6:27
    da educação dessa pessoa,
  • 6:27 - 6:30
    por exemplo, se ela tem ou não
    um diploma universitário.
  • 6:30 - 6:33
    Um facto muito interessante
    é que, além disso,
  • 6:33 - 6:37
    mesmo quando, estatisticamente,
    os efeitos do nosso nível de estudos
  • 6:37 - 6:41
    se mantêm constantes,
  • 6:41 - 6:44
    o nível de estudos de todos os outros
    na nossa área metropolitana,
  • 6:44 - 6:46
    também afeta o nosso salário.
  • 6:46 - 6:50
    Assim, especificamente, se mantivermos
    constante o nosso nível de estudos,
  • 6:50 - 6:54
    contribuímos para a percentagem
    de graduados da nossa área metropolitana,
  • 6:54 - 6:58
    descobrimos que isso tem um efeito
    positivo significativo no nosso salário,
  • 6:58 - 7:02
    sem alterar minimamente
    o nosso nível de estudos.
  • 7:02 - 7:05
    Na verdade, esse efeito é tão forte
  • 7:05 - 7:08
    que, quando alguém recebe
    um diploma universitário
  • 7:08 - 7:11
    os efeitos colaterais disso
    nos salários dos outros
  • 7:11 - 7:13
    na área metropolitana
  • 7:13 - 7:16
    são maiores do que os efeitos diretos.
  • 7:16 - 7:19
    Se alguém recebe um diploma universitário,
    as suas receitas de toda a vida
  • 7:19 - 7:22
    aumentam incrivelmente,
    mais de 700 000 dólares.
  • 7:22 - 7:25
    Há um efeito em toda a gente
    na área metropolitana,
  • 7:25 - 7:30
    pelo facto de aumentar o número
    de graduados na área metropolitana.
  • 7:30 - 7:33
    Se somarmos isso tudo
    — é um efeito pequeno para cada um —
  • 7:33 - 7:36
    mas se somarmos todas as pessoas
    na área metropolitana,
  • 7:36 - 7:40
    percebemos que o aumento
    nos salários de toda a gente,
  • 7:40 - 7:42
    na área metropolitana, atinge
    quase um milhão de dólares.
  • 7:42 - 7:45
    Isso é mais do que os benefícios diretos
  • 7:45 - 7:48
    da pessoa que decidiu frequentar
    o ensino superior.
  • 7:48 - 7:49
    Então, o que é que se passa aqui?
  • 7:49 - 7:53
    O que é que explica este enorme
    efeito colateral do nível de estudos?
  • 7:53 - 7:54
    Pensemos nisso deste modo:
  • 7:54 - 7:58
    eu posso ser a pessoa
    mais competente do mundo,
  • 7:58 - 8:01
    mas se todos os outros na minha empresa
    não tiverem competências
  • 8:01 - 8:04
    o meu patrão terá mais dificuldade
  • 8:04 - 8:08
    em introduzir novas tecnologias,
    novas técnicas de produção.
  • 8:09 - 8:12
    Em resultado disso, o meu patrão
    será menos produtivo.
  • 8:12 - 8:15
    Não vai poder pagar-me bons salários.
  • 8:16 - 8:19
    Mesmo que todos na minha empresa
    sejam muito competentes,
  • 8:19 - 8:23
    se os trabalhadores dos fornecedores
    da minha empresa
  • 8:23 - 8:25
    não forem competentes,
  • 8:25 - 8:27
    a minha empresa será menos competitiva
  • 8:27 - 8:30
    no mercado nacional e internacional.
  • 8:30 - 8:33
    Mais uma vez, uma empresa
    menos competitiva
  • 8:33 - 8:36
    não poderá pagar bons salários.
  • 8:36 - 8:39
    Acontece que as empresas,
    em especial as de alta tecnologia,
  • 8:39 - 8:43
    estão constantemente a roubar ideias
    e trabalhadores às outras empresas.
  • 8:43 - 8:46
    Portanto, a produtividade das empresas
    em Silicon Valley,
  • 8:46 - 8:50
    tem muito a ver com as competências
    dos seus trabalhadores
  • 8:50 - 8:54
    mas também dos trabalhadores de todas
    as outras empresas da área metropolitana.
  • 8:54 - 8:58
    Em resultado disso, se investirmos
    nos filhos de outras pessoas
  • 8:58 - 9:02
    através do pré-escolar e de programas
    de educação infantil, de alta qualidade,
  • 9:02 - 9:04
    não só estamos a ajudar essas crianças,
  • 9:04 - 9:07
    mas estaremos a ajudar toda a gente
    na área metropolitana
  • 9:07 - 9:10
    a ganhar melhores salários
    e faremos com que
  • 9:10 - 9:13
    as oportunidades de emprego
    na região metropolitana possam crescer.
  • 9:13 - 9:15
    Outra objeção usada às vezes
  • 9:15 - 9:18
    é que investir em programas
    para a primeira infância
  • 9:18 - 9:21
    envolve a preocupação
    de as pessoas se mudarem.
  • 9:22 - 9:26
    Ohio pode estar a pensar em investir
  • 9:26 - 9:28
    em mais educação pré-escolar
  • 9:28 - 9:32
    para as crianças de Columbus, Ohio,
  • 9:32 - 9:34
    mas receia que essas crianças,
  • 9:34 - 9:36
    por qualquer estranha razão,
  • 9:36 - 9:39
    decidam ir viver para Ann Arbor, Michigan.
  • 9:39 - 9:42
    E Michigan talvez esteja a pensar
  • 9:42 - 9:44
    em investir na educação pré-escolar
    em Ann Arbor, Michigan,
  • 9:44 - 9:48
    mas receia que essas crianças
    possam ir viver para Ohio.
  • 9:48 - 9:51
    Por isso, ninguém investe muito
    porque todos se vão mudar.
  • 9:51 - 9:54
    Na realidade, se olharmos para os dados,
  • 9:54 - 9:59
    os americanos não mudam tanto
    quanto as pessoas por vezes julgam.
  • 9:59 - 10:04
    Os dados indicam
    que mais de 60% dos norte-americanos
  • 10:04 - 10:06
    passam a maior parte da sua carreira
  • 10:06 - 10:10
    no estado em que nasceram, mais de 60%!
  • 10:10 - 10:15
    Esta percentagem não varia muito
    de estado para estado,
  • 10:15 - 10:17
    não varia muito com a economia do estado,
  • 10:17 - 10:19
    se está em depressão ou em expansão.
  • 10:19 - 10:22
    Não varia muito ao longo do tempo.
  • 10:22 - 10:27
    A realidade é que,
    se investirmos nas crianças,
  • 10:27 - 10:29
    elas vão permanecer.
  • 10:30 - 10:33
    Ou, pelo menos,
    vão ficar pessoas suficientes
  • 10:33 - 10:36
    para compensar a economia do estado.
  • 10:36 - 10:40
    Resumindo, há muitas pesquisas que mostram
  • 10:40 - 10:43
    que os programas de educação infantil
    de alta qualidade
  • 10:43 - 10:46
    contribuem para adultos mais competentes.
  • 10:46 - 10:48
    Há bastantes evidências nas pesquisas
  • 10:48 - 10:51
    que mostram que essas pessoas
    vão permanecer na economia do estado
  • 10:51 - 10:55
    e há bastante evidências
    de que ter mais trabalhadores
  • 10:55 - 10:57
    mais competentes na nossa economia local
  • 10:57 - 11:01
    contribui para salários mais altos
    e crescimento de postos de trabalho.
  • 11:01 - 11:04
    Se calcularmos os números por cada dólar,
  • 11:04 - 11:06
    ganhamos um retorno de cerca de 3 dólares
  • 11:06 - 11:09
    em benefícios para a economia do estado.
  • 11:09 - 11:12
    Na minha opinião, os resultados
    das pesquisas são convincentes
  • 11:12 - 11:15
    e a sua lógica é convincente.
  • 11:15 - 11:19
    Quais são as barreiras
    para pôr isso em prática?
  • 11:19 - 11:22
    Uma barreira óbvia é o custo.
  • 11:22 - 11:26
    Se olharmos para o que custaria
  • 11:26 - 11:29
    se cada governo estatal investisse
  • 11:29 - 11:33
    no pré-escolar universal a partir
    dos 4 anos, com carga horária integral,
  • 11:33 - 11:37
    o custo anual nacional seria
  • 11:37 - 11:39
    de cerca de 30 mil milhões de dólares.
  • 11:39 - 11:42
    Trinta mil milhões de dólares
    é muito dinheiro.
  • 11:42 - 11:45
    Por outro lado, se pensarmos
  • 11:45 - 11:49
    que a população dos Estados Unidos
    tem mais de 300 milhões,
  • 11:49 - 11:52
    estamos a falar de uma quantia em dinheiro
  • 11:52 - 11:54
    que atinge 100 dólares "per capita".
  • 11:55 - 11:58
    Cerca de 100 dólares
    "per capita", por pessoa,
  • 11:58 - 12:01
    é uma coisa que qualquer
    governo estatal pode pagar.
  • 12:02 - 12:05
    É uma simples questão de vontade política.
  • 12:06 - 12:10
    E, claro, como eu já disse,
    este custo tem benefícios correspondentes.
  • 12:10 - 12:13
    Já referi um fator multiplicador
    de cerca de 3,
  • 12:13 - 12:15
    Para a economia do estado, são 2,78,
  • 12:15 - 12:18
    em termos de mais de 80 mil milhões
    de receitas extra.
  • 12:18 - 12:21
    Se queremos traduzir esses
    milhares de milhões de dólares
  • 12:21 - 12:23
    numa coisa que pode ser significativa,
  • 12:23 - 12:26
    estamos a falar de que,
    para a criança média de baixos rendimentos
  • 12:26 - 12:30
    isso aumentaria as receitas
    em cerca de 10%
  • 12:30 - 12:33
    durante a sua carreira,
    só por terem feito o pré-escolar.
  • 12:33 - 12:35
    Isto sem melhorar o secundário
    ou qualquer outra coisa,
  • 12:35 - 12:37
    sem alterar o custos da escolaridade
  • 12:37 - 12:40
    só por melhorar diretamente
    a educação pré-escolar.
  • 12:40 - 12:44
    E nós teríamos mais 5% de receitas
    para as crianças da classe média.
  • 12:44 - 12:49
    Portanto, é um investimento
    que compensa em termos muito concretos
  • 12:49 - 12:53
    para uma ampla faixa de grupos
    na população do estado
  • 12:53 - 12:58
    e que produz muitos
    e tangíveis benefícios.
  • 12:58 - 13:00
    Esta é apenas uma das barreiras.
  • 13:00 - 13:05
    Eu creio que a maior barreira
    é a natureza de longo-prazo dos benefícios
  • 13:05 - 13:08
    dos programas de educação infantil.
  • 13:08 - 13:11
    O meu argumento é que estamos a aumentar
  • 13:11 - 13:13
    a qualidade da força de trabalho local,
  • 13:13 - 13:16
    e portanto a aumentar
    o desenvolvimento económico.
  • 13:16 - 13:19
    Obviamente, se tivermos
    um pré-escolar para crianças de 4 anos
  • 13:19 - 13:21
    não vamos enviar essas crianças aos 5 anos
  • 13:21 - 13:23
    para trabalhar em negócios escravizantes.
  • 13:23 - 13:25
    Pelo menos eu espero que não.
  • 13:25 - 13:28
    Portanto, estamos a falar
    de um investimento
  • 13:28 - 13:31
    cujo impacto na economia do estado,
  • 13:31 - 13:34
    só será visível daqui a 15 ou 20 anos.
  • 13:35 - 13:40
    A América é conhecida por ser
    uma sociedade que pensa a curto prazo.
  • 13:40 - 13:42
    Uma resposta que podemos dar
  • 13:42 - 13:44
    — e eu tenho usado nas palestras —
  • 13:44 - 13:47
    é que as pessoas falam dos benefícios
    desses programas
  • 13:47 - 13:50
    para a redução da educação corretiva
    e da educação especial,
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    os pais estão interessados no pré-escolar
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    talvez tenhamos alguns efeitos de migração
  • 13:55 - 13:57
    de pais que procuram
    um bom ensino pré-escolar,
  • 13:57 - 13:59
    e eu penso que tudo isso é verdade.
  • 13:59 - 14:02
    Mas, de certa forma,
    estamos a fugir da questão.
  • 14:02 - 14:03
    Afinal, é uma coisa
  • 14:03 - 14:07
    em que estamos
    a investir hoje para o futuro.
  • 14:07 - 14:11
    E assim, o que vos quero deixar hoje,
  • 14:11 - 14:14
    é o que eu acho ser a pergunta definitiva,
  • 14:14 - 14:19
    quero dizer, eu sou um economista,
    mas isto não é uma pergunta de economia
  • 14:19 - 14:22
    é uma pergunta de natureza moral:
  • 14:23 - 14:26
    Estamos dispostos,
    enquanto norte-americanos,
  • 14:26 - 14:30
    enquanto sociedade, ainda somos capazes
  • 14:30 - 14:34
    de fazer a escolha política
    de nos sacrificarmos agora
  • 14:34 - 14:37
    e pagarmos mais impostos,
  • 14:37 - 14:42
    para que possamos melhorar
    o futuro a longo prazo
  • 14:42 - 14:46
    não só para os nossos filhos,
    mas para toda a comunidade?
  • 14:46 - 14:50
    Ainda somos capazes
    de fazer isso enquanto país?
  • 14:50 - 14:53
    Isto é uma coisa que
    todos os cidadãos e eleitores
  • 14:53 - 14:55
    devem perguntar a si mesmos.
  • 14:55 - 14:58
    Isso é uma coisa em que
    ainda nos sentimos implicados?
  • 14:58 - 15:01
    Ainda acreditamos
    na noção de investimento?
  • 15:01 - 15:02
    Esta é a noção do investimento:
  • 15:02 - 15:05
    sacrificamo-nos agora
    para ter um retorno mais tarde.
  • 15:05 - 15:08
    Eu acredito que as pesquisas
    que demostram
  • 15:08 - 15:11
    os benefícios dos programas
    de educação infantil
  • 15:11 - 15:15
    para a economia local
    são extremamente fortes.
  • 15:15 - 15:19
    Entretanto, as escolhas políticas e morais
  • 15:19 - 15:24
    pertencem a cada um de nós,
    enquanto cidadãos e enquanto eleitores.
  • 15:24 - 15:26
    Muito obrigado.
  • 15:26 - 15:28
    (Aplausos)
Title:
O caso económico para o ensino pré-escolar
Speaker:
Timothy Bartik
Description:

Nesta palestra bem fundamentada, Timothy Bartik apresenta o caso macroeconómico para a educação pré-escolar — e explica por que razão nos devemos sentir felizes em investir nisso, mesmo que não tenhamos filhos nessa idade (ou nenhum filho). Os benefícios económicos de crianças com uma boa educação vão muito além do altruísmo.
(Filmado em TEDxMiamiUniversity).

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:45
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The economic case for preschool
Isabel Vaz Belchior approved Portuguese subtitles for The economic case for preschool
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The economic case for preschool
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The economic case for preschool
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The economic case for preschool
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The economic case for preschool
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Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for The economic case for preschool
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