Return to Video

A explosão em Beirute: Como identificar um vídeo manipulado.

  • 0:01 - 0:05
    Em 4 de agosto, houve uma enorme
    explosão no porto de Beirute, Líbano.
  • 0:05 - 0:07
    (Explosões)
  • 0:07 - 0:10
    Celurares captaram a explosão
    de quase todos os ângulos.
  • 0:10 - 0:15
    Vídeos espalharam-se através das mídias
    e plataformas de mensagens imediatamente.
  • 0:15 - 0:17
    Alguns eram reais,
    outros eram manipulados.
  • 0:18 - 0:22
    Alguns pareciam mostrar um ataque
    de míssil logo antes da explosão.
  • 0:22 - 0:26
    (Explosões)
  • 0:26 - 0:27
    Esses vídeos foram adulterados.
  • 0:28 - 0:30
    Quando a repórter
    investigativa Emmanuelle Saliba
  • 0:30 - 0:32
    recebeu um dos vídeos
    de uma fonte em Beirute
  • 0:32 - 0:35
    ela sabia que tinha
    que fazer algo a respeito.
  • 0:35 - 0:36
    Sou repórter investigativa.
  • 0:36 - 0:40
    Minha função é tentar descobrir
    o que causou a explosão neste caso.
  • 0:40 - 0:45
    Eu entrei em contato com o proprietário
    de um comércio no porto de Beirute.
  • 0:45 - 0:47
    Sua família trabalha na região há 40 anos.
  • 0:47 - 0:51
    Durante nossa conversa, ele disse:
    "Deixe eu te mandar um vídeo.
  • 0:51 - 0:53
    Eu acho que um míssil causou a explosão."
  • 0:53 - 0:55
    Eu já estava muito desconfiada
  • 0:55 - 1:00
    porque eu já havia visto alguns vídeos
    razoavelmente fáceis de desmascarar.
  • 1:00 - 1:05
    O que vemos aqui é o primeiro vídeo
    que saiu e que foi manipulado.
  • 1:06 - 1:09
    O interessante neste caso é
    que se trata de um vídeo original
  • 1:09 - 1:10
    que serve como prova.
  • 1:10 - 1:12
    De fato, vemos a cena,
  • 1:12 - 1:15
    mas essa pessoa adicionou
    o míssil ao vídeo.
  • 1:15 - 1:19
    Vou mostrar o vídeo original:
    é este vídeo aqui.
  • 1:19 - 1:23
    (Carro buzinando)
  • 1:23 - 1:27
    (Explosões)
  • 1:27 - 1:32
    O legal é que, agora, na internet,
    assim que é publicado um vídeo adulterado,
  • 1:32 - 1:35
    é que tao logo um vídeo manipulado sai,
  • 1:35 - 1:37
    há tantos jornalistas treinados nisso,
  • 1:37 - 1:41
    que um vídeo como esse é
    rapidamente desmascarado.
  • 1:41 - 1:46
    Então, um colega da BBC cujo foco é
    a desinformação, o desmascarou.
  • 1:46 - 1:50
    Mesmo trabalhando em lugares diferentes,
  • 1:50 - 1:53
    nós, jornalistas investigativos,
    nos ajudamos mutuamente.
  • 1:53 - 1:56
    Eu pensava nisso
    enquanto falava com a minha fonte:
  • 1:56 - 1:59
    "sabe, nós já desmascaramos um vídeo.
  • 1:59 - 2:02
    Estou muito desconfiada desse aí."
    "Mande-o para mim."
  • 2:02 - 2:05
    Ele me mandou pelo WhatsApp e disse
    que o obteve de amigos e familiares.
  • 2:05 - 2:09
    Você sabe, imagine seu negócio sendo
    destruido, eles queriam respostas.
  • 2:09 - 2:11
    Queriam saber o que causou a explosão.
  • 2:11 - 2:14
    Eu assisti ao vídeo.
    Era um vídeo infravermelho.
  • 2:14 - 2:18
    Vou mostrar uma versão
    que ainda está no Twitter.
  • 2:18 - 2:21
    Eu vou reproduzi-lo
    para você poder ver.
  • 2:26 - 2:28
    (Explosões)
  • 2:31 - 2:34
    Dá para perceber que são dois vídeos
    que foram editados um sobre outro
  • 2:34 - 2:38
    para fazer parecer que
    são parte de uma única tomada.
  • 2:38 - 2:43
    Mas pode-se perceber que foram
    filmados de ângulos diferentes.
  • 2:43 - 2:46
    Também existe uma camada
    de imagem térmica que é um pouco estranha,
  • 2:46 - 2:50
    pois a câmera de vídeo caiu no chão.
  • 2:50 - 2:53
    Consegue-se ver que foi filmado
    por um ser humano.
  • 2:53 - 2:57
    Quantas pessoas possuem
    uma câmera térmica?
  • 2:57 - 2:59
    Isso é um equipamento profissional.
  • 2:59 - 3:00
    Certo. O vídeo é duvidoso.
  • 3:00 - 3:04
    Nenhuma filmagem de segurança poderia
    ter sido publicada tão rapidamente
  • 3:04 - 3:05
    devido ao poder da explosão.
  • 3:05 - 3:07
    E logo você começa a juntar as peças.
  • 3:07 - 3:10
    Eu reconheci essa primeira tomada
  • 3:10 - 3:15
    e eu sabia que ela foi filmada
    por um editor de mídia social
  • 3:15 - 3:17
    que trabalha para a CNN.
  • 3:17 - 3:19
    E aqui está o vídeo original.
  • 3:19 - 3:21
    Você vê, ele não tem aquele filtro.
  • 3:22 - 3:23
    E quando você o reproduz,
  • 3:23 - 3:27
    (Explosões)
  • 3:27 - 3:31
    consegue-se ver que não há um míssil
    que vem do céu e colide.
  • 3:31 - 3:32
    Portando isso foi adicionado.
  • 3:32 - 3:34
    Eu falei para ele e ele disse:
  • 3:34 - 3:36
    "Sim, meu vídeo foi tomado, manipilado.
  • 3:36 - 3:41
    E continuo recebendo e-mails
    sobre o suposto míssil em meu vídeo."
  • 3:41 - 3:43
    Pode-se ver que o míssil não está lá.
  • 3:43 - 3:48
    E logo depois, o Twitter
    de fato divulgou um evento
  • 3:48 - 3:51
    mostrando que verificadores concluíram
  • 3:51 - 3:55
    que o vídeo da explosão em Beirute foi
    adulterado e incluía um míssil falso.
  • 3:55 - 4:00
    Eles destacaram meu tweet
    com as mensagens sobre este tema.
  • 4:00 - 4:03
    Eles também destacaram
    alguns outros repórteres
  • 4:03 - 4:08
    que também tinham feito
    um trabalho semelhante de desmontagem.
  • 4:08 - 4:13
    Então é importante sermos
    realmente rápidos em rejeitá-los
  • 4:13 - 4:15
    e bem rapidos em desmascará-los,
  • 4:15 - 4:18
    e mostrar para as pessoas
    como fazemos isso, certo?
  • 4:18 - 4:19
    É fácil dizer que isso não é real,
  • 4:19 - 4:23
    mas é preciso que as pessoas entendam
    por que e como isso não é real.
  • 4:23 - 4:27
    Eu respondi a mensagem dele,
    expliquei o que fiz, e disse:
  • 4:27 - 4:29
    "Aqui está como eu sei que não é real."
  • 4:29 - 4:33
    E ele: "Certo. É bom saber disso.
    Contarei aos meus amigos e familiares."
  • 4:33 - 4:37
    Eu acho útil criar uma lista
  • 4:37 - 4:40
    com vários jornalistas,
  • 4:40 - 4:44
    para acompanhar suas atividades
    durante notícias de última hora.
  • 4:44 - 4:48
    Organize sua lista
    de especialistas confiáveis
  • 4:48 - 4:51
    e assim talvez perceba
    que o que deseja compartilhar
  • 4:51 - 4:53
    é algo que não deveria ser divuldado.
  • 4:53 - 4:55
    Exatamente.
  • 4:55 - 4:58
    A explosão de 4 de agosto
    em Beirute foi devastadora.
  • 4:58 - 5:00
    Vidas foram perdidas.
    Milhares foram feridos.
  • 5:00 - 5:02
    Houve bilhões de dólares
    em danos materiais.
  • 5:02 - 5:06
    Todos nós queremos
    saber como isso aconteceu.
  • 5:06 - 5:08
    Recebemos explicações imediatamente.
  • 5:08 - 5:11
    Mas notícias confiáveis tomam tempo.
  • 5:11 - 5:15
    Então o que fazer quando
    informações viajam mais rápido que fatos?
  • 5:15 - 5:17
    Convém elaborar uma lista
    como a que Emmanuelle recomenda.
  • 5:17 - 5:20
    Encontre jornalistas
    em quem confia e os siga.
  • 5:20 - 5:22
    Quando surgirem notícias importantes,
  • 5:22 - 5:26
    e certamente elas virão,
    como tantas que tivemos em 2020,
  • 5:26 - 5:29
    você saberá a quem recorrer.
  • 5:29 - 5:31
    Até a próxima.
    Não espalhe notícias falsas.
  • 5:31 - 5:34
    Eu sou Hari Sreenivasan
    e esse é Take on Fake.
  • 5:36 - 5:38
    Obrigado por assistir.
  • 5:38 - 5:40
    Para mais investigações
    aprofundadas como essa,
  • 5:40 - 5:43
    siga Emmanuelle Saliba no Twitter.
    Veja o link na descrição.
  • 5:43 - 5:47
    Deixe sua opinião nos comentários
    e não esqueça de se inscrever,
  • 5:47 - 5:50
    para saber quando será
    o próximo episódio do Take On Fake.
Title:
A explosão em Beirute: Como identificar um vídeo manipulado.
Description:

Em 4 de agosto, uma enorme explosão abalou Beirute, a capital do Líbano. Vídeos do incidente tenebroso imediatamente inundaram as redes sociais; alguns desses vídeos eram reais, outros eram manipulados. A repórter investigativa da NBC News Emmanuelle Saliba ensina como identificar vídeos manipulados, cruzando informações com fontes confiáveis.

Emmanuelle Saliba: https://twitter.com/_esaliba

Não esqueça de dar um "like" e se inscrever em: https://bit.ly/3dziPoH

Take on Fake desmascara afirmações vistas ou compartilhadas para mostrar como ficar informado. Hari Sreenivasan percorre o labirinto da desinformação, lendo além de uma única manchete, para encontrar fontes confiáveis e descobrir a verdade.

#TakeOnFake

more » « less
Video Language:
English
Team:
Amplifying Voices
Project:
Misinformation and Disinformation
Duration:
05:50

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions Compare revisions