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Sebastian Deterding: O que seus designs dizem sobre você

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    Hoje estamos falando sobre persuasão moral.
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    O que é moral e imoral
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    ao tentarmos alterar os comportamentos das pessoas
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    usando tecnologia e design?
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    Não sei o que vocês esperam,
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    mas, enquanto pensava nesse assunto,
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    logo percebi que
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    o que não sou capaz de dar a vocês são respostas.
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    Não sou capaz de lhes dizer o que é moral ou imoral
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    porque estamos vivendo em uma sociedade pluralista.
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    Meus valores podem ser radicalmente diferentes
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    dos seus.
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    O que significa que o que considero moral ou imoral, baseado neles,
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    pode não ser necessariamente aquilo que vocês consideram moral ou imoral.
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    Mas também percebi que há uma coisa que eu poderia dar a vocês.
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    E isso é o que esse sujeito atrás de mim deu para o mundo --
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    Sócrates.
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    São perguntas.
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    O que posso fazer e o que gostaria de fazer
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    é dar-lhes, como a pergunta inicial,
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    um conjunto de questionamentos
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    para que descubram por si mesmos,
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    camada por camada,
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    como ao descascarem uma cebola,
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    até chegar à essência daquilo que vocês acreditam
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    seja persuasão moral ou imoral.
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    E gostaria de fazer isso com alguns exemplos
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    de tecnologias nas quais usaram elementos lúdicos
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    para levar as pessoas a fazer determinadas coisas.
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    Portanto, a primeira pergunta muito simples, muito óbvia
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    que gostaria de lhes fazer:
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    quais são suas intenções quando estão projetando algo?
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    E, obviamente, intenções não são a única coisa,
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    então, aqui está um outro exemplo para um desses aplicativos.
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    Existem alguns tipos de eco-painéis agora --
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    dessa forma, os painéis dos carros
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    tentam motivá-lo a dirigir usando o combustível com maior eficiência.
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    Este aqui é o 'My Leaf', da Nissan,
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    no qual seu comportamento ao dirigir é comparado
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    ao comportamento de outras pessoas,
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    de modo que você possa competir com quem dirige
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    usando combustível com maior eficiência.
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    E ocorre que essas coisas são muito eficientes,
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    tão eficientes que motivam as pessoas
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    a adotar comportamentos perigosos ao volante --
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    como não parar no sinal vermelho.
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    Porque dessa forma você tem que parar e reiniciar o motor
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    e isso consumiria mais combustível, não é?
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    Assim, ainda que este seja um aplicativo muito bem intencionado,
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    obviamente havia um efeito colateral.
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    E aqui está um outro exemplo para esses efeitos colaterais.
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    'Commendable':
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    um 'site' que permite aos pais dar pequenos distintivos às crianças
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    por fazerem coisas que os pais querem que elas façam --
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    como amarrar os sapatos.
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    E, de imediato, isso parece muito legal,
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    muito benéfico, bem intencionado.
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    Mas, acontece que, se você analisar pesquisas sobre as atitudes das pessoas,
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    esse preocupar-se com resultados,
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    preocupar-se com reconhecimento público,
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    preocupar-se com esses tipos de símbolos de reconhecimento público
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    não é necessariamente muito útil
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    para o seu bem-estar psicológico de longo prazo.
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    É melhor quando você se preocupa em aprender algo.
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    É melhor quando você se preocupa consigo mesmo
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    do que como você se apresenta diante de outras pessoas.
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    Assim, esse tipo de ferramenta motivacional que é usada
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    realmente em si mesma
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    tem um efeito colateral de longo prazo
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    toda vez que usamos uma tecnologia
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    que emprega algo como reconhecimento público ou status,
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    estamos, na verdade, reforçando isso positivamente
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    como uma coisa boa e normal com a qual se preocupar --
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    tendo, dessa forma, possivelmente um efeito negativo
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    no bem-estar psicológico de nós mesmos como cultura.
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    Então, esta é a segunda pergunta, muito óbvia:
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    quais são os efeitos daquilo que você está fazendo?
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    Os resultados que você obtém com o dispositivo,
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    como menos combustível,
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    e também os resultados das ferramentas reais que está usando
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    para levar pessoas a fazer coisas --
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    reconhecimento público.
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    E isso é tudo -- intenção, resultado?
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    Bem, há algumas tecnologias
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    que evidentemente combinam ambos.
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    Resultados de longo prazo e resultados de curto prazo
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    e uma intenção positiva, como o 'Freedom', de Fred Stutzman,
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    no qual o propósito do aplicativo
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    é, bem, normalmente somos tão bombardeados
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    com chamadas e pedidos de outras pessoas,
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    com esse dispositivo você pode desligar a conexão com a Internet
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    do PC de sua escolha por um espaço de tempo predeterminado
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    para conseguir realmente executar algum trabalho.
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    E acho que a maioria de nós concordará,
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    bem, isso é algo bem intencionado
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    e também tem boas consequências.
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    Nas palavras de Michel Foucault,
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    "É uma tecnologia do eu."
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    É uma tecnologia que habilita o indivíduo
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    a determinar seu próprio curso de vida,
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    a modelar-se.
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    Mas o problema é,
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    como Foucault aponta,
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    que toda tecnologia do eu
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    tem uma tecnologia de dominação como seu reverso.
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    Como você pode ver nas modernas democracias liberais de hoje,
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    a sociedade, o estado,
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    não só nos permite determinar nosso eu, modelar nosso eu
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    mas também exige isso de nós.
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    Exige que otimizemos a nós mesmos,
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    que nos controlemos,
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    que nos auto-administremos continuamente
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    porque essa é a única forma
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    na qual tal sociedade liberal funciona.
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    Essas tecnologias querem que fiquemos no jogo
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    que a sociedade desenvolveu para nós.
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    Querem que nos ajustemos cada vez mais.
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    Querem-nos otimizados para que nos encaixemos.
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    Bem, não digo que isso é necessariamente uma coisa ruim.
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    Apenas penso que este exemplo
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    nos leva a uma compreensão geral,
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    e não importa para qual tecnologia ou design você olha,
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    mesmo algo que consideramos bem intencionado e bom em seus efeitos --
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    como o 'Freedom' de Stutzman --
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    vem com certos valores embutidos.
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    E podemos questionar esses valores.
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    Podemos indagar: é uma coisa boa
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    que todos nós continuamente nos otimizemos
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    para nos encaixar melhor nessa sociedade?
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    Ou, para dar-lhes um outro exemplo,
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    que tal um pouco de tecnologia persuasiva
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    que convence mulheres muçulmanas a usar lenços na cabeça?
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    Essa é uma tecnologia boa ou ruim
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    em suas intenções ou efeitos?
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    Bem, isso depende basicamente
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    do tipo de valores que você traz com você
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    para fazer esses tipos de julgamentos.
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    Portanto, essa é uma terceira pergunta:
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    que valores você usa para julgar?
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    E, falando de valores,
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    percebi que na discussão 'online' sobre persuasão moral,
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    e quando estou conversando com as pessoas,
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    muito frequentemente há uma estranha tendenciosidade.
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    E essa tendenciosidade é que estamos perguntando:
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    isso ou aquilo "ainda" é ético?
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    Isso "ainda" é permitido?
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    Estamos perguntando coisas assim.
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    Este formulário de doação da Oxfam --
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    no qual a doação mensal regular é o padrão predeterminado
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    e as pessoas, talvez sem ter essa intenção,
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    são, desta maneira, encorajadas ou impelidas
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    a fazer uma doação regular ao invés de uma única doação --
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    isso ainda é admissível?
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    Isso ainda é ético?
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    Estamos pescando no raso.
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    Mas, de fato, esta questão
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    "Ainda é ético?"
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    é apenas uma forma de olhar para a ética.
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    Porque se você olha para o início da ética
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    na cultura ocidental,
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    você vê uma ideia muito diferente
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    do que a ética também poderia ser.
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    Para Aristóteles, a ética não era sobre a questão:
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    isso ainda é bom ou ruim?
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    A ética era sobre a questão de como viver bem a vida.
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    E ele colocou isso na palavra "arete",
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    que nós, a partir do Latim, traduzimos como "virtude".
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    Mas, na verdade, ela significa excelência.
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    Significa viver de acordo com todo o seu potencial
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    como um ser humano.
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    E essa é uma ideia,
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    acho eu, que Paul Richard Buchanan bem colocou em um ensaio recente
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    quando disse: "Produtos são argumentos vívidos
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    sobre como deveríamos viver nossas vidas."
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    Nossos designs não são éticos ou não éticos
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    no sentido de que estão usando meios éticos ou não éticos de nos persuadir.
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    Eles têm um componente moral
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    apenas no tipo de visão e aspiração da vida boa
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    que eles nos apresentam.
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    E se você analisa o ambiente projetado ao nosso redor
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    com esse tipo de lentes,
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    perguntando "Qual é a visão de vida boa
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    que nossos produtos, nosso design, nos apresentam?",
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    então você tem calafrios frequentes,
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    em razão de como esperamos tão pouco um do outro,
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    de como na verdade parecemos esperar tão pouco
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    de nossa vida e de como seria uma vida boa.
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    Portanto, esta é a quarta questão que gostaria de deixar com vocês:
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    que visão de vida boa
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    seus designs transmitem?
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    E falando de design,
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    vocês notaram que eu já ampliei a discussão.
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    Porque não é apenas de tecnologia persuasiva que estamos falando aqui,
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    é de qualquer peça de design que lançamos aqui no mundo.
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    Não sei se conhecem
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    o grande pesquisador de comunicação, Paul Watzlawick,
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    que, lá pelos anos 60, argumentou
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    que não conseguimos não comunicar.
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    Mesmo se escolhêssemos ficar em silêncio,
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    nós escolhemos ficar em silêncio. Estamos comunicando algo ao escolher ficar em silêncio.
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    E, da mesma forma que não conseguimos não comunicar,
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    não conseguimos não persuadir.
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    O que quer que façamos ou evitemos fazer,
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    o que quer que lancemos como uma peça de design
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    no mundo
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    tem um componente persuasivo.
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    Ele tenta afetar as pessoas.
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    Ele coloca uma certa visão de vida boa
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    lá, diante de nós.
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    Que é aquilo que Peter-Paul Verbeek,
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    o filósofo holandês da tecnologia, diz.
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    Não importa se nós, como designers, tivemos a intenção ou não,
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    nós materializamos a moralidade.
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    Nós tornamos certas coisas mais difíceis ou mais fáceis de fazer.
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    Nós organizamos a existência das pessoas.
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    Nós colocamos uma determinada visão do que é bom ou ruim,
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    normal ou comum diante das pessoas
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    em tudo aquilo que lançamos lá no mundo.
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    Até mesmo algo tão inofensivo como um conjunto de cadeiras escolares
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    é uma tecnologia persuasiva.
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    Porque apresenta e materializa
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    uma determinada visão de vida boa --
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    a vida boa na qual ensinar, aprender e ouvir
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    é sobre uma pessoa ensinando, as outras ouvindo,
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    na qual o ato de aprender se faz sentado,
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    na qual você aprende para você mesmo,
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    na qual não é para você mudar essas regras
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    porque as cadeiras estão fixadas no chão.
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    E até mesmo algo tão inofensivo como o design de uma única cadeira --
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    como esta de Arne Jacobsen --
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    é uma tecnologia persuasiva.
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    Porque, novamente, comunica uma ideia de vida boa.
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    Uma vida boa --
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    uma vida com a qual você, como designer, consente
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    ao dizer: "Numa vida boa,
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    os bens são produzidos como sustentáveis ou não sustentáveis, como esta cadeira.
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    Os trabalhadores são tratados, tão bem ou tão mal,
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    como foram tratados os trabalhadores que construíram essa cadeira."
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    A vida boa é uma vida na qual o design é importante
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    porque alguém, obviamente, despendeu tempo e dinheiro
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    para aquele tipo de cadeira bem desenhada,
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    na qual a tradição é importante
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    porque esta é uma clássica tradicional
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    e alguém se importou com isso,
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    e na qual há algo como consumo evidente,
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    na qual é normal e comum
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    gastar uma enorme quantia de dinheiro numa cadeira assim
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    para demonstrar a outras pessoas qual é seu status social.
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    Assim, estes são os tipos de camadas, os tipos de questionamentos
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    através dos quais eu queria conduzi-los hoje --
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    a questão de: Quais são as intenções
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    que você propõe quando desenha algo?
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    Quais são os efeitos, intencionais ou não intencionais, que você está obtendo?
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    Quais são os valores que você está usando
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    para julgá-los?
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    Quais são as virtudes, as aspirações
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    que você realmente está expressando nisso?
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    E como isso se aplica,
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    não apenas à tecnologia persuasiva,
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    mas a tudo que você projeta?
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    Paramos aíi?
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    Acho que não.
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    Penso que todas essas coisas são finalmente informadas
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    pela essência de tudo isso --
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    e isso nada mais é do que a própria vida.
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    Por que, quando a questão de o que é a vida boa
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    impregna tudo que projetamos,
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    deveríamos parar com a projeção e não perguntar a nós mesmos,
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    como isso se aplica a nossa própria vida?
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    "Por que a lâmpada ou a casa deveriam ser um objeto de arte
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    mas não nossa vida?",
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    como coloca MIchel Foucault.
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    Apenas para dar-lhes um exemplo prático de Buster Benson.
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    Este é Buster instalando um aparelho para flexões
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    no escritório de sua nova empresa Habit Labs,
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    onde eles estão tentando projetar outros aplicativos
  • 11:16 - 11:18
    como 'Health Month' para as pessoas.
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    E por que ele está fazendo uma coisa dessas?
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    Bem, aqui está o conjunto de proposições
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    que a Habit Labs, a empresa de Buster, elaborou para eles mesmos
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    de como queriam trabalhar juntos, como uma equipe,
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    enquanto estão projetando esses aplicativos --
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    um conjunto de princípios morais que eles mesmos definiram
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    para trabalhar juntos --
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    e um deles é:
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    "Nós cuidamos de nossa própria saúde e administramos nossos exercícios físicos."
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    Porque, em última análise, como podem perguntar a si mesmos
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    e como podem encontrar uma resposta
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    sobre qual visão de vida boa
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    querem transmitir e criar com seus designs
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    sem fazer o questionamento
  • 11:51 - 11:53
    de qual visão de vida boa
  • 11:53 - 11:55
    vocês mesmos querem viver?
  • 11:55 - 12:00
    E com isto, agradeço a vocês.
  • 12:00 - 12:03
    (Aplausos)
Title:
Sebastian Deterding: O que seus designs dizem sobre você
Speaker:
Sebastian Deterding
Description:

O que sua cadeira diz sobre o que você valoriza? O designer Sebastian Deterding mostra como nossa visão de moralidade e o conceito de vida boa estão refletidos no design de objetos ao nosso redor.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:23

Portuguese, Brazilian subtitles

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