Como os médicos podem ajudar a consertar o corrupto sistema da migração dos EUA
-
0:01 - 0:05Há uns anos, um jovem foi à minha clínica.
-
0:06 - 0:08Disse-me que tinha fugido
para salvar a vida. -
0:09 - 0:12Disse que fugira da sua terra,
-
0:12 - 0:14porque lá, a homossexualidade
não só era ilegal, -
0:14 - 0:17mas também, em certos casos,
era punível com a morte. -
0:18 - 0:21Quando a sua orientação sexual
foi divulgada -
0:21 - 0:23a família rejeitara-o,
-
0:23 - 0:25o patrão despediu-o
-
0:25 - 0:28e foi várias vezes atacado na rua
por turbas furiosas. -
0:30 - 0:34Sempre que a polícia aparecia
era para o prender, -
0:34 - 0:36para o deter e torturar ainda mais.
-
0:37 - 0:41Ele sabia que, se não escapasse
àquele ciclo de violência, -
0:41 - 0:43com certeza seria morto.
-
0:43 - 0:46Então, fez o necessário para sobreviver.
-
0:46 - 0:48Ele deixou tudo para trás.
-
0:48 - 0:51Todos os amigos, a família e a carreira.
-
0:52 - 0:53Fugiu de casa,
-
0:53 - 0:56veio para os EUA
-
0:56 - 0:58e pediu aqui asilo político.
-
0:59 - 1:02Como muitas pessoas
que fugiam a estas perseguições, -
1:02 - 1:04não trouxe consigo muita coisa:
-
1:04 - 1:05O documento de identificação,
-
1:05 - 1:08quase nenhum dinheiro
e alguns pertences. -
1:08 - 1:10Obviamente, não tinha
trazido papéis oficiais -
1:10 - 1:12da polícia que o torturara,
-
1:12 - 1:15nem vídeos dos grupos
que tinham tentado matá-lo. -
1:15 - 1:18Não tinha esse tipo de provas
para justificar o seu pedido -
1:20 - 1:23e ali estava ele,
sentado na minha clínica, -
1:23 - 1:27mostrando-me as provas
mais concretas da sua perseguição. -
1:28 - 1:31Eram as feridas físicas e psicológicas
que trouxera consigo. -
1:33 - 1:36Porque estava a sofrer de dores
crónicas e terríveis. -
1:37 - 1:39Tinha cicatrizes feias por todo o corpo
-
1:39 - 1:43e feridas ainda abertas
que estavam sempre a infetar. -
1:44 - 1:46Sofria de depressão profunda
-
1:46 - 1:49e continuava a ter "flashbacks"
e pesadelos recorrentes, -
1:49 - 1:52devidos ao "stress" pós-traumático.
-
1:53 - 1:54Então continuámos a trabalhar.
-
1:54 - 1:57Encontrámo-nos frequentemente
durante meses, -
1:57 - 2:00documentando cada uma
desses indícios médicos. -
2:00 - 2:03Recapitulámos os detalhes
de cada um dos ataques, -
2:03 - 2:04fotografámos as cicatrizes,
-
2:04 - 2:07registámos as lesões e os ferimentos,
-
2:07 - 2:11e conseguimos dar início à descrição
da sua lenta mas gradual recuperação -
2:11 - 2:13enquanto o tratávamos.
-
2:14 - 2:16Trabalhando lado a lado
com os advogados dele, -
2:16 - 2:19apresentei uma declaração
ajuramentada muito minuciosa, -
2:19 - 2:22incluindo as conclusões
da avaliação da perícia médica, -
2:22 - 2:25que passou a fazer parte
do pedido de asilo político. -
2:25 - 2:28Depois, ele esperou durante longos anos
-
2:28 - 2:31um veredito do tribunal.
-
2:31 - 2:33Um dia, recebi um "e-mail" dele,
-
2:35 - 2:38dizendo que, finalmente,
lhe tinham concedido o asilo. -
2:38 - 2:41Todos na clínica ficaram muito felizes.
-
2:41 - 2:45Dizia no "e-mail" que fora
a primeira vez em anos -
2:45 - 2:49que não sentira medo
de ser deportado ou morto. -
2:49 - 2:52Que fora a primeira vez em anos
que se sentira seguro, -
2:52 - 2:55que sentira segurança
para reconstruir a sua vida de novo. -
2:57 - 3:00Fora apenas graças
à defesa legal e médica -
3:00 - 3:03em que o ajudáramos a recuperar
a sua situação legal e os seus direitos, -
3:03 - 3:05que ele conseguira isso,
-
3:05 - 3:07até obter o direito de asilo.
-
3:07 - 3:09Muitos fugitivos de perseguições
-
3:09 - 3:11chegam a estes programas e clínicas
-
3:11 - 3:14contando coisas
inimagináveis de violência -
3:14 - 3:16e diversos motivos
para a sua perseguição. -
3:16 - 3:18Mas há uma coisa que nunca muda.
-
3:19 - 3:21A violência exercida sobre elas
-
3:22 - 3:24era exercida com total impunidade,
-
3:25 - 3:28às vezes pela mão do estado,
diretamente pela polícia, -
3:28 - 3:30ou por oficiais do exército.
-
3:30 - 3:33Noutros casos, o estado
simplesmente faz vista grossa -
3:33 - 3:36e tolera os atos de grupos paramilitares,
-
3:36 - 3:38ou mesmo a violência
de parceiros domésticos. -
3:39 - 3:42Noutros casos, o estado
é completamente impotente -
3:42 - 3:45para proteger os vulneráveis
dos gangues influentes. -
3:46 - 3:49Sabemos que os fatores sociais
da saúde são importantíssimos -
3:49 - 3:52na determinação do bem-estar
dos pacientes: -
3:52 - 3:55casa, rendimentos, ensino, etnia,
-
3:55 - 3:57inclusão social.
-
3:57 - 4:01Mas podemos dizer o mesmo
quanto à igualdade perante a lei -
4:01 - 4:03— o procedimento legal.
-
4:03 - 4:06Especialmente nas sociedades
de população mais vulnerável, -
4:06 - 4:07os marginalizados,
-
4:07 - 4:10mesmo para os mais ativamente visados,
-
4:10 - 4:12o acesso à proteção
desses direitos humanos -
4:12 - 4:15pode ser a diferença
entre a saúde e a doença -
4:16 - 4:19e, muitas vezes, a diferença
entre a vida e a morte. -
4:21 - 4:24Para os milhões de pessoas
que sofrem perseguição e tortura, -
4:25 - 4:27a única forma de se curarem
-
4:27 - 4:31é o reconhecimento dos abusos
dos direitos humanos que ocorreram, -
4:31 - 4:35e ajudá-las a recuperar os direitos
e as proteções violadas. -
4:37 - 4:39Depois das atrocidades
da Segunda Guerra Mundial, -
4:39 - 4:43o sistema de asilo foi montado
como um caminho para a assistência. -
4:43 - 4:47Porém, atualmente, parece que este caminho
passou a ser uma corrida de obstáculos, -
4:47 - 4:49impedindo as pessoas de lá chegar.
-
4:50 - 4:53Muitas vezes, quem quer asilo
não sabe por onde começar, -
4:53 - 4:55e muito menos completar
um processo que pode demorar anos. -
4:55 - 4:59Não têm direito a advogados,
logo não conhecem os seus direitos. -
4:59 - 5:02Cada vez mais, são impedidos
-
5:02 - 5:04de se instalar em refúgios potenciais.
-
5:05 - 5:07São presos ou acusados,
-
5:07 - 5:10são deportados antes
de falarem com um funcionário. -
5:11 - 5:14Mesmo que consigam
concretizar todo o processo, -
5:14 - 5:19as taxas de concessão só chegam a 20%,
e muito mais baixas para alguns. -
5:19 - 5:22É quase como se o sistema
estivesse configurado -
5:22 - 5:25para impedir as pessoas
de exercerem os seus direitos. -
5:27 - 5:30Mas há uma coisa que muitas
dessas pessoas podem fazer -
5:30 - 5:34e que pode aumentar
as suas hipóteses de êxito -
5:34 - 5:36até 90% ou mais.
-
5:36 - 5:38O que é que faz a diferença?
-
5:38 - 5:42Arranjar um advogado
e fazer uma avaliação médica. -
5:43 - 5:44Tão simples como isto.
-
5:45 - 5:47O homem que foi à minha clínica
e ganhou o direito ao asilo. -
5:48 - 5:52Os médicos e advogados que trabalham
juntos, para apresentar provas -
5:52 - 5:53— incluindo provas médicas —
-
5:53 - 5:55nos tribunais,
-
5:55 - 5:58permitem que os juízes tomem decisões
de forma informada e justa. -
5:59 - 6:01Esse tipo de parceria médico-legal
-
6:01 - 6:04é hoje mais importante que nunca,
-
6:04 - 6:07porque vivemos uma época
de migração épica, forçada, -
6:07 - 6:10devido à violência e aos conflitos.
-
6:10 - 6:15Em 2018, foram deslocadas à força
70 milhões de pessoas em todo o mundo, -
6:15 - 6:17devido a guerras, conflitos
e perseguições. -
6:17 - 6:20Este número inclui 40 milhões
de desalojados internamente, -
6:20 - 6:2425 milhões de refugiados
e 3 milhões que procuram asilo. -
6:25 - 6:27Nos EUA, vemos o impacto
da escalada da violência -
6:27 - 6:30em lugares como El Salvador,
Guatemala e Honduras, -
6:30 - 6:34onde as taxas de homicídio são tão altas
como as da Síria e do Afeganistão. -
6:36 - 6:39Onde aumenta a corrupção policial
e a violência de gangues, -
6:40 - 6:43onde a pobreza e o abuso infantil
são generalizados e tolerados, -
6:44 - 6:46onde os serviços básicos do governo
-
6:46 - 6:49— a segurança pública,
a proteção infantil — -
6:49 - 6:51são ineficazes.
-
6:52 - 6:55Não é à toa que muitos
dos mais vulneráveis -
6:55 - 6:56nalgumas destas sociedades
-
6:56 - 6:59— crianças, mulheres e outros grupos —
-
7:00 - 7:02estejam cada vez mais desesperados,
-
7:02 - 7:05e fujam num número sem precedentes.
-
7:05 - 7:09Nos últimos 10 anos,
o número de crianças sozinhas -
7:09 - 7:14que procuram abrigo na fronteira sudoeste
aumentou 18 vezes -
7:14 - 7:18passando de 3300 em 2009
para 62 000 no ano passado. -
7:20 - 7:25Isto é para além de quase meio milhão
de pessoas que viajam em família. -
7:25 - 7:29Homens, mulheres e crianças
procurando refúgio nas nossas fronteiras, -
7:29 - 7:32mas que ficam bloqueadas
numa crise humanitária. -
7:33 - 7:35E para piorar as coisas,
-
7:35 - 7:38são apanhadas neste nevoeiro
de declarações e contradeclarações -
7:38 - 7:41a respeito de quem são,
o que já viveram, -
7:41 - 7:43onde estão as provas
-
7:43 - 7:44e o que é que merecem.
-
7:44 - 7:47Será que merecem a nossa ajuda?
-
7:48 - 7:50Às vezes, as pessoas afirmam
que elas não estão a fugir -
7:50 - 7:52da violação dos direitos humanos
-
7:52 - 7:54e são só migrantes económicos.
-
7:54 - 7:56Outros dizem que as
crianças estão a ser exploradas -
7:56 - 7:58e traficadas pelos pais.
-
7:58 - 8:00Outros dizem que nem sequer são crianças,
-
8:00 - 8:02são criminosos endurecidos,
-
8:02 - 8:05membros de gangues
que tentam infiltrar-se no nosso país. -
8:05 - 8:07Para tirar isso a limpo,
-
8:07 - 8:09os meus colegas e eu
realizámos um estudo. -
8:09 - 8:13Observámos os dados de crianças
que procuravam asilo -
8:13 - 8:15que tinham feito exames médicos.
-
8:15 - 8:19As provas disseram-nos o seguinte.
-
8:19 - 8:2280% dessas crianças tinham provas
-
8:22 - 8:25de terem sido vítimas
de violência física repetida: -
8:25 - 8:26agressão e tortura.
-
8:27 - 8:3060% das raparigas e, pelo
menos, 10% dos rapazes -
8:31 - 8:34tinham sido vítimas comprovadas
de violência sexual repetida. -
8:34 - 8:37Uma rapariguinha contou a sua história
e deu provas concretas -
8:37 - 8:40de ter sido detida, espancada
e violada, durante três anos, -
8:40 - 8:42e vendida a outros homens,
-
8:42 - 8:46e ameaçada de que
matariam toda a sua família. -
8:46 - 8:49se ela fugisse ou
tentasse pedir ajuda. -
8:51 - 8:5590% dessas crianças apresentavam
provas de danos psicológicos -
8:55 - 8:56por violência indireta,
-
8:56 - 8:58incluindo essas sérias ameaças,
-
8:58 - 9:02mas também por terem assistido
pessoalmente a terríveis atrocidades. -
9:04 - 9:10Um rapazinho descrevia
o terror e o sofrimento, -
9:11 - 9:12para não falar do medo puro,
-
9:13 - 9:16ao ver corpos mutilados e os rostos
-
9:16 - 9:18de seu irmão mais novo, da sua tia,
-
9:18 - 9:20do seu tio, do seu primo,
-
9:20 - 9:25todos mortos num ataque de um gangue
para fazerem um aviso à comunidade. -
9:28 - 9:31É claro que o impacto
psicológico é enorme. -
9:31 - 9:3519% dessas crianças
mostraram sinais de ansiedade; -
9:35 - 9:3741%, de depressão
-
9:37 - 9:40e 64%, de perturbação
de "stress" pós-traumático. -
9:40 - 9:4421% das crianças também
mostraram tendências suicidas. -
9:46 - 9:48Para dar uma ideia, os veteranos
que voltam de combates -
9:48 - 9:51têm um índice de PSPT
na ordem dos 10 a 20%. -
9:52 - 9:55As crianças têm um índice
três a seis vezes maior -
9:55 - 9:58do que um soldado que volta da guerra.
-
10:01 - 10:04Apesar destes traumatismos,
-
10:04 - 10:06ainda há muitas outras.
-
10:07 - 10:11Crianças que procuram segurança
e entram no nosso sistema de imigração -
10:11 - 10:13acabam por sofrer mais violência,
-
10:13 - 10:16e são muitas vezes torturadas
como nos locais de onde fugiram. -
10:17 - 10:19Talvez se lembrem destes títulos,
-
10:19 - 10:22destas imagens do ano passado.
-
10:22 - 10:25Crianças a serem arrancadas
dos braços dos pais. -
10:25 - 10:29Crianças de um, dois anos,
em gaiolas frias e sujas. -
10:29 - 10:33A falta de comida, de água,
de roupa e até de sabão. -
10:34 - 10:37Também há cada vez mais relatos
de negligência médica -
10:37 - 10:39de complicações facilmente evitáveis,
-
10:39 - 10:41de violência infantil,
de abuso sexual -
10:41 - 10:45e até mesmo de mortes de crianças
à guarda dos EUA. -
10:47 - 10:50Infelizmente, essas violências
e esses crimes não são novos. -
10:50 - 10:53Alguns remontam a muitos anos,
a muitos governos anteriores. -
10:53 - 10:55Mas uma coisa mudou.
-
10:56 - 10:59O âmbito e a dimensão
dessa violência e desses crimes, -
11:00 - 11:04as ameaças sistemáticas e
intencionais a quem procura asilo -
11:04 - 11:08e também a impunidade desenfreada,
-
11:08 - 11:11elevaram os danos a um nível
totalmente novo. -
11:14 - 11:16Isso faz-me lembrar
uma das raparigas do estudo -
11:17 - 11:20que nos contou que implorou
a um dos seus agressores -
11:20 - 11:21que parasse,
-
11:21 - 11:23perguntando-lhe: "Porquê eu?"
-
11:24 - 11:26Sabem qual foi a resposta dele?
-
11:27 - 11:31"Nós podemos fazer isto,
porque ninguém te vai proteger." -
11:36 - 11:38Não podemos deixar
que isto seja verdade -
11:38 - 11:42para as crianças e outras pessoas
que procuram ajuda na fronteira. -
11:43 - 11:45Então o que é que podemos fazer?
-
11:45 - 11:47Enquanto médico,
-
11:47 - 11:50estou sempre a tomar decisões difíceis,
-
11:50 - 11:52a lidar com casos graves
e complexos de doentes. -
11:52 - 11:55É claro que queremos focar-nos
na saúde deles, -
11:55 - 11:57no bem-estar, na qualidade de vida,
-
11:57 - 12:01mas, às vezes, é preciso investigar
mais profundamente os seus valores -
12:01 - 12:05para percebermos como prosseguir.
-
12:05 - 12:08Da mesma maneira, o nosso país
está a enfrentar uma crise -
12:08 - 12:12com o número crescente de pessoas
que procuram asilo nas nossas fronteiras -
12:12 - 12:13e nas nossas comunidades.
-
12:13 - 12:18Isso força-nos a rever alguns
dos nossos valores fundamentais. -
12:18 - 12:22O que significa dar valor
à saúde e à segurança? -
12:22 - 12:25O que significa dar valor
à segurança pública, -
12:26 - 12:28à vida, à liberdade,
-
12:28 - 12:30à vida das crianças?
-
12:30 - 12:31E que tal esta:
-
12:31 - 12:34o que significa dar valor
à lei e à ordem pública? -
12:35 - 12:39Será que inclui respeitar os direitos
do processo de asilo dos refugiados? -
12:40 - 12:42Ao ouvir estes termos,
-
12:42 - 12:44há quem pense imediatamente
em construir mais muros, -
12:45 - 12:46reforçar a guarda fronteiriça,
-
12:47 - 12:48deportar mais pessoas,
-
12:48 - 12:51mesmo à custa de separar
as crianças das suas famílias, -
12:51 - 12:54submetê-las a tortura psicológica,
-
12:54 - 12:57ou deportá-las para locais
onde podem vir a morrer. -
12:57 - 12:59Tudo isso em nome da segurança.
-
12:59 - 13:01Tudo isso em nosso nome.
-
13:02 - 13:04Mas para mim e para muitos outros,
-
13:05 - 13:06quando penso nesses valores,
-
13:06 - 13:09isso leva-me numa direção
totalmente diferente, -
13:09 - 13:13e renova o meu empenho em satisfazer
as necessidades de quem procura asilo -
13:13 - 13:16usando todas as ferramentas
que tenho à minha disposição. -
13:16 - 13:19Quando dizemos que damos valor
à vida e à liberdade, -
13:19 - 13:22é porque vemos pessoas que
se arriscam de formas inimagináveis -
13:22 - 13:24para fugir aos perigos e à violência
-
13:24 - 13:26e procuram a segurança.
-
13:26 - 13:30Vamos acolhê-los com comida,
água, abrigo, roupas. -
13:30 - 13:33Certamente, vamos dar-lhes
assistência médica -
13:33 - 13:36e assistência de saúde mental
de que tanto precisam. -
13:36 - 13:38Quando dizemos que damos valor
ao estado de direito -
13:39 - 13:42e não aos privilégios
que ele proporciona a alguns, -
13:42 - 13:45mas à responsabilidade
que exige de todos nós, -
13:45 - 13:47garantiremos um sistema
de imigração que funcione. -
13:47 - 13:49Garantiremos juízes com formação.
-
13:49 - 13:54Garantiremos que não estamos
a aceitar a ilusão da lei e da ordem -
13:54 - 13:58que um muro alto ou uma fronteira
militarizada talvez nos proporcione. -
13:58 - 14:00Nós queremos um estado de direito real.
-
14:00 - 14:02Queremos juízes que avaliem as provas,
-
14:02 - 14:04incluindo as provas médicas,
-
14:04 - 14:07e queremos que façam justiça,
-
14:07 - 14:09corretamente.
-
14:11 - 14:13Quando dizemos que
damos valor à saúde e ao bem-estar, -
14:13 - 14:16que não queremos perpetuar os malefícios,
-
14:17 - 14:20vamos instituir estratégias
que tenham os traumas em conta -
14:20 - 14:22em cada nível do sistema de imigração.
-
14:22 - 14:25Isso começa pela formação
dos guardas fronteiriços -
14:25 - 14:26ou dos funcionários da imigração,
-
14:26 - 14:30mas também mais especialistas médicos,
de saúde mental e de bem-estar infantil -
14:30 - 14:32por todo sistema.
-
14:34 - 14:38Quando dizemos que damos valor à justiça,
-
14:39 - 14:42não aceitaremos transformarmo-nos
em torcionários, -
14:42 - 14:45de quem muitas dessas crianças
e outras pessoas fugiram. -
14:46 - 14:48Abriremos os centros
de detenção e os tribunais -
14:48 - 14:50aos especialistas e aos advogados,
-
14:50 - 14:52assumindo as responsabilidades.
-
14:52 - 14:56Talvez descubramos que temos
de fechar a maioria -
14:56 - 14:58desses campos de detenção.
-
15:02 - 15:04Creio que, com uma parceria eficaz
-
15:04 - 15:07de advogados, médicos,
defensores dos direitos humanos -
15:07 - 15:08e muitos outros,
-
15:08 - 15:11podemos trabalhar juntos
para satisfazer essas necessidades, -
15:11 - 15:15e então cumprir o nosso dever
histórico e humanitário -
15:15 - 15:17e as obrigações legais que lhes devemos.
-
15:17 - 15:19Quando isso acontecer,
-
15:19 - 15:21acho que ressaltará uma coisa poderosa.
-
15:21 - 15:24Os refugiados — como o homem
que foi à minha clínica -
15:24 - 15:26e ganhou o direito a asilo,
-
15:26 - 15:28ou como as crianças do estudo
-
15:28 - 15:30ou como outros milhares
que querem uma nova vida — -
15:30 - 15:34conseguirão ter segurança e proteção.
-
15:34 - 15:36Nós reconheceremos
os abusos que ocorreram, -
15:36 - 15:40e restauraremos os direitos
e as proteções perdidas. -
15:41 - 15:43Acho que ficaremos encantados
-
15:43 - 15:46quando virmos o quão humanos eles são.
-
15:46 - 15:48Não só as suas forças ou fraquezas,
-
15:48 - 15:50as suas esperanças e alegrias,
-
15:50 - 15:53não só considerando os seus traumas,
que reconhecemos, -
15:53 - 15:55como também dando-lhes apoio,
-
15:55 - 15:58sendo inspirados pela sua resiliência.
-
15:58 - 15:59Elas desabrocharão,
-
15:59 - 16:02contribuirão para a riqueza do país.
-
16:03 - 16:05Creio que sendo fiel
aos nossos valores essenciais -
16:05 - 16:07da forma que descrevi,
-
16:07 - 16:11podemos criar um sistema
de imigração digno. -
16:11 - 16:15É assim que os acolheremos
de portas abertas. -
16:15 - 16:19E será assim que lançaremos
luz sobre o mundo. -
16:19 - 16:21Obrigado.
-
16:21 - 16:25(Aplausos)
- Title:
- Como os médicos podem ajudar a consertar o corrupto sistema da migração dos EUA
- Speaker:
- Joseph Shin
- Description:
-
Os refugiados que fogem da perseguição política passam por dificuldades inimagináveis na procura de uma vida melhor. O doutor Joseph Shin explica como a colaboração entre médicos e advogados pode ajudar as pessoas que procuram asilo nos EUA, partilhando caminhos promissores para a segurança e a dignidade humana que elas tanto merecem.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:37
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How doctors can help fix the broken US asylum system | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How doctors can help fix the broken US asylum system | ||
Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for How doctors can help fix the broken US asylum system | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How doctors can help fix the broken US asylum system | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How doctors can help fix the broken US asylum system | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How doctors can help fix the broken US asylum system | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How doctors can help fix the broken US asylum system | ||
Sofia Kawall Leal edited Portuguese subtitles for How doctors can help fix the broken US asylum system |