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Ciência ou arte? Ciência "e" arte | Cèlia Ventura | TEDxUPF

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    Conheçam a pessoa A e a pessoa B.
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    A pessoa A é cientista.
  • 0:12 - 0:15
    Talvez um matemático,
    um engenheiro, não importa.
  • 0:15 - 0:18
    O que importa é que ela tem
    um pensamento linear,
  • 0:18 - 0:21
    que acredita na lógica e nos fatos
    para provar seus argumentos.
  • 0:21 - 0:23
    A pessoa B é artista.
  • 0:23 - 0:26
    Talvez um pintor, talvez um escritor.
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    Ela tem grandes sonhos,
    segue sua intuição e criatividade.
  • 0:30 - 0:31
    Então eu pergunto:
  • 0:31 - 0:35
    vocês se consideram mais
    uma pessoa A ou uma pessoa B?
  • 0:35 - 0:38
    Vamos, quem se acha mais parecido
    com a pessoa A levante a mão.
  • 0:38 - 0:40
    A, cientistas. Certo.
  • 0:40 - 0:42
    B, artistas.
  • 0:42 - 0:43
    Certo, interessante.
  • 0:43 - 0:46
    Vi que muitos de vocês
    não levantaram a mão.
  • 0:46 - 0:48
    Espero que não seja por timidez,
  • 0:48 - 0:52
    mas porque não se sentem
    representados por esses estereótipos,
  • 0:52 - 0:53
    ou talvez os dois os representem.
  • 0:54 - 0:55
    Bem-vindos à minha vida!
  • 0:55 - 0:56
    Pessoa C,
  • 0:56 - 1:00
    que transita entre a ciência e as artes.
  • 1:02 - 1:04
    Esta sou eu com cinco anos.
  • 1:04 - 1:07
    Eu estava lendo um livro
    muito interessante
  • 1:07 - 1:10
    chamado "O Supermercado".
  • 1:10 - 1:13
    Agora tenho 19 anos,
    mas nada mudou de verdade.
  • 1:13 - 1:17
    Eu também poderia mostrar uma foto
    em que estou brincando de Lego.
  • 1:17 - 1:19
    ou talvez fazendo experimentos,
  • 1:19 - 1:20
    ou desenhando.
  • 1:21 - 1:23
    O que quero mostrar é
    que isso não são fases.
  • 1:23 - 1:25
    Eu me interesso por ciências,
  • 1:25 - 1:27
    como matemática e biologia,
  • 1:27 - 1:28
    e me interesso por arte,
  • 1:28 - 1:31
    como escrita, leitura, desenho,
  • 1:31 - 1:32
    desde sempre.
  • 1:33 - 1:34
    Quando cresci, pensei:
  • 1:34 - 1:36
    "Talvez tenha alguma coisa errada comigo".
  • 1:37 - 1:38
    Porque eu via as outras crianças,
  • 1:38 - 1:41
    e elas pareciam ter certeza
    sobre o que elas eram!
  • 1:41 - 1:46
    Tinha um menino que era muito criativo.
    Ele desenhava quadrinhos muito engraçados.
  • 1:46 - 1:50
    E uma menina que era muito esperta.
    Ela era ótima em matemática.
  • 1:50 - 1:53
    Por que eles se encaixavam em um campo?
    Qual era o meu lugar?
  • 1:54 - 1:58
    Então, quero fazer uma pergunta.
  • 1:58 - 2:00
    De onde vocês acham que vem essa pergunta?
  • 2:00 - 2:04
    Por que achamos que tem
    uma grande barreira entre ciência e arte?
  • 2:05 - 2:08
    Quero que, até o fim desta palestra,
    mais de vocês pensem:
  • 2:08 - 2:11
    "Ah, talvez eu não seja
    uma pessoa A ou uma pessoa B.
  • 2:11 - 2:12
    Talvez eu seja uma pessoa C!"
  • 2:12 - 2:17
    Certo, então eu percebi que as pessoas
    consideram três premissas,
  • 2:18 - 2:19
    que as motivam a dizer:
  • 2:19 - 2:23
    "Ah, é por isso que o mundo
    é dividido entre cientistas e artistas".
  • 2:24 - 2:25
    Número um.
  • 2:26 - 2:30
    Nosso cérebro é dividido
    em lógica e criatividade.
  • 2:30 - 2:32
    Temos nosso lado cientista
  • 2:32 - 2:35
    e também temos
    nosso lado artístico, certo?
  • 2:36 - 2:37
    Número dois.
  • 2:37 - 2:40
    Nós temos um lado dominante do cérebro.
  • 2:40 - 2:44
    Ou você é cientista ou você é artista,
  • 2:44 - 2:45
    mas não pode ser os dois.
  • 2:45 - 2:47
    E aí entra o número três.
  • 2:47 - 2:49
    Arte e ciência não são compatíveis.
  • 2:50 - 2:52
    As pessoas me diziam isso, também.
  • 2:52 - 2:58
    Quando tive que escolher uma carreira,
    fiz uma lista de todos os cursos,.
  • 2:58 - 3:00
    Vejam, essa é uma das páginas.
  • 3:00 - 3:01
    Na verdade, eram três páginas.
  • 3:02 - 3:05
    Posso dizer o que estava lá:
    todos os cursos imagináveis.
  • 3:05 - 3:09
    Bem, não todos. Não coloquei medicina.
    Não posso ver sangue, desculpa.
  • 3:09 - 3:10
    (Risos)
  • 3:10 - 3:14
    Então comecei a dura tarefa
    de riscar um a um.
  • 3:15 - 3:17
    (Som de riscar itens de uma lista)
  • 3:17 - 3:21
    E terminei indo para Biologia Humana;
    é o que eu curso hoje.
  • 3:21 - 3:25
    Sou estudante do segundo ano
    na Universidade Pompeu Fabra.
  • 3:28 - 3:29
    Isto é um cérebro.
  • 3:30 - 3:32
    Nossas primeiras premissas vão para cá.
  • 3:32 - 3:38
    Nós falamos que há um hemisfério esquerdo,
    que é o da lógica, o da ciência.
  • 3:38 - 3:42
    E falamos que há um hemisfério direito,
    que é o da criatividade, o da arte.
  • 3:42 - 3:44
    Veem meu sorriso, quando falo isso?
  • 3:44 - 3:48
    Que a arte é tão alegre,
    e a ciência é tão chata?
  • 3:48 - 3:49
    (Risos)
  • 3:49 - 3:53
    Esta coisa vermelha se chama corpo caloso.
  • 3:53 - 3:59
    Nos anos 70, um homem chamado
    Roger Wolcott Sperry estudou isso.
  • 4:00 - 4:01
    Por quê? Por que isso é importante?
  • 4:01 - 4:03
    Bem, porque...
  • 4:04 - 4:07
    Nosso cérebro é dividido
    em diferentes áreas,
  • 4:07 - 4:09
    porque ele precisa ser produtivo.
  • 4:09 - 4:11
    O cérebro todo não pode
    ficar fazendo uma coisa só.
  • 4:11 - 4:14
    Ele tem diferentes partes
    fazendo diferentes papéis.
  • 4:14 - 4:15
    Mas elas precisam se conectar,
  • 4:15 - 4:20
    precisamos que elas conversem entre si,
    que trabalhem juntas como um todo.
  • 4:21 - 4:24
    E é aí que o corpo caloso entra na jogada.
  • 4:24 - 4:26
    Precisamos que ele seja tão conectado,
  • 4:26 - 4:28
    que o Dr. Sperry descobriu
  • 4:29 - 4:33
    que quando uma pessoa tem ele cortado,
    quando ela não tem corpo caloso,
  • 4:33 - 4:35
    ela não consegue fazer algumas atividades.
  • 4:35 - 4:37
    Ele monitorou essas pessoas e percebeu:
  • 4:37 - 4:42
    "Ah, na parte esquerda do cérebro,
    temos o cálculo e a linguagem".
  • 4:42 - 4:44
    Juntos, cálculo e linguagem.
  • 4:44 - 4:48
    "E, no lado direito do cérebro,
    temos a noção espacial."
  • 4:48 - 4:51
    Foi aqui que começou o mito.
  • 4:51 - 4:52
    Mesmo ele dizendo:
  • 4:52 - 4:57
    "Tenham cuidado, é muito fácil aumentar
    o que eu disse, tenham cuidado".
  • 4:57 - 4:59
    Isso começou tudo. Por quê?
  • 4:59 - 5:02
    Bem, alguns dias depois,
    o New York Times publicou um artigo
  • 5:02 - 5:06
    com o título: "Duas pessoas incrivelmente
    diferentes habitam a sua mente".
  • 5:06 - 5:09
    Bum! Guerra civil!
    Título de filme! Incrível!
  • 5:10 - 5:12
    Não, gente. Tudo isso somos nós.
  • 5:12 - 5:14
    Não temos duas pessoas
    brigando pelo controle:
  • 5:14 - 5:16
    "Me deixe controlar!", "Não, eu controlo!"
  • 5:16 - 5:18
    Mas o artigo continua:
  • 5:18 - 5:20
    "Nós temos o lado esquerdo
    ou direito dominante".
  • 5:20 - 5:25
    E depois diz: "O lado esquerdo
    do seu cérebro é o da lógica.
  • 5:25 - 5:28
    O lado direito do seu cérebro
    é o da criatividade".
  • 5:29 - 5:30
    Veem o que eles fizeram?
  • 5:30 - 5:32
    Eles fizeram uma pequena simplificação.
  • 5:32 - 5:35
    E, fazendo isso, cometeram um grande erro.
  • 5:35 - 5:36
    Não é tão simples.
  • 5:36 - 5:39
    Não podemos dizer que nosso cérebro
    é dividido em ciência e arte.
  • 5:39 - 5:43
    E é aí que nossa primeira premissa
    vai para a lata de lixo.
  • 5:43 - 5:44
    Não podemos acreditar nisso.
  • 5:44 - 5:46
    Vamos para a segunda premissa.
  • 5:46 - 5:49
    Nós falamos: "Desculpe, seu cérebro
    tem um lado dominante",
  • 5:49 - 5:51
    exatamente como o artigo diz.
  • 5:51 - 5:52
    Vocês devem ter visto testes online
  • 5:52 - 5:55
    que vão mostar: "Qual o lado
    dominante do seu cérebro?"
  • 5:55 - 5:59
    Fiz um, e deu 60% esquerdo, 40% direito.
  • 6:00 - 6:01
    Ótimo! Isso!
  • 6:02 - 6:03
    Bem, não é tão simples,
  • 6:03 - 6:06
    porque isso nunca foi
    provado cientificamente.
  • 6:06 - 6:08
    Até 2013,
  • 6:08 - 6:13
    quando um grupo em Utah estudou
    mais de mil cérebros por dois anos.
  • 6:13 - 6:17
    E eles descobriram que não havia
    nenhuma predominância basal de um lado,
  • 6:17 - 6:21
    o que significa que não temos
    um lado dominante.
  • 6:21 - 6:23
    Não podemos mais usar como desculpa.
  • 6:23 - 6:25
    Se você é um cientista, não pode dizer:
  • 6:25 - 6:29
    "Desculpe, meu cérebro esquerdo
    é dominante. Não sei desenhar".
  • 6:29 - 6:30
    Não. Não é verdade.
  • 6:30 - 6:33
    Nossa segunda premissa não é verdade.
  • 6:33 - 6:35
    Então, vamos à terceira.
  • 6:35 - 6:40
    Nós falamos que elas não se combinam:
    ciência e arte são dois mundos diferentes.
  • 6:40 - 6:45
    Bem, acho que é exatamente isso
    que elas têm em comum:
  • 6:45 - 6:47
    o mundo.
  • 6:47 - 6:51
    O mundo é lindo.
    A vida é incrível, é linda.
  • 6:51 - 6:53
    E guarda tantos mistérios,
  • 6:53 - 6:56
    que nós, humanos, não podemos
    só sentar e ficar olhando.
  • 6:57 - 7:01
    Temos que nos comunicar,
    nos expressar, mostrar, entender.
  • 7:02 - 7:03
    Se você faz isso com um pincel,
  • 7:03 - 7:06
    se escreve um poema sobre isso
  • 7:06 - 7:09
    ou se pega os números
    e tenta entender, isso não importa.
  • 7:09 - 7:10
    Eu posso pegar uma flor
  • 7:10 - 7:14
    e posso fazer uma pintura
    de "natureza morta" para você.
  • 7:14 - 7:17
    Ou posso pegar uma flor
    e encontrar o número de Fibonacci,
  • 7:17 - 7:21
    que é uma sequência de números
    que gera padrões encontrados na natureza.
  • 7:21 - 7:24
    Isso não importa, todos estamos
    tentando entender o mundo.
  • 7:24 - 7:28
    E aí vocês vão dizer: "Certo, Cèlia.
    Entendi o que você fez aqui.
  • 7:28 - 7:30
    Você acabou de dizer:
    são mundos diferentes.
  • 7:30 - 7:32
    Há diferentes formas de expressar isso".
  • 7:32 - 7:34
    Bem, não. Estão ouvindo essa música?
  • 7:34 - 7:35
    (Música de fundo)
  • 7:35 - 7:37
    Esse é o número Pi.
  • 7:37 - 7:40
    Sim, 3,1415.
  • 7:40 - 7:44
    Um youtuber chamado aSongScout
    pegou alguns dos números,
  • 7:44 - 7:46
    atribuiu uma nota musical para cada um,
  • 7:46 - 7:48
    e fez um arranjo com a outra mão.
  • 7:48 - 7:49
    E esse foi o resultado.
  • 7:50 - 7:52
    Isso é ciência? É arte?
  • 7:53 - 7:54
    E quanto a isto?
  • 7:56 - 7:59
    Isso não é uma pintura abstrata.
    Essa é a nossa retina.
  • 7:59 - 8:01
    É com isso que enxergamos.
  • 8:01 - 8:02
    Mesmo assim, é bonito.
  • 8:03 - 8:05
    Então, conseguem entender que talvez
  • 8:05 - 8:09
    ciência e arte são mais conectadas
    do que pensamos?
  • 8:09 - 8:11
    Talvez não sejam tão diferentes, afinal.
  • 8:11 - 8:16
    Nossa terceira premissa era:
    elas não podem ser combinadas.
  • 8:16 - 8:19
    quero dizer que não só
    elas podem ser combinadas,
  • 8:19 - 8:21
    mas, ao fazer isso,
  • 8:21 - 8:23
    conseguimos resultados ainda melhores.
  • 8:23 - 8:25
    Quero dar três exemplos.
  • 8:25 - 8:26
    Número um.
  • 8:26 - 8:29
    Conheçam Isaac Asimov.
  • 8:29 - 8:32
    Ele tinha uma barba bem legal.
    É, vocês podem rir disso.
  • 8:32 - 8:33
    É bem legal.
  • 8:33 - 8:38
    Mas ele foi um dos maiores escritores
    de ficção científica de todos os tempos.
  • 8:38 - 8:41
    Se nunca leram nada sobre ele, deveriam.
  • 8:41 - 8:44
    Talvez tenham visto o filme "Eu, Robô".
  • 8:44 - 8:46
    Bem, foi inspirado
    num livro que ele escreveu.
  • 8:46 - 8:48
    "Star Wars", inspirado no trabalho dele.
  • 8:49 - 8:52
    O que quero dizer
    é que ele até ganhou um prêmio
  • 8:52 - 8:55
    por uma trilogia em que trabalhou:
  • 8:55 - 8:57
    "Fundação".
  • 8:57 - 9:00
    E o prêmio foi criado
    só para mostrar como ele era bom.
  • 9:00 - 9:01
    Isso mesmo.
  • 9:01 - 9:03
    Disseram: "Essa trilogia é tão boa
  • 9:03 - 9:06
    que temos que fazer um prêmio
    só para mostrar como é boa".
  • 9:06 - 9:07
    Isso é incrível.
  • 9:07 - 9:12
    Vocês dizem: "Certo, grande artista.
    É, grande escritor".
  • 9:12 - 9:14
    E eu digo: "Bem, ele era
    professor de bioquímica".
  • 9:15 - 9:16
    Como isso funciona?
  • 9:17 - 9:20
    Bem, foi isso que fez ele ser tão bom.
  • 9:20 - 9:24
    Ele pôde imaginar um futuro
    usando seus conhecimentos científicos.
  • 9:24 - 9:26
    Ele pôde imaginar e dizer:
    "Ah, se isso funciona hoje,
  • 9:26 - 9:29
    talvez em alguns anos...
    vamos ver o que acontece".
  • 9:29 - 9:33
    E então, com suas habilidades artísticas,
    ele pôde expressar isso.
  • 9:33 - 9:35
    E foi isso que fez ele ser tão bom,
  • 9:35 - 9:37
    ele pegou a ciência e a arte
  • 9:38 - 9:39
    e juntou as duas.
  • 9:39 - 9:41
    Vamos para o segundo exemplo:
  • 9:41 - 9:43
    Maria Sibylla Merian.
  • 9:43 - 9:47
    Agora estamos falando do século 17.
  • 9:47 - 9:49
    Essa mulher era incrível.
  • 9:49 - 9:52
    Ela era fascinada por insetos,
  • 9:52 - 9:53
    especialmente lagartas.
  • 9:53 - 9:55
    Estamos falando de um tempo
  • 9:55 - 9:58
    em que as lagartas eram vistas
    como a "criatura do demônio".
  • 9:58 - 10:00
    O que a fascinava nelas?
  • 10:00 - 10:02
    Ela olhava e dizia:
  • 10:02 - 10:06
    "Como pode uma coisa como essa
    se tornar uma linda borboleta?"
  • 10:07 - 10:08
    Então ela sentou
  • 10:09 - 10:11
    e desenhou, desenhou todos os processos.
  • 10:11 - 10:13
    Ela desenhou e desenhou.
  • 10:13 - 10:15
    Foi isso que Monet fez também.
  • 10:15 - 10:18
    Quer dizer, Monet estava só
    olhando as flores e as pintando.
  • 10:18 - 10:20
    Exatamente, é exatamente por isso.
  • 10:20 - 10:21
    Ao fazer isso,
  • 10:21 - 10:24
    ela estava fazendo ciência,
  • 10:24 - 10:26
    ela estava de fato
    se tornando uma botânica.
  • 10:26 - 10:31
    Ela estava definindo as bases
    para a entomologia dos insetos.
  • 10:31 - 10:37
    Vejam, o que ela fez, mais uma vez,
    foi combinar a arte com a ciência.
  • 10:37 - 10:40
    Foi isso que fez ela se tornar
    uma pessoa importante.
  • 10:40 - 10:42
    Vamos para o terceiro exemplo.
    Vocês devem conhecer.
  • 10:42 - 10:45
    Estamos falando de Antoni Gaudí.
  • 10:45 - 10:47
    Esta é a Sagrada Família.
  • 10:48 - 10:51
    Gaudí é um cientista ou um artista?
  • 10:51 - 10:52
    Bem, os dois,
  • 10:52 - 10:55
    porque o que ele fez foi se fascinar
    pela natureza mais uma vez.
  • 10:55 - 10:59
    Na verdade, ele disse: "Eu não sou
    o original, eu só voltei às origens".
  • 11:00 - 11:02
    Porque ele se fascinou pela natureza,
  • 11:02 - 11:04
    e então, com seus
    conhecimentos científicos,
  • 11:04 - 11:05
    ele expressou isso.
  • 11:05 - 11:07
    Vocês podem ver colunas aqui.
  • 11:07 - 11:09
    O que eu vejo é uma floresta.
  • 11:09 - 11:11
    É uma floresta de árvores de pedra.
  • 11:11 - 11:13
    Foi isso que o fez grande.
  • 11:13 - 11:16
    De novo, a combinação
    da ciência com a arte.
  • 11:16 - 11:18
    Conseguem ver?
  • 11:18 - 11:20
    Talvez não haja uma diferença tão grande.
  • 11:20 - 11:22
    E aí vocês me dizem: "Está bem".
  • 11:22 - 11:24
    Mas veem qual é o problema?
  • 11:24 - 11:29
    A educação diz, mais do que nunca,
    que temos que escolher: ciência ou arte.
  • 11:30 - 11:31
    Comecei a pensar sobre mim.
  • 11:31 - 11:34
    Eu contei como acabei indo para a ciência.
  • 11:34 - 11:36
    Escolhi Biologia Humana.
  • 11:36 - 11:38
    Bem, isso não é totalmente verdade.
  • 11:38 - 11:41
    Ainda sou essa menina
    de cinco anos que lê livros.
  • 11:41 - 11:44
    Não "O Supermercado".
    Leio livros mais interessantes.
  • 11:44 - 11:47
    Mas, no meu tempo livre,
    vou ao teatro, leio, escrevo,
  • 11:47 - 11:49
    tenho até um canal no YouTube
  • 11:49 - 11:52
    onde falo sobre as duas coisas
    que mais despertam meu interesse:
  • 11:52 - 11:55
    ciência "e" arte.
  • 11:56 - 11:57
    E agora, se vocês me disserem:
  • 11:57 - 12:02
    "Cèlia, se você tivesse a opção de voltar
    ao passado e escolher um curso de novo,
  • 12:02 - 12:03
    o que você faria?"
  • 12:04 - 12:06
    Eu não mudaria nada,
  • 12:06 - 12:09
    porque minha melhor decisão
    foi não escolher.
  • 12:10 - 12:13
    Vocês podem escolher
    e ser bons em alguma coisa,
  • 12:13 - 12:14
    ou podem não escolher,
  • 12:14 - 12:18
    pegar tudo que gostam,
    misturar, e ser incrível.
  • 12:18 - 12:19
    Muito obrigada.
  • 12:19 - 12:22
    (Aplausos)
Title:
Ciência ou arte? Ciência "e" arte | Cèlia Ventura | TEDxUPF
Description:

Todos sabem que o lado esquerdo do cérebro é responsável pela imaginação, criatividade, intuição... arte! Por outro lado, o lado direito usa o pensamento linear, matemática, lógica, fatos... ciência! Dito isso, será que realmente é verdade? São coisas completamente diferentes ou dependem uma da outra?

Cèlia Ventura está no segundo ano de Biologia Humana na Universidade Pompeu Fabra, depois de ter estudado um ano nos Estados Unidos. Em seu tempo livre, ela concilia diversas atividades, como teatro, esgrima, rádio e escrita.

Essa palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formado TED de conferências, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite https://www.ted.com/tedx.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
12:23

Portuguese, Brazilian subtitles

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