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Visão de curto prazo está nos matando: está na hora dos planos de longo alcance |Ari Wallach | TEDxMidAtlantic

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    Dezesseis de outubro de 1993,
  • 0:34 - 0:35
    uma e dezessete da manhã.
  • 0:35 - 0:39
    O telefone tocou na casa dos meus pais.
  • 0:39 - 0:41
    Respondi no segundo toque.
  • 0:41 - 0:43
    Eu praticamente sabia quem estava ligando.
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    A voz do outro lado da linha
    falou por uns dez segundos.
  • 0:48 - 0:50
    Minha resposta foi ainda mais curta:
  • 0:51 - 0:52
    "Não ressuscite".
  • 0:53 - 0:56
    Eu tinha 18 anos quando perdi meu pai.
  • 1:00 - 1:01
    Vários anos depois,
  • 1:01 - 1:04
    estava lendo um livro de Ernest Becker,
  • 1:04 - 1:05
    "A Negação da Morte",
  • 1:05 - 1:07
    que lhe rendeu o Prêmio Pulitzer em 1972.
  • 1:08 - 1:11
    Vou parafrasear o livro
    todo em três frases.
  • 1:11 - 1:14
    O ser humano é a única espécie senciente
  • 1:14 - 1:18
    que, em um ponto precoce de sua vida,
  • 1:18 - 1:20
    sabe que vai deixar de existir
  • 1:21 - 1:24
    e faz tudo que pode para correr,
  • 1:25 - 1:28
    se proteger e se esconder
    dessa verdade inevitável.
  • 1:30 - 1:34
    Agora você sabe como me tornei
    um planejador de futuros.
  • 1:35 - 1:36
    Esse foi meu chamado.
  • 1:38 - 1:41
    Eu trabalho "futurando",
    que é um termo que inventei
  • 1:41 - 1:42
    (Risos)
  • 1:42 - 1:44
    três segundos atrás.
  • 1:44 - 1:46
    Eu trabalho "futurando" há 20 anos,
  • 1:46 - 1:50
    e, logo quando comecei,
    eu me sentava com as pessoas
  • 1:50 - 1:53
    e dizia: "Vamos falar
    sobre daqui a 10, 20 anos".
  • 1:53 - 1:54
    Elas diziam: "Ótimo".
  • 1:55 - 1:57
    E eu estou vendo esse intervalo de tempo
  • 1:57 - 2:00
    ficando cada vez menor.
  • 2:01 - 2:04
    Tanto é que, dois meses atrás,
    ao encontrar com um diretor executivo,
  • 2:04 - 2:07
    nós começamos a conversar,
  • 2:07 - 2:11
    e ele diz: "Eu amo o que você faz.
    Quero falar sobre o próximo semestre".
  • 2:11 - 2:12
    (Risos)
  • 2:13 - 2:16
    Nós estamos enfrentando muitos problemas.
  • 2:16 - 2:19
    Problemas de escala civilizacional.
  • 2:21 - 2:22
    A questão é
  • 2:23 - 2:25
    que não podemos resolvê-los
  • 2:25 - 2:28
    usando os modelos mentais
    que usamos atualmente.
  • 2:28 - 2:32
    Sim, muitos trabalhos técnicos
    excelentes estão sendo feitos,
  • 2:32 - 2:37
    mas existe algo que precisamos
    consertar antes de tudo,
  • 2:37 - 2:40
    se realmente queremos fazer
    a diferença nesses problemas:
  • 2:42 - 2:44
    visão de curto prazo.
  • 2:44 - 2:46
    Não existem marchas, nem pulseiras.
  • 2:46 - 2:50
    Não há petições que possa assinar
    contra a visão de curto prazo.
  • 2:51 - 2:54
    Eu tentei fazer uma, ninguém assinou.
  • 2:54 - 2:55
    Foi meio estranho.
  • 2:57 - 3:00
    Mas ela nos impede de fazer tanta coisa.
  • 3:00 - 3:03
    E, a propósito, isso é na política,
  • 3:03 - 3:05
    em casa, e nos grandes problemas.
  • 3:05 - 3:08
    Visão de curto prazo, por várias razões,
  • 3:08 - 3:11
    se infiltrou em todas
    as partes da nossa realidade,
  • 3:11 - 3:13
    e é algo que não falamos a respeito,
  • 3:13 - 3:16
    mas que nos impede de fazer muita coisa.
  • 3:17 - 3:18
    Pare por um segundo
  • 3:19 - 3:22
    e pense sobre um problema
    no qual você está trabalhando.
  • 3:22 - 3:24
    Pode ser pessoal, profissional
  • 3:24 - 3:26
    ou sobre fazer a diferença no mundo,
  • 3:26 - 3:31
    e pense até onde você imagina
    a solução posta para isso.
  • 3:35 - 3:39
    Porque visão de curto prazo
    impede um diretor executivo
  • 3:39 - 3:42
    de comprar equipamentos
    de segurança muito caros.
  • 3:43 - 3:45
    Vai prejudicar os lucros.
  • 3:45 - 3:47
    E então acontece o Deepwater Horizon.
  • 3:48 - 3:51
    Visão de curto prazo impede professores
  • 3:51 - 3:55
    de dar aulas particulares
    de qualidade aos seus alunos.
  • 3:55 - 3:57
    Então, atualmente, nos EUA,
  • 3:57 - 4:00
    um estudante de ensino médio
    desiste da escola a cada 26 segundos.
  • 4:02 - 4:04
    Visão de curto prazo impede o Congresso,
  • 4:05 - 4:07
    sinto muito se tem alguém
    do Congresso aqui,
  • 4:07 - 4:09
    (Risos)
  • 4:09 - 4:11
    na verdade não sinto não...
  • 4:11 - 4:13
    (Risos)
  • 4:13 - 4:16
    impede-o de investir em um projeto
    de infraestrutura de verdade.
  • 4:16 - 4:21
    Então acontece o colapso da ponte I-35W
    no Mississipi, alguns anos atrás.
  • 4:21 - 4:22
    Treze pessoas morreram.
  • 4:24 - 4:27
    Mas nem sempre foi assim.
    Nós fizemos o Canal do Panamá.
  • 4:29 - 4:31
    Praticamente erradicamos o pólio do mundo.
  • 4:31 - 4:34
    Fizemos a Ferrovia Transcontinental,
  • 4:34 - 4:35
    o Plano Marshall.
  • 4:35 - 4:39
    E não foram apenas grandes
    problemas de infraestrutura.
  • 4:39 - 4:41
    O direito de voto das mulheres também.
  • 4:41 - 4:44
    Mas nessa época imediatista,
  • 4:44 - 4:47
    na qual tudo parece acontecer agora,
  • 4:47 - 4:51
    e só pensamos no próximo "tweet"
    ou publicação na linha do tempo,
  • 4:51 - 4:53
    nos tornamos hiper-reacionários.
  • 4:53 - 4:55
    Então o que fazemos?
  • 4:57 - 5:00
    Pegamos pessoas fugindo de países
    destruídos pelas guerras,
  • 5:00 - 5:01
    e as perseguimos.
  • 5:01 - 5:05
    Nós sentenciamos à prisão perpétua
    usuários de droga de baixo risco.
  • 5:05 - 5:07
    Construímos complexos habitacionais
  • 5:07 - 5:10
    sem nos perguntarmos como as pessoas
    chegarão em seus trabalhos.
  • 5:10 - 5:12
    É para ganhar dinheiro fácil.
  • 5:13 - 5:15
    A verdade é que,
    para muitos desses problemas,
  • 5:15 - 5:18
    existem algumas soluções técnicas,
  • 5:18 - 5:19
    muitas delas.
  • 5:19 - 5:22
    Eu chamo essas soluções técnicas
    de estratégias de saco de areia.
  • 5:23 - 5:24
    Uma tempestade está vindo,
  • 5:24 - 5:29
    o dique se rompeu, ninguém o consertou,
    você cerca a casa com sacos de areia.
  • 5:29 - 5:31
    E adivinha? Funciona.
  • 5:32 - 5:36
    A tempestade passa, o nível da água cai,
    você se livra dos sacos de areia.
  • 5:36 - 5:39
    Então você faz igual
    nas próximas tempestades.
  • 5:40 - 5:41
    E a coisa traiçoeira é:
  • 5:42 - 5:44
    a estratégia de saco de areia
  • 5:44 - 5:45
    pode te reeleger;
  • 5:46 - 5:48
    essa estratégia
  • 5:48 - 5:50
    pode te ajudar em seus ganhos trimestrais.
  • 5:50 - 5:53
    Se queremos avançar
  • 5:53 - 5:56
    para um futuro diferente
    do que temos agora,
  • 5:56 - 5:58
    porque eu não acho que atingimos...
  • 5:58 - 6:00
    A civilização de 2016 não é o ápice.
  • 6:00 - 6:01
    (Risos)
  • 6:01 - 6:03
    Podemos fazer mais.
  • 6:04 - 6:07
    Em relação à visão de curto prazo,
    sim, há muitas soluções técnicas.
  • 6:07 - 6:10
    Eu poderia gastar quatro horas
    fazendo uma lista
  • 6:10 - 6:12
    de política de impostos, seguros,
  • 6:12 - 6:17
    um monte de coisas que podemos fazer
    para lidar com a visão de curto prazo.
  • 6:17 - 6:21
    Mas o ponto é que a não ser que mudemos
    nossos modelos e mapas mentais
  • 6:21 - 6:24
    sobre o pensamento a curto prazo,
  • 6:24 - 6:25
    não vai dar certo.
  • 6:25 - 6:28
    Então desenvolvi o que chamo
    de "planos de longo alcance",
  • 6:28 - 6:30
    e é uma prática.
  • 6:31 - 6:34
    Não é um exercício que só é feito uma vez.
  • 6:34 - 6:37
    Tenho certeza que todo mundo
    aqui já fez um planejamento
  • 6:37 - 6:40
    com muitos lembretes autoadesivos
    e quadros brancos,
  • 6:42 - 6:44
    sem ofensa a consultores
    aqui que fazem isso.
  • 6:44 - 6:48
    Você faz um plano de longo prazo,
    e, em duas semanas, você o esquece.
  • 6:50 - 6:53
    Certo? Ou uma semana depois.
    Se você tem sorte, três meses.
  • 6:53 - 6:57
    É uma prática porque não é
    necessariamente uma coisa que você faz.
  • 6:57 - 7:01
    É um processo no qual você tem
    de reavaliar diferentes jeitos de pensar
  • 7:01 - 7:03
    para cada grande decisão que está tomando.
  • 7:03 - 7:06
    Então eu quero falar
    sobre três desses jeitos.
  • 7:07 - 7:08
    O primeiro;
  • 7:08 - 7:11
    vou falar devagar
    para poder falar direito:
  • 7:11 - 7:13
    pensamento transgeracional
  • 7:14 - 7:16
    Eu amo os filósofos.
  • 7:16 - 7:18
    Platão, Sócrates, Habermas, Heidegger.
  • 7:18 - 7:20
    Eu cresci os estudando.
  • 7:21 - 7:23
    Mas todos eles fizeram uma coisa
  • 7:23 - 7:26
    que não pareceu relevante
    até que comecei a investigar fundo.
  • 7:27 - 7:29
    Todos eles adotaram,
  • 7:29 - 7:32
    como unidade de medida para seus conceitos
  • 7:32 - 7:34
    do que significava ser virtuoso e bom,
  • 7:35 - 7:37
    o período de uma vida;
  • 7:37 - 7:39
    do nascimento à morte.
  • 7:40 - 7:43
    Mas aqui está o "x" desses problemas:
    eles se acumulam sobre nós
  • 7:43 - 7:46
    porque só sabemos fazer o bem no mundo
  • 7:46 - 7:48
    se o fizermos entre
    nosso nascimento e morte.
  • 7:48 - 7:50
    Fomos programados assim.
  • 7:50 - 7:53
    Se você for na seção
    de autoajuda de uma livraria,
  • 7:53 - 7:55
    é tudo focado em você.
  • 7:56 - 7:57
    O que é ótimo,
  • 7:58 - 8:00
    exceto se você estiver lidando
    com grandes problemas.
  • 8:02 - 8:05
    Então, com o pensamento transgeracional,
  • 8:06 - 8:08
    que se parece com a ética transgeracional,
  • 8:08 - 8:12
    você é capaz de expandir
    como pensa sobre esses problemas,
  • 8:12 - 8:15
    e qual é seu papel em tentar resolvê-los.
  • 8:18 - 8:21
    Isso não é algo que só deve ser feito
    no Conselho de Segurança.
  • 8:22 - 8:25
    É algo que todos podemos fazer
    de uma maneira bem pessoal.
  • 8:25 - 8:30
    De vez em quando, se tenho sorte,
    minha mulher e eu saímos para jantar.
  • 8:30 - 8:33
    E temos três crianças
    com menos de sete anos.
  • 8:33 - 8:35
    Imagine como é um jantar
    tranquilo e em paz.
  • 8:35 - 8:36
    (Risos)
  • 8:36 - 8:41
    Nós nos sentamos e tudo que quero
    é comer e relaxar,
  • 8:42 - 8:46
    mas meus filhos entendem
    totalmente errado o que vamos fazer.
  • 8:46 - 8:51
    Então minha primeira ideia é
    a estratégia do saco de areia, certo?
  • 8:51 - 8:53
    Pego o celular no bolso
  • 8:53 - 8:54
    e dou "Frozen" a eles
  • 8:54 - 8:57
    ou algum jogo popular.
  • 9:00 - 9:02
    Então eu paro
  • 9:02 - 9:07
    e tenho que colocar uma espécie
    de boné do pensamento transgeracional.
  • 9:07 - 9:10
    Não faço isso no restaurante,
    porque seria bizarro.
  • 9:11 - 9:14
    Fiz uma vez, e aprendi que era bizarro.
  • 9:14 - 9:15
    (Risos)
  • 9:15 - 9:19
    Você tem que pensar:
    "Certo, eu posso fazer isso.
  • 9:20 - 9:22
    Mas o que isso está ensinando a eles?"
  • 9:25 - 9:28
    E se eu trouxer um pouco de papel
    ou conversar com eles?
  • 9:28 - 9:31
    É difícil, e estou tornando isso pessoal.
  • 9:31 - 9:35
    É mais traumático que muitos problemas
    mundiais nos quais trabalhei:
  • 9:35 - 9:37
    entreter meus filhos no jantar.
  • 9:37 - 9:41
    Isso faz com que se conectem
    comigo, aqui no presente,
  • 9:41 - 9:45
    mas, também, essa é a alma
    do pensamento da ética transgeracional,
  • 9:45 - 9:49
    isso os mostra como interagir
    com seus futuros filhos
  • 9:49 - 9:51
    e os filhos dos seus filhos, e assim vai.
  • 9:53 - 9:56
    Segundo: pensamento sobre futuros.
  • 9:58 - 10:02
    Quando pensamos sobre o futuro,
    não precisa fechar olhos,
  • 10:02 - 10:04
    todo mundo diz isso e ninguém fecha.
  • 10:04 - 10:06
    Finja fechar os olhos.
  • 10:06 - 10:07
    (Risos)
  • 10:07 - 10:09
    Pense sobre daqui a 10, 15 anos,
  • 10:10 - 10:12
    e me dê uma ideia de como o futuro é.
  • 10:13 - 10:16
    Não precisa me falar, só imagine.
  • 10:16 - 10:18
    O que você provavelmente vai ver
  • 10:18 - 10:20
    é uma lente cultural
  • 10:20 - 10:23
    que domina nosso pensamento
    sobre o futuro atualmente:
  • 10:23 - 10:24
    tecnologia.
  • 10:25 - 10:29
    Quando pensamos sobre os problemas,
    sempre usamos uma lente tecnológica,
  • 10:29 - 10:32
    tecno-cêntrica e tecno utópica,
    e não tem nada de errado nisso,
  • 10:32 - 10:35
    mas é algo que precisamos avaliar bem
  • 10:35 - 10:38
    se vamos avançar nessas grandes questões.
  • 10:38 - 10:40
    Porque nem sempre foi assim, certo?
  • 10:40 - 10:43
    O povo da antiguidade
    tinha sua maneira de pensar
  • 10:44 - 10:46
    sobre como o futuro era.
  • 10:47 - 10:52
    A Igreja, definitivamente, tinha sua ideia
    de como o futuro poderia ser,
  • 10:52 - 10:55
    e você poderia pagar para
    participar desse futuro, certo?
  • 10:55 - 10:56
    E, para a sorte da humanidade,
  • 10:57 - 11:00
    nós tivemos a revolução científica.
  • 11:02 - 11:05
    Então, conseguimos a tecnologia,
    mas o que tem acontecido...
  • 11:05 - 11:07
    A propósito, isso não é uma crítica;
  • 11:08 - 11:10
    eu amo a tecnologia.
  • 11:11 - 11:15
    Tudo na minha casa me responde:
    meus filhos, minha caixa de som, tudo.
  • 11:15 - 11:17
    (Risos)
  • 11:18 - 11:23
    Mas nós abdicamos o futuro das mãos
    dos sumos sacerdotes de Roma
  • 11:23 - 11:27
    para os sumos sacerdotes
    do Vale do Silício.
  • 11:28 - 11:31
    Então quando pensamos
    sobre como lidaremos com clima,
  • 11:31 - 11:33
    com pobreza, ou falta de moradia
  • 11:33 - 11:36
    nossa primeira reação
    é usar uma lente tecnológica.
  • 11:37 - 11:41
    Não estou dizendo que temos
    que recorrer a este cara.
  • 11:42 - 11:44
    Eu amo Joel, não me entenda mal,
  • 11:44 - 11:46
    mas não é isso que quero dizer.
  • 11:46 - 11:50
    Mas devemos repensar
    nossa suposição básica
  • 11:50 - 11:54
    de olhar para o futuro de um único jeito,
    através das lentes dominantes.
  • 11:54 - 11:57
    Nossos problemas são tão grandes e vastos,
  • 11:57 - 12:00
    que precisamos abrir nossas mentes.
  • 12:00 - 12:04
    É por isso que faço tudo o que posso
    para não falar de um único futuro.
  • 12:04 - 12:06
    Eu falo sobre futuros,
  • 12:07 - 12:08
    porque reinicia a conversa.
  • 12:08 - 12:14
    Portanto, quando você pensar sobre
    como avançaremos nessa grande questão:
  • 12:14 - 12:16
    pode ser em casa,
  • 12:16 - 12:18
    no trabalho,
  • 12:18 - 12:20
    ou, de novo, na escala global,
  • 12:20 - 12:25
    não se impeça de considerar algo
    além da tecnologia como uma solução,
  • 12:25 - 12:28
    pois, agora, nos preocupamos mais
    com evolução tecnológica
  • 12:28 - 12:31
    do que com a evolução moral.
  • 12:31 - 12:33
    A não ser que consertemos isso,
  • 12:33 - 12:36
    não conseguiremos sair da visão
    de curto prazo e ir para onde queremos ir.
  • 12:37 - 12:39
    Por último: pensamento "telos".
  • 12:39 - 12:43
    "Telos" vem do grego,
    e significa objetivo e propósito finais.
  • 12:43 - 12:45
    Consiste em fazer uma pergunta:
  • 12:47 - 12:48
    até que ponto?
  • 12:49 - 12:52
    Qual foi a última vez que você
    se perguntou: "Até que ponto?"
  • 12:54 - 12:58
    E quando você se perguntou isso,
    até onde você conseguiu chegar?
  • 12:58 - 13:01
    Porque o que conhecíamos
    como longo não é mais suficiente.
  • 13:02 - 13:04
    Três, cinco anos não adiantam.
  • 13:04 - 13:06
    São 30, 40, 50, 100 anos.
  • 13:10 - 13:13
    No poema épico de Homero, "Odisseia",
  • 13:14 - 13:17
    Ulisses tinha sua resposta
    para o "até que ponto".
  • 13:17 - 13:18
    Era Ítaca.
  • 13:19 - 13:22
    Era a sua visão audaciosa do que queria:
    retornar para Penélope.
  • 13:22 - 13:25
    Posso dizer, por conta
    do trabalho que faço,
  • 13:25 - 13:28
    e você sabe intuitivamente,
    que nós perdemos a nossa Ítaca.
  • 13:28 - 13:31
    Perdemos o nosso "até que ponto",
    então ficamos numa roda de hamster.
  • 13:31 - 13:34
    Sim, estamos tentando
    resolver os problemas,
  • 13:34 - 13:36
    mas o que acontece depois,
    quando conseguirmos?
  • 13:37 - 13:41
    A não ser que definamos o que vem
    depois, as pessoas não vão se mover.
  • 13:41 - 13:44
    Thomas Kuhn nos deu o famoso
    termo "mudança de paradigma",
  • 13:44 - 13:49
    mas uma parte de seu livro,
    que não é tão famosa como essa,
  • 13:49 - 13:51
    é quando ele diz: "As pessoas não mudam
  • 13:51 - 13:54
    a menos que elas saibam
    para onde estão mudando".
  • 13:55 - 14:00
    O sapo não pula de uma vitória-régia
    para outra sem vê-la antes.
  • 14:01 - 14:04
    E não adianta dizer
    a ele uma frase "telos".
  • 14:04 - 14:06
    Ele precisa ser informado antes.
  • 14:06 - 14:09
    Esse foi o poder contido
    no que Martin Luther King Jr. fez.
  • 14:10 - 14:13
    Ele analisou a lista
    de problemas e questões
  • 14:13 - 14:19
    e, então, ele explicou bem o que era:
    "Eu tenho um sonho"... o que virá depois?
  • 14:20 - 14:22
    Isso não é só sobre negócios,
  • 14:22 - 14:26
    porém os negócios consistentes,
    que superam a visão de curto prazo,
  • 14:26 - 14:28
    são os negócios familiares.
  • 14:28 - 14:31
    Eles são transgeracionais, são "telos";
    eles pensam sobre os futuros.
  • 14:31 - 14:35
    Este é um anúncio da Patek Philippe;
    esta empresa têm 175 anos,
  • 14:35 - 14:38
    e o incrível é que ela incorpora
  • 14:38 - 14:41
    esse tipo de noção de longo
    alcance na sua marca.
  • 14:41 - 14:46
    Aliás, na verdade, você nunca possui
    um relógio desse; eu jamais terei.
  • 14:46 - 14:47
    (Risos)
  • 14:47 - 14:50
    A menos que alguém queira jogar
    US$ 25 mil no palco.
  • 14:50 - 14:53
    Você meramente toma conta dele
    para a próxima geração.
  • 14:56 - 14:59
    Logo, é importante que lembremos
  • 14:59 - 15:02
    que tratamos o futuro como um substantivo,
  • 15:02 - 15:04
    quando, na realidade, é um verbo.
  • 15:05 - 15:06
    Requer ação.
  • 15:06 - 15:08
    Requer que nos esforcemos.
  • 15:08 - 15:11
    Não é algo que nos domina,
    mas sim que controlamos totalmente.
  • 15:11 - 15:13
    Mas numa sociedade imediatista,
  • 15:13 - 15:16
    sentimos que não o controlamos,
    que estamos encurralados.
  • 15:16 - 15:18
    Podemos sair dessa.
  • 15:20 - 15:22
    Agora estou ficando mais confortável
  • 15:23 - 15:25
    com o fato de que, em algum ponto,
  • 15:26 - 15:27
    no futuro inevitável,
  • 15:29 - 15:30
    eu vou morrer.
  • 15:31 - 15:35
    Mas por causa desses novos jeitos
    de pensar e de fazer,
  • 15:35 - 15:39
    tanto no mundo afora,
    quanto em casa com minha família,
  • 15:39 - 15:42
    quando deixo meus filhos, me sinto
    mais confortável com esse fato.
  • 15:42 - 15:45
    E é algo que deixa muitos
    de nós desconfortáveis,
  • 15:45 - 15:47
    mas estou dizendo,
  • 15:48 - 15:49
    pense direito.
  • 15:49 - 15:52
    Aplique esse tipo de pensamento
    e você poderá ir além
  • 15:52 - 15:54
    do que é, inevitavelmente, desconfortável.
  • 15:54 - 15:58
    E tudo começa se perguntando:
  • 15:59 - 16:01
    qual é seu plano de longo alcance?
  • 16:02 - 16:05
    Quando você se perguntar isso agora,
  • 16:05 - 16:08
    ou à noite, atrás do volante,
  • 16:08 - 16:10
    na sala de reuniões,
    ou na sala de situações,
  • 16:12 - 16:14
    vá além do plano de longo alcance.
  • 16:14 - 16:18
    Qual é meu plano de longo alcance
    para os próximos três, cinco anos?
  • 16:18 - 16:21
    Tente ir além da própria vida, se puder.
  • 16:21 - 16:24
    Porque assim você fará coisas
    um pouco maiores
  • 16:24 - 16:26
    do que achava possível.
  • 16:27 - 16:30
    Sim, temos grandes problemas lá fora,
  • 16:32 - 16:34
    porém, com esse processo,
    com esse pensamento,
  • 16:35 - 16:36
    podemos fazer a diferença.
  • 16:37 - 16:40
    Acho que você pode fazer a diferença,
  • 16:40 - 16:41
    e eu acredito em você.
  • 16:41 - 16:42
    Obrigado.
  • 16:42 - 16:44
    (Aplausos)
Title:
Visão de curto prazo está nos matando: está na hora dos planos de longo alcance |Ari Wallach | TEDxMidAtlantic
Description:

Estamos enfrentando problemas de escala civilizacional no mundo de hoje. Contudo, nós não podemos resolvê-los usando pensamentos de curto prazo. Se queremos avançar em direção a um futuro diferente, precisamos adotar o que Ari Wallach chama de “planos de longo alcance”. Ari compartilha três jeitos de pensar para abordar os grandes problemas com os quais estamos lidando.

Ari Wallach, planejador de futuros e estrategista de inovações, é o diretor executivo da empresa de consultoria Synthesis Corp., sediada em Nova Iorque, além de ser especialista da revista americana Fast Company na área de macrotendências emergentes em negócios e cultura. Combinando o conhecimento sobre novos modelos de tecnologia e negócios com o entendimento amplo de transformações sociais, políticas, econômicas e demográficas, Wallach ajuda líderes a compreender e moldar o futuro de suas organizações, de suas indústrias e do mundo.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
16:46

Portuguese, Brazilian subtitles

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