Return to Video

A DITADURA DA ESPECULAÇÃO (Curta-metragem oficial).mp4

  • 0:05 - 0:11
    Melhor Curta Documentário Júri Popular 45º Festival de Brasília do Cinema
    Brasileiro

  • 0:11 - 0:14
    Melhor Filme Júri Popular Festival Internacional de Filmes Curtíssimos
  • 0:16 - 0:20
    Este filme não recebeu qualquer tipo de patrocínio
  • 0:20 - 0:24
    Liberado para distribuição e pirataria
  • 0:25 - 0:30
    “Em solidariedade ao Santuário dos Pajés, contra o setor Noroeste, a
    especulação imobiliária...
  • 0:30 - 0:35
    e governos que, em nome do povo, utilizam o aparelho estatal para atender ao apetite dos mercados.
  • 0:35 - 0:38
    Pelo respeito ao povo e sua diversidade
    cultural”
  • 0:39 - 0:43
    (Mensagem deixada por hackers após invadirem a página oficial...
  • 0:43 - 0:47
    da Secretaria de
    Cultura do DF. A invasão durou mais de 100 horas)
  • 1:01 - 1:05
    (Fora Noroeste. Abaixo Noroeste.)
  • 1:13 - 1:16
    Centro de Mídia Independente-DF apresenta:
  • 1:17 - 1:23
    Invasores, invasores, invasores, invasores... Ditadura, ditadura!
  • 1:23 - 1:27
    A DITADURA DA ESPECULAÇÃO
  • 1:27 - 1:30
    Invasores, invasores, invasores...
  • 1:30 - 1:34
    E outros manifestantes vão pra cima ali, eles entram em confronto com o segurança.
  • 1:34 - 1:36
    Tudo
    isso porque nesse lugar aí,
  • 1:36 - 1:38
    você está vendo que as pessoas são retiradas assim,
  • 1:38 - 1:41
    nesse local deve sair o bairro mais caro de Brasília.
  • 1:44 - 1:47
    Acontece que a área já era habitada por um grupo de
  • 1:47 - 1:50
    descendentes de
    índios da etnia Fulni-ô.
  • 1:50 - 1:54
    Eles ainda derrubaram outra cerca, jogaram água nos seguranças...
  • 1:54 - 1:56
    Os manifestantes querem que a obra seja paralisada
  • 1:56 - 2:01
    O confronto entre estudantes, índios e funcionários de uma construtora, agora de
    manhã em Brasília.
  • 2:01 - 2:08
    Os conflitos entre os seguranças das empreiteiras, índios e simpatizantes
    tem sido frequentes.
  • 2:08 - 2:16
    Árvores arrancadas ali pelas máquinas e isso, há mais de 50 anos, neste
    local, fica uma comunidade indígena.
  • 2:16 - 2:20
    O detalhe é que no meio desse bairro de classe "A" existe o Santuário dos
    Pajés.
  • 2:20 - 2:24
    A Terracap, no entanto, quer reduzí-lo a apenas 4 hectares...
  • 2:24 - 2:29
    o que transformaria o
    local numa espécie de zoológico indígena.
  • 2:30 - 2:31
    Pára a máquina!
  • 2:31 - 2:33
    Nesse lugar aí conhecido como Santuário dos Pajés...
  • 2:33 - 2:39
    Reparem só como o
    homem dispara um spray, que parece ser de pimenta, contra outras pessoas...
  • 2:39 - 2:43
    e um dos
    homens reage com um pedaço de pau bem grande!
  • 2:43 - 2:46
    Mesmo atingido por spray de pimenta ele não pára!
  • 2:48 - 2:54
    O índio já perdeu seu espaço há muito tempo no Brasil. Não tem respeito nenhum, nenhum pela nossa cultura.
  • 2:55 - 2:57
    Melhor vocês saí daqui! SAI, SAI!
  • 3:00 - 3:02
    Coronel Charles Magalhães PM-DF
  • 3:04 - 3:06
    Sai fora, sai fora!
  • 3:12 - 3:14
    Aquela outra máquina lá tá fazendo o que?
  • 3:15 - 3:17
    Tá de brincadeira!
  • 3:17 - 3:21
    O capitão, caralho, olha a máquina lá, porra!
  • 3:22 - 3:25
    Olha a máquina trabalhando capitão, cadê sua palavra?
  • 3:27 - 3:28
    O que ele vai fazer contra aquilo?
  • 3:53 - 3:58
    E olha o que esse rapaz faz: Ele vai pra cima ali, ele deita na frente ali, da
    pá carregadeira,
  • 3:58 - 4:02
    a máquina tem que voltar. Confusão ali por conta dessa situação.
  • 4:07 - 4:08
    Caralho!
  • 4:08 - 4:10
    Vamo pará esse negócio aí, caralho!
  • 5:02 - 5:07
    Cerca de 800 policiais militares se revezam pra fazer a segurança aqui na
    área.
  • 5:07 - 5:12
    A multidão de policiais militares foi para cerca de 40 estudantes.
  • 5:13 - 5:15
    A PM
    não deve sair daqui tão cedo.
  • 5:15 - 5:20
    Os estudantes reclamam que tanto as obras quanto a
    ocupação da PM foram ilegais.
  • 5:20 - 5:25
    Eles fazem de tudo pro brasileiro não ter conhecimento da etnia, dos
    povos,
  • 5:25 - 5:32
    e de toda essa cultura ampla, diversificada... O poder, simplesmente, é o que
    manda.
  • 5:32 - 5:35
    Os policiais fizeram um cordão de isolamento aqui no canteiro.
  • 5:42 - 5:48
    Nesse caso aqui a gente tem um dos problemas clássicos com relação a essa
    questão dos indígenas na mídia...
  • 5:48 - 5:50
    que é a especulação imobiliária
  • 5:51 - 5:58
    E o grande articulador
    desse bairro, o noroeste, onde está o santuário, é dono de uma TV aqui em Brasília.
  • 5:59 - 6:01
    Tão violando a constituição. Essa terra é indígena!
  • 6:01 - 6:03
    Cadê o major?
  • 6:03 - 6:04
    Tão violando a constituição!
  • 6:12 - 6:16
    Fortemente armados, os policiais federais passaram a tarde no noroeste.
  • 6:16 - 6:22
    Os policiais federais passaram boa parte da tarde aqui para tentar evitar outros confrontos.
  • 6:22 - 6:27
    Mas a história resumidamente é assim: nesse local deve sair o bairro mais
    caro de Brasília,
  • 6:27 - 6:30
    só que a mais de 50 anos fica ali uma comunidade indígena.
  • 6:33 - 6:38
    Noroeste, faroeste, noroeste, faroeste, noroeste, faroeste!
  • 6:50 - 6:54
    Eu não tava, eu tô balançando. Tava é passado, eu tô...
  • 6:56 - 6:57
    Não agride, não! Calma!
  • 6:59 - 7:02
    Gás de pimenta aqui. Ninguém fez nada.
  • 7:08 - 7:10
    Polícia Militar não pode encostar em índio não!
  • 7:11 - 7:12
    Cê vai deixar o sangue dum índio aqui!
  • 7:13 - 7:15
    Pára, pô! Pára!
  • 7:29 - 7:31
    Abre o olho, abre o olho.
  • 7:31 - 7:38
    Fora PM, Fora PM, Fora PM, Fora PM!
  • 7:41 - 7:45
    Tem o cinegrafista também fazendo imagens. Olha aí o momento que o
    homem dispara esse spray.
  • 7:48 - 7:50
    Eu tô sob efeito de spray mano, espera aê!
  • 7:52 - 7:53
    Tira a mão de mim!
  • 7:54 - 7:59
    ...tá vendo ali os indígenas com alguns outros manifestantes
    acompanhando toda essa confusão.
  • 7:59 - 8:01
    Polícia militar também ficou ali...
  • 8:01 - 8:06
    Agora o que eles esperam é conseguir proteger o que ainda resta da natureza na
    região.
  • 8:06 - 8:09
    ...novos prédios e ontem entraram em confronto com a polícia.
  • 8:09 - 8:10
    Me solta!
  • 8:13 - 8:17
    Pega na perna, pega na perna, leva. Isso! Pega na perna!
  • 8:17 - 8:18
    Solta ele!
  • 8:18 - 8:19
    Levanta, levanta!
  • 8:19 - 8:21
    Ó, não vai tomar a câmera não!
  • 8:27 - 8:29
    Parabéns, você conseguiu o seu filme, Charles Bronson!
  • 8:30 - 8:33
    O motorista do caminhão avançou nos manifestantes.
  • 8:33 - 8:36
    Ô, ô, ô, ô, porra!
  • 8:36 - 8:38
    Um dos rapazes reagiu e foi preso.
  • 8:39 - 8:41
    Tão me detendo aqui!
  • 8:41 - 8:45
    Mais policiais foram chamados e estudantes se acorrentaram as
    máquinas.
  • 8:53 - 8:54
    Olha a violência, porra!
  • 8:58 - 9:02
    E mesmo com o trabalho das máquinas, os estudantes continuaram o
    protesto...
  • 9:02 - 9:05
    que envolveu até um cachorrinho que deitou na frente do caminhão.
  • 9:09 - 9:16
    ...flagraram esta estudante tentando impedir a entrada das máquinas. Veja que ela entra na frente do trator.
  • 9:16 - 9:23
    Do alto dá para ver o momento em que uma estudante tenta impedir o
    avanço do trator e acaba agredida por um segurança.
  • 9:23 - 9:28
    Uma estudante que tentou parar um trator foi agredida pelo segurança
    da obra.
  • 9:31 - 9:35
    Horas depois os policiais militares foram obrigados a deixar a área.
  • 9:36 - 9:44
    A ordem daqui do Santuário dos Pajés é resistir. Os índios do Brasil todo,
    sabem! Se não resisti, perde a terra. Índio é terra, não dá pra separar.
  • 9:44 - 9:50
    E o sentimento de que o movimento em favor do Santuário, extrapola em
    muito a luta local...
  • 9:50 - 9:55
    e se insere em um movimento muito maior contra a ganância da
    especulação.
  • 9:56 - 9:59
    No meio da tarde as construtoras retiraram as máquinas.
  • 10:04 - 10:08
    "...destruindo as relações que o
    noroeste cria."
  • 10:10 - 10:13
    Nós vamos levantar ela, vamos erguer essa floresta de novo.
  • 10:15 - 10:21
    "Pisa ligeiro, pisa ligeiro, quem não pode com a formiga não assanha o
    formigueiro."
  • 10:21 - 10:28
    Mostrando que é possível ter resistência e concluir os seus direitos. Nós
    estamos fazendo valer nossos direitos.
  • 10:28 - 10:37
    O Santuário não se move! O Santuário não se move! O Santuário não se move!
  • 10:42 - 10:44
    Noroeste,
    faroeste!
  • 11:16 - 11:19
    A DITADURA DA ESPECULAÇÃO
  • 11:24 - 11:31
    Os apoiadores do Santuário dos Pajés estão sendo processados pelo GDF e
    pela construtora Emplavi.
  • 11:31 - 11:36
    A segunda etapa de construção do Setor Noroeste já foi aprovada. O Santuário resiste.
  • 11:37 - 11:42
    Aqui ó, acabamos de conquistar uma vitória inédita no movimento dos
    apoiadores do Santuário...
  • 11:42 - 11:46
    que foi obrigar o trator a tampar o buraco que eles fizeram.
  • 11:47 - 11:51
    "Avisa quem tá querendo comprar um apê com vista pro Santuário"
  • 11:52 - 11:56
    "Assim um índio não tem onde morar."
  • 11:57 - 12:01
    "Com o povo ninguém pode, o Santuário não se move!"
  • 12:03 - 12:17
    ...rapidinho faz predinho, represinha e condomínio bem verdinho e ecológico.. e vai, vai, bota, bota
    gente no zoológico...
  • 12:27 - 12:28
    Obrigado.
  • 12:33 - 12:37
    Santuário dos Pajés - DF 2012
  • 12:37 - 12:39
    Degravação: Xico, Xyz Revisão e sincronia: Xyz
Title:
A DITADURA DA ESPECULAÇÃO (Curta-metragem oficial).mp4
Description:

Terracap e a ditadura da especulação
"O curta metragem, que não recebeu qualquer tipo de patrocínio, mostra as tentativas de impedir que as máquinas derrubassem a vegetação local para construção de edifícios do setor noroeste, cujo metro quadrado, o mais caro da capital, pode chegar a R$ 25 mil.
Além disso o documentário também mostra diversos confrontos entre índígenas, manifestantes, polícia militar e seguranças da administradora Terracap, que além de ser a estatal que administra as terras públicas do Distrito Federal, curiosamente também é uma das patrocinadoras do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, onde o curta ganhou o prêmio de Júri popular. O filme retrata exatamente este movimento de resistência ao avanço das construções desse novo bairro em Brasília, que tenta retirar do local um antigo santuário e a comunidade indígena que habita a área. Com o apoio de manifestantes e ativistas junto aos indígenas, eles tentam impedir as obras e enfrentam a truculência dos 800 policiais enviados pelo Governador Agnelo Queiroz, seguranças da Terracap e a milícia contratada pelas empresas privadas."

A exibição
"O Festival de Brasília tem a tradição de possuir o público mais politizado dentre os festivais realizados no Brasil. Algo até mesmo natural, visto que o evento acontece em plena capital do país, onde tudo respira a política. A noite deste sábado deu mais uma demonstração desta militância, quando dezenas de pessoas subiram ao palco para protestar antes da exibição do curta-metragem A Ditadura da Especulação, de Zé Furtado.
Com palavras de ordem contra o governador Agnelo Queiroz, os protestantes leram e distribuíram um manifesto, onde defendiam a manutenção dos índígenas e criticavam a política de obras visando a Copa do Mundo de 2014. O público embarcou no protesto e aplaudiu fervorosamente. A exibição do curta, com cenas de agressão de seguranças, milícia e policiais, fez com que o clima esquentasse ainda mais. Brados de protesto tomaram conta do Teatro Nacional Cláudio Santoro, forçando a paralisação momentânea da programação do festival até que os ânimos se acalmassem.
A causa relatada no curta comoveu a platéia que ao fim da exibição, pela primeira vez desde o início da mostra competitiva do Festival de Brasília 2012, aplaudiu um filme em pé.
A Ditadura da Especulação é dirigida por Zé Furtado, que segundo o manifesto distribuído "é um voluntário do Centro de Mídia Independente, uma locutora de radio livre, uma trabalhadora que paga 4 ônibus lotados por dia na Samambaia, um cineasta sem cinema onde passar seu filme, é uma sem terra em Planaltina, um desempregado na Estrutural, Catraqueiro no Paranoá, Honestino na UnB, uma Feminista nas ruas da cidade. Zé Furtada é o zapatista sub-comandante Marcos, suas representações e maiorias sociais. Maiorias, sim! Minoria é o 1% dono dos meios de produção e do poder institucional. Somos mais!".
Na verdade o filme é de um coletivo de cineastas responsáveis pela obra, e tem o objetivo de ser uma ferramenta politica que se desdobra em ações práticas."

Eles são 1%. Somos 99%.
Bom filme a todas e todos e esperamos que vocês se revoltem.

O SANTUÁRIO NÃO SE MOVE!

more » « less
Video Language:
Portuguese, Brazilian
Duration:
12:41

Portuguese, Brazilian subtitles

Incomplete

Revisions