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Três segredos das pessoas resilientes

  • 0:01 - 0:06
    Para começar, peço licença
    para fazer algumas perguntas.
  • 0:06 - 0:10
    Se vocês já perderam alguém
    que amavam profundamente,
  • 0:10 - 0:12
    se já tiveram o coração partido,
  • 0:12 - 0:15
    se já passaram por um divórcio complicado,
  • 0:15 - 0:18
    ou se já foram vítima de infidelidade,
  • 0:18 - 0:20
    por favor, levantem-se.
  • 0:20 - 0:24
    Se não for possível ficar de pé,
    vocês podem levantar a mão.
  • 0:24 - 0:26
    Por favor, permaneçam de pé
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    e deixem a mão levantada.
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    Se vocês já viveram um desastre natural,
    já sofreram bullying ou foram demitidos,
  • 0:32 - 0:34
    levantem-se.
  • 0:34 - 0:37
    Se já sofreram um aborto espontâneo,
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    se vocês já abortaram
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    ou se já lutaram contra a infertilidade,
  • 0:42 - 0:44
    por favor, levantem-se.
  • 0:44 - 0:47
    Por fim, se vocês, ou qualquer
    pessoa que amam,
  • 0:47 - 0:51
    tiveram que lidar com alguma
    doença mental, demência,
  • 0:51 - 0:55
    alguma forma de deficiência física,
    ou lidou com suicídio,
  • 0:55 - 0:57
    por favor, levantem-se.
  • 0:57 - 0:58
    Olhem ao redor.
  • 0:59 - 1:04
    Dificuldades não discriminam.
  • 1:04 - 1:06
    Se você está vivo,
  • 1:06 - 1:10
    terá ou já teve
  • 1:10 - 1:13
    que enfrentar tempos difíceis.
  • 1:13 - 1:15
    Obrigada a todos, podem se sentar.
  • 1:19 - 1:23
    Eu comecei meus estudos
    sobre resiliência há uma década
  • 1:23 - 1:24
    na Universidade da Pensilvânia,
  • 1:24 - 1:26
    na Filadélfia.
  • 1:26 - 1:31
    Foi incrível estar lá naquela época,
    porque os professores que me treinaram
  • 1:31 - 1:33
    tinham acabado de conseguir um contrato
  • 1:33 - 1:37
    para treinar 1,1 milhões
    de soldados americanos
  • 1:37 - 1:42
    para ficarem tão bem mentalmente
    quanto estavam fisicamente.
  • 1:42 - 1:43
    Como podem imaginar,
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    não dá pra ter um público mais cético
    que sargentos de treinamento americanos
  • 1:49 - 1:51
    voltando do Afeganistão.
  • 1:51 - 1:56
    Para alguém como eu,
    cuja missão principal na vida é entender
  • 1:56 - 2:01
    como podemos tirar melhor proveito
    dos resultados acadêmicos
  • 2:01 - 2:04
    e levá-los para o dia a dia das pessoas,
  • 2:04 - 2:07
    a universidade era um lugar
    bem inspirador para se estar.
  • 2:07 - 2:09
    Terminei meus estudos nos Estados Unidos
  • 2:09 - 2:12
    e depois voltei aqui para casa,
    em Christchurch,
  • 2:12 - 2:15
    para começar meu doutorado.
  • 2:15 - 2:18
    Eu tinha acabado de começar minha pesquisa
  • 2:18 - 2:21
    quando aconteceu o terremoto
    em Christchurch.
  • 2:21 - 2:23
    Então, eu deixei minha pesquisa de lado
  • 2:23 - 2:26
    e comecei a trabalhar com minha comunidade
  • 2:26 - 2:31
    para ajudá-la durante aquele período
    terrível depois do terremoto.
  • 2:31 - 2:33
    Trabalhei com todo tipo de organizações,
  • 2:33 - 2:37
    de órgãos governamentais a construtoras,
  • 2:37 - 2:38
    e todo tipo de grupos comunitários,
  • 2:38 - 2:42
    ensinando a todos eles
    maneiras de pensar e agir
  • 2:42 - 2:44
    que estimulam a resiliência.
  • 2:45 - 2:47
    Eu pensei que aquela era minha vocação,
  • 2:48 - 2:53
    meu momento de fazer bom uso
    de toda aquela pesquisa.
  • 2:53 - 2:56
    Mas, infelizmente, eu estava errada.
  • 2:56 - 3:01
    Meu verdadeiro teste veio em 2014,
  • 3:01 - 3:03
    no final de semana
    do Aniversário da Rainha.
  • 3:03 - 3:06
    Nós e outras duas famílias
    tínhamos decidido
  • 3:06 - 3:10
    descer para o lago Ohau
    e pedalar até a costa.
  • 3:10 - 3:12
    No último minuto,
  • 3:12 - 3:15
    minha linda filha Abi, de 12 anos,
  • 3:15 - 3:20
    decidiu entrar no carro com a melhor
    amiga, Ella, também de 12 anos,
  • 3:20 - 3:24
    e a mãe da Ella, Sally,
    uma amiga minha muito querida.
  • 3:25 - 3:28
    No caminho, quando estavam
    viajando por Rakaia
  • 3:28 - 3:33
    em Thompsons Track,
    um motorista ignorou o sinal de PARE
  • 3:33 - 3:35
    e bateu no carro delas,
  • 3:35 - 3:38
    matando as três instantaneamente.
  • 3:39 - 3:42
    Num piscar de olhos,
  • 3:42 - 3:45
    eu me senti arremessada
    para o outro lado da equação,
  • 3:45 - 3:48
    acordando com uma identidade
    completamente nova.
  • 3:48 - 3:51
    Ao invés de ser
    a especialista em resiliência,
  • 3:51 - 3:54
    eu era, de repente, uma mãe em luto.
  • 3:54 - 3:56
    Acordar sem saber quem sou,
  • 3:56 - 4:00
    tentar entender aquelas
    notícias impensáveis,
  • 4:00 - 4:03
    meu mundo se quebrou em pedacinhos.
  • 4:03 - 4:07
    De repente, sou eu quem precisa
    de todo aquele conselho de especialista.
  • 4:07 - 4:09
    E digo mais,
  • 4:09 - 4:12
    eu não gostei nem um pouco do que escutei.
  • 4:12 - 4:15
    Nos dias seguintes à morte de Abi,
  • 4:15 - 4:20
    nos disseram que estávamos
    à beira do distanciamento familiar.
  • 4:20 - 4:23
    Que provavelmente iríamos nos divorciar
  • 4:23 - 4:26
    e que corríamos risco
    de uma doença mental.
  • 4:26 - 4:27
    Lembro-me de ter pensado: "Uau!
  • 4:27 - 4:30
    Obrigada, pensei que minha vida
    já estivesse uma droga".
  • 4:30 - 4:32
    (Risos)
  • 4:32 - 4:35
    Os panfletos descreviam
    os cinco estágios do luto:
  • 4:35 - 4:38
    raiva, negociação, negação,
    depressão, aceitação.
  • 4:38 - 4:41
    O apoio à vítima chegou à nossa porta
  • 4:41 - 4:46
    e disse que deveríamos considerar
    os próximos cinco anos de luto.
  • 4:47 - 4:51
    Eu sei que os panfletos
    e as iniciativas tinham boas intenções.
  • 4:51 - 4:57
    Mas em todo aquele conselho,
    eles nos faziam sentir como vítimas,
  • 4:57 - 4:59
    completamente arrasados
    com o caminho pela frente
  • 4:59 - 5:04
    e incapazes de exercer qualquer influência
    sobre qualquer que fosse nosso luto.
  • 5:05 - 5:09
    Não precisava que me dissessem
    que as coisas estavam muito ruins.
  • 5:09 - 5:13
    Acreditem, já sabia que as coisas
    eram realmente terríveis.
  • 5:13 - 5:16
    O que eu mais precisava era de esperança.
  • 5:17 - 5:21
    Eu precisava de uma luz
    no meio de toda aquela angústia,
  • 5:21 - 5:24
    dor e anseio.
  • 5:24 - 5:25
    Acima de tudo,
  • 5:25 - 5:31
    queria ser um agente participativo
    no meu processo de luto.
  • 5:31 - 5:34
    Então, decidi dar as costas
    àqueles conselhos
  • 5:34 - 5:39
    e, ao invés disso, decidi conduzir
    uma autoexperimentação.
  • 5:39 - 5:41
    Eu pesquisei e tinha as ferramentas.
  • 5:41 - 5:44
    Queria saber se elas seriam
    mesmo úteis naquele momento
  • 5:44 - 5:47
    frente a uma montanha enorme para escalar.
  • 5:48 - 5:50
    Mas, neste momento, tenho que confessar
  • 5:51 - 5:54
    que não sabia direito se alguma
    coisa daquilo iria funcionar.
  • 5:54 - 6:00
    A perda de um filho é conhecida
    como a mais difícil de suportar.
  • 6:02 - 6:05
    Mas agora posso dizer,
    depois de cinco anos,
  • 6:05 - 6:08
    o que eu já sabia da pesquisa.
  • 6:08 - 6:10
    Que você pode se reerguer
    de uma dificuldade,
  • 6:11 - 6:14
    que há estratégias que funcionam,
  • 6:14 - 6:16
    que é bem possível
  • 6:16 - 6:21
    fazer você pensar e agir
    de certas maneiras
  • 6:21 - 6:26
    que ajudarão a abrir caminho
    em tempos difíceis.
  • 6:26 - 6:30
    Existem coleções enormes
    de pesquisas sobre como fazer isso.
  • 6:30 - 6:34
    Hoje, vou dividir
    com vocês três estratégias.
  • 6:34 - 6:38
    Essas foram as principais que adotei
  • 6:38 - 6:40
    e que me salvaram nos dias mais difíceis.
  • 6:40 - 6:44
    São três estratégias que sustentam
    todo o meu trabalho
  • 6:44 - 6:47
    e estão todas facilmente
    disponíveis a todos nós,
  • 6:47 - 6:49
    qualquer um pode aprender.
  • 6:49 - 6:51
    Vocês podem aprendê-las agora mesmo.
  • 6:52 - 6:53
    Então, número um:
  • 6:54 - 6:58
    pessoas resilientes sabem
    que coisas terríveis acontecem.
  • 6:58 - 7:02
    Sabem que o sofrimento faz parte da vida.
  • 7:02 - 7:06
    Não significa que o apreciem,
    elas não estão delirando.
  • 7:06 - 7:09
    Só que quando os tempos difíceis chegam,
  • 7:09 - 7:11
    elas parecem entender
  • 7:11 - 7:16
    que o sofrimento é parte
    da existência humana.
  • 7:16 - 7:20
    E saber disso impede que você
    se sinta discriminado
  • 7:20 - 7:23
    quando os tempos difíceis chegam.
  • 7:23 - 7:25
    Nem uma única vez tinha me perguntado:
  • 7:25 - 7:26
    "Por que eu?"
  • 7:27 - 7:28
    Na verdade, me lembro ter pensado:
  • 7:28 - 7:30
    "Por que não eu?
  • 7:30 - 7:34
    Coisas terríveis acontecem com você,
    assim como acontecem com qualquer um.
  • 7:34 - 7:38
    Essa é sua vida agora:
    é hora de afundar ou nadar".
  • 7:38 - 7:40
    A verdadeira tragédia
  • 7:40 - 7:43
    é que poucos de nós parecem
    compreender isso.
  • 7:43 - 7:47
    Parece que vivemos numa época
    em que temos o direito a uma vida perfeita
  • 7:47 - 7:50
    na qual fotos bonitas e felizes
    no Instagram são a regra,
  • 7:50 - 7:52
    quando, na verdade,
  • 7:52 - 7:56
    como todos vocês mostraram
    no começo da minha palestra,
  • 7:56 - 7:59
    a verdade é o oposto.
  • 8:00 - 8:02
    Número dois:
  • 8:02 - 8:04
    pessoas resilientes
  • 8:05 - 8:12
    sabem escolher cautelosamente
    ao que dar atenção.
  • 8:13 - 8:17
    Elas têm o hábito de julgar
    situações de maneira realista
  • 8:17 - 8:21
    e, normalmente, focam
    o que elas podem mudar,
  • 8:21 - 8:26
    e, de alguma forma, aceitam
    as coisas que não podem.
  • 8:27 - 8:33
    Essa é uma habilidade vital
    para a resiliência e pode ser aprendida.
  • 8:34 - 8:35
    Como humanos,
  • 8:36 - 8:41
    nós somos muito bons em perceber
    ameaças e fraquezas.
  • 8:41 - 8:45
    Nós ficamos atentos ao negativo.
  • 8:45 - 8:48
    Somos muito bons em percebê-lo.
  • 8:48 - 8:53
    Emoções negativas colam
    em nós como Velcro,
  • 8:53 - 8:58
    enquanto emoções e experiências positivas
    parecem quicar como o Teflon.
  • 8:58 - 9:02
    Ficar atento nesse sentido é,
    na verdade, muito bom para nós,
  • 9:02 - 9:05
    e nos serviu muito bem
    sob uma perspectiva evolutiva.
  • 9:05 - 9:08
    Imaginem por um momento
    que sou uma mulher das cavernas,
  • 9:08 - 9:10
    e estou saindo da minha caverna pela manhã
  • 9:10 - 9:12
    e há um tigre dentes-de-sabre de um lado
  • 9:12 - 9:15
    e um belo arco-íris do outro.
  • 9:15 - 9:20
    Perceber esse tigre é a chave
    da minha sobrevivência.
  • 9:20 - 9:21
    O problema é
  • 9:21 - 9:25
    que agora nós vivemos em uma era
    em que somos constantemente bombardeados
  • 9:25 - 9:28
    por ameaças o tempo todo,
  • 9:28 - 9:33
    e nosso pobre cérebro
    trata cada uma dessas ameaças
  • 9:33 - 9:36
    como se ela fosse um tigre.
  • 9:36 - 9:39
    O nosso foco na ameaça,
    a resposta ao nosso estresse,
  • 9:39 - 9:42
    fica ligado permanentemente.
  • 9:43 - 9:46
    Pessoas resilientes
    não desdenham coisas negativas,
  • 9:46 - 9:49
    mas elas também acharam uma maneira
  • 9:49 - 9:53
    de se sintonizar no que é bom.
  • 9:54 - 9:58
    Um dia, quando dúvidas
    ameaçavam tomar conta de mim,
  • 9:58 - 9:59
    me lembro claramente de ter pensado:
  • 9:59 - 10:05
    "Não, você não será engolida por isso.
  • 10:05 - 10:06
    Você tem que aguentar.
  • 10:06 - 10:09
    Você ainda tem muito para viver.
  • 10:09 - 10:12
    Escolha a vida, não a morte.
  • 10:12 - 10:15
    Não perca o que você tem
  • 10:15 - 10:17
    para o que você já perdeu".
  • 10:17 - 10:20
    Em psicologia, chamamos isso
    de "ganho percebido".
  • 10:20 - 10:21
    No meu admirável mundo novo,
  • 10:21 - 10:25
    isso envolvia tentar encontrar
    coisas pelas quais ser grata.
  • 10:25 - 10:27
    Pelo menos a nossa garotinha
  • 10:27 - 10:31
    não tinha morrido de alguma doença
    terrível, de longa duração.
  • 10:31 - 10:33
    Morreu de repente, instantaneamente,
  • 10:33 - 10:37
    poupando a nós e a ela mesma de dor.
  • 10:37 - 10:41
    Nós tivemos um apoio enorme
    da nossa família e de amigos
  • 10:41 - 10:42
    para superar isso.
  • 10:42 - 10:44
    E o mais importante,
  • 10:44 - 10:47
    ainda tínhamos dois lindos meninos
    para nos dedicarmos,
  • 10:47 - 10:49
    que precisavam de nós agora,
  • 10:49 - 10:55
    e mereciam ter uma vida normal
    e o nosso melhor.
  • 10:56 - 11:01
    Ser capaz de mudar o foco da atenção
    para também incluir coisas boas
  • 11:01 - 11:05
    foi mostrado pela ciência
    como uma ótima estratégia.
  • 11:05 - 11:10
    Então, em 2005, Martin Seligmann
    e seus colegas conduziram um experimento.
  • 11:10 - 11:15
    Tudo que eles pediram
    para as pessoas fazerem
  • 11:15 - 11:19
    foi pensar em três coisas boas
    que tinham acontecido em cada dia.
  • 11:19 - 11:23
    Eles descobriram, depois de mais
    de seis meses desse estudo,
  • 11:23 - 11:26
    que aquelas pessoas manifestavam
    níveis mais altos de gratidão,
  • 11:26 - 11:28
    níveis mais altos de felicidade
  • 11:28 - 11:33
    e menos depressão ao longo
    dos seis meses de pesquisa.
  • 11:33 - 11:35
    Quando você está de luto,
  • 11:35 - 11:40
    talvez precise de um lembrete,
    ou de permissão para se sentir grato.
  • 11:40 - 11:43
    Na nossa cozinha, temos
    um pôster rosa neon
  • 11:43 - 11:46
    que nos lembra a aceitar as coisas boas.
  • 11:47 - 11:49
    No exército americano,
  • 11:49 - 11:51
    fizeram isso de modo um pouco diferente.
  • 11:51 - 11:55
    Disseram ao exército
    para "caçar" coisas boas.
  • 11:55 - 11:58
    Encontrem a linguagem
    que funcionar melhor, mas seja qual for,
  • 11:58 - 12:03
    façam um esforço intencional,
    premeditado e contínuo para se sintonizar
  • 12:03 - 12:06
    com o que há de bom do mundo.
  • 12:06 - 12:08
    Número três:
  • 12:08 - 12:10
    pessoas resilientes se perguntam:
  • 12:10 - 12:13
    "O que eu estou fazendo está
    me ajudando ou me prejudicando?"
  • 12:13 - 12:17
    Essa é uma pergunta
    muito usada em terapias boas.
  • 12:17 - 12:19
    E como isso é poderoso!
  • 12:20 - 12:23
    Essa era minha pergunta essencial
  • 12:23 - 12:25
    nos dias seguintes da morte das meninas.
  • 12:25 - 12:28
    Me fiz essa pergunta inúmeras vezes:
  • 12:29 - 12:32
    "Devo ir ao julgamento e ver o motorista?
  • 12:32 - 12:35
    Isso me ajudaria ou me prejudicaria?"
  • 12:35 - 12:37
    Bem, era óbvio para mim,
  • 12:37 - 12:39
    eu decidi ficar longe disso.
  • 12:39 - 12:41
    Mas o Trevor, meu marido,
    decidiu conhecer o motorista
  • 12:41 - 12:43
    um tempo depois.
  • 12:43 - 12:48
    Tarde da noite, eu me pegava
    absorta em fotos antigas da Abi,
  • 12:48 - 12:50
    e ficava cada vez mais triste.
  • 12:50 - 12:52
    Eu me perguntava:
  • 12:52 - 12:55
    "Sério? Isso está te ajudando
    ou te prejudicando?
  • 12:56 - 12:57
    Guarde essas fotos,
  • 12:57 - 12:59
    vá pra cama dormir,
  • 12:59 - 13:02
    seja bondosa com você mesma".
  • 13:02 - 13:06
    Essa pergunta pode servir
    em muitos contextos diferentes.
  • 13:06 - 13:10
    "Será que a maneira como estou pensando
    e agindo está me ajudando ou prejudicando
  • 13:10 - 13:13
    na minha tentativa de conseguir
    aquela promoção,
  • 13:13 - 13:14
    passar naquela prova,
  • 13:14 - 13:17
    me recuperar de um ataque cardíaco?"
  • 13:17 - 13:19
    Muitas situações diferentes.
  • 13:20 - 13:21
    Eu escrevo muito sobre resiliência
  • 13:21 - 13:24
    e, com o passar dos anos, essa estratégia
  • 13:24 - 13:28
    tem mostrado mais feedback
    que qualquer outra.
  • 13:28 - 13:31
    Recebo rios de cartas e e-mails
    de todos os lugares
  • 13:31 - 13:35
    de pessoas me falando sobre o impacto
    enorme que isso tem tido na vida delas.
  • 13:35 - 13:40
    Seja perdoar transgressões
    familiares antigas,
  • 13:40 - 13:42
    brigas de Natais passados,
  • 13:42 - 13:46
    ou simplesmente "trollagem"
    em redes sociais,
  • 13:46 - 13:48
    seja se perguntar
  • 13:48 - 13:52
    se você realmente precisa
    de mais uma taça de vinho,
  • 13:53 - 13:57
    se perguntar se o que você está fazendo,
    a maneira como você está pensando,
  • 13:57 - 14:01
    se o jeito que está agindo
    está te ajudando ou te prejudicando,
  • 14:01 - 14:04
    isso te coloca na posição de controle.
  • 14:04 - 14:09
    Isso te dá certo controle
    na tomada de decisão.
  • 14:11 - 14:12
    Três estratégias.
  • 14:13 - 14:14
    Bem simples.
  • 14:15 - 14:17
    Elas são de fácil alcance para todos nós,
  • 14:18 - 14:20
    a qualquer hora, em qualquer lugar.
  • 14:20 - 14:23
    Não é nada extraordinário.
  • 14:24 - 14:27
    Resiliência não é uma característica fixa.
  • 14:27 - 14:28
    Não é elusiva,
  • 14:28 - 14:31
    algo que algumas pessoas têm e outras não.
  • 14:32 - 14:37
    Ela exige, na verdade,
    um processo simples.
  • 14:37 - 14:40
    Apenas a boa vontade para tentá-la.
  • 14:41 - 14:43
    Acho que todos passamos
    por momentos na vida
  • 14:43 - 14:45
    em que nossos caminhos se dividem
  • 14:45 - 14:47
    e aquele que acreditávamos estar tomando
  • 14:48 - 14:53
    se desvia para direções terríveis
    que nunca tínhamos previsto,
  • 14:54 - 14:56
    e que certamente não queríamos.
  • 14:57 - 14:58
    Aconteceu comigo.
  • 14:59 - 15:01
    Foi horrível além do imaginável.
  • 15:02 - 15:07
    Se vocês um dia se encontrarem
    em uma situação e pensarem:
  • 15:07 - 15:10
    "Não tenho como me recuperar disso",
  • 15:10 - 15:13
    recomendo que vocês
    se apoiem nessas estratégias
  • 15:13 - 15:15
    e pensem novamente.
  • 15:17 - 15:19
    Não vou fingir
  • 15:19 - 15:22
    que seja fácil pensar dessa maneira.
  • 15:22 - 15:25
    E não elimina toda a dor.
  • 15:26 - 15:30
    Mas se aprendi algo
    nos últimos cinco anos,
  • 15:30 - 15:34
    é que pensar dessa maneira ajuda.
  • 15:34 - 15:36
    Mais do que qualquer outra coisa,
  • 15:36 - 15:39
    isso me mostrou que é possível
  • 15:40 - 15:44
    viver e estar de luto ao mesmo tempo.
  • 15:44 - 15:48
    E eu sempre serei grata por isso.
  • 15:48 - 15:49
    Obrigada.
  • 15:49 - 15:51
    (Aplausos)
Title:
Três segredos das pessoas resilientes
Speaker:
Lucy Hone
Description:

Todo mundo passa por perdas, mas como lidar com os momentos difíceis que as sucedem? A pesquisadora em resiliência Lucy Hone compartilha três estratégias concebidas com muita dificuldade que visam desenvolver a capacidade de desafiar as adversidades, superar lutas e encarar o que quer que aconteça com graça e coragem.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:05

Portuguese, Brazilian subtitles

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