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Porque é que precisamos de voltar a Marte | Joel Levine | TEDxNASA

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    Vou falar de dois planetas.
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    O título é: "Um conto de dois planetas".
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    A Terra e Marte.
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    Vou falar de 4600 milhões
    de anos de História
  • 0:31 - 0:32
    em 18 minutos.
  • 0:33 - 0:36
    São 300 milhões por minuto.
  • 0:36 - 0:38
    Comecemos a palestra.
  • 0:38 - 0:44
    Comecemos com a primeira
    fotografia que a NASA obteve
  • 0:45 - 0:46
    do planeta Marte.
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    Este é o Mariner IV, em voo rasante.
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    Foi tirada em 1965.
  • 0:52 - 0:54
    Quando apareceu esta foto,
  • 0:54 - 0:58
    o conhecido jornal científico,
    The New York Times,
  • 0:58 - 1:00
    escreveu no seu editorial:
  • 1:00 - 1:02
    "Marte não é interessante.
  • 1:02 - 1:04
    "É um mundo morto.
  • 1:04 - 1:09
    "A NASA devia deixar de gastar
    tempo e esforços a estudar Marte".
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    Felizmente, os nossos líderes
    na sede da NASA e em Washington,
  • 1:13 - 1:14
    tinham outra opinião
  • 1:14 - 1:17
    e começámos um estudo muito extenso
  • 1:17 - 1:19
    do planeta vermelho.
  • 1:19 - 1:23
    Uma das perguntas fundamentais
    de toda a ciência é:
  • 1:23 - 1:25
    "Haverá vida fora da Terra?"
  • 1:25 - 1:29
    Eu penso que Marte é o local mais provável
  • 1:29 - 1:31
    para a vida fora da Terra.
  • 1:31 - 1:33
    Vou mostrar-vos em poucos minutos
  • 1:33 - 1:35
    medições espantosas
  • 1:35 - 1:37
    que sugerem que pode haver vida em Marte.
  • 1:37 - 1:41
    Mas vou começar
    com uma fotografia da Viking.
  • 1:41 - 1:45
    Esta é uma imagem
    obtida pela Viking em 1976.
  • 1:45 - 1:50
    A Viking foi desenvolvida e gerida
  • 1:50 - 1:52
    no Centro de Investigação Langley,
    da NASA.
  • 1:52 - 1:56
    Enviámos dois satélites e duas sondas,
    no verão de 1976.
  • 1:56 - 2:00
    Tínhamos quatro naves espaciais,
    duas à volta de Marte,
  • 2:00 - 2:02
    duas na superfície
  • 2:02 - 2:03
    — uma façanha espantosa.
  • 2:03 - 2:05
    Esta é a primeira fotografia
  • 2:05 - 2:08
    tirada da superfície de um planeta.
  • 2:08 - 2:10
    Esta é uma fotografia da sonda Viking
  • 2:10 - 2:12
    da superfície de Marte.
  • 2:12 - 2:15
    E, sim, o planeta vermelho é vermelho.
  • 2:16 - 2:19
    Marte tem metade do tamanho da Terra
  • 2:19 - 2:22
    mas, como dois terços da Terra
    estão cobertos de água,
  • 2:22 - 2:25
    a área terrestre de Marte
  • 2:25 - 2:27
    é comparável à área terrestre da Terra.
  • 2:27 - 2:31
    Portanto, Marte é um local muito grande
    apesar de ter metade do tamanho.
  • 2:32 - 2:36
    Obtivemos medições topográficas
    da superfície de Marte.
  • 2:36 - 2:39
    Conhecemos as diferenças de elevação.
  • 2:39 - 2:41
    Sabemos muitas coisas sobre Marte.
  • 2:41 - 2:45
    Marte tem o maior vulcão do sistema solar,
  • 2:45 - 2:47
    o Monte Olimpo.
  • 2:47 - 2:50
    Marte tem o Grand Canyon
  • 2:50 - 2:53
    do sistema solar, o Valles Marineris.
  • 2:53 - 2:55
    Um planeta muito interessante.
  • 2:55 - 2:58
    Marte tem a maior cratera de impacto
  • 2:59 - 3:00
    do sistema solar,
  • 3:00 - 3:02
    a Bacia Hellas.
  • 3:02 - 3:04
    Tem 3000 km de diâmetro.
  • 3:04 - 3:07
    Se estivéssemos em Marte
    quando se deu este impacto,
  • 3:08 - 3:10
    teria sido um dia muito mau em Marte.
  • 3:10 - 3:12
    (Risos)
  • 3:12 - 3:14
    Este é o Monte Olimpo.
  • 3:14 - 3:18
    É maior do que o estado do Arizona.
  • 3:18 - 3:20
    Os vulcões são importantes,
    porque os vulcões
  • 3:20 - 3:23
    produzem atmosfera
    e produzem oceanos.
  • 3:23 - 3:26
    Estamos a olhar para o Valles Marineris,
  • 3:26 - 3:29
    o maior desfiladeiro do sistema solar,
  • 3:29 - 3:31
    sobreposto num mapa dos EUA,
  • 3:31 - 3:34
    tem quase 5000 km de comprimento.
  • 3:34 - 3:37
    Uma das características
    mais intrigantes em Marte,
  • 3:37 - 3:39
    — a Academia Nacional de Ciências diz
  • 3:39 - 3:43
    que é um dos 10 maiores mistérios
    da era espacial —
  • 3:43 - 3:45
    é porque é que determinadas áreas de Marte
  • 3:45 - 3:47
    têm um magnetismo tão elevado.
  • 3:47 - 3:49
    Chamamos-lhe magnetismo da crosta.
  • 3:50 - 3:52
    Há regiões em Marte,
    onde, por qualquer razão
  • 3:53 - 3:55
    — ainda não sabemos porquê —
  • 3:55 - 3:58
    a superfície tem um magnetismo
    extremamente elevado.
  • 3:58 - 4:00
    Magnetismo da crosta.
  • 4:03 - 4:05
    Haverá água em Marte?
  • 4:05 - 4:08
    A resposta é não, atualmente,
    não há água líquida
  • 4:08 - 4:10
    na superfície de Marte.
  • 4:10 - 4:13
    Mas há indícios intrigantes
  • 4:13 - 4:15
    que sugerem que,
    na história inicial de Marte,
  • 4:15 - 4:18
    pode ter havido rios
  • 4:18 - 4:20
    e rápidos cursos de água.
  • 4:20 - 4:22
    Hoje, Marte é muito seco.
  • 4:22 - 4:26
    Pensamos que há água nos polos,
  • 4:26 - 4:29
    há calotas polares no Polo Norte
    e no Polo Sul.
  • 4:29 - 4:31
    Estas são fotos recentes.
  • 4:31 - 4:33
    Esta é das sondas Spirit e Opportunity.
  • 4:33 - 4:36
    Estas fotos que mostram que, em tempos,
  • 4:36 - 4:39
    houve cursos de água muito rápidos
    na superfície de Marte.
  • 4:39 - 4:42
    Porque é que a água é importante?
  • 4:42 - 4:45
    A água é muito importante porque,
    se queremos vida, temos de ter água.
  • 4:45 - 4:48
    A água é o ingrediente fundamental
  • 4:48 - 4:51
    na evolução, a origem da vida num planeta.
  • 4:52 - 4:54
    Esta é uma foto da Antártida
  • 4:54 - 4:57
    e uma foto do Monte Olimpo,
  • 4:57 - 4:59
    características muito semelhantes,
    glaciares.
  • 4:59 - 5:01
    Portanto, isto é água congelada.
  • 5:01 - 5:03
    Isto é gelo em Marte.
  • 5:04 - 5:07
    Esta é a minha foto preferida.
    Foi tirada apenas há umas semanas.
  • 5:08 - 5:09
    Ainda não foi publicada.
  • 5:09 - 5:13
    É uma foto da Mars Express,
    a sonda da Agência Espacial Europeia
  • 5:13 - 5:15
    Uma foto duma cratera em Marte
  • 5:15 - 5:17
    e, no meio da cratera,
  • 5:17 - 5:20
    temos água líquida, temos gelo.
  • 5:21 - 5:24
    Uma fotografia muito intrigante.
  • 5:25 - 5:28
    Hoje pensamos que,
    na história inicial de Marte,
  • 5:28 - 5:31
    ou seja, há 4600 milhões de anos,
  • 5:32 - 5:36
    Marte era muito parecido com a Terra.
  • 5:36 - 5:39
    Marte tinha rios, Marte tinha lagos,
  • 5:39 - 5:43
    mas, mais importante ainda,
    Marte tinha oceanos à escala planetária.
  • 5:43 - 5:47
    Pensamos que os oceanos
    estavam no hemisfério norte.
  • 5:47 - 5:49
    Esta área a azul,
  • 5:49 - 5:52
    que mostra uma depressão
    de cerca de seis quilómetros,
  • 5:52 - 5:55
    terá sido a antiga área oceânica
  • 5:55 - 5:57
    na superfície de Marte.
  • 5:57 - 6:00
    Para onde foi a água
    dos oceanos de Marte?
  • 6:00 - 6:02
    Bom, temos uma ideia.
  • 6:02 - 6:05
    Esta é uma medição
    que obtivemos há uns anos
  • 6:05 - 6:09
    de um satélite que orbitou Marte,
    chamado Odissey.
  • 6:09 - 6:11
    Água subterrânea em Marte,
  • 6:11 - 6:13
    congelada sob a forma de gelo.
  • 6:13 - 6:15
    Isto mostra a percentagem.
  • 6:15 - 6:19
    Se tem uma cor azulada
    significa 16% em peso.
  • 6:20 - 6:22
    Dezasseis por cento, em peso,
  • 6:22 - 6:25
    contém água congelada, ou seja, gelo.
  • 6:25 - 6:28
    Portanto, há muita água
    por baixo da superfície.
  • 6:29 - 6:33
    A medição mais intrigante
    e estarrecedora, na minha opinião,
  • 6:34 - 6:36
    que obtivemos de Marte
  • 6:36 - 6:39
    foi divulgada no início deste ano
  • 6:39 - 6:42
    na revista Science.
  • 6:42 - 6:48
    Estamos a olhar para a presença
    do gás metano, o CH4,
  • 6:48 - 6:50
    na atmosfera de Marte.
  • 6:50 - 6:54
    Podemos ver que há três regiões
    distintas de metano.
  • 6:54 - 6:56
    Porque é que o metano é importante?
  • 6:56 - 7:01
    Porque, na Terra, quase todo o metano
    — 99,9% do metano —
  • 7:01 - 7:04
    é produzido por sistemas vivos,
  • 7:04 - 7:08
    não por homenzinhos verdes.
    mas por vida microscópica
  • 7:08 - 7:10
    sob a superfície ou à superfície.
  • 7:10 - 7:12
    Agora, temos indícios
  • 7:12 - 7:15
    de que há metano na atmosfera de Marte,
  • 7:15 - 7:17
    um gás que, na Terra,
  • 7:17 - 7:19
    é de origem biogénica,
  • 7:19 - 7:21
    produzido por sistemas vivos.
  • 7:22 - 7:26
    Estas são as três concentrações:
  • 7:26 - 7:29
    A, B1 e B2
  • 7:29 - 7:32
    E este é o terreno onde elas aparecem.
  • 7:32 - 7:35
    Sabemos, através de estudos geológicos,
  • 7:35 - 7:39
    que estas regiões são
    as regiões mais antigas de Marte.
  • 7:39 - 7:41
    Na verdade, a Terra e Marte
  • 7:41 - 7:44
    têm ambos 4600 milhões de anos.
  • 7:45 - 7:49
    A rocha mais antiga da Terra
    tem apenas 3600 milhões de anos.
  • 7:49 - 7:52
    A razão por que existe um intervalo
    de mil milhões de anos
  • 7:52 - 7:54
    nos nossos conhecimentos geológicos
  • 7:54 - 7:56
    é por causa da tectónica das placas.
  • 7:56 - 7:59
    A crosta da Terra tem sido reciclada.
  • 7:59 - 8:02
    Portanto, a rocha mais antiga da Terra
  • 8:03 - 8:07
    aparece mil milhões de anos
    depois de a Terra se ter formado.
  • 8:07 - 8:09
    Não temos registo geológico anterior
  • 8:09 - 8:11
    para os primeiros mil milhões de anos.
  • 8:11 - 8:13
    Esse registo existe em Marte.
  • 8:13 - 8:15
    Este terreno que estamos a observar
  • 8:15 - 8:18
    data de há 4600 milhões de anos,
  • 8:19 - 8:21
    quando a Terra e Marte se formaram.
  • 8:21 - 8:23
    Foi numa terça-feira.
  • 8:24 - 8:25
    (Risos)
  • 8:25 - 8:28
    Este é um mapa que mostra
  • 8:28 - 8:32
    onde pusemos a nossa sonda
    na superfície de Marte.
  • 8:32 - 8:35
    Esta é a Viking I, a Viking II.
  • 8:35 - 8:37
    Esta é a Oportunity. Esta é a Spirit.
  • 8:37 - 8:39
    Esta é a Mars Pathfinder.
  • 8:39 - 8:42
    Esta é a Phoenix,
    que lá pusemos há dois anos.
  • 8:42 - 8:46
    Reparem que todas as nossas sondas
    e todos os nossos satélites
  • 8:46 - 8:48
    foram para o hemisfério norte.
  • 8:48 - 8:50
    Isso porque o hemisfério norte
  • 8:50 - 8:54
    é a região da antiga bacia oceânica.
  • 8:54 - 8:56
    Não há muitas crateras.
  • 8:56 - 9:00
    Isso porque a água protegia a bacia
  • 9:00 - 9:03
    contra o impacto
    de asteroides e meteoritos.
  • 9:04 - 9:06
    Mas reparem no hemisfério sul.
  • 9:06 - 9:09
    No hemisfério sul,
    há crateras de impacto,
  • 9:09 - 9:11
    há crateras vulcânicas.
  • 9:11 - 9:12
    Esta é a Bacia Hellas,
  • 9:12 - 9:15
    um local muito diferente,
    geologicamente.
  • 9:16 - 9:17
    Reparem onde está o metano.
  • 9:18 - 9:21
    O metano está numa área terrestre
    muito acidentada.
  • 9:22 - 9:25
    Qual é a melhor forma de descobrir
  • 9:25 - 9:28
    os mistérios que existem em Marte?
  • 9:28 - 9:31
    Fizemos esta pergunta há 10 anos.
  • 9:32 - 9:35
    Convidámos 10
    dos melhores cientistas de Marte
  • 9:35 - 9:38
    para o Centro de Investigação Langley,
    durante dois dias.
  • 9:38 - 9:41
    Fizemos ao grupo
  • 9:41 - 9:44
    as principais perguntas
    que ainda não têm resposta.
  • 9:44 - 9:47
    Passámos dois dias a decidir
  • 9:47 - 9:50
    como melhor responder a esta questão.
  • 9:50 - 9:54
    O resultado da reunião,
    de dois dias de reuniões,
  • 9:54 - 9:58
    sobre a melhor forma de resolver
    estas questões sobre Marte
  • 9:58 - 10:04
    foi um avião robótico, com um foguetão
    a que chamámos ARES.
  • 10:04 - 10:08
    É um Aerial Regional-scale
    Environmental Surveyor.
  • 10:08 - 10:10
    Este é um modelo do ARES.
  • 10:10 - 10:13
    Nenhum orador o referiu até agora
  • 10:13 - 10:16
    mas tem estado aqui,
    desde que o trouxe na noite passada.
  • 10:16 - 10:19
    É um modelo à escala de 1:5.
  • 10:19 - 10:23
    Este avião foi concebido no
    Centro de Investigação Langley.
  • 10:23 - 10:25
    Se há um local no mundo
  • 10:25 - 10:28
    que pode construir um avião
    para voar em Marte
  • 10:28 - 10:30
    é o Centro de Investigação Langley,
  • 10:30 - 10:31
    há quase 100 anos
  • 10:31 - 10:34
    um centro vanguardista
    da aeronáutica do mundo.
  • 10:35 - 10:38
    Voa a cerca de 1,5 km da superfície.
  • 10:38 - 10:40
    Percorre centenas de quilómetros
  • 10:40 - 10:43
    e voa a cerca de 700 km/hora.
  • 10:44 - 10:47
    Pode fazer coisas
    que as sondas não podem
  • 10:47 - 10:49
    e os satélites não podem.
  • 10:49 - 10:52
    Pode sobrevoar montanhas,
    vulcões, crateras de impacto.
  • 10:52 - 10:54
    Voa sobre vales,
  • 10:54 - 10:57
    sobrevoa o magnetismo de superfície,
  • 10:57 - 11:00
    as calotas polares, a água subterrânea.
  • 11:00 - 11:02
    Pode procurar vida em Marte.
  • 11:04 - 11:06
    Mas, de igual importância,
  • 11:06 - 11:09
    enquanto voa pela atmosfera de Marte,
  • 11:09 - 11:11
    transmite esse percurso,
  • 11:11 - 11:14
    o primeiro voo de um avião
    no exterior da Terra,
  • 11:14 - 11:17
    transmite essas imagens para a Terra.
  • 11:18 - 11:22
    O nosso objetivo é inspirar
    o público americano
  • 11:22 - 11:25
    que está a pagar esta missão
    através do dinheiro dos impostos.
  • 11:25 - 11:27
    Mas, mais importante ainda,
  • 11:27 - 11:30
    queremos inspirar a próxima geração
    de cientistas,
  • 11:30 - 11:34
    de técnicos, de engenheiros
    e de matemáticos.
  • 11:34 - 11:37
    Esta é uma área fundamental
    da segurança nacional
  • 11:37 - 11:40
    e da vitalidade económica,
  • 11:40 - 11:43
    garantir que produzimos a próxima geração
  • 11:43 - 11:47
    de cientistas, engenheiros,
    matemáticos e técnicos.
  • 11:49 - 11:53
    Este é o aspeto do ARES
    a sobrevoar Marte.
  • 11:53 - 11:54
    É programado previamente.
  • 11:54 - 11:57
    Vai voar ao local onde há metano.
  • 11:57 - 11:59
    Haverá instrumentos a bordo do avião
  • 11:59 - 12:03
    que tirarão amostras, de 3 em 3 minutos,
    à atmosfera de Marte.
  • 12:03 - 12:05
    Vai procurar metano,
  • 12:05 - 12:09
    assim como outros gases
    produzidos por sistemas vivos.
  • 12:09 - 12:12
    Vai assinalar os locais
    de onde emanam estes gases,
  • 12:12 - 12:16
    porque pode medir o gradiente
    de onde eles provêm
  • 12:16 - 12:19
    e depois, podemos dirigir
    a missão seguinte
  • 12:19 - 12:22
    para aterrar nessa área.
  • 12:23 - 12:27
    Como transportamos um avião para Marte?
  • 12:27 - 12:29
    Em poucas palavras, com todo o cuidado.
  • 12:29 - 12:30
    (Risos)
  • 12:30 - 12:33
    Nós não voamos até Marte,
  • 12:34 - 12:36
    por isso, colocamo-lo numa nave espacial
  • 12:36 - 12:38
    e enviamo-la para Marte.
  • 12:38 - 12:42
    O problema é que o maior diâmetro
    da nave espacial
  • 12:42 - 12:44
    não atinge os 3 metros.
  • 12:44 - 12:49
    O ARES tem uma envergadura
    de 6,5 m e 5 m de comprimento.
  • 12:50 - 12:52
    Como é que o levamos para Marte?
  • 12:52 - 12:53
    Dobramo-lo
  • 12:53 - 12:57
    e transportamo-lo numa nave espacial.
  • 12:58 - 13:01
    Metemo-lo numa coisa chamada "aeroescudo".
  • 13:01 - 13:03
    Fazemos assim.
  • 13:03 - 13:07
    Temos um pequeno vídeo
    que descreve a sequência.
  • 13:07 - 13:08
    (Vídeo)
  • 13:08 - 13:12
    Sete, seis, Luz Verde,
    cinco, quatro, três, dois, um.
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    Ignição do motor principal, largada.
  • 13:25 - 13:29
    Este é o lançamento do Centro Espacial
    Kennedy, na Flórida.
  • 13:34 - 13:38
    Esta é a nave espacial que vai levar
    nove meses a chegar a Marte.
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    Entra na atmosfera de Marte.
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    Muito calor,
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    aquecimento de fricção.
  • 13:47 - 13:49
    Está a ir a 30 000 km/hora.
  • 13:49 - 13:53
    Abre-se um paraquedas para a abrandar.
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    Caem as telhas térmicas.
  • 13:55 - 13:58
    O avião é exposto,
    pela primeira vez, à atmosfera.
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    Desdobra-se.
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    O motor começa a funcionar.
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    Pensamos que, num voo de uma hora,
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    podemos reescrever o manual de Marte
  • 14:16 - 14:20
    fazendo medições da atmosfera
    de alta resolução,
  • 14:20 - 14:22
    procurando gases de origem biogénica,
  • 14:22 - 14:25
    procurando gases de origem vulcânica,
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    estudando a superfície,
    estudando o magnetismo superficial,
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    que não compreendemos,
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    assim como uma dúzia de outras áreas.
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    A prática leva à perfeição.
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    Como sabemos que podemos fazer isto?
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    Porque já testámos o modelo ARES,
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    vários modelos, em meia dúzia
    de túneis de vento
  • 14:44 - 14:47
    no Centro de Investigação Langley da NASA
  • 14:47 - 14:50
    durante oito anos,
    nas condições de Marte.
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    De igual importância,
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    testámos o ARES na atmosfera da Terra,
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    a 30 km de altitude,
  • 14:58 - 15:02
    o que é comparável
    à densidade e pressão
  • 15:02 - 15:04
    da atmosfera de Marte,
    para onde vamos voar.
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    Ora bem, se voarmos,
    atravessando o país, até Los Angeles,
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    voamos a 11 km de altitude.
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    Fizemos os testes a 30 km.
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    Vou mostrar-vos um dos nossos testes.
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    Este é um modelo com metade da escala.
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    Este é um balão de hélio
    de grande altitude.
  • 15:21 - 15:23
    Isto é em Tilamook, no Oregon.
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    Pusemos o avião dobrado
    no balão
  • 15:27 - 15:30
    — foram precisas umas três horas
    para chegar lá acima —
  • 15:30 - 15:32
    e depois libertámo-lo, por comando,
  • 15:32 - 15:34
    a 31 km de altitude.
  • 15:34 - 15:40
    Orientámos o avião
    e tudo correu perfeitamente.
  • 15:40 - 15:43
    Fizemos testes de grande altitude
    e de baixa altitude,
  • 15:43 - 15:47
    para aperfeiçoar esta técnica.
  • 15:49 - 15:51
    Estamos prontos para partir.
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    Tenho aqui um modelo à escala.
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    Mas temos um modelo
    em tamanho natural
  • 15:57 - 16:00
    guardado na NASA,
    no Centro de Investigação Langley.
  • 16:00 - 16:01
    Estamos prontos para partir.
  • 16:01 - 16:04
    Só precisamos de um cheque
    da sede da NASA...
  • 16:04 - 16:06
    (Risos)
  • 16:06 - 16:08
    para cobrir os custos.
  • 16:08 - 16:11
    Estou preparado para doar
    os meus honorários por esta palestra
  • 16:11 - 16:13
    para esta missão.
  • 16:13 - 16:16
    Na verdade, não há honorários
    para ninguém por isso.
  • 16:16 - 16:18
    Esta é a equipa ARES.
  • 16:18 - 16:22
    Temos cerca de 150 cientistas
    e engenheiros.
  • 16:22 - 16:25
    Trabalhamos com o Laboratório
    de Propulsão a Jato,
  • 16:25 - 16:27
    com o Centro de Voo Espacial Goddard,
  • 16:27 - 16:30
    com o Centro de Investigação Ames,
    com algumas universidades importantes
  • 16:30 - 16:32
    e empresas, na criação disto.
  • 16:32 - 16:34
    É um esforço enorme.
  • 16:35 - 16:39
    Tudo liderado pelo Centro
    de Investigação Langley da NASA.
  • 16:39 - 16:41
    Vou terminar, dizendo
  • 16:41 - 16:44
    que, não muito longe daqui,
  • 16:44 - 16:47
    na estrada em Kittyhawk,
    na Carolina do Norte,
  • 16:47 - 16:49
    há pouco mais de 100 anos,
  • 16:49 - 16:50
    fez-se história
  • 16:50 - 16:53
    quando tivemos o primeiro voo
    de um avião na Terra.
  • 16:53 - 16:55
    E na palestra de Anna McGowan
  • 16:55 - 16:59
    ouviram falar do local onde iremos
    nos próximos 100 anos.
  • 17:00 - 17:02
    Neste momento, estamos há beira
  • 17:02 - 17:05
    de fazer o primeiro voo de um avião
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    fora da atmosfera da Terra.
  • 17:07 - 17:09
    Estamos preparados
    para pôr isto a voar em Marte,
  • 17:10 - 17:12
    reescrever o manual sobre Marte.
  • 17:12 - 17:15
    Se estiverem interessados
    em mais informações,
  • 17:15 - 17:18
    temos uma página "web" que descreve
  • 17:18 - 17:22
    esta missão excitante e intrigante,
    e porque é que queremos fazê-la.
  • 17:22 - 17:23
    Muito obrigado.
  • 17:23 - 17:27
    (Aplausos)
Title:
Porque é que precisamos de voltar a Marte | Joel Levine | TEDxNASA
Description:

Nesta palestra, o cientista planetário Joel Levine mostra algumas descobertas recentes, intrigantes e surpreendentes sobre Marte: crateras cheias de gelo, vestígios de antigos oceanos e pistas convincentes da presença, por vezes no passado, de vida. Defende voltarmos a Marte para descobrir mais coisas.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:39

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