Como a arte dá forma à mudança cultural
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0:01 - 0:04A brilhante dramaturga, Adrienne Kennedy,
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0:04 - 0:07escreveu um livro chamado
"People Who Led to My Plays" -
0:07 - 0:09[Pessoas que originaram
as minhas peças]. -
0:09 - 0:12Se eu fosse escrever um livro,
chamar-se-ia, -
0:12 - 0:14"Artistas Que Originaram
as Minhas Exposições" -
0:14 - 0:16porque o meu trabalho,
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0:16 - 0:19na compreensão da arte
e na compreensão da cultura, -
0:19 - 0:22tem surgido
pelo acompanhamento dos artistas, -
0:22 - 0:25por ver o que os artistas significam
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0:25 - 0:27e o que eles fazem e o que são.
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0:28 - 0:30Jay Jay em "Good Times,"
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0:30 - 0:33(Aplausos)
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0:33 - 0:35significativo para muitas pessoas, claro,
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0:35 - 0:37por causa de "dyn-o-mite,"
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0:37 - 0:40mas talvez mais significativo
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0:40 - 0:42por ser realmente o primeiro artista negro
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0:42 - 0:45em horário nobre da TV.
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0:45 - 0:47Jean-Michel Basquiat,
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0:47 - 0:49importante para mim
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0:49 - 0:52por ser o primeiro artista negro
em tempo real -
0:52 - 0:54a mostrar-me a possibilidade de
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0:54 - 0:57quem e em que é que eu
me estava prestes a meter. -
0:57 - 1:00O meu projeto global é sobre a arte,
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1:00 - 1:02especificamente, sobre artistas negros,
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1:02 - 1:04de uma forma muito geral
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1:04 - 1:06sobre a maneira como a arte
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1:06 - 1:08consegue modificar o modo como pensamos
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1:08 - 1:11sobre a cultura e sobre nós próprios.
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1:11 - 1:13O meu interesse é nos artistas
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1:13 - 1:16que compreendem e reescrevem a história,
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1:16 - 1:18que refletem sobre si mesmos
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1:18 - 1:22no contexto da narrativa
do mundo maior da arte, -
1:22 - 1:24mas que tenham criado novos lugares
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1:24 - 1:27para nós para vermos e compreendermos.
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1:27 - 1:30Estou a mostrar-vos dois artistas aqui,
Glenn Ligon e Carol Walker, -
1:30 - 1:33dois de muitos que, para mim,
realmente levantam -
1:33 - 1:36as questões essenciais que eu quis trazer
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1:36 - 1:39como uma Curadora para o mundo.
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1:39 - 1:41Eu interessei-me pela ideia
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1:41 - 1:43de porquê e como
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1:43 - 1:46poderia criar uma nova história
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1:46 - 1:48uma nova narrativa em História da Arte
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1:48 - 1:50e uma nova narrativa no mundo.
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1:50 - 1:52E para fazer isso, eu sabia
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1:52 - 1:55que tinha de ver a maneira
como os artistas trabalham, -
1:55 - 1:59compreender o estúdio do artista
como um laboratório, -
1:59 - 2:01imaginem então,
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2:01 - 2:04reinventar o museu
como um reservatório de pensamentos, -
2:04 - 2:07e de olhar para a exposição
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2:07 - 2:09como o derradeiro papel em branco,
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2:09 - 2:12fazendo perguntas,
providenciando o espaço -
2:12 - 2:15para olhar e para pensar
sobre as respostas. -
2:15 - 2:17Em 1994,
-
2:17 - 2:19quando eu era Curadora no Whitney Museum,
-
2:19 - 2:22organizei uma exposição
intitulada "Black Male" [Homem Negro]. -
2:22 - 2:25Visava a intersecção de raça e género
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2:25 - 2:27na Arte Americana contemporânea.
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2:27 - 2:31Procurava exprimir as formas
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2:31 - 2:33pelas quais a arte
podia dar espaço a um diálogo, -
2:33 - 2:35diálogo complicado,
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2:35 - 2:38diálogo com muitos,
muitos pontos para debate -
2:38 - 2:40e como o museu podia ser o espaço
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2:40 - 2:42para este concurso de ideias.
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2:43 - 2:45Esta exposição incluía
-
2:45 - 2:48mais de 20 artistas
de várias idades e raças, -
2:48 - 2:51mas todos olhando
para a masculinidade negra -
2:51 - 2:54de um ponto de vista muito particular.
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2:57 - 3:00O que foi significativo nesta exposição
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3:00 - 3:04foi a maneira pela qual me envolveu
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3:04 - 3:07no meu papel como Curadora,
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3:07 - 3:09como catalisadora deste diálogo.
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3:09 - 3:11Uma das coisas que aconteceram
-
3:11 - 3:13muito particularmente
no decorrer desta exposição -
3:13 - 3:15foi ser confrontada com a ideia
-
3:15 - 3:17de quão poderosas conseguem ser as imagens
-
3:17 - 3:20e o entendimento que as pessoas
têm de si mesmas e dos outros. -
3:20 - 3:23Estou a mostrar-vos duas obras,
a da esquerda, por Leon Golub, -
3:23 - 3:26a da direita por Robert Colescott.
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3:27 - 3:29Ao longo da exposição,
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3:29 - 3:30que era contenciosa, controversa
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3:30 - 3:34e em última análise, para mim,
uma mudança de vida, -
3:34 - 3:36na minha perceção do que a arte devia ser,
-
3:36 - 3:39uma mulher veio ter comigo
ao piso da galeria -
3:39 - 3:42para manifestar a sua preocupação
sobre a natureza -
3:42 - 3:44de quão poderosas as imagens podiam ser
-
3:44 - 3:46e como nos compreendemos uns aos outros.
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3:46 - 3:48Ela apontou para a obra à esquerda
-
3:48 - 3:51para me dizer quão problemática
era esta imagem, -
3:51 - 3:52por se relacionar, para ela,
-
3:52 - 3:56com a ideia de como os negros
tinham sido representados. -
3:56 - 3:58Ela apontou para a imagem à direita
-
3:58 - 4:01como um exemplo, para mim,
do tipo de dignidade -
4:01 - 4:03que precisava de ser retratado
-
4:03 - 4:05para combater as imagens
dos meios de comunicação. -
4:05 - 4:08Ela então atribuiu a estas obras
identidades raciais, -
4:08 - 4:10basicamente dizendo-me
que a obra à direita, -
4:10 - 4:13claramente, tinha sido feita
por um artista negro, -
4:13 - 4:15a obra à esquerda,
claramente por um artista branco, -
4:15 - 4:18quando, com efeito, era o caso oposto.
-
4:18 - 4:20Bob Colescott, artista afro-americano,
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4:20 - 4:22Leon Golub, um artista branco.
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4:22 - 4:25O objetivo disso, para mim, era dizer,
-
4:25 - 4:27naquele espaço, naquele momento,
-
4:27 - 4:31que eu realmente, mais que tudo,
queria compreender -
4:31 - 4:33como é que as imagens podiam funcionar,
-
4:33 - 4:34como funcionavam realmente,
-
4:34 - 4:38e como é que os artistas
proporcionavam um espaço maior -
4:38 - 4:41do que o que conseguiríamos imaginar
na nossa vida do dia a dia -
4:41 - 4:43para trabalhar totalmente estas imagens.
-
4:43 - 4:47Avanço rapidamente
e encontro-me no Harlem, -
4:47 - 4:50lar para muitos da América negra,
-
4:50 - 4:54muito o coração psíquico
da experiência negra, -
4:54 - 4:57realmente o lugar onde se deu
toda a Renascença do Harlem. -
4:58 - 5:01O Harlem hoje, como que a explicar-se
-
5:01 - 5:04e a refletir sobre si mesmo
nesta parte do século, -
5:04 - 5:06olhando tanto para trás
como para a frente. -
5:06 - 5:09Costumo dizer que o Harlem
é uma comunidade interessante -
5:09 - 5:11porque, ao contrário
de muitos outros lugares, -
5:11 - 5:14considera-se no passado, presente
e no futuro simultaneamente. -
5:14 - 5:16Ninguém fala dele apenas no agora.
-
5:16 - 5:19É sempre no que foi
e no que pode vir a ser. -
5:19 - 5:21E, pensando nisso,
-
5:21 - 5:24então o meu segundo projeto,
a segunda questão que levanto. -
5:24 - 5:27Pode um museu ser um catalisador
de uma comunidade? -
5:27 - 5:29Pode um museu acolher artistas
-
5:29 - 5:32e permitir-lhes serem
os agentes da mudança -
5:32 - 5:34à medida que as comunidades
se repensam a si mesmas? -
5:34 - 5:37Este é o Harlem, na verdade
a 20 de Janeiro, -
5:37 - 5:40refletindo sobre si mesmo
de uma maneira maravilhosa. -
5:41 - 5:44Portanto, eu trabalho agora
no Studio Museum no Harlem, -
5:44 - 5:46refletindo sobre as suas exposições,
-
5:46 - 5:47refletindo sobre o que significa
-
5:47 - 5:49descobrir a possibilidade da arte.
-
5:49 - 5:52Agora, o que é que isto significa
para alguns de vós? -
5:52 - 5:54Em alguns casos, eu sei que muitos de vós
-
5:54 - 5:56estão envolvidos
em diálogos interculturais, -
5:56 - 5:59estão envolvidos em ideias
de criatividade e inovação. -
5:59 - 6:02Pensem no papel que os artistas
podem desempenhar nisso. -
6:02 - 6:05Esse é o tipo de incubação e apoio
-
6:05 - 6:08que viso, ao trabalhar
com jovens artistas negros. -
6:08 - 6:11Pensem nos artistas,
não como fornecedores de conteúdo, -
6:11 - 6:13embora eles possam ser brilhantes nisso,
-
6:13 - 6:16mas. mais uma vez,
como verdadeiros catalisadores. -
6:16 - 6:20O Studio Museum foi fundado
no final da década de 60. -
6:20 - 6:22E menciono isto
porque é importante localizar -
6:22 - 6:24esta prática na história,
-
6:24 - 6:26olhar para 1968,
-
6:26 - 6:28no incrível momento histórico que é,
-
6:28 - 6:31e pensar na trajetória
que aconteceu desde então, -
6:31 - 6:34pensar nas possibilidades que todos nós
-
6:34 - 6:36temos o privilégio de ter hoje,
-
6:36 - 6:38e imaginem que este museu
-
6:38 - 6:40que surgiu num momento de grande protesto,
-
6:40 - 6:43e que foi particularmente
sobre o exame da história -
6:43 - 6:47e do legado de importantes
artistas afro-americanos -
6:47 - 6:49para a história da arte neste país
-
6:49 - 6:51como Jacob Lawrence, Norman Lewis,
-
6:51 - 6:53Romare Beardon.
-
6:53 - 6:55E então, claro,
-
6:55 - 6:57para nos trazer aos dias de hoje.
-
6:57 - 6:59Em 1975, Mohammed Ali
-
6:59 - 7:01deu uma palestra
na Universidade de Harvard. -
7:01 - 7:05Depois da sua palestra, um estudante
levantou-se e disse-lhe: -
7:05 - 7:06"Dê-nos um poema."
-
7:06 - 7:09E Mohammed Ali disse: "Eu, Nós."
-
7:09 - 7:12Uma profunda afirmação
acerca do individual e da comunidade, -
7:12 - 7:13o espaço no qual agora,
-
7:13 - 7:16no meu projeto de descoberta,
de reflexão sobre os artistas, -
7:16 - 7:19de tentar definir
-
7:19 - 7:22o que poderia ser o movimento
cultural artístico negro -
7:22 - 7:24no século XXI.
-
7:24 - 7:26O que é que isso poderia significar
-
7:26 - 7:28para os movimentos culturais
em toda a parte neste momento -
7:28 - 7:32o "Eu, Nós" parece
incrivelmente presciente -
7:32 - 7:34totalmente importante.
-
7:35 - 7:36Para este fim,
-
7:36 - 7:39o projeto específico que tornou
isto possível para mim -
7:39 - 7:41é uma série de exposições,
-
7:41 - 7:43todas intituladas com um "F",
-
7:43 - 7:46Forma Livre, Frequência e Fluir.
-
7:46 - 7:49que se propuseram descobrir e definir
-
7:49 - 7:52os artistas jovens, negros,
a trabalhar neste momento -
7:52 - 7:54que desejo muitíssimo
-
7:54 - 7:57que continuem a trabalhar
nos próximos anos. -
7:57 - 7:59Esta série de exposições
-
7:59 - 8:01foi feita especificamente
-
8:01 - 8:03para tentar questionar
-
8:03 - 8:05a ideia do que significaria
-
8:05 - 8:07agora, neste ponto da história,
-
8:07 - 8:10ver a arte como uma catalisadora,
-
8:10 - 8:12o que significa agora,
neste ponto da história, -
8:12 - 8:15à medida que definimos
e redefinimos a cultura, -
8:15 - 8:17a cultura negra,
especificamente no meu caso, -
8:17 - 8:19mas a cultura, em geral.
-
8:19 - 8:21Eu designei este grupo de artistas
-
8:21 - 8:24à volta de uma ideia, que divulguei
-
8:24 - 8:26chamada de "pós-negro".
-
8:26 - 8:28Pretendi defini-los
-
8:28 - 8:31como artistas que surgiram
e iniciaram o seu trabalho agora, -
8:31 - 8:35com uma visão da história, mas começando
neste momento, historicamente. -
8:35 - 8:38É realmente neste sentido de descoberta
-
8:38 - 8:41que tenho um novo conjunto
de questões a colocar. -
8:41 - 8:43Este novo conjunto de questões é:
-
8:43 - 8:45O que é que significa, neste momento,
-
8:45 - 8:48ser afro-americano nos EUA?
-
8:48 - 8:51O que é que a obra de arte diz sobre isso?
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8:51 - 8:54Onde é que um museu pode existir
-
8:54 - 8:57como o lugar para nós todos
-
8:57 - 8:59termos esta conversa?
-
8:59 - 9:01Realmente, o mais emocionante acerca disto
-
9:01 - 9:04é pensar sobre a energia e o entusiasmo
-
9:04 - 9:06que os jovens artistas conseguem trazer.
-
9:06 - 9:08As obras deles, para mim, são sobre,
-
9:08 - 9:10nem sempre, simplesmente apenas
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9:10 - 9:12acerca da inovação estética
-
9:12 - 9:15que as suas mentes imaginam,
que as suas visões criam -
9:15 - 9:17e lançam no mundo,
-
9:17 - 9:19mas mais, talvez, de maior importância,
-
9:19 - 9:21através do entusiasmo da comunidade
-
9:21 - 9:24que eles criam, como vozes importantes
-
9:24 - 9:27que nos permitirão hoje
compreender a nossa situação, -
9:27 - 9:29assim como no futuro.
-
9:29 - 9:32Eu sinto-me continuamente espantada
-
9:32 - 9:34pela forma como
-
9:34 - 9:39a questão da raça
se leva em muitos lugares -
9:39 - 9:41que não imaginamos possível.
-
9:41 - 9:44Eu sinto-me sempre maravilhada
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9:44 - 9:46pelo modo como os artistas estão dispostos
-
9:46 - 9:48a fazê-lo no seu trabalho.
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9:48 - 9:50É por isso que olho para a arte.
-
9:50 - 9:53É por isso que questiono a arte.
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9:53 - 9:55É por isso que organizo exposições.
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9:55 - 9:57Ora, esta exposição, como disse,
-
9:57 - 10:01de 40 jovens artistas, com obras
executadas ao longo de oito anos, -
10:01 - 10:04e para mim trata-se de ter
em consideração as implicações. -
10:04 - 10:06É considerar as implicações
-
10:06 - 10:09do que esta geração nos tem a dizer.
-
10:09 - 10:12É considerar o que é que significa
para estes artistas -
10:12 - 10:15encontrarem-se tanto no mundo,
já que as obras deles viajam, -
10:15 - 10:17como nas suas comunidades,
-
10:17 - 10:19como pessoas que estão a ver e a refletir
-
10:19 - 10:22sobre os problemas que enfrentamos.
-
10:22 - 10:24É também acerca de refletir
-
10:24 - 10:26sobre o espírito criativo
e de o alimentar. -
10:26 - 10:29E imaginem, particularmente
na América urbana, -
10:29 - 10:31acerca de alimentar o espírito.
-
10:31 - 10:35Ora, aonde é que isto talvez vá dar agora?
-
10:35 - 10:37Para mim, trata-se de reimaginar
-
10:37 - 10:40este discurso cultural
num contexto internacional. -
10:41 - 10:43Assim, a última iteração deste projeto
-
10:43 - 10:45chamou-se "Fluir",
-
10:45 - 10:47com a ideia agora de criar
-
10:47 - 10:49uma verdadeira rede
-
10:49 - 10:52de artistas à volta do mundo,
com uma visão, -
10:52 - 10:56não tanto a partir do Harlem para fora,
mas transversalmente. -
10:56 - 11:00E "Fluir" concentrava-se em artistas
nascidos no continente africano. -
11:00 - 11:03E porque muitos de nós pensamos
nesse continente -
11:03 - 11:06e refletimos no seu significado
para nós todos no século XXI, -
11:06 - 11:08comecei essa reflexão olhando
-
11:08 - 11:10através de artistas,
através de obras de arte, -
11:10 - 11:13e imaginando o que podem
eles dizer-nos do futuro, -
11:13 - 11:16o que nos dizem acerca do nosso futuro,
-
11:16 - 11:20e o que eles criam
no sentido de nos oferecer -
11:20 - 11:22esta ótima possibilidade de observar
-
11:22 - 11:26o emergir daquele continente
como parte do nosso diálogo maior. -
11:26 - 11:29Portanto, o que é que eu descubro
-
11:29 - 11:31quando olho para as obras de arte?
-
11:31 - 11:32O que é que eu penso
-
11:32 - 11:34quando reflito sobre a arte?
-
11:34 - 11:37Eu sinto que o privilégio
que tenho tido como Curadora -
11:37 - 11:40não é apenas a descoberta de novas obras,
-
11:40 - 11:42a descoberta de obras emocionantes,
-
11:42 - 11:43mas, realmente, tem sido
-
11:43 - 11:45o que tenho descoberto sobre mim mesma,
-
11:45 - 11:47e o que eu posso oferecer
-
11:47 - 11:49no espaço de uma exposição,
-
11:49 - 11:52falar sobre beleza, falar sobre poder,
-
11:52 - 11:54falar sobre nós próprios,
-
11:54 - 11:57e conversar e falar uns com os outros.
-
11:57 - 12:00É o que me faz levantar todos os dias
-
12:00 - 12:03e querer refletir sobre esta geração
de artistas negros -
12:03 - 12:05e de artistas à volta do mundo.
-
12:05 - 12:07Obrigada.
-
12:07 - 12:08(Aplausos)
- Title:
- Como a arte dá forma à mudança cultural
- Speaker:
- Thelma Golden
- Description:
-
Thelma Golden, Curadora do Studio Museum no Harlem, fala sobre três recentes exposições que exploram o modo como a arte examina e redefine a cultura. Os artistas "pós-negro" com que ela trabalha estão a usar as suas obras artísticas para provocar um diálogo sobre a raça e a cultura — e sobre o significado da própria arte.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 12:08
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How art gives shape to cultural change | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How art gives shape to cultural change | ||
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Isabel Vaz Belchior added a translation |