Casa e Tu São a Mesma Coisa
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0:01 - 0:03[música]
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0:35 - 0:38Casa e Tu São a Mesma Coisa
(com legendas) -
0:38 - 0:4010-09-2018
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0:42 - 0:47[Mooji] Om. Namaste. Bem-vindos a todos.
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0:47 - 0:51Obrigado por responderem em tão pouco tempo.
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0:53 - 0:56Estou a ver algumas caras
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0:56 - 1:00que não registrei ter conhecido.
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1:00 - 1:04Então, sejam bem-vindos, isso é o principal.
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1:04 - 1:09E espero que encontrem o vosso lugar de alguma forma,
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1:09 - 1:16se sabem a que me refiro,
encontrem as vossas pernas aqui no Monte Sahaja. -
1:16 - 1:21Então, estou aqui.
Estou aberto a algumas questões, se houver alguma. -
1:21 - 1:25Alguém quer perguntar?
E vamos ver o que podemos obter. -
1:25 - 1:28OK, podes começar ali.
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1:28 - 1:33Nós temos um microfone. Está a ir agora.
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1:36 - 1:38[Questionador 1] Obrigado querido Mooji.
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1:38 - 1:41Finalmente, depois de cinco meses,
encontrei uma pergunta. -
1:41 - 1:43[Mooji] Encontraste-a depois de cinco meses?
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1:43 - 1:49[Q.1] Espero ser uma boa.
[Mooji] Bem, vamos ver. [risos] -
1:49 - 1:52[Q.1] O Convite é um presente.
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1:52 - 1:55Eu realmente sinto este espaço.
Eu realmente sinto esta amplitude. -
1:55 - 2:02Mas a todo o momento também sinto este corpo.
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2:02 - 2:07Sinto que é a coisa mais difícil de largar.
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2:07 - 2:10Então, tentei perguntar, 'Sou a minha mão?'
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2:10 - 2:14E poderia mesmo confirmar, 'Eu não sou a minha mão'.
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2:14 - 2:18Estava a passar pelo meu corpo e cérebro,
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2:18 - 2:21'Não, eu não sou o meu cérebro'.
Isso é mesmo verdade. -
2:21 - 2:24Mas quando venho ao meu coração,
'Eu sou o meu coração?', -
2:24 - 2:26então não é tão claro.
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2:26 - 2:30[Mooji] Não esse coração.
[Q.1] Não o coração físico. -
2:30 - 2:33[Q.1] Mas parece que "eu", o que eu sou,
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2:33 - 2:36parece que está também aqui dentro.
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2:36 - 2:41[Mooji] Sim. Sim. Claro que está também aí.
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2:41 - 2:44[Q.1] Sim. [risos]
Mas é como que ... -
2:44 - 2:49[M.] Está ali só até à ponta dos teus
dedos e até à ponta da tua cabeça? -
2:49 - 2:53[Mooji] Está comprimido ao tamanho para caber exactamente?
[Q.1] Nem por isso. -
2:53 - 2:59[Mooji] Tens a sensação de que
quando falamos disto... -
2:59 - 3:04Como lidaste com a pergunta,
'Tem uma forma?' -
3:04 - 3:09[Q.1] É claro que é sem forma.
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3:09 - 3:14Mas sinto sempre que, 'Eu ainda sou essa pessoa'.
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3:14 - 3:16ou eu sinto esta ligação.
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3:16 - 3:21[Mooji] Não há necessidade
de tentar se livrar disso. -
3:21 - 3:27É um condicionamento tão firme
o que experienciamos -
3:27 - 3:30na nossa existência manifesta.
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3:30 - 3:35Nós também estamos aqui e
funcionamos através desta forma, -
3:35 - 3:41mas esse é o condicionamento
que é tido como garantido. -
3:41 - 3:44Quase ninguém questiona isso.
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3:44 - 3:46Então, se não questionas algo,
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3:46 - 3:50é assumido ser um facto,
que é incontestável. -
3:50 - 3:54Então, se isso fosse a única coisa ali
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3:54 - 4:02que és apenas o teu corpo-mente e é isso,
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4:02 - 4:07e além disso não há mais nada,
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4:07 - 4:10a maioria das pessoas ficaria confortável com isso.
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4:10 - 4:15Isso é o que elas acreditam que está lá de
qualquer maneira, a tua identidade com o corpo -
4:15 - 4:20e o facto de que percepcionas.
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4:20 - 4:24Tens os sentidos
e algo está a gostar, ou percepcionar, -
4:24 - 4:28ou experienciar através dos sentidos e da mente.
É o suficiente. -
4:28 - 4:30Porque não é suficiente?
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4:30 - 4:34Porque não é suficiente?
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4:34 - 4:39Se não houvesse tais coisas como espírito,
ou o Ser, ou pura consciência, -
4:39 - 4:41por que não seria o suficiente
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4:41 - 4:45simplesmente ser a ideia
que tens de ti mesmo como a pessoa, -
4:45 - 4:48que, a propósito, continua a alterar e mudar
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4:48 - 4:51como um auto-retrato em constante mudança?
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4:51 - 4:53Então não é consistente.
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4:53 - 4:56E o corpo, ele mesmo, também não é consistente.
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4:56 - 4:59Este não é o corpo que a tua mãe deu à luz.
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4:59 - 5:02Então, também está a mudar.
Tudo está a mudar. -
5:02 - 5:07Então, se tudo está a mudar
e a natureza das coisas é mudar, -
5:07 - 5:12tudo o que existe está a mudar.
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5:12 - 5:15O que podemos fazer sobre isso?
É assim que é. -
5:15 - 5:18E ainda é assim
que parece ser para todos. -
5:18 - 5:22Tu tens uma vida, tu vives a tua vida
e no fim... -
5:22 - 5:24Porque há um fim da vida,
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5:24 - 5:27assim como há o início da vida,
nas nossas mentes, -
5:27 - 5:30que começamos a existir quando o corpo nasce.
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5:30 - 5:33Nós dizemos que é o nosso primeiro dia
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5:33 - 5:36e que vai haver um último dia, também.
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5:36 - 5:39E depois disso? Não há depois disso.
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5:39 - 5:44Supõe que este é o caso, ou mesmo que durante isso,
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5:44 - 5:51não há mais nada
além do funcionamento corpo-mente. -
5:51 - 5:57É isto assim para ti? É o que encontraste?
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5:57 - 6:00Não haveria necessidade de O Convite,
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6:00 - 6:02não iria revelar nada mais
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6:02 - 6:07do que já estás a assumir,
que és o teu corpo, -
6:07 - 6:10e o condicionamento ou a programação
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6:10 - 6:14que apareceram para esta expressão corporal.
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6:14 - 6:19[Q1.] Eu realmente sinto...
Também quando era criança, -
6:19 - 6:26eu podia confirmar que quando eu morrer
eu ainda vou estar aqui. -
6:26 - 6:35Então sinto realmente.
Mas não sei, talvez eu espere demais. -
6:35 - 6:39[Mooji] Diz-me,
o que é que esperas que seja demais? -
6:42 - 6:46[Q.1] Talvez eu realmente espere que
algo tenha de acontecer -
6:46 - 6:52quando estou com isso,
algo mais que isto. -
6:52 - 6:55[Mooji] E 'isto' é o quê?
'Algo mais que isto'. -
6:55 - 6:58Só para ver do que estamos a falar.
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6:58 - 7:00'Algo mais do que isto tem de acontecer'.
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7:00 - 7:03Então presentemente, 'Isto' representa o quê?
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7:03 - 7:07[Q.1] Sinto que é mais como
eu ter de relaxar mais nisso. -
7:07 - 7:09É como se algo estivesse a segurar ...
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7:09 - 7:13[Mooji] Todas as tuas declarações
são baseadas em algo -
7:13 - 7:16que tem de acontecer àquele
que vai descobrir o Ser. -
7:16 - 7:18Não é nada sobre o Ser.
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7:18 - 7:22Isto é acerca daquele
que vai ter a experiência, -
7:22 - 7:27como se houvesse alguém
que vai ter a experiência do Ser -
7:27 - 7:30e pensa, 'Sim, finalmente tenho-o!'
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7:30 - 7:34E se o conseguiste, também pode ser perdido.
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7:34 - 7:39Se é algo que ganhaste recentemente
então também tens de sentir, -
7:39 - 7:42'Aah! Eu tenho de ser cauteloso
para não o perder!' -
7:42 - 7:46E tudo isto vem
por causa da convicção que tens, -
7:46 - 7:50na sensação do 'eu'
que tu actualmente te consideras ser, -
7:50 - 7:53aquele que procura o Ser.
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7:53 - 7:56E no entanto ainda não foi entendido que
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7:56 - 8:01esse mesmo 'eu' desmoronará
do sentido da pessoa, -
8:01 - 8:05e será revelado que o 'eu'
é o Ser ele mesmo! -
8:05 - 8:08Mas enquanto temos a memória, os hábitos,
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8:08 - 8:12as tendências, os desejos e os apegos,
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8:12 - 8:17vai perpetuar e reforçar
a ideia de ti mesmo como pessoa. -
8:17 - 8:21E a pessoa, ela mesma, que parece estar a procurar
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8:21 - 8:25a Verdade final, está a tropeçar nela própria,
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8:25 - 8:34porque iluminação ou liberdade
não é para a pessoa, -
8:34 - 8:38é da pessoa.
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8:38 - 8:41Parece uma coisa estranha,
porque temos a convicção, -
8:41 - 8:44'Eu procurei e estou melhor,
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8:44 - 8:46sou capaz de meditar por mais tempo.
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8:46 - 8:50Reconheço que estou mais calmo
do que costumava ser. -
8:50 - 8:52Sinto-me mais relaxado na minha vida,
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8:52 - 8:57mas ainda assim tenho de encontrar o 'grande'.
Que é como, -
8:57 - 9:01'Sim! Para estar firmemente estabilizado
na consciência -
9:01 - 9:05para que não ocorram mais erros,
para que não haja mais sofrimento'. -
9:05 - 9:09Então ainda há um desejo para esta pessoa
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9:09 - 9:14para alcançar o maior prémio
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9:14 - 9:17que ela não precisa sofrer mais.
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9:17 - 9:22É uma coisa muito subtil,
mas não é assim, na verdade. -
9:22 - 9:28Esta é a beleza de O Convite, é que
quando digo, -
9:28 - 9:31No fim de ouvires O Convite,
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9:31 - 9:34ou depois de colocares o livro de lado,
quem és tu? -
9:34 - 9:37O que resta no final de O Convite?
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9:37 - 9:41O que está lá?
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9:41 - 9:44[Mooji] Uma pessoa com uma boa experiência?
[Q.1] Não. -
9:44 - 9:47Bem pode ser, pode ser ainda sentido,
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9:47 - 9:51'Uau, foi bom! Podemos fazer de novo?'
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9:51 - 9:55Mas na verdade, se tu seguiste,
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9:55 - 10:02o que espero que venhas a ver é que
tu sabes que és, -
10:02 - 10:06mas não há definições agarradas a isso,
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10:06 - 10:12não há a sensação de nenhuma fronteira ou limite.
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10:12 - 10:17Onde antes, no estado da pessoa,
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10:17 - 10:20temos todas estas referências de quem nós somos.
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10:20 - 10:23Tu estás num contexto particular
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10:23 - 10:27e referes-te a isso
pelo sentido de quem és. -
10:27 - 10:30Na descoberta da Essência
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10:30 - 10:36está, essa mesma identidade limitada, intacta?
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10:36 - 10:39Estou a perguntar agora a todos,
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10:39 - 10:41no fim de O Convite,
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10:41 - 10:45o sentido da pessoa
como o 'eu' que conseguiu, -
10:45 - 10:50'Espero que funcione. Oh, uau!
Realmente vim a dar tudo ...' -
10:50 - 10:54É esse aquele que sobrevive ao Convite,
e que no final diz, -
10:54 - 10:58'Uau, estou mesmo contente por experienciar isto'?
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10:58 - 11:04Sinceramente, é isso que está ali? Ou ...
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11:04 - 11:11Porque apesar desse reconhecimento
do que é indescritível -
11:11 - 11:14do que é descoberto,
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11:14 - 11:19não significa que a pessoa
é varrida totalmente. -
11:19 - 11:23Claro que aquele momento
é um momento de descoberta -
11:23 - 11:30e então pode parecer que,
'Uau! Isto é espectacular!' -
11:30 - 11:32Mas o sentido de pessoa
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11:32 - 11:37não consegue suportar o poder do que é visto nesse momento,
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11:37 - 11:40então retira-se, ou recua,
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11:40 - 11:46mas gradualmente regressa
se não é queimado na totalidade. -
11:46 - 11:52E ser queimado significa que
estás suficientemente atraído, -
11:52 - 11:56através da tua atenção,
a ficares com a tua descoberta -
11:56 - 12:02e que realmente não há nenhum interesse
em aceder ao mundo-mente, -
12:02 - 12:09ou à expressão da vida da pessoa.
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12:09 - 12:13A pessoa não é uma ofensa,
é apenas uma limitação. -
12:13 - 12:17É também consciência, mas é uma limitação
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12:17 - 12:22que apenas descobres
assim que descobres a tua não-limitação. -
12:22 - 12:25Depois vês as limitações da pessoa.
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12:25 - 12:28E por uns tempos a mente oscila.
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12:28 - 12:33De alguma forma a atenção vai
para o estado de pureza e harmonia -
12:33 - 12:38e vais sentir-te totalmente
no teu elemento perfeito. -
12:38 - 12:43Mas vai balançar novamente
para o velho regime de identidade -
12:43 - 12:47e outra vez vais sentir,
'Oh meu Deus, não, não consegui'. -
12:47 - 12:52Estou perdido.
Oh, meu Deus, como posso sair disto?' -
12:52 - 12:55E vai balançar de novo e vais sentir,
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12:55 - 12:58'Aleluia! Oh, como pude duvidar disto?
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12:58 - 13:02Como pude duvidar disto? É tão perfeito. Perfeito.
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13:02 - 13:04Oh, consegui, claro, não desaparece!
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13:04 - 13:07Não desaparece! Mooji, não desaparece!'
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13:07 - 13:12E balança outra vez, 'Oh meu Deus!
Quando é que isto vai acabar?' -
13:12 - 13:16Até que a um certo ponto, algo faz um clique,
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13:16 - 13:23que ambos os extremos são eles mesmos observados
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13:23 - 13:27de um lugar que não está a balançar.
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13:27 - 13:34Este é o, se queres chamar, desenrolar natural,
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13:34 - 13:38ou maturação que ocorre.
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13:38 - 13:41Mas simplesmente manténs-te com isso.
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13:41 - 13:44Tu descobres algo,
depois a mente vem e diz, -
13:44 - 13:47'O que faço com isso? Como uso isto?
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13:47 - 13:50Como posso permanecer aqui?
Como posso não perdê-lo? -
13:50 - 13:54Como se o possuísse.
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13:54 - 13:57E tu tens que ser tão vigilante
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13:57 - 14:01para combinar com a astúcia da mente.
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14:01 - 14:05Mas estou a encorajar-te,
de que és muito maior que isso, -
14:05 - 14:10do que a capacidade da tua mente
para te enganar. -
14:10 - 14:15Tu podes existir sem
esta voz psicológica na tua cabeça, -
14:15 - 14:18mas ela não pode existir sem ti!
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14:18 - 14:21Então tens de julgar qual é melhor,
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14:21 - 14:25porque por um tempo vais ver que
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14:25 - 14:28este comportamento da mente,
este condicionamento, -
14:28 - 14:32é um pouco como um parasita que, vive em quê?
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14:32 - 14:34No Ser puro? Na verdade, não.
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14:34 - 14:37Na ideia que tens de ti mesmo.
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14:37 - 14:41Ainda não estamos estabilizados, primeiro,
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14:41 - 14:44na convicção de que
és apenas a consciência. -
14:44 - 14:48Isso não é uma crença.
Quando digo convicção está para além da crença, -
14:48 - 14:52ainda não é o teu entendimento
experiencial confirmado -
14:52 - 14:55de que és a consciência.
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14:55 - 15:00Ainda é como se estivesse além
e é algo pelo que lutar. -
15:00 - 15:04Então enquanto esse intervalo ainda está aberto,
é como tu estares aberto para negócio -
15:04 - 15:08e a mente vai continuar a entrar.
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15:08 - 15:13Agora, eu tenho uma visão global disto,
que é bem boa, eu sinto, -
15:13 - 15:17porque mesmo pessoas que sintam que
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15:17 - 15:21'Mas a minha mente está a matar-me.
É tão persistente! -
15:21 - 15:26Nunca desiste. Não vai de férias...'
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15:26 - 15:32A mente faz o seu trabalho muito bem.
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15:32 - 15:37Como podes vencê-la?
Esta sensação vem assim. -
15:37 - 15:44E eu digo,
Primeiro, não lutes. Não lutes. -
15:44 - 15:50Para quem fala a mente?
-
15:50 - 15:53Para quem fala a mente?
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15:53 - 15:59Se tivermos como exemplo
um mestre como Jesus Cristo, -
15:59 - 16:04ou o Profeta Sagrado, ou Lorde Rama,
ou Lorde Krishna, -
16:04 - 16:07como falaria a mente para eles?
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16:07 - 16:12Nós sabemos e ouvimos
que na tentação de Cristo -
16:12 - 16:15e também na de Buda,
em histórias muito semelhantes, -
16:15 - 16:19que no princípio,
um pouco antes do seu ministério começar -
16:19 - 16:22eles foram sujeitos a uma tremenda interrogação
-
16:22 - 16:28e ataque da mente,
na forma das tentações de Cristo, -
16:28 - 16:32Como podes ser tentado
se não és tentável? -
16:32 - 16:35Então nalgum momento,
algo deve ter estado lá, -
16:35 - 16:39um jogo, um cenário tiveram de ser jogados
-
16:39 - 16:44para perceber activamante o drama,
-
16:44 - 16:52o aparente inimigo, por assim dizer,
para senti-lo realmente -
16:52 - 16:55e envolver-se com isso, com uma visão clara,
-
16:55 - 17:01e transcender
a sua influência psicológica sobre ti. -
17:01 - 17:04Só depois, pôde o seu ministério começar.
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17:04 - 17:07E virá em qualquer forma
-
17:07 - 17:10que a consciência que está neste corpo
-
17:10 - 17:12precisa de experienciar certas coisas.
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17:12 - 17:16Existem certas características,
certas tendências, -
17:16 - 17:21ou tendências latentes escondidas, algumas
vezes chamadas de vasanas, ou samskaras, -
17:21 - 17:25que quando elas se incendeiam,
-
17:25 - 17:29pode parecer que elas mantêm o Ser como refém.
-
17:29 - 17:34Seguem o que digo?
Então quando surgem, -
17:34 - 17:38é o momento em que estás mais
propenso a identificares-te pessoalmente, -
17:38 - 17:41por causa destas forças.
-
17:41 - 17:44Então quando aparecem é como se
-
17:44 - 17:47tu estivesses a experienciar
no teu estado mais fraco. -
17:47 - 17:52Mas por vezes,
logo no teu ponto mais fraco, mais fraco, -
17:52 - 17:57do outro lado está uma grande força,
mas não é reconhecida. -
17:57 - 18:02Às vezes tens de quase perder tudo
que achas que tens, -
18:02 - 18:08para encontrares aquilo que não pode ser
possuído, para descobrir isso. -
18:08 - 18:12Então, estes jogos acontecem de forma tão intrincada,
-
18:12 - 18:17tão diverso é o jogo,
-
18:17 - 18:21e cada um tem os seus
quarenta dias e quarenta noites. -
18:21 - 18:27Bem, agora não são quarenta dias e
quarenta noites, ninguém tem tempo! -
18:27 - 18:29Somos tão impacientes!
-
18:29 - 18:33Até o desempregado
não tem tempo para tudo isto. -
18:33 - 18:39Então, a consciência readaptou-se para a vida moderna.
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18:39 - 18:43Não é que possas comprá-la ao balcão,
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18:43 - 18:46mas talvez pareça muito mais acessível
-
18:46 - 18:50que as pessoas possam ir online mesmo
para ver coisas -
18:50 - 18:53e estar com isso de uma maneira tão consistente.
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18:53 - 18:57Podes quase ter o teu próprio professor
a falar para ti todos os dias. -
18:57 - 19:01Enquanto que noutros tempos passados,
isso nem poderia estar lá, -
19:01 - 19:04o acesso que o estudante pode ter agora.
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19:11 - 19:16[Q.1] É como que, quando eu estive aqui por três meses
-
19:16 - 19:18no MSB (Mooji Sangha Bhavan),
-
19:18 - 19:23e durante esse tempo aqui,
senti-me tão emergido nisto. Emergido? -
19:23 - 19:25[Mooji] Imerso, talvez.
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19:25 - 19:29[Q.1] E não havia nenhuma luta,
não havia nenhum arder. -
19:29 - 19:31Eu senti-me muito bem!
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19:31 - 19:35Senti, 'É bom demais?',
-
19:35 - 19:40como se houvesse necessidade de um problema para crescer.
Não sei. -
19:40 - 19:42Depois voltei a casa
-
19:42 - 19:45e aí tive situações
que foram mesmo complicadas, -
19:45 - 19:49mas eu era mesmo bom com as situações.
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19:49 - 19:54Pude realmente ver que o interesse na pessoa
é mesmo... -
19:54 - 19:57[Mooji] Fraco?
[Q.1] Fraco, sim. -
19:57 - 20:02[Q.1] Mas foi tão estranho
como os antigos hábitos voltaram, -
20:02 - 20:06antigas adições vieram nesta altura.
-
20:06 - 20:10Comecei a fumar novamente, depois de um longo tempo,
-
20:10 - 20:14apenas nesta duração, neste intervalo.
-
20:14 - 20:18Realmente vi como,
'Hei, o que estou aqui a fazer?' -
20:18 - 20:23Senti que algo em mim era tão,
como dizer... -
20:23 - 20:27Podem-me ajudar? Alguém? Alemão?
-
20:27 - 20:30[Voz da Sangha] Evitar.
[Q.1] Evitar. -
20:30 - 20:34E estava a ver tanta televisão
até muito tarde, à noite. -
20:34 - 20:40Mas o que foi bom foi que
podia ainda sentir, está aqui. -
20:40 - 20:44[Mooji] Está a acontecer o tempo todo assim,
é bom. -
20:44 - 20:47A identidade sente, 'Estive fora agora.
-
20:47 - 20:51Uau! Eu realmente absorvi
toda esta espiritualidade'. -
20:51 - 21:00E tu voltas a casa
e começa a mudar de cor. -
21:00 - 21:04Vamos entender,
não estás no mesmo lugar de cada vez, -
21:04 - 21:09se não estás no estado da pessoa,
não estás no mesmo lugar. -
21:09 - 21:12Podes até estar num lugar
bem mais avançado que isso. -
21:12 - 21:15Há outras coisas que posso dizer acerca disto.
-
21:15 - 21:18Podes estar num estágio mais avançado que isso,
-
21:18 - 21:21mas que parece mais caótico.
-
21:21 - 21:24Podes sentir que a tua vida está a desmoronar-se,
-
21:24 - 21:27ou que é uma coisa terrível;
mas pode ser uma coisa boa. -
21:27 - 21:31Talvez algo precise acontecer, para outra vez...
-
21:31 - 21:34Algo pode ter que desconstruir
-
21:34 - 21:37e depois aparecer para reconstruir,
-
21:37 - 21:41ou talvez nem reconstruir,
mas para vir de outra maneira. -
21:41 - 21:48Então, não confies na habilidade da mente
para avaliar isto. -
21:48 - 21:52Porque por vezes pensas,
'Eu era melhor antes de vir aqui. -
21:52 - 21:55A minha primeira vez aqui foi tão boa.
-
21:55 - 21:58Quando fui embora
foi como caminhar no Mar Vermelho, -
21:58 - 22:01tudo acontecia assim.
-
22:01 - 22:05E então o grande choque aconteceu!'
-
22:05 - 22:08Algumas vezes pode ser por muitas razões diferentes.
-
22:08 - 22:12Pode ser que comeces a desenvolver
uma espécie de arrogância. -
22:12 - 22:14Tu pensas, 'Eu sou tão especial agora.
-
22:14 - 22:18Eu consigo pensar em coisas e elas acontecem'.
-
22:18 - 22:21Então, nunca sabemos como a vida vem,
-
22:21 - 22:28quebra a tua excitação,
e traz espaço para maior humildade, -
22:28 - 22:31que te coloca novamente no caminho.
-
22:31 - 22:34Podem ser tantas coisas diferentes.
-
22:34 - 22:40A leitura que vem da nossa mente
não é confiável sobre isso. -
22:40 - 22:44Por vezes sentes-te terrível
e depois tens de ser lembrado -
22:44 - 22:53que estás a experienciar
uma espécie de desintoxicação psíquica. -
22:53 - 22:57Algo está a vir para fora,
tu sentes, 'Oh, isto não é o que eu esperava. -
22:57 - 23:00Pensava que ia encontrar paz.
-
23:00 - 23:03Estou todo em peças. Não sei o que fazer.'
-
23:03 - 23:08Tu sentes-te terrível, 'Oh meu Deus.
Se calhar cometi um erro ao vir aqui'. -
23:08 - 23:11Mas tu estás a desintoxicar
e todas estas coisas vêm -
23:11 - 23:13e não parece bom.
-
23:13 - 23:17Se tens muita maldade dentro
-
23:17 - 23:22e tens de a vomitar para fora,
não é uma sensação boa. -
23:22 - 23:24Mas quando está fora [mímica de vomitar]
-
23:24 - 23:28o estado pós-vómito é muito bom, não é?
-
23:28 - 23:30Por vezes estas coisas aparecem
-
23:30 - 23:33e são accionadas apenas pelo ambiente
-
23:33 - 23:38e a intensidade espiritual de estar
num lugar como o Monte Sahaja. -
23:38 - 23:42Aparece de forma muito forte
e tens de ser relembrado disso. -
23:42 - 23:45'Está bem. Não te preocupes.
Estás sob a graça. -
23:45 - 23:49Está tudo bem, apenas estão a sair para fora
algumas energias presas, -
23:49 - 23:52ou alguns mal-entendidos estão a ser queimados'.
-
23:52 - 23:57E por vezes este queimar
é ainda maior que o sadhana. -
23:57 - 23:59Sadhana significa prática espiritual,
-
23:59 - 24:03porque o teu estado interior é como
se estivesses no fogo. -
24:03 - 24:07Sentes-te doente,
não queres falar com ninguém, -
24:07 - 24:11mas estás sob a graça.
De alguma forma ele é queimado. -
24:11 - 24:15[Q.1] No ano passado tive um ano muito ardente,
-
24:15 - 24:18chorava dia e noite.
-
24:18 - 24:23Estava mesmo a arder.
Toda a minha vida estava a mudar. -
24:23 - 24:25Nem tudo está na mesma pedra.
-
24:25 - 24:29Mas de momento não me sinto a arder
e sinto-me como, -
24:29 - 24:33'Deveria arder mais do que isto?'
É como se me sentisse muito confortável. -
24:33 - 24:37[Mooji] Este 'eu' ...
Eu vou directo ao 'eu' a toda a hora. -
24:37 - 24:41Quem está a falar?
Quem é que reporta esta história? -
24:41 - 24:45será que foi realmente baptizado
no coração da consciência? -
24:45 - 24:47É a consciência que está a falar?
-
24:47 - 24:50Ou é um cocktail de consciência
-
24:50 - 24:56e uma pessoa muito inconsciente a falar?
-
24:56 - 25:01E é quase sempre que a pessoa
ainda está lá, que sobreviveu. -
25:01 - 25:05Ela sobreviveu.
Não estás destinado a vir aqui e sobreviver! -
25:05 - 25:07[Q.1] Eu não quero isso.
-
25:07 - 25:11[Mooji] Alguém veio cá
e escreveu, e enviou um livro. -
25:11 - 25:14No livro ela escreveu,
-
25:14 - 25:18'Eu tenho sido tão afortunada na minha vida
por me ter sentado com muitos mestres -
25:18 - 25:20Eu sentei-me com sete mestres'.
-
25:20 - 25:23Eu disse, Mas como diabos
tu sobreviveste a sete mestres? -
25:23 - 25:27Mesmo um! Não deverias sobreviver
nem mesmo a um mestre! -
25:27 - 25:31Vir aqui e dizer,
'Sim, eu sentei-me com sete mestres'. -
25:31 - 25:34E o que te aconteceu?
O teu ego ainda está aí? -
25:34 - 25:37O que aconteceu?
Estavas sentada na fila de trás? -
25:37 - 25:40Estavas escondida na casa de banho? Onde estavas?
-
25:40 - 25:47Porque se vens com essa seriedade,
algo deve acontecer a ti! -
25:47 - 25:51Não deverias sobreviver.
'Tu' significando a identidade egóica -
25:51 - 25:57que é basicamente uma máscara
ganha sobre o teu verdadeiro Ser. -
25:57 - 26:02Tu estás a viver com esta máscara.
Tu olhas ao espelho, vês a máscara, -
26:02 - 26:06pões maquilhagem na tua máscara.
Nós somos tão orgulhosos da nossa máscara. -
26:06 - 26:09Nem mesmo sabemos que é uma máscara.
-
26:09 - 26:12Quando começas a ver que é uma máscara,
-
26:12 - 26:17tentas tirá-la,
e vês quão presa a podes sentir, -
26:17 - 26:22mesmo assim sabes, que não é o que eu sou.
-
26:22 - 26:27E como podemos remover esta máscara?
Não por força. -
26:27 - 26:30Ao lembrar através dessa experiência interior
-
26:30 - 26:34que te tem sido mostrada,
-
26:34 - 26:38e reconhecendo aquilo que não pode ser visto
-
26:38 - 26:41apenas pelos olhos na tua cabeça.
-
26:41 - 26:46Tu vês de uma maneira mais profunda.
-
26:46 - 26:49O Convite é um grande amigo para todos,
-
26:49 - 26:52porque ajuda-te a descartar,
-
26:52 - 27:00a deixar de lado os envolvimentos habituais e distracções
-
27:00 - 27:04e ver quão fácil se torna
voltar a esse reconhecimento, -
27:04 - 27:11a esse campo de ser no qual as coisas
são vistas com maior clareza, -
27:11 - 27:15onde o invisível é visto.
-
27:20 - 27:25[Mooji] Enquanto estivermos sob a doutrinação
da vida manifesta, -
27:25 - 27:27onde estamos predominantemente a sentir isso,
-
27:27 - 27:30'Eu sou esta pessoa
a crescer em personalidade -
27:30 - 27:35e ficando mais perto do objectivo',
-
27:35 - 27:40nessa medida, as ilusões persistem em nós.
-
27:40 - 27:43Tudo isto deves superar.
-
27:43 - 27:46E não vejo isso como uma grande dificuldade,
na verdade. -
27:46 - 27:51Se há dificuldade, tem a ver com a nossa lealdade
à nossa identidade. -
27:51 - 27:53E se ainda tens um desejo,
-
27:53 - 27:57um desejo carnal pelas coisas deste mundo,
-
27:57 - 28:00então não estarás disposto a desistir delas
-
28:00 - 28:04pela força dos apegos também,
porque eles vão aparecer. -
28:04 - 28:08E em meditação, em meditação guiada,
ou em satsang, -
28:08 - 28:13tu vais sentir onde os apegos
estão se sentindo apertados. -
28:13 - 28:16E tem de haver uma vontade para...
-
28:16 - 28:18Não são as coisas em si...
-
28:18 - 28:22A coisa não é o problema,
a questão é a tua relação com isso -
28:22 - 28:25e a importância que lhes dás.
-
28:25 - 28:29Porque a importância que lhes dás
é o valor que tu dás a essas coisas. -
28:29 - 28:34E o valor que lhes dás
vai surgir quando for altura de ires além -
28:34 - 28:36vais querer carregá-las contigo.
-
28:36 - 28:41E se houvesse uma escolha,
'Tu vens sozinho [sem isso], ou ficas'. -
28:41 - 28:45provavelmente ias ficar,
porque nesses momentos -
28:45 - 28:50os teus apegos vão sentir como se fosse Natal.
-
28:50 - 28:59Não vais querer sair,
Uh, talvez mais tarde eu vá.' Vais fazer isto. -
28:59 - 29:02Não planeies a tua rota para a liberdade!
-
29:02 - 29:05Apenas vem e fica presente!
-
29:05 - 29:07Apenas vem. Apenas aparece.
-
29:07 - 29:10Não tens de ter nenhuma estratégia.
-
29:10 - 29:14Não tenhas estratégias!
Não planeies nenhuma rota de fuga. -
29:14 - 29:17Apenas vem com o desejo no teu coração,
-
29:17 - 29:20'Eu estou tão atraído por ser livre.
-
29:20 - 29:26Não aguento mais o fardo
da minha identidade egóica.' -
29:26 - 29:28Porque isso também é progresso
-
29:28 - 29:32de que não és capaz de aguentar a ti mesmo!
-
29:32 - 29:37Nem mesmo para compreenderes a ti mesmo,
a um certo ponto não o suportas. -
29:37 - 29:41Este é um grande progresso de facto,
porque significa que -
29:41 - 29:44não és capaz de aguentar a identidade egóica,
-
29:44 - 29:47torna-se insuportável para ti.
-
29:47 - 29:51Isso também é uma marca de
maturidade espiritual, -
29:51 - 29:55porque enquanto se parece esconder
-
29:55 - 30:02nas sombras do nosso subconsciente,
tu não o detectas, -
30:02 - 30:04e podes viver por tanto tempo
-
30:04 - 30:07sob a impressão de que és esta pessoa
-
30:07 - 30:10e lutas pelo rei e pátria...
-
30:10 - 30:16Mas assim que começas a reconhecer
e experienciar a verdade de ti mesmo, -
30:16 - 30:20a tua agressividade desaparece.
-
30:20 - 30:22Uma calma substitui isso,
-
30:22 - 30:27uma paz e sabedoria começam a surgir em ti,
-
30:27 - 30:29uma sensação de amplitude.
-
30:29 - 30:34Não te sentes ameaçado,
ou claustrofóbico na tua vida. -
30:34 - 30:39Tudo é sentido de forma mais expansiva.
-
30:39 - 30:42Mas, em última análise, a sensação de expansividade
-
30:42 - 30:47também não é muito importante
porque o Ser é infinito. -
30:47 - 30:50Para onde pode o infinito expandir?
-
30:50 - 30:53Algo está tão presente.
-
30:53 - 31:01A tua existência, a tua vida expressam-se
por esta vastidão fora. -
31:01 - 31:04Isto é tão...
-
31:08 - 31:13É como um diamante infinitamente facetado,
-
31:13 - 31:18mas cada faceta tem o diamante completo
por detrás dela. -
31:18 - 31:25Cada vida é como uma faceta
deste diamante infinitamente facetado. -
31:25 - 31:28Nenhuma vida é apenas uma vida simbólica.
-
31:28 - 31:34Tudo tem o seu papel a desempenhar
no grande drama, até despertares. -
31:34 - 31:38Mesmo depois de despertares
a tua expressão dinâmica continua, -
31:38 - 31:43até mesmo mais, para dar lindos frutos.
-
31:43 - 31:48Mas deves chegar ao reconhecimento final
de ti mesmo, -
31:48 - 31:54não um reconhecimento dualístico,
mas um reconhecimento não-fenomenal. -
31:54 - 31:57Significa que, como pode alguma coisa....
-
31:57 - 32:01É como, como pode uma mão bater palmas?
-
32:01 - 32:07Como pode uma coisa reconhecer-se a si mesma?
-
32:07 - 32:11Eu dei um exemplo...
-
32:11 - 32:14Tenho dado este exemplo
por muito tempo. -
32:14 - 32:18Uma faca afiada, por mais afiada que seja,
pode cortar tantas coisas, -
32:18 - 32:21mas não pode cortar-se a ela própria. Porquê?
-
32:24 - 32:32Ou os olhos podem ver formas tão diferentes,
mas não conseguem ver-se a eles mesmos. -
32:32 - 32:36Ou uma balança que pode pesar tantos objectos,
-
32:36 - 32:40mas não pode pesar-se a ela mesma. Porquê?
-
32:40 - 32:43Porque não pode ser diferente de si mesma.
-
32:43 - 32:46É tão um, não se pode perceber a ela mesma.
-
32:46 - 32:48Nós somos assim. O nosso verdadeiro Ser é um.
-
32:48 - 32:50Tu não podes ver o teu Ser.
-
32:50 - 32:55O que quer que tu estejas a ver,
que pensas seres tu, é apenas imaginação. -
32:55 - 32:57É apenas a superfície.
-
32:57 - 33:02Tu estás a ver a partir do teu Ser.
-
33:02 - 33:04Todas estas coisas,
-
33:04 - 33:08Eu não tenho nenhuma prática especial
para cada pequena coisa. -
33:08 - 33:12Tu sentas-te na grande piscina
e tu ficas todo molhado. -
33:12 - 33:17Não há um lado da água para molhar a frente
e outro para molhar as costas. -
33:17 - 33:21Tu sentas-te na piscina daquilo
e ficas imerso por toda a parte. -
33:21 - 33:24Então, eu falo assim,
-
33:24 - 33:30mesmo que fale para um de vocês,
estou a falar para todos! -
33:30 - 33:33A tua abordagem em satsang,
-
33:33 - 33:36se vens com essa seriedade,
ela será satisfeita. -
33:36 - 33:38Tem de ser.
-
33:38 - 33:44Se tentas proteger a tua identidade,
isso persistirá. -
33:48 - 33:51Mas se vens com este desejo de que,
-
33:54 - 33:57'Eu sou só uma esponja;
-
33:57 - 34:01o meu coração diz-me para deixar ir
e absorver tudo'. -
34:01 - 34:06então vem assim.
-
34:06 - 34:10[Q.1] No último satsang
quando fizeste esta pergunta, -
34:10 - 34:13'E se este dia for o teu último dia',
-
34:13 - 34:16então este arder começou a vir mesmo forte,
-
34:16 - 34:19mas depois foi novamente.
-
34:19 - 34:22[Mooji] Se este dia fosse o teu último dia,
-
34:22 - 34:26na verdade, está a chegar
aos teus últimos cinco minutos ou assim... -
34:26 - 34:28Então se esta fosse a tua última oportunidade,
-
34:28 - 34:32agora por favor fica com a pergunta
que te vou fazer, -
34:32 - 34:36se realmente fosse assim
e há uma contagem decrescente, -
34:36 - 34:38o relógio está a correr,
-
34:38 - 34:42o que podes fazer com cinco minutos?
-
34:42 - 34:46O que podes fazer com cinco minutos,
a este respeito? -
34:46 - 34:49Quatro minutos?
-
34:52 - 34:55Três minutos?
-
34:55 - 34:59Dois minutos?
O que podes conseguir em dois minutos? -
34:59 - 35:02Em um minuto? Em trinta segundos?
-
35:02 - 35:04Em dez segundos, o que podes conseguir?
-
35:04 - 35:08Se tu és Usain Bolt,
talvez possas quebrar outro recorde. -
35:08 - 35:15Mas o que podes realmente conseguir
do que estamos a falar? -
35:15 - 35:18E talvez este tipo de desafio
é tão poderoso, -
35:18 - 35:23porque tu só tens que desistir
na acção física. -
35:23 - 35:27Não podes fazer nenhuma acção física
para seres o que és. -
35:27 - 35:32Não funciona assim.
-
35:32 - 35:37Que técnica precisas tu? Nenhuma.
-
35:37 - 35:39Então devo dizer, apenas larga tudo isso!
-
35:39 - 35:44Apenas larga tudo isso,
porque não vai funcionar para ti. -
35:44 - 35:47Supõe que podias largar tudo!
-
35:47 - 35:50Basta largar isso, não te envolvas em nada.
-
35:50 - 35:54Não associes o teu sentido natural de ser
com nada, -
35:54 - 35:57mesmo com um anjo. Larga tudo!
-
35:57 - 36:00Podes fazer isso agora também.
-
36:00 - 36:03Vai levar trinta segundos a largar tudo?
-
36:03 - 36:08Apenas fica totalmente vazio.
-
36:08 - 36:12E no entanto sem esperar.
Fica completamente vazio. -
36:17 - 36:21[Mooji] Larga até mesmo aquele que larga.
-
36:23 - 36:26[Mooji] Faz mesmo isso!
-
36:28 - 36:32E fala daí de onde estás.
-
36:32 - 36:36Estás no espaço temporal?
-
36:41 - 36:44Não. Tens de fazer isso!
-
36:44 - 36:46Se largares todas as tuas associações,
-
36:46 - 36:51mesmo as coisas mais preciosas para ti
agora mesmo, em dez segundos. -
36:51 - 36:54Talvez alguns de vocês estejam a viajar para
longe de casa, -
36:54 - 36:56se tivessem dez minutos, dez segundos,
-
36:56 - 37:00não há tempo nem mesmo para fazer uma chamada
-
37:00 - 37:04a dizer, 'Tchau, tchau, querida. Vou-me embora'.
Consegues suportar isso? -
37:04 - 37:08Então, tudo está a ir.
Largas tudo então. -
37:08 - 37:12Larga todas as associações,
todas as aspirações, tudo. -
37:12 - 37:16Se largares agora mesmo,
-
37:16 - 37:19o que resta que não pode ser descartado?
-
37:24 - 37:30Porque se largares tudo, tu continuas a ser!
-
37:30 - 37:34Podes largar-te a ti?
-
37:34 - 37:37Não estou a falar da tua pessoa ou memória,
-
37:37 - 37:40ou a tua memória das experiências que tiveste.
-
37:40 - 37:45Não estou a falar do passado,
larga isso, isso já desapareceu de qualquer forma! -
37:45 - 37:49É somente perpetuado em ti,
por causa da memória e sentimento. -
37:49 - 37:53Desapareceu, é por isso que se chama passado.
Desapareceu. -
37:53 - 37:55Então larga, deixa tudo.
-
37:58 - 38:00E não chames a isto nenhuma técnica.
-
38:00 - 38:07Apenas deixa tudo e fala-me daqui.
O que está aqui? -
38:07 - 38:12E criaste isto, o que ficou,
-
38:12 - 38:18que não é tocado pelo teu esforço,
-
38:18 - 38:22não é afectado por tudo o que tu chamas de tua vida?
-
38:22 - 38:24Tenta e vê.
-
38:27 - 38:30E isso é alguma conquista? Conquista de quem?
-
38:32 - 38:34Porque se largares tudo,
-
38:34 - 38:40até mesmo o potencial realizador de largar tudo desaparece.
-
38:40 - 38:44Então o que resta?
-
38:46 - 38:50Não estou a pedir a tua cabeça.
-
38:55 - 39:04Então aquilo que resta, é um estado da mente?
-
39:04 - 39:07O que resta? É um estado da mente?
-
39:07 - 39:11[Sangha]. Não.
[Mooji] Não! -
39:11 - 39:15Isso tem um aniversário, ou um signo?
-
39:15 - 39:21Isso tem planetas regedores?
-
39:21 - 39:26Isso é o teu Ser!
-
39:32 - 39:35Este é o nosso jogo!
-
39:35 - 39:38Este é o nosso jogo, isso e isso, e isso,
-
39:38 - 39:42todas as coisas que valorizas.
-
39:42 - 39:47Em grande parte desapareceu,
sustentado apenas pela memória. -
39:47 - 39:53Podes trazer de volta uma amostra de ontem
para este momento? Desapareceu tudo. -
39:53 - 40:01E com sorte, graças a Deus podes dizer
que as coisas passam, -
40:01 - 40:07que elas passam sem teres de
colocá-las fora, elas passam. -
40:07 - 40:15Tudo passa. Excepto uma coisa.
-
40:15 - 40:19Encontra o que é essa coisa que não passa
-
40:19 - 40:23e tu ganhaste a tua liberdade!
-
40:26 - 40:31Descobre aquilo que não passa,
-
40:31 - 40:38que não está no radar do tempo.
-
40:38 - 40:41E onde está? Onde está localizado?
-
40:41 - 40:44Onde está isso, de que falo?
-
40:44 - 40:48Onde está precisamente?
-
40:48 - 40:51Toda a tua conversa sobre isto e aquilo,
e as tuas meditações, -
40:51 - 40:59é só no teatro da consciência,
momentâneo e efémero. -
40:59 - 41:08Descobre aquilo que não carrega
nenhuma estória, nenhuma história. -
41:08 - 41:11Quão longe terás de ir?
-
41:11 - 41:17E quando o teu primeiro passo é dado,
em que direcção vais? -
41:21 - 41:29Então, isto tem de ser algo
que realmente morde na tua consciência, -
41:29 - 41:34de tal forma, que tens de ir
e sentar-te com isso -
41:34 - 41:37e apenas marinar a tua atenção nisso
e ficar com isso, -
41:37 - 41:41porque essa é a tua grande fortuna hoje!
-
41:47 - 41:49Assim que começas a descobrir isto
-
41:49 - 41:54não vais ter espaço para nada mais
no momento. -
41:54 - 41:58Marina nisso.
-
41:58 - 42:02Vai absorver a tua dualidade.
-
42:02 - 42:08Não há necessidade de teres medo
destas palavras que te digo. -
42:08 - 42:12E depois disso, quando voltas
ao teu funcionamento natural, -
42:12 - 42:16vais ver que as tuas acções
são assistidas pelo vento, de facto. -
42:16 - 42:19Algo está...
-
42:19 - 42:22O teu discernimento vai ser tal que,
-
42:22 - 42:26acções e intenções previamente expressas,
-
42:26 - 42:32que foram uma perda de tempo
e preencheram a tua atenção, vão parar. -
42:35 - 42:42Tu não vais viver a vida. Tu és vida!
-
42:42 - 42:50E o fluxo disso é percebido
dentro do teu próprio ser. -
42:50 - 42:53Estas são coisas que não posso colocar
nalgum livro de notas. -
42:53 - 42:58Não tem de ser assim.
Não tens de te lembrar de nenhuma pequena parte, -
42:58 - 43:01a não ser que seja tão importante
-
43:01 - 43:05que quando te lembras disto,
tudo é capturado nisso. -
43:10 - 43:12Embora pareça que me foquei em ti,
-
43:12 - 43:15estou a falar para todos sobre isso.
-
43:15 - 43:18Não precisamos de ter uma resposta separada.
-
43:18 - 43:22Penso não haver tempo para isto agora.
Mas vale a pena ou não? -
43:22 - 43:27[Sangha] Sim.
[Q.1] Muito obrigado. -
43:27 - 43:30[Mooji] Sim, vale mesmo a pena,
-
43:30 - 43:37porque podemos, por um tempo,
viver na ignorância da nossa verdadeira natureza, -
43:37 - 43:42e em grande parte parece estarmos a fazer isso,
porque nós podemos. -
43:42 - 43:45Mesmo o ego, sendo consciente, tem uma vida,
-
43:45 - 43:48e há doçura e amargura,
-
43:48 - 43:52e é o suficiente sentir,
'Não é mau! Eu adoro ser eu'. -
43:52 - 43:55E tens todo o direito a isso,
-
43:55 - 43:59livre para ser livre, e livre para ser preso.
É algo como isto. -
43:59 - 44:02E não há criticismo ou cinismo sobre isso.
-
44:02 - 44:07Mas assim que, através da graça da vida
-
44:07 - 44:10seja qual for o meio ou método,
-
44:10 - 44:14a tua atenção está voltada,
ou uma vontade cresce para ires mais fundo, -
44:14 - 44:19a vida vem para satisfazer isso.
-
44:19 - 44:21Algo pode vir dentro de ti,
-
44:21 - 44:24uma tendência que todos nós
herdamos de alguma forma, -
44:24 - 44:29para trabalhar contra a tua própria liberdade.
-
44:29 - 44:33Uma energia está dentro e que trabalha
contra essa liberdade, -
44:33 - 44:38mas apenas enquanto tu susténs ou reténs
a sensação de pessoa. -
44:38 - 44:42Assim que esse aperto for quebrado,
-
44:42 - 44:47não há adversários à liberdade em ti.
-
44:47 - 44:51O mesmo ego que tenta se proteger a ele mesmo,
-
44:51 - 44:55e que tu pensas estar a proteger,
-
44:55 - 44:57
a coisa que estás a tentar segurar -
44:57 - 45:01é exactamente a coisa que deves
transcender e largar. -
45:01 - 45:05Mas gradualmente
chegamos ao reconhecimento disso. -
45:05 - 45:09E além disso tu estás tanto nos braços da graça.
-
45:09 - 45:13Não penses, 'Oh, eu e a minha pouca força não conseguimos fazer isso'.
-
45:13 - 45:17É verdade, tu e a tua pouca força
não conseguem fazer isso. [risos] -
45:19 - 45:26Rumi diz, 'Aquele que me trouxe aqui,
deve levar-me para casa'. -
45:26 - 45:32Quem é que te trouxe aqui?
-
45:32 - 45:37Essa Graça está a chamar-te para casa.
-
45:37 - 45:43E onde é a casa?
Em que direcção está a casa? -
45:43 - 45:48Tu e casa são a mesma coisa!
-
45:48 - 45:51Tu e casa são a mesma coisa!
-
45:51 - 45:55Até que descubras isto, a tua casa será tijolos,
-
45:55 - 45:59ou traves, ou algo. Será um lugar.
-
45:59 - 46:04E a vida, Deus também,
está a usar todas as nossas coisas modernas -
46:04 - 46:06para nos ensinar grandes metáforas.
-
46:06 - 46:08Como uma vez,
-
46:08 - 46:11a tua morada teve de ser feita em tijolos
-
46:11 - 46:14e tinha uma porta e janelas.
-
46:14 - 46:18Agora, a tua morada pode ser a internet.
Podes ter um endereço electrónico. -
46:18 - 46:22Diz, 'Uma morada não precisa ser algo assim'.
-
46:22 - 46:26Então onde está a tua morada?
Este é o teu endereço. -
46:26 - 46:30Se vês este corpo, estou provavelmente nele.
[risos] -
46:30 - 46:33Essa é a tua morada!
-
46:33 - 46:36Quando te aproximas, e depois disso,
-
46:36 - 46:40vais descobrir algo sobre o qual
não podes falar. -
46:40 - 46:44Não podes falar sobre isso.
-
46:44 - 46:49E não fará de ti um aleijado neste mundo!
-
46:49 - 46:52Algumas vezes a própria mente joga este jogo,
-
46:52 - 46:55'Se vais mais além
vais perder tudo. -
46:55 - 47:00Vais ser um pedinte na rua.
Ninguém te vai reconhecer. -
47:00 - 47:04Vais ficar sozinho,
porque quem quer casar com um Buda...' -
47:04 - 47:08E apanha muita gente.
-
47:08 - 47:11Mas a liberdade não é restrita nesse sentido.
-
47:11 - 47:16As coisas externas não são nossas adversárias.
-
47:16 - 47:20Toda esta vida é tão magnífica
na sua expressão. -
47:20 - 47:24Não é o nosso inimigo natural.
-
47:24 - 47:28De facto, vemos e obtemos muita alegria
ao percepcionar isso. -
47:28 - 47:33O inimigo está dentro,
é a nossa forma de pensar por uns tempos, -
47:33 - 47:38e, principalmente, a identidade pessoal.
-
47:38 - 47:43Tudo se resume a isto: identidade equivocada,
-
47:47 - 47:50que te deixa apenas no estado pessoal.
-
47:50 - 47:55E todo o mundo está a sofrer
da pessoa-veneno, -
47:55 - 48:00demasiada pessoa, e não presença.
-
48:03 - 48:07Então, tenho de ir.
E é suficiente para o momento? -
48:07 - 48:10[Sangha] Sim.
[Mooji] Obrigado. -
48:10 - 48:14[voz inaudível na sangha]
-
48:14 - 48:18[Mooji] Claro! Vem, vem.
-
48:27 - 48:34[Mooji] Grazie, grazie. (obrigado em italiano)
É o teu aniversário também? -
48:34 - 48:37Ok, feliz aniversário!
-
48:52 - 48:54[Questionador 2 fala em italiano]
-
48:54 - 49:00[M.] Si, benvenuto. (És bem-vindo em italiano)
[risos] -
49:03 - 49:07Copyright © 2018 Mooji Media Ltd.
Todos os Direitos Reservados. -
49:07 - 49:10Nenhuma parte desta gravação
pode ser reproduzida -
49:10 - 49:14sem o consentimento expresso de Mooji Media Ltd's.
- Title:
- Casa e Tu São a Mesma Coisa
- Description:
-
Satsang com Mooji
Durante um período de convidados no Monte Sahaja, Moojibaba chamou a Sangha para um encontro espontâneo. Reflectindo na sua experiência através de 'O Convite', um questionador afirma que ainda sente que precisa se aprofundar ou relaxar mais no "Ser".Moojibaba ressalta que, enquanto houver o sentido de um "eu" pessoal, essa dualidade entre nós e o "Ser" persistirá. Aos poucos, tu percebes que até mesmo a sensação de entrar e sair do "Ser" é percebida desde um espaço mais profundo.
“Esta é a beleza do Convite - ao escutares o Convite, no final, quem és tu? O que resta, o que tem lá? Uma pessoa com uma experiência agradável? Pode ser, mas o que eu espero que tu venhas a ver é que não há definições se apegando ao que tu és, não há senso de fronteira ou limite.
Rumi diz: 'Aquele que me trouxe aqui deve levar-me para casa.' Quem te trouxe aqui? Essa Graça está te chamando para casa. Onde é a casa, em que direção está a casa? Tu e casa são a mesma coisa."
~
10 Setembro 2018
Monte Sahaja, PortugalPode assistir a "Um Convite à Liberdade" em https://mooji.tv/invitation e encontrar mais recursos para dar suporte à sua autodescoberta.
Este e muitos outros videos podem ser vistos em Mooji.TV:
http://bit.ly/moojitv
e
http://bit.ly/sahaja-express#Mooji #satsang #spirituality #advaita #nonduality #awakening
- Video Language:
- English
- Duration:
- 49:19
Aloysio Lisboa edited Portuguese subtitles for Home and You Are the Same Thing | ||
Graça Conceição edited Portuguese subtitles for Home and You Are the Same Thing | ||
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