Return to Video

Uma solução para a mudança climática bem debaixo dos nossos pés

  • 0:01 - 0:03
    Uma das mais importantes soluções
  • 0:03 - 0:07
    para o desafio global imposto
    pela mudança climática
  • 0:07 - 0:10
    encontra-se bem debaixo
    de nossos pés todos os dias.
  • 0:10 - 0:12
    É o solo.
  • 0:12 - 0:17
    Ele é o véu fino que cobre
    a superfície terrestre,
  • 0:17 - 0:21
    mas que tem o poder de definir
    o destino do nosso planeta.
  • 0:22 - 0:29
    Cerca de 1,82 m de material solto
    que cobre a superfície do planeta
  • 0:29 - 0:34
    representa a diferença entre a vida
    e a inércia no sistema terrestre,
  • 0:35 - 0:39
    e também pode nos ajudar
    a combater a mudança climática
  • 0:39 - 0:42
    se conseguirmos parar
    de tratá-lo apenas como sujeira.
  • 0:43 - 0:44
    (Risos)
  • 0:44 - 0:46
    A mudança climática é real,
  • 0:46 - 0:49
    a atmosfera da Terra está aquecendo,
  • 0:49 - 0:52
    por causa do aumento
    dos gases de efeito estufa
  • 0:52 - 0:54
    que continuamos lançando na atmosfera.
  • 0:54 - 0:56
    Vocês todos sabem disso.
  • 0:56 - 0:59
    Mas o que presumo que não saibam
  • 0:59 - 1:04
    é que uma das coisas mais importantes
    que nossa sociedade poderia fazer
  • 1:04 - 1:08
    para enfrentar a mudança climática
    encontra-se bem ali no solo.
  • 1:10 - 1:14
    Sou cientista do solo e tenho estudado
    desde que eu tinha 18 anos,
  • 1:14 - 1:18
    porque meu interesse é
    revelar os segredos dele
  • 1:18 - 1:20
    e ajudar as pessoas a entenderem
  • 1:20 - 1:23
    essa importante solução
    para a mudança climática.
  • 1:24 - 1:26
    Então, eis aqui os fatos sobre o clima:
  • 1:26 - 1:30
    a concentração de dióxido
    de carbono na atmosfera da Terra
  • 1:30 - 1:32
    tem aumentado em 40%,
  • 1:32 - 1:35
    aproximadamente, nos últimos 150 anos.
  • 1:35 - 1:41
    As ações humanas agora lançam 9,4 bilhões
    de toneladas métricas de carbono
  • 1:41 - 1:43
    na atmosfera,
  • 1:43 - 1:46
    resultantes de atividades
    como queima de combustíveis fósseis,
  • 1:46 - 1:49
    práticas agrícolas intensivas
  • 1:49 - 1:53
    e alterações na utilização da terra,
    incluindo o desmatamento.
  • 1:55 - 2:01
    Mas a concentração de dióxido
    de carbono na atmosfera
  • 2:01 - 2:03
    está aumentando pela metade,
  • 2:04 - 2:08
    porque metade do carbono
    que continuamos lançando
  • 2:08 - 2:12
    atualmente é absorvida
    pela terra e pelos mares
  • 2:12 - 2:15
    por um processo conhecido
    como "sequestro de carbono".
  • 2:16 - 2:21
    Em suma, qualquer consequência
    que pensem estar sofrendo agora
  • 2:21 - 2:23
    em relação à mudança climática,
  • 2:23 - 2:28
    somente estamos vivenciando
    o resultado de 50% da poluição,
  • 2:29 - 2:32
    porque os ecossistemas naturais
    estão nos socorrendo.
  • 2:33 - 2:36
    Mas não se sintam muito confortáveis,
  • 2:36 - 2:40
    pois há dois problemas maiores
    tramando contra nós bem agora.
  • 2:41 - 2:47
    O primeiro: a menos que façamos
    algo grande e bem rápido,
  • 2:48 - 2:50
    as emissões de gases
    continuarão a crescer.
  • 2:51 - 2:52
    E o segundo:
  • 2:53 - 2:56
    a capacidade que esses
    ecossistemas naturais têm
  • 2:56 - 2:59
    de absorver dióxido
    de carbono da atmosfera
  • 2:59 - 3:02
    e fixá-lo nos habitats naturais
  • 3:02 - 3:04
    está atualmente ameaçada,
  • 3:04 - 3:09
    à medida que eles enfrentam sérios danos
    causados por ações humanas.
  • 3:10 - 3:12
    Portanto, não está muito claro
  • 3:12 - 3:16
    que continuaremos a ser salvos
    por esses ecossistemas naturais
  • 3:16 - 3:20
    se seguirmos os modelos
    empresariais de sempre.
  • 3:21 - 3:23
    Aqui é onde o solo entra:
  • 3:23 - 3:28
    há cerca de 3 bilhões de toneladas
    métricas de carbono no solo.
  • 3:28 - 3:32
    Representa praticamente
    315 vezes a quantidade de carbono
  • 3:32 - 3:35
    que lançamos na atmosfera atualmente.
  • 3:35 - 3:39
    E há duas vezes mais carbono no solo
    do que na vegetação e no ar.
  • 3:40 - 3:42
    Pensem nisso por um segundo:
  • 3:42 - 3:45
    há mais carbono no solo
  • 3:45 - 3:48
    do que no mundo vegetal,
  • 3:48 - 3:54
    incluindo nas exuberantes florestas
    tropicais e nas sequoias gigantes,
  • 3:54 - 3:56
    nas extensas pradarias,
  • 3:56 - 3:59
    em todos os sistemas cultivados
  • 3:59 - 4:03
    e em todo tipo de flora que podem
    imaginar na face da Terra,
  • 4:04 - 4:09
    além do carbono combinado
    atualmente encontrado na atmosfera
  • 4:09 - 4:11
    e duas vezes essa quantidade.
  • 4:12 - 4:14
    Portanto, uma pequena alteração
  • 4:14 - 4:17
    na quantidade de carbono
    armazenada no solo
  • 4:17 - 4:21
    pode fazer uma grande diferença
    na manutenção da atmosfera terrestre.
  • 4:23 - 4:27
    Entretanto, o solo não é simplesmente
    uma caixa de depósito de carbono.
  • 4:27 - 4:30
    Ele funciona como uma conta de banco,
  • 4:30 - 4:33
    na qual a quantidade de carbono
    no solo em tempo específico
  • 4:33 - 4:37
    se dá em função do que entra e sai dele.
  • 4:38 - 4:41
    O carbono entra no solo
    pelo processo da fotossíntese,
  • 4:41 - 4:44
    quando as plantas verdes retiram
    o dióxido de carbono da atmosfera
  • 4:44 - 4:47
    e o utilizam para produzirem seu alimento.
  • 4:47 - 4:50
    Quando morrem, o corpo delas
    é absorvido pelo solo.
  • 4:51 - 4:55
    E o carbono deixa o solo
    e sobe para a atmosfera,
  • 4:55 - 4:58
    quando o corpo daqueles
    organismos, antes vivos,
  • 4:58 - 5:02
    agora se decompõe no solo
    pela ação dos micro-organismos.
  • 5:02 - 5:06
    Como podem ver, a decomposição
    libera dióxido de carbono na atmosfera
  • 5:06 - 5:11
    bem como outros gases de efeito estufa,
    tais como metano e óxido nitroso,
  • 5:11 - 5:16
    mas também libera todos os nutrientes
    necessários a nossa sobrevivência.
  • 5:16 - 5:21
    Uma das coisas que faz do solo
    um componente tão essencial
  • 5:21 - 5:24
    a qualquer estratégia
    de combate à mudança climática
  • 5:24 - 5:27
    é porque ele representa um depósito
    em longo prazo de carbono,
  • 5:28 - 5:31
    o qual, talvez, duraria um ou dois anos,
  • 5:31 - 5:35
    como resíduo em composição na superfície,
  • 5:35 - 5:40
    pode permanecer no solo por centenas,
    até por milhares de anos ou mais.
  • 5:41 - 5:43
    Biogeoquímicos como eu,
  • 5:43 - 5:48
    estudam exatamente
    como o sistema do solo torna possível
  • 5:48 - 5:53
    a fixação do carbono
    na associação física com minerais,
  • 5:53 - 5:56
    dentro de agregados de minerais do solo
  • 5:56 - 5:59
    e formando fortes ligações químicas
  • 5:59 - 6:03
    que ligam o carbono
    à superfície dos minerais.
  • 6:04 - 6:07
    Quando o carbono está retido no solo,
  • 6:07 - 6:10
    nesses tipos de associações
    com outros minerais,
  • 6:10 - 6:14
    nem o micro-organismo mais astuto
    consegue degradá-lo facilmente.
  • 6:14 - 6:16
    E o carbono que não se degrada facilmente
  • 6:16 - 6:21
    é o que não vai para a atmosfera
    como gás de efeito estufa.
  • 6:22 - 6:24
    Mas o benefício do sequestro de carbono
  • 6:24 - 6:27
    não se limita ao combate
    da mudança climática.
  • 6:27 - 6:34
    O solo que armazena grande quantidade
    de carbono é saudável, fértil e fofo.
  • 6:34 - 6:36
    É maléavel, fácil para se trabalhar.
  • 6:37 - 6:39
    É como uma esponja.
  • 6:39 - 6:42
    Consegue armazenar
    muita água e nutrientes.
  • 6:43 - 6:46
    Solos saudáveis e férteis assim
  • 6:46 - 6:51
    são a base do habitat mais dinâmico,
    abundante e diverso dos seres vivos
  • 6:51 - 6:55
    que conhecemos em todos
    os lugares da Terra.
  • 6:55 - 7:01
    Ele torna a vida possível para todos,
    desde um minúsculo micro-organismo,
  • 7:01 - 7:04
    como bactérias e fungos,
  • 7:04 - 7:07
    até as plantas superiores,
  • 7:07 - 7:11
    e fornece os alimentos
    e fibras diárias para todos os animais,
  • 7:11 - 7:13
    incluindo vocês e eu.
  • 7:14 - 7:18
    Nesse ponto, vocês devem presumir
    que deveríamos tratar o solo
  • 7:18 - 7:20
    como o precioso recurso que é.
  • 7:21 - 7:23
    Infelizmente, não é bem assim.
  • 7:23 - 7:28
    Os solos ao redor do mundo vêm sofrendo
    índices de degradação sem precedentes
  • 7:28 - 7:31
    em razão de várias ações humanas
  • 7:31 - 7:34
    que incluem desmatamento,
  • 7:34 - 7:38
    sistemas de produção agrícola
    intensivos, sobrepasto,
  • 7:38 - 7:41
    uso excessivo de defensivos agrícolas,
  • 7:41 - 7:44
    erosão, além de outros fatores.
  • 7:45 - 7:50
    Metade dos solos do mundo
    é considerada degradada atualmente.
  • 7:50 - 7:54
    A degradação do solo é ruim
    por muitas razões,
  • 7:54 - 7:56
    mas vou expor duas delas.
  • 7:57 - 8:03
    Primeira: solos degradados têm menor
    potencial de suportar a produção agrícola.
  • 8:03 - 8:09
    Por isso, quando degradamos o solo,
    arriscamos nossa capacidade
  • 8:09 - 8:14
    de garantir comida e outros
    recursos necessários à vida
  • 8:14 - 8:18
    de todos os seres vivos da face da Terra.
  • 8:20 - 8:21
    E segunda:
  • 8:22 - 8:27
    o uso e a degradação do solo,
    somente nos últimos 200 anos,
  • 8:27 - 8:32
    têm lançado 12 vezes
    mais carbono na atmosfera
  • 8:32 - 8:35
    em comparação ao índice
    que estamos lançando de carbono
  • 8:35 - 8:37
    na atmosfera exatamente agora.
  • 8:38 - 8:41
    Receio que as notícias sejam ainda piores.
  • 8:41 - 8:44
    É sobre os solos das latitudes altas.
  • 8:45 - 8:47
    As turfeiras dos ambientes polares
  • 8:47 - 8:51
    armazenam cerca de um terço
    das reservas do carbono do solo mundial.
  • 8:51 - 8:54
    As turfeiras têm um subsolo
    permanentemente congelado,
  • 8:54 - 8:56
    denominado de "permafrost",
  • 8:56 - 9:01
    e o carbono se acumulou lá
    por longos períodos de tempo,
  • 9:01 - 9:05
    porque embora as plantas
    possam fazer a fotossíntese
  • 9:05 - 9:08
    durante os curtos e quentes
    meses do verão,
  • 9:08 - 9:12
    o ambiente rapidamente
    se torna frio e escuro,
  • 9:12 - 9:16
    e os micro-organismos não conseguem
    decompor os resíduos com eficácia.
  • 9:17 - 9:20
    Então, o depósito de carbono
    nesses ambientes polares
  • 9:20 - 9:23
    acumulou-se durante
    centenas de milhares de anos.
  • 9:24 - 9:28
    Mas agora, com o aquecimento atmosférico,
  • 9:28 - 9:32
    está ocorrendo o degelo
    e a drenagem do permafrost.
  • 9:32 - 9:35
    Em razão do degelo
    e da drenagem do permafrost,
  • 9:35 - 9:38
    os micro-organismos podem
  • 9:38 - 9:41
    rapidamente decompor todo esse carbono,
  • 9:41 - 9:46
    e lançar centenas de bilhões
    de toneladas métricas de carbono
  • 9:46 - 9:49
    na atmosfera na forma
    de gases de efeito estufa.
  • 9:49 - 9:53
    E essa liberação adicional
    de gases de efeito estufa na atmosfera
  • 9:53 - 9:56
    contribui para o aquecimento
  • 9:56 - 10:00
    que torna essa situação ainda pior,
  • 10:00 - 10:05
    pois começa um ciclo de retorno
    positivo autossustentável
  • 10:05 - 10:08
    que poderia continuar
  • 10:08 - 10:11
    e mudar drasticamente o futuro do clima.
  • 10:12 - 10:16
    Felizmente, também posso dizer
    que há uma solução
  • 10:16 - 10:21
    para esses dois terríveis problemas
    da degradação do solo e mudança climática.
  • 10:21 - 10:23
    Assim como criamos tais problemas,
  • 10:23 - 10:25
    também conhecemos a solução,
  • 10:25 - 10:31
    que significa trabalhar
    simultaneamente para enfrentá-los,
  • 10:32 - 10:33
    por meio das chamadas
  • 10:33 - 10:36
    práticas climaticamente
    inteligentes de gestão do solo.
  • 10:36 - 10:38
    O que isso significa?
  • 10:38 - 10:41
    Significa gerenciar a terra visando
  • 10:41 - 10:45
    maximizar a quantidade de carbono
    que armazenamos no solo.
  • 10:46 - 10:47
    E é possível conseguir isso
  • 10:47 - 10:52
    plantando plantas perenes
    de raízes profundas,
  • 10:52 - 10:54
    devolvendo as florestas,
    sempre que possível,
  • 10:54 - 10:59
    reduzindo as lavouras e outras
    interferências de práticas agrícolas,
  • 10:59 - 11:03
    incluindo otimizar o uso
    de pesticidas agrícolas e pastoreio,
  • 11:03 - 11:07
    e mesmo agregar carbono
    ao solo, quando possível,
  • 11:07 - 11:11
    de fontes recicláveis, de compostos
    ou de resíduos humanos.
  • 11:13 - 11:17
    Esse tipo de gestão da terra
    não é uma ideia radical.
  • 11:17 - 11:21
    É o que possibilitou que solos férteis
  • 11:21 - 11:25
    abrigassem a civilização humana
    desde o início dos tempos.
  • 11:26 - 11:29
    De fato, algumas estão
    fazendo isso bem agora.
  • 11:29 - 11:34
    Há um esforço global acontecendo
    para alcançar exatamente essa meta.
  • 11:34 - 11:39
    Esse movimento que começou na França
    é conhecido por "Iniciativa 4 por 1000",
  • 11:40 - 11:43
    cuja meta ambiciosa
  • 11:43 - 11:50
    é aumentar o depósito de carbono
    no solo em 0,4% ao ano,
  • 11:51 - 11:52
    usando o mesmo tipo
  • 11:52 - 11:55
    de práticas climaticamente
    inteligentes de gestão do solo
  • 11:55 - 11:57
    que mencionei há pouco.
  • 11:57 - 11:59
    E se essa iniciativa tiver êxito,
  • 12:00 - 12:04
    conseguirá neutralizar um terço
    das emissões globais
  • 12:04 - 12:06
    na atmosfera de carbono
    derivado de combustíveis fósseis.
  • 12:07 - 12:11
    Mesmo que essa iniciativa não tenha êxito,
  • 12:11 - 12:15
    teremos começado a trilhar um caminho,
  • 12:15 - 12:19
    para termos solos
    mais saudáveis, mais férteis,
  • 12:19 - 12:25
    que produzam toda a comida
    e recursos necessários a todos os povos,
  • 12:26 - 12:28
    e que o solos consigam também
  • 12:28 - 12:32
    fixar mais dióxido de carbono da atmosfera
  • 12:32 - 12:34
    para nos ajudar a reduzir
    a mudança climática.
  • 12:35 - 12:40
    Estou certa de que é isso que os políticos
    chamam de uma "solução vantajosa".
  • 12:40 - 12:43
    E todos nós podemos
    desempenhar um papel aqui.
  • 12:44 - 12:49
    Comecemos tratando o solo
    com o respeito que ele merece:
  • 12:49 - 12:54
    respeito por ser a base
    de toda a vida na Terra,
  • 12:54 - 12:58
    por ser um depósito de carbono
  • 12:58 - 13:03
    e por controlar nosso clima.
  • 13:04 - 13:05
    E, se agirmos assim,
  • 13:05 - 13:08
    poderemos lidar ao mesmo tempo
  • 13:08 - 13:12
    com dois dos mais preocupantes
    problemas de nosso tempo:
  • 13:12 - 13:15
    a mudança climática
    e a degradação do solo.
  • 13:15 - 13:21
    E no processo, poderíamos assegurar
    comida e segurança nutricional
  • 13:21 - 13:23
    à nossa família humana em crescimento.
  • 13:23 - 13:25
    Obrigada.
  • 13:25 - 13:27
    (Aplausos)
Title:
Uma solução para a mudança climática bem debaixo dos nossos pés
Speaker:
Asmeret Asefaw Berhe
Description:

Há duas vezes mais carbono no solo da Terra do que combinados em toda a vegetação e na atmosfera. A biogeoquímica Asmeret Asefaw Berhe desvenda na ciência do solo e compartilha como poderíamos usar seu fantástico poder de armazenar o carbono para atenuar os efeitos da mudança climática. “O solo representa a diferença entre a vida e a inércia no sistema terrestre, e também pode nos ajudar a combater a mudança climática se conseguirmos parar de tratá-lo apenas como sujeira”, ela diz.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:42

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions Compare revisions