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Como a biologia sintética poderia acabar com a humanidade e como podemos impedir isso

  • 0:01 - 0:04
    Somos aproximadamente
    7,5 bilhões de pessoas.
  • 0:05 - 0:09
    A Organização Mundial da Saúde
    revela que 300 milhões estão deprimidos
  • 0:09 - 0:12
    e que cerca de 800 mil pessoas
    tiram a vida todos os anos.
  • 0:13 - 0:17
    Um subconjunto minúsculo delas
    escolhe uma rota profundamente niilista:
  • 0:17 - 0:21
    elas morrem no ato de matar
    o maior número de pessoas possível.
  • 0:21 - 0:23
    Eis alguns exemplos recentes famosos.
  • 0:24 - 0:27
    Este é um menos famoso,
    ocorrido há cerca de nove semanas.
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    Se vocês não se lembram,
    é porque acontecem com frequência.
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    A Wikipédia, só no ano passado,
    computou 323 tiroteios em massa
  • 0:35 - 0:38
    em meu país natal, os Estados Unidos.
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    Nem todos esses atiradores eram suicidas,
  • 0:40 - 0:43
    nem estavam maximizando
    o número de mortos,
  • 0:43 - 0:44
    mas muitos eram.
  • 0:45 - 0:49
    Uma pergunta importante vem a ser:
    quais são os limites dessas pessoas?
  • 0:49 - 0:50
    Considerem o atirador de Vegas.
  • 0:50 - 0:53
    Ele matou 58 pessoas.
  • 0:53 - 0:55
    Parou por aí porque teve o bastante?
  • 0:56 - 0:58
    Não, e sabemos disso porque ele atirou
  • 0:58 - 1:04
    e feriu outras 422 pessoas,
    que certamente teria preferido matar.
  • 1:04 - 1:07
    Não há razão para achar
    que ele pararia em 4,2 mil.
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    Na verdade, alguém tão niilista
    pode matar todos nós com muito prazer.
  • 1:11 - 1:12
    Não dá para saber.
  • 1:13 - 1:15
    Sabemos o seguinte:
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    quando assassinos suicidas entram em cena,
  • 1:18 - 1:22
    a tecnologia é o multiplicador de forças.
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    Eis um exemplo.
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    Vários anos atrás, houve uma série
    de dez ataques em massa a escolas na China
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    executados com objetos
    como facas, martelos e cutelos,
  • 1:32 - 1:34
    porque é muito difícil obter armas lá.
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    Por uma coincidência macabra,
    esse último ataque ocorreu
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    apenas algumas horas antes do massacre
    em Newtown, Connecticut.
  • 1:42 - 1:44
    Mas esse único ataque norte-americano
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    matou aproximadamente
    o mesmo número de vítimas
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    que os dez ataques chineses juntos.
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    Podemos dizer: faca, terrível;
    arma, muito pior.
  • 1:55 - 1:58
    E avião, muitíssimo pior,
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    como mostrou o piloto Andreas Lubitz,
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    quando forçou 149 pessoas
    a se juntarem a ele em seu suicídio,
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    destruindo um avião nos Alpes franceses.
  • 2:07 - 2:10
    Há outros exemplos.
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    Temo que haverá muito mais armas mortais
    do que aviões em nosso futuro próximo,
  • 2:15 - 2:17
    e não serão feitas de metal.
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    Vamos considerar a dinâmica
    apocalíptica que acontecerá
  • 2:22 - 2:24
    se o assassinato em massa suicida
  • 2:24 - 2:27
    pegar carona em um campo
    que avança rapidamente
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    e que, na maioria das vezes,
  • 2:29 - 2:31
    tem uma promessa ilimitada
    para a sociedade.
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    Em algum lugar do mundo,
    há um grupo pequeno de pessoas
  • 2:34 - 2:37
    que tentaria, ainda que de forma ineficaz,
  • 2:37 - 2:40
    matar a todos se conseguissem
    descobrir como.
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    O atirador de Vegas pode ou não
    ter sido uma delas,
  • 2:43 - 2:45
    mas, com 7,5 bilhões de pessoas,
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    essa é uma população diferente de zero.
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    Há muitos niilistas suicidas por aí.
  • 2:50 - 2:51
    Já vimos isso.
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    Há pessoas com transtornos de humor graves
    que nem mesmo conseguem controlar.
  • 2:55 - 3:01
    Existem pessoas que acabam de sofrer
    traumas perturbadores, etc., etc.
  • 3:01 - 3:06
    O tamanho do grupo resultante
    era sempre zero,
  • 3:06 - 3:07
    até a Guerra Fria,
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    quando, de repente, os líderes
    de duas alianças globais
  • 3:10 - 3:12
    conseguiram a capacidade
    de explodir o mundo.
  • 3:14 - 3:18
    A quantidade de pessoas
    com verdadeiros botões destruidores
  • 3:18 - 3:20
    permaneceu estável desde então.
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    Mas receio que esteja prestes a crescer
  • 3:22 - 3:24
    e não apenas três vezes,
  • 3:24 - 3:26
    mas bem acima do normal.
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    Parecerá um plano
    de negócios de tecnologia.
  • 3:28 - 3:30
    (Risos)
  • 3:32 - 3:36
    O motivo é que estamos
    na era de tecnologias exponenciais,
  • 3:36 - 3:41
    que tomam, com frequência,
    impossibilidades eternas
  • 3:41 - 3:47
    e as tornam os superpoderes reais
    de um ou dois gênios vivos
  • 3:47 - 3:49
    e... essa é a parte importante...
  • 3:49 - 3:51
    depois difundem esses poderes
    para quase todo mundo.
  • 3:52 - 3:54
    Eis um exemplo benigno.
  • 3:54 - 3:58
    Se quisesse jogar damas
    com um computador em 1952,
  • 3:58 - 4:02
    você teria que ser aquele cara,
  • 4:02 - 4:07
    requisitar uma das 19 cópias
    existentes no mundo daquele computador
  • 4:07 - 4:10
    e depois usar seu cérebro genial
    para ensiná-lo a jogar damas.
  • 4:10 - 4:12
    Essa era a expectativa.
  • 4:13 - 4:18
    Hoje, só precisamos conhecer alguém
    que conheça alguém que tenha um telefone,
  • 4:18 - 4:21
    porque a computação
    é uma tecnologia exponencial.
  • 4:21 - 4:23
    A biologia sintética também é assim,
  • 4:23 - 4:25
    e vou me referir a ela como "synbio".
  • 4:26 - 4:32
    Em 2011, alguns pesquisadores
    fizeram algo tão engenhoso
  • 4:32 - 4:35
    e sem precedentes quanto o jogo de damas
  • 4:35 - 4:37
    com a gripe H5N1.
  • 4:37 - 4:42
    Essa é uma cepa que mata
    até 60% das pessoas infectadas,
  • 4:42 - 4:44
    mais do que o Ebola.
  • 4:44 - 4:47
    Mas é tão pouco contagiosa
  • 4:47 - 4:51
    que matou menos de 50 pessoas desde 2015.
  • 4:51 - 4:55
    Esses pesquisadores
    editaram o genoma do H5N1
  • 4:55 - 4:59
    e o deixaram tão mortal quanto antes,
    mas também altamente contagioso.
  • 4:59 - 5:03
    O setor de notícias de uma das duas
    principais revistas científicas do mundo
  • 5:03 - 5:06
    disse que, caso se espalhasse,
    causaria provavelmente uma pandemia
  • 5:06 - 5:09
    com talvez milhões de mortes.
  • 5:09 - 5:11
    O Dr. Paul Keim disse
  • 5:11 - 5:15
    que não poderia pensar em um organismo
    tão assustador quanto esse,
  • 5:15 - 5:18
    o que é a última coisa que quero ouvir
  • 5:18 - 5:22
    do presidente do National Science
    Advisory Board for Biosecurity.
  • 5:23 - 5:25
    A propósito, o Dr. Keim também disse:
  • 5:25 - 5:27
    ["Não acho o antraz assustador
    comparado a isso."]
  • 5:27 - 5:28
    E ele entende disso.
  • 5:28 - 5:30
    [Especialista em antraz]
  • 5:30 - 5:31
    (Risos)
  • 5:31 - 5:35
    A boa notícia sobre o experimento
    biológico de 2011
  • 5:35 - 5:38
    é que as pessoas responsáveis
    não causaram nenhum dano.
  • 5:38 - 5:41
    Elas eram virólogas
    e acreditavam no avanço científico.
  • 5:41 - 5:45
    A má notícia é que a tecnologia não para
  • 5:45 - 5:47
    e, nas próximas décadas,
  • 5:47 - 5:50
    o feito dessas pessoas
    se tornará trivialmente fácil.
  • 5:51 - 5:54
    Na verdade, já está muito mais fácil,
    porque, como descobrimos ontem de manhã,
  • 5:54 - 5:56
    só dois anos após o trabalho delas,
  • 5:56 - 6:00
    o sistema CRISPR foi aproveitado
    para edição do genoma.
  • 6:00 - 6:02
    Foi um avanço radical
  • 6:02 - 6:05
    que torna a edição genética
    extremamente mais fácil,
  • 6:05 - 6:08
    tão fácil que agora o CRISPR
    é apresentado no ensino médio.
  • 6:09 - 6:12
    Esse avanço está mais rápido
    do que a computação.
  • 6:12 - 6:15
    Veem aquela linha branca
    branda e convencional lá em cima?
  • 6:15 - 6:18
    É a lei de Moore,
  • 6:18 - 6:21
    que nos mostra como a computação
    está ficando rapidamente mais barata.
  • 6:21 - 6:24
    Aquela linha verde íngreme e maluca
  • 6:24 - 6:26
    nos mostra a rapidez
  • 6:26 - 6:28
    com que o sequenciamento genético
    está ficando mais barato.
  • 6:29 - 6:32
    Edição genética, síntese e sequenciamento
  • 6:32 - 6:35
    são disciplinas diferentes,
    mas intimamente relacionadas.
  • 6:35 - 6:37
    Todas elas estão se movendo
    precipitadamente.
  • 6:37 - 6:41
    O segredo são esses
    minúsculos arquivos de dados.
  • 6:41 - 6:45
    Aquele é um trecho do genoma do H5N1.
  • 6:45 - 6:48
    Todo o trecho pode caber
    em apenas algumas páginas.
  • 6:48 - 6:51
    Não se preocupem, podem pesquisar
    no Google ao chegar em casa.
  • 6:51 - 6:52
    Está tudo na internet.
  • 6:52 - 6:55
    A parte que o tornava contagioso
  • 6:55 - 6:57
    poderia caber num pedaço de papel.
  • 6:57 - 7:01
    Quando um gênio cria um arquivo de dados,
  • 7:01 - 7:04
    qualquer idiota pode copiá-lo,
  • 7:04 - 7:06
    distribuí-lo em todo o mundo
  • 7:06 - 7:07
    ou imprimi-lo.
  • 7:07 - 7:10
    Não me refiro apenas a imprimi-lo nisto,
  • 7:10 - 7:12
    mas, em breve, nisto.
  • 7:13 - 7:15
    Vamos imaginar um cenário.
  • 7:15 - 7:19
    Suponhamos que estamos em 2026,
    para escolher um ano arbitrário,
  • 7:19 - 7:20
    e um virólogo inteligente,
  • 7:20 - 7:24
    com a esperança de avanço científico
    e melhor entendimento das pandemias,
  • 7:24 - 7:26
    projete uma nova doença
  • 7:26 - 7:28
    que seja tão contagiosa quanto a catapora,
  • 7:28 - 7:30
    tão mortal quanto o Ebola
  • 7:30 - 7:34
    e fique incubada durante meses
    antes de causar um surto.
  • 7:34 - 7:39
    O mundo inteiro pode ser infectado
    antes do primeiro sinal de problema.
  • 7:39 - 7:41
    Então, os computadores
    da universidade dele são invadidos.
  • 7:41 - 7:44
    E, claro, isso não é ficção científica.
  • 7:44 - 7:46
    De fato, uma denúncia recente dos EUA
  • 7:46 - 7:49
    relata a invasão dos computadores
    de mais de 300 universidades.
  • 7:50 - 7:53
    O arquivo com o genoma da doença
  • 7:53 - 7:56
    espalha-se pelos cantos
    sombrios da internet.
  • 7:56 - 7:59
    Uma vez divulgado,
    um arquivo nunca retorna.
  • 7:59 - 8:03
    É só perguntar a qualquer diretor
    de estúdio de cinema ou gravadora.
  • 8:04 - 8:07
    Talvez em 2026,
  • 8:07 - 8:09
    seja preciso um gênio,
    como nosso virólogo,
  • 8:09 - 8:12
    para criar a verdadeira criatura viva,
  • 8:12 - 8:14
    mas, 15 anos depois,
  • 8:14 - 8:16
    só precisaremos de uma impressora de DNA,
  • 8:16 - 8:18
    encontrada em qualquer
    escola de ensino médio.
  • 8:18 - 8:19
    E caso contrário?
  • 8:20 - 8:22
    Considerem duas décadas.
  • 8:22 - 8:24
    Um rápido comentário:
  • 8:24 - 8:26
    lembram-se deste slide?
  • 8:26 - 8:28
    Prestem atenção nestas duas palavras.
  • 8:28 - 8:29
    [Só Talvez]
  • 8:29 - 8:35
    Se alguém tentar e for apenas 0,1% eficaz,
  • 8:35 - 8:37
    8 milhões de pessoas morrerão,
  • 8:37 - 8:41
    o que corresponde a 2,5 mil
    atentados de 11 de setembro.
  • 8:41 - 8:43
    A civilização sobreviveria,
  • 8:43 - 8:46
    mas ficaria permanentemente desfigurada.
  • 8:47 - 8:50
    Isso significa que precisamos
    nos preocupar com qualquer um
  • 8:50 - 8:52
    que tenha a menor oportunidade de tentar,
  • 8:52 - 8:54
    não apenas gênios.
  • 8:55 - 9:00
    Hoje, há um grupo muito pequeno de gênios
  • 9:00 - 9:02
    que poderiam talvez criar
    uma doença destruidora,
  • 9:02 - 9:05
    0,1% eficaz e talvez até um pouco mais.
  • 9:05 - 9:10
    Eles tendem a ser estáveis e bem-sucedidos
    e, portanto, não fazem parte deste grupo.
  • 9:10 - 9:13
    Acho que estou meio que bem com isso.
  • 9:14 - 9:17
    Mas, e quando a tecnologia melhorar
  • 9:17 - 9:19
    e se difundir
  • 9:19 - 9:22
    e milhares de universitários de ciências
    biológicas estiverem capacitados?
  • 9:22 - 9:26
    Cada um deles estará
    perfeitamente estável?
  • 9:26 - 9:27
    Ou que tal alguns anos depois,
  • 9:27 - 9:31
    quando os alunos tomados pelo estresse
    estiverem totalmente capacitados?
  • 9:31 - 9:36
    Em algum momento, nesse período de tempo,
    esses círculos irão se cruzar,
  • 9:36 - 9:37
    porque agora começamos a falar
  • 9:37 - 9:40
    sobre centenas de milhares
    de pessoas em todo o mundo.
  • 9:40 - 9:44
    Recentemente, uma delas era o cara
    que se vestiu como o Coringa
  • 9:44 - 9:48
    e atirou para matar 12 pessoas
    em uma estreia de "Batman".
  • 9:48 - 9:50
    Era um aluno de doutorado
    em neurociência
  • 9:50 - 9:52
    com uma bolsa do NIH.
  • 9:53 - 9:55
    Tudo bem, reviravolta na trama:
  • 9:55 - 10:00
    acho que podemos sobreviver
    se começarmos a focar agora.
  • 10:00 - 10:03
    Digo isso, depois de passar várias horas
  • 10:03 - 10:06
    entrevistando líderes mundiais
    em biologia sintética
  • 10:06 - 10:10
    e também pesquisando o trabalho deles
    para podcasts científicos criados por mim.
  • 10:10 - 10:15
    Cheguei a temer o trabalho deles,
    caso ainda não tenha deixado isso claro,
  • 10:15 - 10:17
    (Risos)
  • 10:17 - 10:20
    mas, mais do que isso,
    reverenciar seu potencial.
  • 10:20 - 10:24
    Esses trabalhos irão curar o câncer,
    curar nosso meio ambiente
  • 10:24 - 10:27
    e deter nosso tratamento cruel
    de outras criaturas.
  • 10:28 - 10:31
    Como conseguimos tudo isso
    sem exterminarmos nós mesmos?
  • 10:32 - 10:36
    Primeiro: gostemos ou não,
    a biologia sintética está presente.
  • 10:36 - 10:38
    Vamos adotar a tecnologia.
  • 10:38 - 10:40
    Se a excluirmos,
  • 10:40 - 10:43
    só passaremos o bastão às pessoas ruins.
  • 10:43 - 10:45
    Ao contrário de programas nucleares,
  • 10:45 - 10:48
    a biologia pode ser praticada
    de forma invisível.
  • 10:48 - 10:51
    Fraudes soviéticas em massa
    sobre tratados de armas biológicas
  • 10:51 - 10:52
    deixaram isso bem claro,
  • 10:52 - 10:55
    assim como todo laboratório
    de drogas ilegais do mundo.
  • 10:56 - 10:58
    Em segundo lugar,
    atraiam os especialistas.
  • 10:58 - 11:00
    Vamos contratá-los e conseguir mais deles.
  • 11:00 - 11:03
    Para cada 1 milhão e 1
    bioengenheiros que temos,
  • 11:03 - 11:06
    pelo menos 1 milhão deles
    estarão do nosso lado.
  • 11:07 - 11:10
    Quero dizer, Al Capone
    estaria do nosso lado.
  • 11:10 - 11:13
    A expectativa de ser
    o mocinho é muito baixa.
  • 11:13 - 11:17
    Vantagens numéricas enormes
    são importantes,
  • 11:17 - 11:20
    mesmo quando um único bandido
    pode causar um prejuízo grave,
  • 11:20 - 11:24
    porque, entre muitas outras coisas,
    elas permitem explorar isso.
  • 11:24 - 11:30
    Temos anos, e tomara que décadas,
    para a preparação e a prevenção.
  • 11:30 - 11:32
    A primeira pessoa a tentar algo terrível,
  • 11:32 - 11:33
    e haverá alguém,
  • 11:33 - 11:34
    pode nem ter nascido ainda.
  • 11:35 - 11:39
    Depois, é necessário um esforço
    que englobe a sociedade,
  • 11:39 - 11:41
    e todos vocês precisam participar,
  • 11:41 - 11:46
    porque não podemos pedir
    a um grupo minúsculo de especialistas
  • 11:46 - 11:51
    para ser responsável por controlar
    e explorar a biologia sintética.
  • 11:51 - 11:54
    Já fizemos essa tentativa
    com o sistema financeiro.
  • 11:54 - 11:57
    Nossos administradores
    tornaram-se extremamente corruptos
  • 11:57 - 12:00
    quando descobriram
    como poderiam cortar custos,
  • 12:00 - 12:03
    infligir riscos enormes ao restante de nós
  • 12:03 - 12:05
    e privatizar os ganhos,
  • 12:05 - 12:07
    tornando-se repulsivamente ricos
  • 12:07 - 12:10
    enquanto nos prendiam
    a uma dívida de US$ 22 trilhões.
  • 12:11 - 12:12
    E mais recentemente...
  • 12:12 - 12:14
    (Aplausos)
  • 12:14 - 12:16
    Vocês receberam as cartas
    de agradecimento?
  • 12:16 - 12:17
    Ainda espero a minha.
  • 12:18 - 12:19
    (Risos)
  • 12:19 - 12:21
    Imaginei que estivessem
    ocupados demais para agradecerem.
  • 12:21 - 12:23
    Mais recentemente,
  • 12:24 - 12:27
    a privacidade on-line começou a aparecer
    como um problema enorme,
  • 12:27 - 12:30
    e basicamente a terceirizamos.
  • 12:30 - 12:31
    E mais uma vez:
  • 12:31 - 12:34
    ganhos privatizados, perdas socializadas.
  • 12:34 - 12:36
    Alguém mais está farto desse padrão?
  • 12:36 - 12:38
    (Aplausos)
  • 12:40 - 12:46
    Precisamos de um meio mais inclusivo
    para defender nossa prosperidade,
  • 12:46 - 12:47
    nossa privacidade
  • 12:47 - 12:49
    e, em breve, nossa vida.
  • 12:49 - 12:52
    Então, como fazemos tudo isso?
  • 12:52 - 12:55
    Quando o corpo combate os patógenos,
  • 12:55 - 12:59
    ele usa sistemas imunológicos engenhosos,
    muito complexos e com múltiplas camadas.
  • 12:59 - 13:02
    Por que não construímos um desses
    para todo o ecossistema?
  • 13:02 - 13:03
    Há um ano de palestras TED
  • 13:03 - 13:06
    que poderiam ser dadas
    sobre a primeira camada crítica.
  • 13:06 - 13:09
    Essas são apenas algumas das muitas
    grandes ideias que estão por aí.
  • 13:09 - 13:12
    Algumas autoridades de pesquisa
    e desenvolvimento
  • 13:12 - 13:16
    poderiam pegar os sensores de patógenos
    muito primitivos que temos atualmente
  • 13:16 - 13:19
    e colocá-los em uma curva de desempenho
    de preços muito íngreme,
  • 13:19 - 13:22
    que se tornaria rapidamente
    engenhosa e interligada
  • 13:22 - 13:25
    e, pouco a pouco, tão difundida
    quanto detectores de fumaça
  • 13:25 - 13:27
    e até mesmo smartphones.
  • 13:27 - 13:29
    Aqui vai um lembrete muito relacionado:
  • 13:29 - 13:31
    as vacinas têm todos os tipos de problemas
  • 13:31 - 13:35
    quando se trata
    de produção e distribuição.
  • 13:35 - 13:39
    Uma vez produzidas, elas não conseguem
    se adaptar a novas ameaças ou mutações.
  • 13:39 - 13:42
    Precisamos de uma base
    de biomanufatura ágil
  • 13:42 - 13:46
    que se estenda a todas as farmácias
    e talvez até a nossos lares.
  • 13:46 - 13:50
    A tecnologia de impressão para vacinas
    e medicamentos está ao nosso alcance
  • 13:50 - 13:52
    se a priorizarmos.
  • 13:52 - 13:54
    Em seguida, a saúde mental.
  • 13:54 - 13:57
    Muitas pessoas que cometem
    assassinatos em massa suicidas
  • 13:57 - 14:01
    sofrem de transtorno de estresse
    pós-traumático, ou TEPT.
  • 14:01 - 14:05
    Precisamos de pesquisadores de qualidade,
    como Rick Doblin, trabalhando nisso,
  • 14:05 - 14:09
    mas também precisamos dos idiotas
    egoístas que são muito mais numerosos
  • 14:09 - 14:12
    para apreciar o fato
  • 14:12 - 14:15
    de que o sofrimento intenso
    em breve colocará em risco todos nós,
  • 14:15 - 14:17
    não apenas os doentes.
  • 14:17 - 14:21
    Esses idiotas se juntarão
    a nós e a Al Capone
  • 14:21 - 14:23
    na luta contra essa doença.
  • 14:23 - 14:29
    Terceiro: cada um de nós pode
    e deve ser um glóbulo branco
  • 14:29 - 14:31
    nesse sistema imunológico.
  • 14:31 - 14:35
    Os assassinos em massa suicidas
    podem ser desprezíveis, sim,
  • 14:35 - 14:39
    mas também são pessoas
    terrivelmente arrasadas e tristes,
  • 14:39 - 14:41
    e aqueles de nós que não são
    precisam fazer o possível
  • 14:41 - 14:44
    para garantir que ninguém
    fique sem ser amado.
  • 14:45 - 14:47
    (Aplausos)
  • 14:50 - 14:52
    A seguir, precisamos tornar
    o combate a esses perigos
  • 14:52 - 14:55
    essencial na disciplina
    de biologia sintética.
  • 14:55 - 14:57
    Existem empresas por aí
    que, pelo menos, afirmam
  • 14:57 - 15:00
    que deixam seus engenheiros
    passarem 20% do tempo
  • 15:00 - 15:02
    fazendo o que quiserem.
  • 15:02 - 15:04
    E se aquelas que contratam bioengenheiros
  • 15:04 - 15:06
    e os mantêm
  • 15:06 - 15:10
    derem 20% do tempo delas
    para criar defesas para o bem comum?
  • 15:11 - 15:13
    Não é uma má ideia, não é?
  • 15:13 - 15:14
    (Aplausos)
  • 15:14 - 15:17
    Finalmente: não será divertido.
  • 15:17 - 15:21
    Mas precisamos deixar nossa mente
    ir a lugares muito sombrios,
  • 15:21 - 15:24
    e obrigado por me deixarem
    levá-los até eles esta noite.
  • 15:24 - 15:26
    Sobrevivemos à Guerra Fria
  • 15:26 - 15:31
    porque todos nós entendíamos
    e respeitávamos o perigo,
  • 15:31 - 15:33
    em parte, porque passamos décadas
  • 15:33 - 15:36
    contando a nós mesmos histórias
    aterrorizantes de fantasmas
  • 15:36 - 15:39
    com nomes como "Dr. Strangelove"
    e "Jogos de Guerra".
  • 15:39 - 15:42
    Não é hora de ficar calmo.
  • 15:42 - 15:45
    Esse é um daqueles raros momentos
    em que é incrivelmente produtivo
  • 15:45 - 15:47
    ficar uma fera...
  • 15:47 - 15:49
    (Risos)
  • 15:50 - 15:52
    para propor algumas histórias de fantasmas
  • 15:52 - 15:58
    e usar nosso medo como combustível
    para combater esse perigo.
  • 15:58 - 16:02
    Porque todos esses cenários
    terríveis que descrevi
  • 16:02 - 16:04
    não são destino.
  • 16:04 - 16:06
    São opcionais.
  • 16:06 - 16:10
    O perigo ainda é meio distante,
  • 16:10 - 16:13
    o que significa que só nos acontecerá
  • 16:13 - 16:15
    se permitirmos.
  • 16:16 - 16:17
    Não vamos permitir.
  • 16:17 - 16:19
    Muito obrigado por sua atenção.
  • 16:19 - 16:21
    (Aplausos)
Title:
Como a biologia sintética poderia acabar com a humanidade e como podemos impedir isso
Speaker:
Rob Reid
Description:

A promessa revolucionária da biologia sintética e da edição genética têm um lado sombrio. Nesta palestra perspicaz, o autor e empreendedor Rob Reid analisa os riscos de um mundo onde cada vez mais pessoas têm acesso às ferramentas e à tecnologia necessárias para criar uma doença que poderia acabar com a humanidade, e sugere que é hora de levar esse perigo a sério.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:36

Portuguese, Brazilian subtitles

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