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Cinco experiências de aprendizagem a partir da fotografia | Matthias Huber | TEDxFreiburg

  • 0:11 - 0:13
    Vamos começar com algo para aquecer.
  • 0:14 - 0:15
    Quem já tirou uma fotografia?
  • 0:15 - 0:17
    Com um "smartphone",
    uma câmara compacta,
  • 0:17 - 0:19
    uma câmara reflex monobjetiva.
  • 0:19 - 0:20
    Ponham as mãos no ar.
  • 0:20 - 0:23
    Incrível! Agora é que vai ser
    mesmo interessante.
  • 0:23 - 0:27
    Quem olhou para essa fotografia
    mais tarde e aprendeu algo?
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    Um caso clássico aqui seria,
    por exemplo, dedos na lente.
  • 0:32 - 0:35
    Certo. Isso aconteceu
    frequentemente comigo.
  • 0:35 - 0:37
    Aprendi através da fotografia,
  • 0:37 - 0:39
    que muito do que faz
    uma ótima fotografia,
  • 0:39 - 0:44
    também pode ser “transferido”
    para o meu dia a dia.
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    Não se trata de coisas esquisitas.
  • 0:46 - 0:48
    Dessas falamos depois.
  • 0:48 - 0:51
    Mas a fotografia fez clique comigo.
  • 0:52 - 0:54
    Sempre que tinha problemas,
    noutro campo,
  • 0:54 - 0:59
    por exemplo, com a forma física,
    a alimentação ou o trabalho,
  • 0:59 - 1:02
    ou não obtinha o resultado desejado,
    perguntava-me:
  • 1:02 - 1:05
    "Se fosse uma fotografia,
    também faria isto da mesma forma?"
  • 1:05 - 1:09
    Claro que podemos sempre melhorar.
    A pergunta é como.
  • 1:09 - 1:11
    Esse é o tema de hoje,
  • 1:11 - 1:15
    em torno dessas filosofias ou princípios
    orientadores que eu tirei da fotografia
  • 1:15 - 1:17
    e adotei para a minha vida diária.
  • 1:17 - 1:20
    Para mim é a fotografia
    ou a fotografia de paisagens.
  • 1:20 - 1:22
    Para vocês pode ser
    uma coisa muito diferente.
  • 1:22 - 1:26
    Não interessa, desde que vos motive,
    vão encontrar paralelismos.
  • 1:26 - 1:28
    Vamos começar pelo primeiro ponto:
  • 1:28 - 1:31
    Se queremos resultados extraordinários,
  • 1:31 - 1:33
    temos de sair da nossa zona de conforto.
  • 1:33 - 1:36
    Extraordinário, fora do normal.
  • 1:36 - 1:41
    Se eu disser à empregada
    da caixa do supermercado:
  • 1:41 - 1:43
    "Gostava de elogiar o seu bonito cabelo.
  • 1:43 - 1:48
    "Que penteado fantástico.
    Queria apenas dizer-lhe isto."
  • 1:48 - 1:51
    Ela não vai responder:
    "São 3,50, se faz favor."
  • 1:51 - 1:54
    Ela vai dizer "Sim, obrigada"
    ou vai dar-me cupões de desconto
  • 1:54 - 1:58
    ou, à noite, conta ao marido em casa:
  • 1:58 - 2:01
    "Hoje elogiaram-me o cabelo na loja."
  • 2:01 - 2:03
    Algo vai acontecer.
  • 2:03 - 2:06
    Em qualquer caso, vai diferenciar-me
    do cliente anterior
  • 2:06 - 2:08
    e do cliente que vier a seguir a mim.
  • 2:10 - 2:12
    Voltando ao tema da fotografia.
  • 2:13 - 2:16
    Quem consegue reconhecer
    onde esta foto foi tirada?
  • 2:16 - 2:19
    Podem dizer sem problemas.
  • 2:21 - 2:25
    Eu ouvi. Yosemite Park.
    O chamado Tunnel View.
  • 2:25 - 2:29
    Um parque maravilhoso, ursos selvagens.
    Uma área fantástica para caminhadas.
  • 2:29 - 2:32
    O esforço desta fotografia: zero.
  • 2:33 - 2:35
    Tirei esta fotografia
    no parque de estacionamento.
  • 2:35 - 2:38
    A 5 metros da estrada alcatroada
    há um ponto de repouso.
  • 2:38 - 2:40
    Entramos ali e tiramos a fotografia.
  • 2:40 - 2:44
    À minha esquerda e à minha direita
    uma dúzia de pessoas faziam o mesmo.
  • 2:45 - 2:49
    Uma foto muito gira
    e uma paisagem muito bonita,
  • 2:49 - 2:52
    mas neste sentido não fora do comum.
  • 2:53 - 2:55
    Vou já estragar a surpresa,
    esta foto também é dos EUA.
  • 2:55 - 2:57
    Alguém sabe onde?
  • 2:57 - 2:59
    (Risos)
  • 3:00 - 3:02
    Ainda não estou a ouvir.
  • 3:04 - 3:07
    Alguém murmurou São Francisco. Certo.
  • 3:08 - 3:11
    De novo uma fotografia muito bonita
    que me traz ótimas lembranças.
  • 3:12 - 3:13
    Mas é excecional?
  • 3:14 - 3:17
    De novo o mesmo jogo: onde estamos?
  • 3:19 - 3:21
    Como?
  • 3:22 - 3:25
    Seja quem for, acertou em cheio.
  • 3:25 - 3:27
    Não estava a contar com isso.
  • 3:27 - 3:29
    Eu queria dizer: "Estão a ver,
    aqui está a diferença."
  • 3:29 - 3:31
    (Risos)
  • 3:31 - 3:33
    Porque...
  • 3:33 - 3:36
    (Aplausos)
  • 3:39 - 3:41
    Porque nas duas primeiras fotos,
  • 3:41 - 3:44
    eu só arranhei a minha zona de conforto.
  • 3:44 - 3:47
    Temos de nos levantar cedo
    para apanhar a melhor luz
  • 3:47 - 3:49
    ou para descer os penhascos
    até ao Golden Gate.
  • 3:49 - 3:52
    Mas isto é uma situação
    completamente diferente,
  • 3:52 - 3:54
    já nem conseguia ver
    a minha zona de conforto.
  • 3:54 - 3:58
    Sob um calor intenso, com todo
    o equipamento de campismo, de fotografia,
  • 3:58 - 4:02
    a alimentação e mais coisas,
    escalei 4000 metros.
  • 4:02 - 4:06
    Só para perceberem, uma das montanhas
    mais altas dos Alpes, o Monte Cervino,
  • 4:06 - 4:08
    só tem mais 500 metros.
    É puxado.
  • 4:09 - 4:10
    De início, é uma caminhada normal.
  • 4:10 - 4:14
    Mas lá em cima há cascalho de lava preta.
  • 4:14 - 4:17
    Afundamo-nos até ao tornozelo
    e depois damos um passo para trás.
  • 4:17 - 4:21
    Muito exigente! Depois de algumas
    horas, consegui e cheguei ao topo.
  • 4:21 - 4:23
    Aí correu bastante mal
  • 4:23 - 4:25
    porque estava cheio de dores de cabeça.
  • 4:25 - 4:28
    Só queria deitar-me na tenda
    e terminar com isto.
  • 4:28 - 4:30
    Mas não o fiz, de contrário...?
  • 4:30 - 4:33
    Sentei-me lá fora e esperei durante horas.
  • 4:33 - 4:35
    Entretanto, tinha esfriado e era de noite.
  • 4:35 - 4:38
    Dores de cabeça fortes
    e o vulcão não deitava uma faísca.
  • 4:38 - 4:40
    Entretanto, aconteceu.
  • 4:40 - 4:43
    O jato apareceu e a imagem nasceu.
  • 4:44 - 4:47
    O homem tinha razão, é o Vulcão de Fogo.
  • 4:47 - 4:50
    As luzes por trás são da cidade
    de Antigua, na Guatemala.
  • 4:50 - 4:52
    O vulcão está bastante ativo,
    tem de ser dito.
  • 4:53 - 4:55
    A explosão em si não é
    nada de extraordinário.
  • 4:55 - 4:58
    Mas tive de sair da minha zona de conforto
  • 4:58 - 5:02
    e espero que também consigam ver
    que o resultado é excecional.
  • 5:02 - 5:05
    Falando em "sair da zona de conforto",
  • 5:05 - 5:08
    temos de falar do Huaylas
    nos Andes peruanos.
  • 5:08 - 5:12
    Extremamente isolado,
    só a viagem com os "coletivos"
  • 5:12 - 5:16
    — as camionetas — só por si
    é uma aventura muito excitante.
  • 5:16 - 5:18
    Andámos por lá durante uma semana.
  • 5:18 - 5:21
    Nós — um guia local, o tratador
    dos burros, a minha namorada
  • 5:21 - 5:24
    que podem ver na fotografia e eu.
  • 5:24 - 5:27
    E claro os quatro burros
    que ajudaram a carregar as malas.
  • 5:27 - 5:29
    Esta zona é muito isolada.
  • 5:30 - 5:32
    Não tem quaisquer infraestruturas,
  • 5:32 - 5:36
    não tem estradas nem rede elétrica.
  • 5:36 - 5:40
    Nem sequer há rede de telemóvel
    mas há água, alguns riachos.
  • 5:40 - 5:44
    Ali vamos buscar água
    para beber e pescar peixes.
  • 5:44 - 5:46
    Tudo muito aventureiro.
  • 5:46 - 5:49
    O que não deu jeito foi que,
    durante o tempo que lá estive,
  • 5:49 - 5:52
    caiu imensa chuva.
  • 5:52 - 5:55
    Quem já passou o dia inteiro
    a andar debaixo de chuva,
  • 5:55 - 5:59
    montou uma tenda todo molhado
    e depois se enfiou no saco de dormir,
  • 5:59 - 6:02
    sabe que há coisas mais agradáveis.
  • 6:02 - 6:04
    E ainda havia a altitude.
  • 6:04 - 6:07
    Para além dos Himalaias,
    não há nenhum território
  • 6:07 - 6:10
    que tenha tantos montes
    com 5000 e 6000 metros.
  • 6:10 - 6:13
    Para as pessoas que crescem lá
  • 6:13 - 6:16
    se calhar, também não é o mais agradável,
  • 6:16 - 6:19
    subir e descer montanhas
    debaixo de chuva.
  • 6:19 - 6:23
    A minha zona de conforto
    está num local completamente diferente.
  • 6:23 - 6:27
    Mas não me importei
    porque fui recompensado
  • 6:27 - 6:30
    com uma vista ou com paisagens
  • 6:30 - 6:33
    que não se veem muitas vezes
    e que, por isso, no meu portfólio
  • 6:33 - 6:35
    ganharam uma importância extraordinária.
  • 6:35 - 6:37
    Se quiserem eventos extraordinários,
  • 6:37 - 6:40
    têm de sair da vossa zona de conforto.
  • 6:41 - 6:46
    Segundo ponto: acreditem em vocês
    e corram alguns riscos.
  • 6:48 - 6:52
    Olhando para o futebol, os penaltis.
    Todos olham: quem vai marcar?
  • 6:52 - 6:55
    Se marcarem, são o grande herói.
  • 6:55 - 6:57
    Se falharem, no pior dos casos,
    há pancadaria.
  • 6:57 - 7:01
    Ou eu aqui: a boca seca.
    "All eyes on me."
  • 7:02 - 7:05
    Mas dúvidas temos todos,
    de vez em quando, é normal.
  • 7:05 - 7:07
    Faz parte, não é nada de mal.
  • 7:07 - 7:10
    Eu acho que muitos deixam
    que os medos e as dúvidas
  • 7:11 - 7:13
    os bloqueiem demais.
  • 7:13 - 7:18
    No início do ano estive a viajar durante
    três meses pela Lapónia finlandesa.
  • 7:18 - 7:21
    Nessa época,
    não só o inverno foi rigoroso,
  • 7:21 - 7:24
    como estávamos no "kaamos",
    mais conhecida por noite polar.
  • 7:24 - 7:27
    Nesta altura o sol não sobe
    acima do horizonte
  • 7:27 - 7:29
    e por isso está quase sempre escuro.
  • 7:30 - 7:32
    Mais, a área é pouco povoada
  • 7:32 - 7:36
    e há mesmo menos pessoas do que renas.
  • 7:36 - 7:38
    Assim, uma imagem destas é muito normal.
  • 7:38 - 7:43
    O tempo era uma aventura.
    Temperaturas até -42 ºC.
  • 7:44 - 7:45
    É preciso imaginar.
  • 7:45 - 7:48
    Em casa, os douradinhos de peixe
    estão no congelador a -18 ºC.
  • 7:48 - 7:50
    É incrivelmente frio.
  • 7:50 - 7:53
    a neve — e não estou a exagerar —
    tinha metros de altura.
  • 7:53 - 7:57
    Sem sapatos de neve ou esquis,
    afundamo-nos até à cintura.
  • 7:57 - 8:00
    Eu passei por isso.
    Não conseguimos mexer-nos. Não dá.
  • 8:01 - 8:03
    Mas somos recompensados de várias formas.
  • 8:03 - 8:05
    A natureza é maravilhosa,
    sobretudo as luzes polares.
  • 8:05 - 8:08
    Para mim, é incrível.
    Um espetáculo único da Natureza.
  • 8:08 - 8:11
    Passei muitas noites lá fora,
    de boca aberta,
  • 8:11 - 8:14
    a ver o espetáculo de luzes,
    absolutamente mágico.
  • 8:14 - 8:17
    Para além disso, gosto muito de animais
  • 8:17 - 8:20
    mas passear com os "huskies"
    e os trenós pela Natureza,
  • 8:20 - 8:22
    é mais cansativo do que se imagina.
  • 8:22 - 8:25
    Mas é muito fixe. é mesmo genial.
  • 8:26 - 8:28
    Como disse antes,
    a paisagem era o melhor.
  • 8:29 - 8:32
    Coisas como estas luzes e estas árvores,
  • 8:32 - 8:36
    que se deformam sob o peso da neve
    e criam esculturas.
  • 8:36 - 8:37
    Fascinante!
  • 8:38 - 8:40
    Eu tive algumas preocupações antes.
  • 8:40 - 8:42
    Três meses no inverno é muito.
  • 8:42 - 8:46
    Mas acreditei em mim
    e, sem dúvida, valeu a pena.
  • 8:47 - 8:51
    Vamos continuar com o branco
    mas agora não é neve, mas sal.
  • 8:51 - 8:54
    Este é o Salar de Uyuni, na Bolívia.
  • 8:54 - 8:56
    É, de facto, um lago com um metro de água
  • 8:56 - 8:58
    mas com uma grossa camada de sal no topo.
  • 8:58 - 9:01
    Tão grossa que um carro
    pode passar por cima.
  • 9:01 - 9:04
    Por isso é que há lá muitas agências
    de turismo a organizar passeios.
  • 9:04 - 9:07
    Mas nós queríamos fazer tudo sozinhos
  • 9:07 - 9:11
    e por isso decidimos não fazer
    um desses passeios e ir no nosso carro.
  • 9:12 - 9:16
    Antes de irmos,
    muitos tentaram dissuadir-nos.
  • 9:16 - 9:19
    Especialmente porque a camada de sal
    não tem uma camada uniforme
  • 9:19 - 9:24
    mas tem zonas mais finas e porque há
    os chamados Ojos, olhos do salar.
  • 9:24 - 9:25
    Quando se vai de carro,
  • 9:25 - 9:27
    podemos não cair dentro de água
  • 9:27 - 9:31
    mas pode partir-se o eixo
    ou ter um acidente.
  • 9:32 - 9:34
    A área é muito grande.
  • 9:34 - 9:36
    Durante a maior parte
    do tempo, só se vê branco.
  • 9:36 - 9:39
    O GPS ali não funciona,
    não há estradas ou algo do género.
  • 9:39 - 9:42
    Navega-se com a bússola,
    a olhar para o céu.
  • 9:43 - 9:46
    Como a área é tão grande,
    as fotos que brincam com a perspetiva
  • 9:46 - 9:48
    são muito frequentes.
  • 9:48 - 9:52
    Aqui sente-se como tudo
    parece incrivelmente vasto.
  • 9:53 - 9:57
    Em três dias e duas noites,
    atravessamos o lago todo.
  • 9:57 - 10:00
    Neste tempo ficámos a saber
    o que é a completa solidão.
  • 10:00 - 10:05
    Não há animais na salina
    nem quaisquer luzes de uma cidade.
  • 10:05 - 10:10
    Não se ouve ruído — talvez um pouco
    de vento ou algo do género.
  • 10:10 - 10:12
    Como se estivéssemos noutro planeta.
  • 10:13 - 10:15
    Também neste caso havia riscos
  • 10:15 - 10:20
    e eu não ignoraria os conselhos.
  • 10:20 - 10:23
    Acho que cada um tem de decidir por si
  • 10:23 - 10:24
    sem, de antemão,
  • 10:24 - 10:27
    se deixar assustar por cenários de horror.
  • 10:29 - 10:32
    Embora ambos os exemplos
  • 10:32 - 10:36
    sejam como temos de superar
    o nosso medo de falhanços,
  • 10:36 - 10:39
    nestas imagens a ideia é que,
    às vezes, sabemos o que está certo.
  • 10:39 - 10:44
    Eu vi esta imagem num postal
    quando viajava pelo México.
  • 10:44 - 10:46
    Achei que era tão bonita
    que a quis fotografar.
  • 10:46 - 10:49
    Então, fui até esta cidade
    — chama-se Chamula.
  • 10:50 - 10:53
    Quando cheguei, já estava escuro.
    O céu estava fechado.
  • 10:53 - 10:54
    Estava nublado
  • 10:54 - 10:57
    e não consegui ver ao vivo
    o vulcão da foto.
  • 10:57 - 11:00
    Então, entrei numa loja
    com o postal e perguntei:
  • 11:00 - 11:04
    "Como é que posso tirar esta foto,
    há algum miradouro?"
  • 11:04 - 11:08
    O homem disse-me:
    "Isso é uma fotomontagem."
  • 11:08 - 11:13
    A afirmação surpreendeu-me muito
    porque era um homem da região,
  • 11:13 - 11:16
    um homem adulto com uma loja, etc.
  • 11:16 - 11:20
    Mas ele não entendia como
    a distância focal de uma objetiva
  • 11:20 - 11:22
    funciona, por exemplo,
    na profundidade da imagem.
  • 11:22 - 11:24
    Ele pensava que,
    como o vulcão estava longe
  • 11:24 - 11:27
    ele devia aparecer pequeno na imagem.
  • 11:27 - 11:30
    Eu não tinha dúvidas que a fotografia
    não era uma montagem.
  • 11:30 - 11:32
    No dia seguinte consegui
    apanhar a mesma imagem.
  • 11:32 - 11:36
    Isto foi de novo um ponto em que pensei
  • 11:36 - 11:39
    que temos de acreditar em nós
    e mantermo-nos fiéis a nós próprios,
  • 11:39 - 11:42
    não deixar que outras coisas
    nos distraiam.
  • 11:44 - 11:49
    Terceiro ponto: Sejam persistentes
    e acreditem em vocês mesmos!
  • 11:51 - 11:54
    Já passámos algum tempo juntos
  • 11:54 - 11:56
    e também já cá estão há um bocado.
  • 11:56 - 11:58
    Por isso peço-vos
  • 11:58 - 12:01
    todos os que conseguirem,
    que se levantem.
  • 12:05 - 12:07
    Muito bem, muito obrigado.
    Vocês perguntam-se:
  • 12:07 - 12:08
    "O que é que ele quer?"
  • 12:08 - 12:11
    Para dizer a verdade, nada. Já está.
  • 12:11 - 12:15
    Por um lado, queria ativar
    um pouco a vossa circulação.
  • 12:15 - 12:18
    Por outro lado, queria lembrar-vos
  • 12:18 - 12:21
    que vocês não têm problema
    em se levantarem.
  • 12:21 - 12:24
    Podem voltar a sentar-se,
    não me levem a mal.
  • 12:25 - 12:27
    Eu não estou a dizer isto
    para vocês se assustarem.
  • 12:27 - 12:31
    Para a maioria das pessoas
    é fácil levantarem-se.
  • 12:31 - 12:33
    Mas pensem nas criancinhas.
  • 12:33 - 12:36
    Até conseguirmos estar de pé
    tão elegantemente como agora,
  • 12:36 - 12:38
    precisamos de tempo.
  • 12:38 - 12:42
    Não é de hoje para amanhã
    mas quando funciona — claro, é fácil.
  • 12:43 - 12:45
    Esta fotografia do vale de Funes
    no sul do Tirol,
  • 12:45 - 12:49
    representa muitas das minhas fotografias.
  • 12:49 - 12:52
    Ao fotografar a natureza,
    aprendemos a ter paciência.
  • 12:52 - 12:55
    Há muitos fatores
    que não conseguimos influenciar.
  • 12:55 - 12:58
    O vento, o tempo, as nuvens,
    todas essas coisas.
  • 12:59 - 13:03
    Quem desiste à primeira, já perdeu.
  • 13:05 - 13:09
    A mesma situação, o mesmo local,
    o mesmo fotógrafo,
  • 13:09 - 13:12
    o mesmo equipamento,
    até a mesma hora.
  • 13:12 - 13:15
    Tudo o mesmo, só o resultado muda.
  • 13:15 - 13:19
    Voltei lá noutro dia e voltei a tentar.
  • 13:23 - 13:26
    Os cenotes são pequenas grutas
    de calcário, na América Central.
  • 13:26 - 13:29
    Este está algo escondido
    algures no México.
  • 13:29 - 13:31
    A maioria dos cenotes estão inundados.
  • 13:31 - 13:35
    Podemos nadar e mergulhar.
    Este aqui está seco.
  • 13:35 - 13:38
    Mas todos os cenotes
    têm uma coisa em comum:
  • 13:38 - 13:41
    Lá dentro é escuro, são grutas.
  • 13:41 - 13:44
    Para se tirar uma foto lá dentro,
    é preciso um "flash",
  • 13:44 - 13:47
    o que não faz sentido
    na fotografia de paisagens.
  • 13:47 - 13:51
    Ou pormos o valor ISO alto,
    mas a qualidade da fotografia piora.
  • 13:51 - 13:54
    Ou então podemos usar um tripé.
  • 13:54 - 13:57
    Eu escolhi a terceira opção, um tripé.
  • 13:57 - 14:01
    O problema é que só se pode entrar
    neste cenote com um guia.
  • 14:02 - 14:05
    Os tripés são proibidos.
  • 14:05 - 14:06
    O que é que eu fiz?
  • 14:06 - 14:09
    Puxei um guia de lado
    e, numa conversa,
  • 14:09 - 14:13
    convenci-o a não só abrir uma exceção
  • 14:13 - 14:15
    como a também fazer vista grossa.
  • 14:15 - 14:22
    Também aqui: a persistência traz frutos
    e leva-nos ao objetivo final.
  • 14:22 - 14:26
    O melhor é que, pouco depois
    de ter publicado esta fotografia,
  • 14:26 - 14:30
    fui contactado pela "National Geographic"
    e eles publicaram a fotografia.
  • 14:30 - 14:32
    Uma confirmação muito boa
    para o nosso trabalho.
  • 14:32 - 14:35
    Como eu nessa altura estava a viajar,
  • 14:35 - 14:38
    a minha mãe mandou-me
    uma fotografia da revista.
  • 14:41 - 14:45
    Tikal, provavelmente a cidade maia
    mais fascinante de todas.
  • 14:45 - 14:48
    Uma área fantástica, muito original.
  • 14:48 - 14:52
    Ainda há jaguares e crocodilos
    a viverem ao ar livre.
  • 14:52 - 14:55
    Muito emocionante.
    Mas só lá podemos entrar com um guia.
  • 14:55 - 14:59
    Então reservámos um guia
    que devia ir buscar-nos no dia seguinte.
  • 14:59 - 15:02
    Mas ele não apareceu.
    O que fazer então?
  • 15:02 - 15:04
    Fomos sozinhos para lá.
  • 15:05 - 15:08
    Chega-se a uma cancela com pessoas
    a controlar para ninguém entrar.
  • 15:09 - 15:11
    O que é que eu fiz?
  • 15:11 - 15:16
    Durante 30 minutos,
    mais do que esta palestra,
  • 15:16 - 15:21
    tentei convencê-los
    a deixarem-nos entrar.
  • 15:21 - 15:25
    Ao fim de meia hora, desistiram
    e deixaram-nos entrar sem guia.
  • 15:25 - 15:29
    Na verdade, é um absurdo,
    mas também aqui, a teimosia compensa.
  • 15:33 - 15:37
    Quarto ponto: ser espontâneo,
    reconhecer oportunidades.
  • 15:37 - 15:41
    A fotografia de paisagens
    tem formas de abordagem diferentes.
  • 15:41 - 15:44
    Eu, pessoalmente, planeio
    a imagem antecipadamente
  • 15:44 - 15:48
    e imagino como a imagem será,
    antes de ir para o local.
  • 15:48 - 15:52
    Eu consigo visualizar tudo
    na minha cabeça — em teoria.
  • 15:52 - 15:56
    Na prática, normalmente é diferente.
  • 15:56 - 15:59
    Por isso, é necessário ser espontâneo,
  • 15:59 - 16:01
    reagir às situações de forma flexível
  • 16:01 - 16:03
    e fazer o melhor que podemos no momento.
  • 16:03 - 16:07
    Também há outras situações como esta
  • 16:07 - 16:09
    que acabam por se cruzar connosco.
  • 16:10 - 16:13
    Eu ia a conduzir e vi estes feixes de luz
  • 16:13 - 16:17
    a saírem da floresta,
    a darem um ar mágico
  • 16:17 - 16:20
    e a fazerem este bonito efeito.
  • 16:20 - 16:23
    Virar à direita, tirar a fotografia.
    Uma fotografia espontânea.
  • 16:23 - 16:26
    Tal como aqui. A natureza provoca-me.
  • 16:26 - 16:28
    Eu nem sabia que isto existia.
  • 16:28 - 16:30
    Um rio seco
  • 16:30 - 16:33
    que agora está coberto de erva verde.
  • 16:33 - 16:35
    Nunca tinha visto este local.
  • 16:36 - 16:38
    Não estava à espera.
    Aconteceu por acaso.
  • 16:38 - 16:40
    Uma fotografia espontânea, não planeada.
  • 16:40 - 16:44
    Esta também se vê mais frequentemente
    mas, mesmo assim, é bonita:
  • 16:44 - 16:47
    Um céu colorido refletido no gelo.
  • 16:47 - 16:50
    Uma fotografia não planeada,
    uma imagem espontânea.
  • 16:51 - 16:55
    Gosto especialmente do sol
    a pôr-se no meio do Fitz Roy
  • 16:55 - 16:58
    e a criar este efeito de halo espetacular.
  • 16:58 - 17:03
    Quando tirei esta fotografia,
    já andava há dias nesta zona
  • 17:03 - 17:06
    e já tinha fotografado a montanha
    de todos os ângulos.
  • 17:06 - 17:10
    Mas quando desci e vi este efeito, soube:
  • 17:10 - 17:14
    Isto é uma foto perfeita.
    Voltei para lá e tirei a fotografia.
  • 17:14 - 17:18
    Até hoje, continua a ser a fotografia
    preferida do meu portefólio.
  • 17:18 - 17:20
    Nascida de uma situação espontânea.
  • 17:20 - 17:23
    Mais uma coisa
    que a fotografia me ensinou.
  • 17:23 - 17:27
    Reconhecer eventos espontâneos
    e, acima de tudo, usá-los.
  • 17:28 - 17:31
    Devagarinho aproximamo-nos do fim.
    Já está quase no fim.
  • 17:31 - 17:33
    Ainda tenho um último e importante ponto
  • 17:33 - 17:35
    que gostava de partilhar convosco.
  • 17:36 - 17:40
    Quinto ponto: Dar graças. É o que é.
  • 17:40 - 17:42
    Vi como a Terra é maravilhosa
  • 17:42 - 17:44
    através da objetiva da câmara.
  • 17:45 - 17:49
    Eu acho que devemos sempre
    andar em frente e tentar fazer algo.
  • 17:49 - 17:51
    Isso é importante.
  • 17:51 - 17:54
    Mas devemos sempre olhar para o todo.
  • 17:54 - 17:57
    Agradecer o que temos
  • 17:57 - 18:00
    e acima de tudo, com aqueles
    com quem o partilhamos.
  • 18:00 - 18:04
    Hoje são vocês. Por isso muito obrigado
    por estarem aqui. Muito obrigado.
  • 18:04 - 18:05
    Muito obrigado.
  • 18:05 - 18:08
    (Aplausos)
Title:
Cinco experiências de aprendizagem a partir da fotografia | Matthias Huber | TEDxFreiburg
Description:

Em busca de paisagens excecionais, o fotógrafo Matthias Huber viaja por todo o mundo. Com muito humor e pequenas histórias humorísticas, partilha connosco cinco ensinamentos que aprendeu nas suas numerosas viagens.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

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Video Language:
German
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:09

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