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Rosalind Franklin: a heroína injustiçada do DNA - Cláudio L. Guerra

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    A descoberta da estrutura do DNA
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    foi uma das vitórias científicas
    mais importantes do último século,
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    na verdade, da história humana.
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    A hoje famosa dupla hélice é
    quase sinônimo de Watson e Crick,
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    dois dos cientistas que ganharam
    o Prêmio Nobel por descobri-la.
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    Mas há um outro nome
    que talvez você conheça:
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    Rosalind Franklin.
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    Deve ter ouvido que seus dados embasaram
    a brilhante ideia de Watson e Crick,
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    ou que ela era uma cientista
    briguenta que se vestia casualmente,
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    que é na verdade a forma como Watson
    a descreveu no livro "A dupla hélice".
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    Mas, graças aos biógrafos de Franklin,
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    que investigaram sua vida e entrevistaram
    muitas pessoas próximas dela,
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    sabemos hoje que isso
    está longe de ser verdade
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    e que suas contribuições científicas
    têm sido tremendamente desprezadas.
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    Vamos ouvir a verdadeira história.
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    Rosalind Elsie Franklin
    nasceu em Londres em 1920.
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    Ela queria ser uma cientista
    desde que era adolescente,
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    o que não era uma carreira comum
    e fácil para as meninas daquele tempo.
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    Mas ela se destacou nas aulas
    de ciências mesmo assim.
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    Ela ganhou uma bolsa de estudos
    para Cambridge, para estudar química,
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    onde obteve seu doutorado
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    e mais tarde conduziu uma pesquisa
    sobre a estrutura do carvão,
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    que aprimorou as máscaras de gás para
    os britânicos durante a Segunda Guerra.
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    Em 1951, ela se juntou ao King's College
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    para usar técnicas de raios X
    para estudar a estrutura do DNA,
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    na época, um dos tópicos
    mais palpitantes da ciência.
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    Franklin modernizou o laboratório
    de raios X e foi trabalhar
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    irradiando raios X de alta energia
    em minúsculos cristais hidratados de DNA.
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    Mas a cultura acadêmica da época
    não era muito amistosa com as mulheres,
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    e Franklin foi isolada pelos colegas.
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    Ela bateu de frente com Maurice Wilkins,
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    um colega de laboratório que achava
    que ela era sua sua assistente.
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    Mas Franklin continuou trabalhando
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    e, em 1952, ela obteve a "foto 51",
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    a imagem mais famosa do DNA.
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    Só para conseguir a imagem,
    gastaram-se 100 horas;
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    os cálculos necessários
    para analisá-las levariam um ano.
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    Enquanto isso, o biólogo
    americano James Watson
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    e o físico britânico Francis Crick
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    também estavam trabalhando
    para descobrir a estrutura do DNA.
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    Sem o conhecimento de Franklin,
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    Wilkins pegou a foto 51
    e a mostrou para Watson e Crick.
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    Em vez de calcular a posição exata
    de todos os átomos,
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    eles fizeram uma rápida análise
    dos dados de Franklin
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    e os usaram para construir
    algumas possíveis estruturas.
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    E acabaram chegando à correta.
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    O DNA é feito de duas fitas helicoidais,
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    uma oposta à outra, com um eixo
    central como degraus de uma escada.
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    Watson e Crick publicaram
    seu modelo em abril de 1953.
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    Enquanto isso, Franklin
    tinha terminado seus cálculos,
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    chegando à mesma conclusão,
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    e submeteu seu próprio trabalho.
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    A revista publicou os trabalhos juntos,
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    mas colocou o de Franklin por último,
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    fazendo parecer que seus experimentos só
    confirmavam a descoberta de Watson e Crick
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    em vez de tê-los inspirado.
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    Mas Franklin já tinha parado
    de trabalhar com o DNA,
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    e morreu de câncer em 1958,
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    sem nunca ter sabido que Watson e Crick
    tinham visto as fotos dela.
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    Watson, Crick e Wilkins ganharam
    o Prêmio Nobel em 1962
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    por seu trabalho sobre o DNA.
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    Sempre se diz que Franklin teria
    sido reconhecida como uma Nobel
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    se ele fosse dado postumamente.
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    E, de fato, é possível que ela
    pudesse ter ganhado duas vezes.
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    Seu trabalho sobre a estrutura do vírus
    levou a um Nobel para um colega em 1982.
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    Já é hora de contar a história
    de uma mulher corajosa
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    que combateu o sexismo na ciência,
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    e cujo trabalho revolucionou
    a medicina, a biologia e a agricultura.
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    É hora de homenagear
    Rosalind Elsie Franklin,
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    a "mãe" injustiçada da dupla hélice.
Title:
Rosalind Franklin: a heroína injustiçada do DNA - Cláudio L. Guerra
Description:

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/rosalind-franklin-dna-s-unsung-hero-claudio-l-guerra

A descoberta da estrutura do DNA foi uma das vitórias científicas mais importantes da história da humanidade. A hoje famosa dupla hélice é quase sinónima de Watson e Crick, dois dos cientistas que ganharam o Prêmio Nobel por descobri-la. Mas há um outro nome que talvez você não conheça: Rosalind Franklin. Cláudio L. Guerra compartilha a verdadeira história da mulher por trás da dupla hélice.

Lição de Cláudio L. Guerra; animação de Chris Bishop.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:10

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