Pare de tentar mudar | Kaley Klemp | TEDxBoulder

Você já tentou mudar e falhou? Nesta palestra, Kaley Klemp usa sua experiência de trabalho com centenas de altos executivos para criar um modelo de desenvolvimento pessoal e profissional. Kaley Warner Klemp é uma palestrante requisitada, moderadora de YPO e treinadora executiva transformacional. Ela aconselha líderes a descobrir e enfrentar os principais desafios de comunicação, confiança e cultura. Ela é bacharel e mestre pela Universidade de Stanford e coautora de três livros.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

Todos nós fomos aconselhados a mudar.

Talvez seu cônjuge diga:

"Vai se arrepender
de trabalhar tanto assim,

de não passar tempo com as crianças!"

Ou talvez tenha recebido críticas
"construtivas" no trabalho:

"Você deveria ser mais categórico,
se promover mais!"

Talvez seus amigos te disseram:

"Você é muito sensível,
nem tudo é pessoal!"

Ou talvez sua família te provoque:
"Você é muito intenso. Se acalme!"

Considerando as críticas recebidas,

qual era a mensagem?

Foi um choque?

Algo que nunca tinha ouvido
ou pensado antes?

Para a maioria de nós, a resposta é não.

Se os comentários não são novidade,

quero revelar um segredinho que aprendi

treinando centenas de líderes:

ninguém muda.

(Risos)

Recebo as mesmas críticas
há quase 40 anos,

e não é que eu não tenha
tentado melhorar.

Considere as milhares de horas
que passei estudando,

meditando, adquirindo diplomas,
praticando ioga,

e continuo a mesma que era aos 5 anos.

Até onde me lembro,
venho tentando fazer tudo certo,

sendo autocrítica no processo.

Aos cinco anos, eu disse para minha mãe
que ela errava no meu sanduíche:

"Mãe! Duas facas; pasta de amendoim
numa fatia do pão, geleia na outra,

depois, tira as bordas".

(Risos)

Eu era a mais velha de três crianças.

Meu pai tentava iniciar um novo negócio,

minha mãe segurava as pontas.

Eles disseram: "Vá brincar",

mas eu decidi ser uma garota
boa e responsável,

mesmo que isso significasse não chegar
ao parque a tempo de brincar,

eu amarraria aqueles cadarços
e faria aquele sanduíche com perfeição.

A mensagem da maioria das críticas
é alguma forma de mudança.

"Pare de fazer aquilo que vem fazendo.

Recomece; faça o contrário!"

E ainda, algumas vezes mesmo tentando,
não mudamos; não conseguimos.

Não podemos ser completamente
diferentes de quem somos.

"Querido cachorro, seja um gato!"

(Risos)

Por mais que nos esforcemos,
não é suficiente.

Mudanças vêm com muitos "você deveria".

E com "você deveria", vem a vergonha:

a forma como você age
ou quem é são errados.

Esse tipo de pressão não promove
a mudança que queremos.

Então acho que é hora de mudar o objetivo.

Não mude.

Cresça!

Não mude.

Pessoas de sucesso não mudam.

Há um baita alívio nisso.

Sinta. Não mude.

Não vire 180º,

não seja completamente diferente,

não se imponha os "você deveria".

(Risos)

Em vez disso, com conscientização
e apreço, cresça!

Cresça para ser a melhor versão de você.

Mas o que isso quer dizer?

Como eu cresço?

Há dois passos.

O primeiro é da conscientização.

Dê nome aos seus hábitos.

Algumas vezes,
as críticas te ajudam nisso,

e outras, é preciso
autorreflexão para os rotular:

"Não tenho limites",

ou "eu me rendo sob pressão",

ou "estou trabalhando a ponto
de prejudicar minha família",

ou "me prendo na procrastinação".

No meu círculo de amigos,
levamos isso ao extremo:

nós literalmente rotulamos
o que se tornou um hábito para nós.

Aquilo em mim que se esforça
tanto para fazer tudo certo,

que me impede de me divertir,

chamamos de "garota do cadarço".

Ou simplesmente "cadarços".

Quando meus amigos descobriram
que respondo todos os meus e-mails...

todos os dias,

ou que limpo dentro...

das gavetas da cozinha
com uma escova de dentes,

eles tiram sarro de mim:
"O quê? Cadarços!"

Conseguir rotular algo
nos ajuda a desenvolver a questão.

Isso despersonaliza o suficiente
para termos algo com o que trabalhar.

Com conscientização nos tornamos
cientes dos custos do nosso hábito.

Às vezes, outros nem enxergam,

mas você sabe.

Para mim, tentar ser perfeita
parece ótimo.

Como numa entrevista:
"Qual sua maior fraqueza?"

"Perfeccionismo."

Nos faz revirar os olhos.

Mas o que ignoramos exteriormente

é a dor da sua incansável
crítica interior que diz:

"Ainda não está bom.

Não. Ainda não está bom o suficiente".

Provavelmente você tenha
consciência dos seus custos.

É por isso que querermos mudar.

Mas o segundo passo é apreço.

Você vê benefícios nos seus hábitos?

Que bem ele te traz?

Talvez trabalhar duro ofereça
um estilo de vida a você e sua família,

ou empregos para outros.

Talvez sua cautela te proteja
que algo ruim aconteça.

Talvez seja você o motivo
de seu grupo de amigos ser tão achegado.

Eu prezo o quanto me esforço
para ser uma boa filha, esposa, amiga,

mãe e em geral uma boa pessoa.

Há uma sinceridade em mim
que eu realmente adoro.

Então, à medida que você pensa
em seus hábitos,

e olha para eles com lentes de apreço,

que benefício você enxerga?

A mudança vem com a expectativa do agora,
uma virada de 180º instantânea.

Crescimento não é imediato.

Lembra-se de quando voltava à escola
depois das férias

e todos estavam mais altos?

Nós tínhamos crescido!

Mas se olhássemos dia após dia,
seria imperceptível.

O mesmo se aplica
ao crescimento pessoal e profissional.

Leva tempo; e geralmente é imperceptível.

Mas mesmo se os outros de fora
não conseguem perceber,

crescimento cria uma nova
experiência e perspectiva.

Você progride.

Talvez em 10% ou até mesmo 30% das vezes,

você escolha um comportamento diferente.

Com o passar do tempo,
isso faz uma enorme diferença.

Uma vez em cada dez reuniões,
você é o primeiro a falar.

Você faz algo que pareça arriscado.

Talvez, ao invés de cuidar dos outros,

você cuide de si mesmo,

algumas vezes.

Consciente da sua intensidade,
você se lembra de sorrir.

De vez em quando, ao errar,

eu dou risada de mim mesma
ao invés de me crucificar.

Deixo de responder um e-mail
e vou me divertir.

Não mudamos; crescemos.

Com consciência, a habilidade
de rotular os hábitos,

e apreço, a habilidade
de enxergar os benefícios,

o ciclo "você deveria-vergonha"
simplesmente desaparece,

e mais do melhor de quem somos emerge:

o mentor preparado, o artista comovente,

o líder inspirador, o amigo leal.

Fica mais do nosso melhor inerente.

E isso é crescimento.

Assim, agora de volta a você.

Qual são seus hábitos?

Como os rotularia?

Que benefícios eles trazem?

Como você irá crescer?

Obrigada.

(Aplausos)