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Aki Sasamoto: An Artist Walks into a Bar | Art21 "New York Close Up"

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    [Aki Sasamoto: Um Artista Entra num Bar]
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    Tenho um problema de rins.
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    O médico proibiu-me de beber álcool
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    durante uns três meses.
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    Quando os três meses acabaram,
    descobri que estava grávida.
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    Portanto, não pude beber
    durante mais nove meses
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    e estava a entrar em parafuso.
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    Percebi que tinha de fazer
    um projeto para isto
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    e tentar preencher este tempo.
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    - Pode dar-me uns copos?
    - Claro.
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    Este aqui faz um som bonito.
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    Acho que a minha inspiração
    provém da minha vida diária.
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    Ninguém sabe
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    o que significa "espremer permanente".
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    - Pode dar-me um guardanapo?
    - Ok.
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    Por vezes, vou ao bar
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    e arranjo ali uma peça qualquer
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    e faço esta peça chamada
    "Hora Feliz Errada".
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    [Hora Feliz Errada, 2014]
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    Toda a premissa da exibição
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    era empurrar da prateleira
    todas estas garrafas de cerveja.
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    Relacionei isso com afastar
    todas as pessoas da minha vida romântica.
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    Quando esta justaposição
    funcionou, para mim,
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    percebi que tinha de empurrar cada garrafa
    e cada pessoa ao mesmo tempo.
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    (Som de garrafas a cair)
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    Ficas aqui?
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    Desaparece!
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    Vai-te embora!
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    Tratava-se de solidão e romance
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    e de procurar
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    uma ferramenta para estoirar isto.
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    - Tem um picador de gelo?
    - Tenho.
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    Quando eu estava na Índia,
    estava a fazer uma peça
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    e estava a pensar
    na minha amiga adolescente
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    que perdi para a morte.
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    Depois, encontrei um vendedor
    de gelo, na rua
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    e ele disse-me que a primeira coisa
    a fazer, quando alguém morre,
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    é encomendar gelo
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    para porem o corpo em gelo
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    e guardar o corpo no fresco.
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    Quando é que "corpo" se torna num objeto?
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    À medida que o corpo se decompõe
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    e se desfaz...
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    O que queres ser, quando morreres?
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    Acho que vou ser um copo,
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    mas não sei se será transparente
    ou totalmente opaco.
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    Hoje, quero tentar fazer
    um copo de uísque,
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    talvez com algumas manchas
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    como se esta parte seja
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    - Como se tivesse uísque lá dentro?
    - Sim, é isso.
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    Sim, acho que isto era o interior.
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    Vidro, um material muito minucioso.
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    Gosto do aspeto do vidro.
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    É exatamente aquilo em que
    estou interessada no meu estúdio.
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    Como controlar o incontrolável.
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    O material está sempre a resistir.
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    Estão a ver, esta coisa de fazer arte,
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    temos de conseguir
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    um controlo total.
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    antes de aceitarmos o caos que contém.
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    Pau, lembra-se de quando
    eu fiz aquela prateleira no quarto?
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    E estava talhada com perfeição
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    com uma dimensão perfeita para aquilo,
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    mas acabou por ser
    um canto da cozinha.
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    E ficava melhor ali.
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    Não percebo.
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    Temos de fazer um esforço tão grande
    para a fazer perfeita.
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    Depois, o objeto encontra o seu lugar
    e o seu próprio ritmo.
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    Espero que o meu filho
    venha a ser um artista,
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    mas acho que não posso controlar isso.
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    Podemos comê-lo de dentro para fora?
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    Podemos comê-lo de dentro para fora?
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    Sem o partir!
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    (Risos)
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    [Estranhos Atratores, 2010]
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    Só quero entrar lá dentro.
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    Oh!
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    Porquê os círculos?
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    Porquê os círculos?
    Porquê os círculos?
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    [O passado num tempo futuro, 2019]
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    Também fiquei a pensar no vídeo,
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    porquê um donute?
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    Não sei, não quero referir isso,
    é difícil.
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    Eu não podia beber, durante aquela época,
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    por isso, todo o espetáculo era
    sobre não poder beber
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    e querer beber álcool
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    Isto parece uma coisa alcoólica?
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    Não é nada!
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    Não acho.
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    Tenho de fazer objetos
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    de uma forma tão compulsiva,
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    e quando está tudo alinhado,
    começa a ter a sua própria lógica,
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    e deixo de ter controlo sobre ele.
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    Para mim, é outra forma
    de ser dominada por objetos.
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    Eles começam a contar
    a sua própria história.
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    Ok, Vou ligá-lo.
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    Esta é a ventoinha mais fraca,
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    por vezes, abranda e até para.
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    e, ao fim de cinco minutos,
    de repente, começa a girar outra vez.
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    Eu gosto disso.
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    quando os objetos começam
    a ter vida própria.
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    que não podemos controlar.
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    Depois, de repente, percebo
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    que é o que está a acontecer
    na minha vida.
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    (Choro de bebé)
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    Nunca pensei em ser mãe,
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    mas agoro sou.
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    Quando olho para o copo a girar,
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    nem sequer percebo
    quando tomei essa decisão.
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    Tudo está em movimento constante
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    Tudo aquilo que eu julgava controlar,
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    tudo aquilo que eu julgava ser,
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    muda à minha frente.
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    Isso, para mim, é excitante,
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    na vida e na escultura.
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    Vamos lá a ver. Eu não podia beber,
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    eu não podia beber...
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    Tradução de Margarida Ferreira
Title:
Aki Sasamoto: An Artist Walks into a Bar | Art21 "New York Close Up"
Description:

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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"New York Close Up" series
Duration:
09:43

Portuguese subtitles

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