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A ecologia vista do ar

  • 0:01 - 0:04
    A tecnologia pode mudar
    a nossa compreensão da Natureza.
  • 0:05 - 0:08
    Vejam, por exemplo, o caso dos leões.
  • 0:08 - 0:10
    Durante séculos, disse-se que as leoas
  • 0:10 - 0:13
    caçam sempre na savana aberta
  • 0:13 - 0:17
    e os leões não fazem nada
    até a hora do jantar.
  • 0:17 - 0:20
    Também já ouviram dizer isto,
    tenho a certeza.
  • 0:20 - 0:23
    Recentemente, chefiei
    uma campanha de cartografia aérea
  • 0:23 - 0:25
    no Parque Nacional Kruger,
    na África do Sul.
  • 0:25 - 0:28
    Os nossos colegas colocaram
    coleiras de localização com GPS
  • 0:28 - 0:30
    em leões e leoas.
  • 0:30 - 0:32
    Registámos o seu comportamento de caça
    a partir do ar.
  • 0:32 - 0:35
    Em baixo à esquerda mostra-se um leão
  • 0:35 - 0:37
    avaliando um grupo de impalas
    antes de atacar.
  • 0:37 - 0:41
    À direita mostra-se aquilo
    a que chamo o panorama do leão.
  • 0:41 - 0:44
    É a distância máxima a que
    o leão pode ver em todas as direções
  • 0:44 - 0:47
    até que a sua visão seja obstruída
    pela vegetação.
  • 0:47 - 0:51
    Descobrimos que os leões
    não são os caçadores preguiçosos
  • 0:51 - 0:53
    que pensávamos que fossem.
  • 0:53 - 0:55
    Só que usam uma estratégia diferente.
  • 0:55 - 0:58
    Enquanto as leoas caçam na savana aberta
  • 0:58 - 1:00
    em longas distâncias,
    geralmente durante o dia,
  • 1:00 - 1:04
    os leões usam uma estratégia de emboscada
  • 1:04 - 1:06
    por entre a vegetação densa
    e, frequentemente, de noite.
  • 1:07 - 1:11
    Este vídeo mostra
    os panoramas atuais de caça
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    dos leões, à esquerda,
  • 1:12 - 1:14
    e das leoas, à direita.
  • 1:14 - 1:17
    O vermelho e as cores escuras
    mostram vegetação mais densa.
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    O branco são os grandes espaços abertos.
  • 1:19 - 1:22
    Este é o panorama,
    literalmente ao nível dos olhos
  • 1:22 - 1:25
    de leões e leoas caçadores.
  • 1:25 - 1:27
    De repente, temos
    uma compreensão muito clara
  • 1:27 - 1:31
    das condições incríveis
    em que os leões caçam.
  • 1:32 - 1:33
    Trago este exemplo para começar,
  • 1:33 - 1:37
    porque ele realça o pouco
    que sabemos sobre a Natureza.
  • 1:38 - 1:41
    Há uma enorme quantidade
    de trabalho feito até aqui
  • 1:41 - 1:44
    para tentar reduzir as nossas perdas
    de florestas tropicais
  • 1:44 - 1:46
    e estamos a perder as florestas
    num ritmo acelerado,
  • 1:46 - 1:48
    como se mostra a vermelho no diapositivo.
  • 1:48 - 1:50
    Acho irónico que estejamos a fazer tanto,
  • 1:50 - 1:54
    e essas áreas ainda sejam bastante
    desconhecidas para a ciência.
  • 1:54 - 1:56
    Como podemos salvar o que não conhecemos?
  • 1:56 - 1:59
    Eu sou um ecologista global
    e um explorador da Terra
  • 1:59 - 2:02
    com experiência em Física,
    Química e Biologia
  • 2:02 - 2:05
    e em muitos outros assuntos aborrecidos
  • 2:05 - 2:07
    mas, acima de tudo,
    sou obcecado pelo que não sabemos
  • 2:07 - 2:09
    sobre o nosso planeta.
  • 2:09 - 2:11
    Portanto, criei isto:
  • 2:11 - 2:14
    o Observatório Aéreo Carnegie, ou OAC.
  • 2:14 - 2:16
    Pode parecer um avião
    com uma pintura atraente,
  • 2:16 - 2:18
    mas está equipado com mais de 1000 kg
  • 2:18 - 2:21
    de sensores de alta tecnologia,
    computadores
  • 2:21 - 2:23
    e uma equipa muito motivada
  • 2:23 - 2:26
    de cientistas da Terra e de pilotos.
  • 2:26 - 2:27
    Temos dois instrumentos originais:
  • 2:27 - 2:29
    um chama-se espectrómetro de imagem
  • 2:29 - 2:32
    que mede a composição química das plantas
  • 2:32 - 2:34
    quando voamos por cima delas.
  • 2:34 - 2:36
    O outro é um conjunto de lasers,
  • 2:36 - 2:38
    lasers muito poderosos,
  • 2:38 - 2:40
    que são disparados
    da parte traseira do avião,
  • 2:40 - 2:45
    varrem o ecossistema
    e medem-no quase 500 000 vezes por segundo
  • 2:45 - 2:48
    em alta resolução 3D.
  • 2:48 - 2:51
    Esta é a imagem da ponte Golden Gate,
    em São Francisco,
  • 2:51 - 2:53
    não longe de onde moro.
  • 2:53 - 2:54
    Voámos por cima desta ponte,
  • 2:54 - 2:56
    representámo-la em 3D
    e captámos a sua cor
  • 2:56 - 2:58
    em poucos segundos.
  • 2:58 - 3:00
    Mas o poder real do OAC
  • 3:00 - 3:02
    é a capacidade de captar
    a real dimensão dos blocos
  • 3:02 - 3:04
    dos ecossistemas.
  • 3:04 - 3:07
    Esta é uma pequena cidade na Amazónia,
    uma imagem captada pelo OAC.
  • 3:07 - 3:09
    Podemos percorrer os nossos dados
  • 3:09 - 3:11
    e ver, por exemplo, a estrutura 3D
  • 3:11 - 3:13
    da vegetação e dos edifícios,
  • 3:13 - 3:15
    ou podemos usar a informação química
  • 3:15 - 3:18
    para descobrir a velocidade
    a que as plantas estão a crescer,
  • 3:18 - 3:20
    enquanto voamos por cima delas.
  • 3:20 - 3:23
    Os rosas mais escuros são as plantas
    que crescem mais depressa.
  • 3:23 - 3:25
    Podemos ver uma biodiversidade de formas
  • 3:25 - 3:27
    que vocês nunca poderiam imaginar.
  • 3:27 - 3:29
    Este é o aspeto duma floresta
  • 3:29 - 3:31
    quando a sobrevoamos
    num balão de ar quente.
  • 3:31 - 3:33
    Esta é a forma como vemos uma floresta,
  • 3:33 - 3:35
    em cores caleidoscópicas que nos revelam
  • 3:35 - 3:39
    que há muitas espécies
    que vivem umas com as outras.
  • 3:38 - 3:40
    Mas é preciso lembrar que estas árvores
  • 3:40 - 3:42
    são literalmente maiores que baleias.
  • 3:42 - 3:45
    Isso significa que é impossível entendê-las
  • 3:45 - 3:48
    quando caminhamos no solo por baixo delas.
  • 3:48 - 3:53
    As nossas imagens são a 3D,
    são químicas, são biológicas.
  • 3:53 - 3:55
    Isso diz-nos quais são as espécies
  • 3:55 - 3:57
    que estão a viver na copa,
  • 3:57 - 3:59
    mas dá-nos muito mais informações
  • 3:59 - 4:02
    sobre as restantes espécies
    que ocupam a floresta.
  • 4:03 - 4:04
    Eu criei o OAC
  • 4:04 - 4:07
    para responder a perguntas
    demasiado difíceis
  • 4:07 - 4:10
    para serem respondidas segundo
    qualquer outro ponto de vista,
  • 4:10 - 4:13
    a partir do solo,
    ou de sensores de satélite.
  • 4:13 - 4:15
    Quero partilhar convosco
    três dessas perguntas.
  • 4:16 - 4:17
    A primeira pergunta é:
  • 4:17 - 4:20
    Como controlamos
    as nossas reservas de carbono
  • 4:20 - 4:22
    nas florestas tropicais?
  • 4:22 - 4:26
    As árvores das florestas tropicais
    contêm uma enorme quantidade de carbono
  • 4:26 - 4:28
    e precisamos de manter
    o carbono nessas florestas
  • 4:28 - 4:31
    se quisermos evitar
    um aquecimento global ainda maior.
  • 4:31 - 4:34
    Infelizmente, as emissões
    globais de carbono
  • 4:34 - 4:35
    da desflorestação
  • 4:35 - 4:38
    equivalem hoje a todo
    o setor de transportes.
  • 4:38 - 4:42
    São todos os navios, aviões,
    comboios e automóveis combinados.
  • 4:43 - 4:46
    É pois compreensível
    que os negociadores políticos
  • 4:46 - 4:48
    tenham trabalhado muito
    para reduzir a desflorestação,
  • 4:48 - 4:50
    mas eles estão a fazer isso em áreas
  • 4:50 - 4:52
    que são pouco conhecidas da ciência.
  • 4:52 - 4:55
    Se não soubermos exatamente
    onde está o carbono,
  • 4:55 - 4:58
    em pormenor, como podemos saber
    o que estamos a perder?
  • 4:58 - 5:01
    Precisamos de um sistema
    de contabilidade de alta tecnologia.
  • 5:02 - 5:05
    Com o nosso sistema, estamos aptos
    a ver a quantidade de carbono
  • 5:05 - 5:07
    das florestas tropicais
    com grande pormenor.
  • 5:07 - 5:10
    O vermelho mostra, obviamente,
    florestas tropicais de copas fechadas.
  • 5:10 - 5:12
    Vemos os cortes
  • 5:12 - 5:15
    ou o corte da floresta
    em amarelos e verdes.
  • 5:16 - 5:17
    É como cortar um bolo,
  • 5:17 - 5:20
    só que este bolo é do tamanho duma baleia.
  • 5:20 - 5:22
    Mas podemos aumentar a imagem
  • 5:22 - 5:24
    e ver a floresta e as árvores
    ao mesmo tempo.
  • 5:25 - 5:26
    O que é surpreendente é que,
  • 5:26 - 5:29
    mesmo voando muito alto
    por cima desta floresta,
  • 5:29 - 5:31
    depois, na análise, podemos entrar nela
  • 5:31 - 5:33
    e percorrer as copas das árvores,
  • 5:33 - 5:35
    folha a folha, ramo a ramo,
  • 5:35 - 5:39
    tal como as outras espécies
    que vivem nesta floresta
  • 5:39 - 5:42
    fazem nessas mesmas árvores.
  • 5:42 - 5:45
    Temos estado a usar a tecnologia
    para explorar e para mostrar
  • 5:45 - 5:48
    as primeiras geografias do carbono
    em alta resolução
  • 5:48 - 5:51
    em lugares distantes
    como a Bacia Amazónica
  • 5:51 - 5:53
    e em locais não tão distantes como os EUA
  • 5:53 - 5:55
    e a América Central.
  • 5:55 - 5:58
    Vou levar-vos numa primeira visita guiada,
    de alta resolução,
  • 5:58 - 6:01
    às áreas de carbono do Peru
    e depois do Panamá.
  • 6:02 - 6:05
    As cores vão mudar de vermelho para azul.
  • 6:05 - 6:07
    A vermelho são os depósitos
    muito altos de carbono,
  • 6:07 - 6:10
    a maior floresta de catedrais
    que podem imaginar.
  • 6:10 - 6:12
    A azul são depósitos
    muito baixos de carbono.
  • 6:12 - 6:14
    Digo-vos, o Peru sozinho
    é um lugar surpreendente,
  • 6:14 - 6:16
    totalmente desconhecido até hoje,
  • 6:16 - 6:18
    em termos da sua geografia de carbono.
  • 6:18 - 6:20
    Podemos voar até ao norte do Peru
  • 6:20 - 6:22
    e ver depósitos muito altos
    de carbono a vermelho,
  • 6:22 - 6:26
    o rio Amazonas e a planície inundável
    que ele divide ao meio.
  • 6:25 - 6:28
    Podemos ir para uma área
    de total devastação
  • 6:28 - 6:29
    causada pela desflorestação, a azul,
  • 6:29 - 6:32
    e o vírus da desflorestação
    a espalhar-se, a laranja.
  • 6:32 - 6:35
    Podemos também voar para o sul dos Andes
  • 6:35 - 6:37
    para ver a linha de árvores
    e ver exatamente
  • 6:37 - 6:39
    como a geografia do carbono termina
  • 6:39 - 6:42
    quando subimos a cadeia de montanhas.
  • 6:42 - 6:44
    E podemos ir para o maior pântano
    a oeste do Amazonas.
  • 6:44 - 6:46
    É um mundo de sonhos aquoso
  • 6:46 - 6:48
    parecido com o "Avatar" de Jim Cameron.
  • 6:48 - 6:52
    Podemos ir para o mais pequeno
    dos países tropicais, o Panamá,
  • 6:52 - 6:55
    e ver também uma enorme gama
    de variações de carbono,
  • 6:55 - 6:58
    desde o alto, a vermelho,
    ao baixo, a azul.
  • 6:58 - 7:01
    Infelizmente, a maior parte do carbono
    perde-se nas planícies,
  • 7:01 - 7:02
    mas vemos o que sobrou,
  • 7:02 - 7:05
    em termos de depósitos altos de carbono,
    a verde e vermelho,
  • 7:05 - 7:08
    é o material que está
    no alto das montanhas.
  • 7:08 - 7:09
    Uma exceção interessante
  • 7:09 - 7:11
    está bem no meio do ecrã.
  • 7:11 - 7:14
    Vemos a zona de segurança
    em torno do Canal do Panamá.
  • 7:14 - 7:15
    Está nos vermelhos e amarelos.
  • 7:15 - 7:17
    As autoridades do canal usam a força
  • 7:17 - 7:20
    para proteger a sua bacia hidrográfica
    e o comércio global.
  • 7:20 - 7:22
    Este tipo de mapa do carbono
  • 7:22 - 7:25
    alterou as políticas de preservação
    e desenvolvimento de recursos.
  • 7:25 - 7:28
    Está a impulsionar a nossa capacidade
    de salvar as florestas
  • 7:28 - 7:30
    e de abrandar a mudança climática.
  • 7:30 - 7:32
    A segunda pergunta:
  • 7:32 - 7:34
    Como nos preparamos
    para a mudança climática
  • 7:34 - 7:36
    num lugar como a floresta amazônica?
  • 7:36 - 7:38
    Deixem-me dizer-lhes,
    passei muito tempo nesses lugares
  • 7:38 - 7:40
    e já estamos a ver o clima a mudar.
  • 7:40 - 7:42
    As temperaturas estão a aumentar.
  • 7:42 - 7:45
    O que acontece
    é que estamos a ter muitas secas,
  • 7:45 - 7:46
    secas recorrentes.
  • 7:46 - 7:49
    A mega-seca de 2010 está aqui
    representada a vermelho,
  • 7:49 - 7:52
    e mostra uma área do tamanho
    da Europa Ocidental.
  • 7:52 - 7:54
    A Amazónia estava tão seca em 2010
  • 7:54 - 7:56
    que até a própria nascente do rio Amazonas
  • 7:56 - 7:58
    secou parcialmente,
    como podem ver na foto,
  • 7:58 - 8:00
    na parte inferior do diapositivo.
  • 8:02 - 8:05
    Descobrimos que, em áreas muito remotas,
  • 8:05 - 8:08
    estas secas estão a ter
    um impacto muito negativo
  • 8:08 - 8:09
    nas florestas tropicais.
  • 8:09 - 8:12
    Por exemplo, estas, a vermelho,
    são todas as árvores mortas
  • 8:12 - 8:15
    que morreram na sequência da seca de 2010.
  • 8:15 - 8:18
    Esta área encontra-se na fronteira
    do Peru e do Brasil,
  • 8:18 - 8:20
    totalmente inexplorada,
  • 8:20 - 8:22
    quase totalmente
    desconhecida cientificamente.
  • 8:23 - 8:25
    Pensamos, como cientistas da Terra,
  • 8:25 - 8:27
    que as espécies vão ter que migrar
  • 8:27 - 8:30
    do leste do Brasil, por causa
    da mudança climática,
  • 8:30 - 8:32
    na direção do oeste, para os Andes
  • 8:32 - 8:33
    e subindo as montanhas
  • 8:33 - 8:37
    para minimizar a sua exposição
    à mudança climática.
  • 8:37 - 8:39
    Um dos problemas com isso
    é que os seres humanos
  • 8:39 - 8:42
    estão a destruir o oeste da Amazónia
    enquanto falamos.
  • 8:42 - 8:44
    Olhem para este corte
    de 100 km² na floresta,
  • 8:44 - 8:47
    criado pelos mineiros de ouro.
  • 8:47 - 8:49
    Vemos a floresta, a verde, em 3D,
  • 8:49 - 8:51
    e vemos os efeitos da mineração do ouro
  • 8:51 - 8:53
    abaixo da superfície do solo.
  • 8:54 - 8:57
    Obviamente, as espécies não têm
    para onde migrar num sistema como este.
  • 8:58 - 9:01
    Se nunca estiveram
    na Amazónia, deviam lá ir.
  • 9:01 - 9:03
    É sempre uma experiência surpreendente,
  • 9:03 - 9:05
    seja para onde forem.
  • 9:05 - 9:08
    Provavelmente, vão vê-la
    desta maneira, num rio.
  • 9:08 - 9:10
    Mas o que acontece é que, muitas vezes,
  • 9:10 - 9:12
    os rios escondem o que se está a passar
  • 9:12 - 9:13
    lá atrás na floresta.
  • 9:14 - 9:16
    Voámos por cimo deste mesmo rio,
  • 9:16 - 9:18
    representámos o sistema em 3D.
  • 9:18 - 9:19
    A floresta está à esquerda.
  • 9:19 - 9:22
    Podemos remover a floresta, digitalmente,
  • 9:22 - 9:25
    e ver o que está a acontecer
    por baixo das copas.
  • 9:25 - 9:28
    Neste caso, encontrámos atividade ilegal
    de mineração de ouro,
  • 9:28 - 9:30
    longe da margem do rio,
  • 9:30 - 9:32
    como podem ver nestas estranhas marcas
  • 9:32 - 9:34
    que aparecem no ecrã à direita.
  • 9:35 - 9:37
    Estamos a trabalhar com as autoridades
  • 9:37 - 9:39
    para tratar disto e de muitos
    outros problemas na região.
  • 9:41 - 9:44
    Assim, para implantar
    um plano de preservação
  • 9:44 - 9:46
    para estes corredores
    originais e importantes
  • 9:46 - 9:49
    como o oeste da Amazónia
    e o corredor da Amazónia andina,
  • 9:49 - 9:51
    temos que começar já a fazer
  • 9:51 - 9:54
    planos explícitos geograficamente.
  • 9:54 - 9:58
    Como podemos fazer isso, se não conhecemos
    a geografia da biodiversidade da região,
  • 9:58 - 10:00
    se ela é tão desconhecida da ciência?
  • 10:00 - 10:04
    Portanto temos usado
    a espectroscopia guiada a laser do OAC
  • 10:04 - 10:05
    para criar o primeiro mapa
  • 10:05 - 10:08
    da biodiversidade da floresta amazónica.
  • 10:08 - 10:11
    Aqui vemos dados atuais que mostram
    diversas espécies, a cores diferentes.
  • 10:11 - 10:14
    Os vermelhos são um tipo de espécie,
    os azuis são outro,
  • 10:14 - 10:16
    e os verdes são outro ainda.
  • 10:16 - 10:18
    Quando pegamos nisto tudo junto
  • 10:18 - 10:20
    e o dimensionamos a nível regional,
  • 10:20 - 10:23
    temos uma geografia completamente nova
  • 10:23 - 10:26
    de biodiversidade desconhecida
    antes deste trabalho.
  • 10:27 - 10:29
    Isto diz-nos onde muda
    a grande biodiversidade
  • 10:29 - 10:31
    de "habitat" para "habitat",
  • 10:31 - 10:34
    e é muito importante porque diz-nos muito
  • 10:34 - 10:36
    sobre os locais para onde
    as espécies podem migrar
  • 10:36 - 10:39
    e de onde podem migrar,
    quando o clima muda.
  • 10:39 - 10:42
    São estas as informações
    cruciais necessárias
  • 10:42 - 10:46
    a quem toma as decisões
    para desenvolver áreas protegidas
  • 10:46 - 10:49
    no contexto dos seus planos
    de desenvolvimento regional.
  • 10:49 - 10:51
    E a terceira e última pergunta é:
  • 10:51 - 10:53
    Como controlamos
    a biodiversidade num planeta
  • 10:53 - 10:55
    de ecossistemas protegidos?
  • 10:55 - 10:58
    O exemplo com que comecei
    sobre as caçadas dos leões,
  • 10:58 - 11:00
    foi um estudo que fizemos
  • 11:00 - 11:02
    por detrás da cerca de uma área protegida
  • 11:02 - 11:03
    na África do Sul.
  • 11:03 - 11:06
    A verdade é que grande parte
    da natureza de África
  • 11:06 - 11:08
    vai continuar a existir no futuro
  • 11:08 - 11:11
    em áreas protegidas
    como a que mostrei no ecrã, a azul.
  • 11:11 - 11:13
    Isto coloca uma pressão
    e uma responsabilidade incríveis
  • 11:13 - 11:15
    na gestão de parques.
  • 11:15 - 11:17
    É preciso fazer e tomar decisões
  • 11:17 - 11:20
    que beneficiarão todas as espécies
    que estão a proteger.
  • 11:21 - 11:24
    Algumas dessas decisões
    têm grandes impactos.
  • 11:24 - 11:26
    Por exemplo, quanto e onde
  • 11:26 - 11:28
    usar o fogo como uma ferramenta de gestão?
  • 11:28 - 11:32
    Ou, como lidar com grandes espécies,
    como os elefantes
  • 11:32 - 11:34
    que, no caso de grande aumento
    da sua população,
  • 11:34 - 11:38
    pode ter um impacto negativo
    no ecossistema e nas outras espécies.
  • 11:38 - 11:40
    E deixem-me dizer-vos,
    este tipo de dinâmica
  • 11:40 - 11:42
    tem um papel importante na paisagem.
  • 11:42 - 11:45
    O primeiro plano é uma área
    com muitos incêndios
  • 11:45 - 11:46
    e muitos elefantes.
  • 11:46 - 11:50
    É uma grande savana aberta, a azul,
    e só algumas árvores.
  • 11:50 - 11:51
    Assim que cruzamos esta cerca,
  • 11:51 - 11:54
    estamos a entrar na área
    que tem tido proteção contra o fogo
  • 11:54 - 11:56
    e nenhum elefante:
  • 11:56 - 11:59
    vegetação densa, um ecossistema
    radicalmente diferente.
  • 12:01 - 12:02
    Num lugar como o Parque Kruger,
  • 12:02 - 12:04
    o rápido aumento
    da densidade dos elefantes
  • 12:04 - 12:06
    é um verdadeiro problema.
  • 12:06 - 12:08
    Sei que é um assunto sensível
    para muita gente
  • 12:08 - 12:11
    e não há respostas fáceis para isto.
  • 12:11 - 12:13
    Mas o que é bom é que a tecnologia
    que desenvolvemos
  • 12:13 - 12:16
    e com que estamos a trabalhar
    na África do Sul, por exemplo,
  • 12:16 - 12:19
    está a permitir-nos criar um mapa
    cada árvore da savana,
  • 12:19 - 12:21
    e depois, através de repetidos voos,
  • 12:21 - 12:25
    podemos ver, a vermelho, quais as árvores
    que estão a ser empurradas por elefantes,
  • 12:25 - 12:28
    como veem na tela, e em que medida
    isso está a acontecer
  • 12:28 - 12:30
    em diversos tipos de paisagens na savana.
  • 12:30 - 12:32
    É dar aos gestores do parque
  • 12:32 - 12:36
    uma primeira oportunidade para usar
    estratégias táticas de gestão
  • 12:36 - 12:38
    que são mais diferenciadas
  • 12:38 - 12:41
    e não conduzem aos extremos
    que acabei de vos mostrar.
  • 12:44 - 12:47
    Assim, a forma como encaramos
    atualmente as áreas protegidas,
  • 12:47 - 12:50
    é pensar nelas como tendendo
    para um ciclo de vida,
  • 12:50 - 12:52
    em que temos gestão de fogo,
  • 12:52 - 12:57
    gestão de elefantes, esses impactos
    na estrutura do ecossistema
  • 12:57 - 13:00
    e depois os impactos que afetam tudo,
  • 13:00 - 13:03
    desde os insetos
    até aos predadores como os leões.
  • 13:03 - 13:05
    Indo mais além, planeio
    expandir consideravelmente
  • 13:05 - 13:07
    o observatório aéreo.
  • 13:07 - 13:09
    Espero colocar a tecnologia em órbita
  • 13:09 - 13:11
    para que possamos controlar
    o planeta inteiro
  • 13:11 - 13:13
    com tecnologias com esta.
  • 13:13 - 13:15
    Até lá, vão encontrar-me a voar
  • 13:15 - 13:17
    nalgum lugar remoto
    de que nunca ouviram falar.
  • 13:17 - 13:19
    Quero terminar dizendo que a tecnologia
  • 13:19 - 13:23
    é absolutamente fundamental
    para controlar o nosso planeta,
  • 13:23 - 13:25
    mas mais importante ainda é a compreensão
  • 13:25 - 13:27
    e a sabedoria para aplicá-la.
  • 13:27 - 13:28
    Obrigado.
  • 13:28 - 13:32
    (Aplausos)
Title:
A ecologia vista do ar
Speaker:
Greg Asner
Description:

Afinal, de que são feitas as nossas florestas? A partir do ar, o ecologista Greg Asner usa um espectrómetro e lasers muito potentes para criar um mapa da natureza em meticulosos caleidoscópios com detalhes em 3D — a que chama um "sistema de contabilidade de alta tecnologia" de carbono. Nesta fascinante palestra, Asner dá uma mensagem clara: Para salvar os nossos ecossistemas, precisamos de mais dados, reunidos de novas formas.

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English
Team:
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TEDTalks
Duration:
13:50
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