A ecologia vista do ar
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0:01 - 0:04A tecnologia pode mudar
a nossa compreensão da Natureza. -
0:05 - 0:08Vejam, por exemplo, o caso dos leões.
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0:08 - 0:10Durante séculos, disse-se que as leoas
-
0:10 - 0:13caçam sempre na savana aberta
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0:13 - 0:17e os leões não fazem nada
até a hora do jantar. -
0:17 - 0:20Também já ouviram dizer isto,
tenho a certeza. -
0:20 - 0:23Recentemente, chefiei
uma campanha de cartografia aérea -
0:23 - 0:25no Parque Nacional Kruger,
na África do Sul. -
0:25 - 0:28Os nossos colegas colocaram
coleiras de localização com GPS -
0:28 - 0:30em leões e leoas.
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0:30 - 0:32Registámos o seu comportamento de caça
a partir do ar. -
0:32 - 0:35Em baixo à esquerda mostra-se um leão
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0:35 - 0:37avaliando um grupo de impalas
antes de atacar. -
0:37 - 0:41À direita mostra-se aquilo
a que chamo o panorama do leão. -
0:41 - 0:44É a distância máxima a que
o leão pode ver em todas as direções -
0:44 - 0:47até que a sua visão seja obstruída
pela vegetação. -
0:47 - 0:51Descobrimos que os leões
não são os caçadores preguiçosos -
0:51 - 0:53que pensávamos que fossem.
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0:53 - 0:55Só que usam uma estratégia diferente.
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0:55 - 0:58Enquanto as leoas caçam na savana aberta
-
0:58 - 1:00em longas distâncias,
geralmente durante o dia, -
1:00 - 1:04os leões usam uma estratégia de emboscada
-
1:04 - 1:06por entre a vegetação densa
e, frequentemente, de noite. -
1:07 - 1:11Este vídeo mostra
os panoramas atuais de caça -
1:11 - 1:12dos leões, à esquerda,
-
1:12 - 1:14e das leoas, à direita.
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1:14 - 1:17O vermelho e as cores escuras
mostram vegetação mais densa. -
1:17 - 1:19O branco são os grandes espaços abertos.
-
1:19 - 1:22Este é o panorama,
literalmente ao nível dos olhos -
1:22 - 1:25de leões e leoas caçadores.
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1:25 - 1:27De repente, temos
uma compreensão muito clara -
1:27 - 1:31das condições incríveis
em que os leões caçam. -
1:32 - 1:33Trago este exemplo para começar,
-
1:33 - 1:37porque ele realça o pouco
que sabemos sobre a Natureza. -
1:38 - 1:41Há uma enorme quantidade
de trabalho feito até aqui -
1:41 - 1:44para tentar reduzir as nossas perdas
de florestas tropicais -
1:44 - 1:46e estamos a perder as florestas
num ritmo acelerado, -
1:46 - 1:48como se mostra a vermelho no diapositivo.
-
1:48 - 1:50Acho irónico que estejamos a fazer tanto,
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1:50 - 1:54e essas áreas ainda sejam bastante
desconhecidas para a ciência. -
1:54 - 1:56Como podemos salvar o que não conhecemos?
-
1:56 - 1:59Eu sou um ecologista global
e um explorador da Terra -
1:59 - 2:02com experiência em Física,
Química e Biologia -
2:02 - 2:05e em muitos outros assuntos aborrecidos
-
2:05 - 2:07mas, acima de tudo,
sou obcecado pelo que não sabemos -
2:07 - 2:09sobre o nosso planeta.
-
2:09 - 2:11Portanto, criei isto:
-
2:11 - 2:14o Observatório Aéreo Carnegie, ou OAC.
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2:14 - 2:16Pode parecer um avião
com uma pintura atraente, -
2:16 - 2:18mas está equipado com mais de 1000 kg
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2:18 - 2:21de sensores de alta tecnologia,
computadores -
2:21 - 2:23e uma equipa muito motivada
-
2:23 - 2:26de cientistas da Terra e de pilotos.
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2:26 - 2:27Temos dois instrumentos originais:
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2:27 - 2:29um chama-se espectrómetro de imagem
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2:29 - 2:32que mede a composição química das plantas
-
2:32 - 2:34quando voamos por cima delas.
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2:34 - 2:36O outro é um conjunto de lasers,
-
2:36 - 2:38lasers muito poderosos,
-
2:38 - 2:40que são disparados
da parte traseira do avião, -
2:40 - 2:45varrem o ecossistema
e medem-no quase 500 000 vezes por segundo -
2:45 - 2:48em alta resolução 3D.
-
2:48 - 2:51Esta é a imagem da ponte Golden Gate,
em São Francisco, -
2:51 - 2:53não longe de onde moro.
-
2:53 - 2:54Voámos por cima desta ponte,
-
2:54 - 2:56representámo-la em 3D
e captámos a sua cor -
2:56 - 2:58em poucos segundos.
-
2:58 - 3:00Mas o poder real do OAC
-
3:00 - 3:02é a capacidade de captar
a real dimensão dos blocos -
3:02 - 3:04dos ecossistemas.
-
3:04 - 3:07Esta é uma pequena cidade na Amazónia,
uma imagem captada pelo OAC. -
3:07 - 3:09Podemos percorrer os nossos dados
-
3:09 - 3:11e ver, por exemplo, a estrutura 3D
-
3:11 - 3:13da vegetação e dos edifícios,
-
3:13 - 3:15ou podemos usar a informação química
-
3:15 - 3:18para descobrir a velocidade
a que as plantas estão a crescer, -
3:18 - 3:20enquanto voamos por cima delas.
-
3:20 - 3:23Os rosas mais escuros são as plantas
que crescem mais depressa. -
3:23 - 3:25Podemos ver uma biodiversidade de formas
-
3:25 - 3:27que vocês nunca poderiam imaginar.
-
3:27 - 3:29Este é o aspeto duma floresta
-
3:29 - 3:31quando a sobrevoamos
num balão de ar quente. -
3:31 - 3:33Esta é a forma como vemos uma floresta,
-
3:33 - 3:35em cores caleidoscópicas que nos revelam
-
3:35 - 3:39que há muitas espécies
que vivem umas com as outras. -
3:38 - 3:40Mas é preciso lembrar que estas árvores
-
3:40 - 3:42são literalmente maiores que baleias.
-
3:42 - 3:45Isso significa que é impossível entendê-las
-
3:45 - 3:48quando caminhamos no solo por baixo delas.
-
3:48 - 3:53As nossas imagens são a 3D,
são químicas, são biológicas. -
3:53 - 3:55Isso diz-nos quais são as espécies
-
3:55 - 3:57que estão a viver na copa,
-
3:57 - 3:59mas dá-nos muito mais informações
-
3:59 - 4:02sobre as restantes espécies
que ocupam a floresta. -
4:03 - 4:04Eu criei o OAC
-
4:04 - 4:07para responder a perguntas
demasiado difíceis -
4:07 - 4:10para serem respondidas segundo
qualquer outro ponto de vista, -
4:10 - 4:13a partir do solo,
ou de sensores de satélite. -
4:13 - 4:15Quero partilhar convosco
três dessas perguntas. -
4:16 - 4:17A primeira pergunta é:
-
4:17 - 4:20Como controlamos
as nossas reservas de carbono -
4:20 - 4:22nas florestas tropicais?
-
4:22 - 4:26As árvores das florestas tropicais
contêm uma enorme quantidade de carbono -
4:26 - 4:28e precisamos de manter
o carbono nessas florestas -
4:28 - 4:31se quisermos evitar
um aquecimento global ainda maior. -
4:31 - 4:34Infelizmente, as emissões
globais de carbono -
4:34 - 4:35da desflorestação
-
4:35 - 4:38equivalem hoje a todo
o setor de transportes. -
4:38 - 4:42São todos os navios, aviões,
comboios e automóveis combinados. -
4:43 - 4:46É pois compreensível
que os negociadores políticos -
4:46 - 4:48tenham trabalhado muito
para reduzir a desflorestação, -
4:48 - 4:50mas eles estão a fazer isso em áreas
-
4:50 - 4:52que são pouco conhecidas da ciência.
-
4:52 - 4:55Se não soubermos exatamente
onde está o carbono, -
4:55 - 4:58em pormenor, como podemos saber
o que estamos a perder? -
4:58 - 5:01Precisamos de um sistema
de contabilidade de alta tecnologia. -
5:02 - 5:05Com o nosso sistema, estamos aptos
a ver a quantidade de carbono -
5:05 - 5:07das florestas tropicais
com grande pormenor. -
5:07 - 5:10O vermelho mostra, obviamente,
florestas tropicais de copas fechadas. -
5:10 - 5:12Vemos os cortes
-
5:12 - 5:15ou o corte da floresta
em amarelos e verdes. -
5:16 - 5:17É como cortar um bolo,
-
5:17 - 5:20só que este bolo é do tamanho duma baleia.
-
5:20 - 5:22Mas podemos aumentar a imagem
-
5:22 - 5:24e ver a floresta e as árvores
ao mesmo tempo. -
5:25 - 5:26O que é surpreendente é que,
-
5:26 - 5:29mesmo voando muito alto
por cima desta floresta, -
5:29 - 5:31depois, na análise, podemos entrar nela
-
5:31 - 5:33e percorrer as copas das árvores,
-
5:33 - 5:35folha a folha, ramo a ramo,
-
5:35 - 5:39tal como as outras espécies
que vivem nesta floresta -
5:39 - 5:42fazem nessas mesmas árvores.
-
5:42 - 5:45Temos estado a usar a tecnologia
para explorar e para mostrar -
5:45 - 5:48as primeiras geografias do carbono
em alta resolução -
5:48 - 5:51em lugares distantes
como a Bacia Amazónica -
5:51 - 5:53e em locais não tão distantes como os EUA
-
5:53 - 5:55e a América Central.
-
5:55 - 5:58Vou levar-vos numa primeira visita guiada,
de alta resolução, -
5:58 - 6:01às áreas de carbono do Peru
e depois do Panamá. -
6:02 - 6:05As cores vão mudar de vermelho para azul.
-
6:05 - 6:07A vermelho são os depósitos
muito altos de carbono, -
6:07 - 6:10a maior floresta de catedrais
que podem imaginar. -
6:10 - 6:12A azul são depósitos
muito baixos de carbono. -
6:12 - 6:14Digo-vos, o Peru sozinho
é um lugar surpreendente, -
6:14 - 6:16totalmente desconhecido até hoje,
-
6:16 - 6:18em termos da sua geografia de carbono.
-
6:18 - 6:20Podemos voar até ao norte do Peru
-
6:20 - 6:22e ver depósitos muito altos
de carbono a vermelho, -
6:22 - 6:26o rio Amazonas e a planície inundável
que ele divide ao meio. -
6:25 - 6:28Podemos ir para uma área
de total devastação -
6:28 - 6:29causada pela desflorestação, a azul,
-
6:29 - 6:32e o vírus da desflorestação
a espalhar-se, a laranja. -
6:32 - 6:35Podemos também voar para o sul dos Andes
-
6:35 - 6:37para ver a linha de árvores
e ver exatamente -
6:37 - 6:39como a geografia do carbono termina
-
6:39 - 6:42quando subimos a cadeia de montanhas.
-
6:42 - 6:44E podemos ir para o maior pântano
a oeste do Amazonas. -
6:44 - 6:46É um mundo de sonhos aquoso
-
6:46 - 6:48parecido com o "Avatar" de Jim Cameron.
-
6:48 - 6:52Podemos ir para o mais pequeno
dos países tropicais, o Panamá, -
6:52 - 6:55e ver também uma enorme gama
de variações de carbono, -
6:55 - 6:58desde o alto, a vermelho,
ao baixo, a azul. -
6:58 - 7:01Infelizmente, a maior parte do carbono
perde-se nas planícies, -
7:01 - 7:02mas vemos o que sobrou,
-
7:02 - 7:05em termos de depósitos altos de carbono,
a verde e vermelho, -
7:05 - 7:08é o material que está
no alto das montanhas. -
7:08 - 7:09Uma exceção interessante
-
7:09 - 7:11está bem no meio do ecrã.
-
7:11 - 7:14Vemos a zona de segurança
em torno do Canal do Panamá. -
7:14 - 7:15Está nos vermelhos e amarelos.
-
7:15 - 7:17As autoridades do canal usam a força
-
7:17 - 7:20para proteger a sua bacia hidrográfica
e o comércio global. -
7:20 - 7:22Este tipo de mapa do carbono
-
7:22 - 7:25alterou as políticas de preservação
e desenvolvimento de recursos. -
7:25 - 7:28Está a impulsionar a nossa capacidade
de salvar as florestas -
7:28 - 7:30e de abrandar a mudança climática.
-
7:30 - 7:32A segunda pergunta:
-
7:32 - 7:34Como nos preparamos
para a mudança climática -
7:34 - 7:36num lugar como a floresta amazônica?
-
7:36 - 7:38Deixem-me dizer-lhes,
passei muito tempo nesses lugares -
7:38 - 7:40e já estamos a ver o clima a mudar.
-
7:40 - 7:42As temperaturas estão a aumentar.
-
7:42 - 7:45O que acontece
é que estamos a ter muitas secas, -
7:45 - 7:46secas recorrentes.
-
7:46 - 7:49A mega-seca de 2010 está aqui
representada a vermelho, -
7:49 - 7:52e mostra uma área do tamanho
da Europa Ocidental. -
7:52 - 7:54A Amazónia estava tão seca em 2010
-
7:54 - 7:56que até a própria nascente do rio Amazonas
-
7:56 - 7:58secou parcialmente,
como podem ver na foto, -
7:58 - 8:00na parte inferior do diapositivo.
-
8:02 - 8:05Descobrimos que, em áreas muito remotas,
-
8:05 - 8:08estas secas estão a ter
um impacto muito negativo -
8:08 - 8:09nas florestas tropicais.
-
8:09 - 8:12Por exemplo, estas, a vermelho,
são todas as árvores mortas -
8:12 - 8:15que morreram na sequência da seca de 2010.
-
8:15 - 8:18Esta área encontra-se na fronteira
do Peru e do Brasil, -
8:18 - 8:20totalmente inexplorada,
-
8:20 - 8:22quase totalmente
desconhecida cientificamente. -
8:23 - 8:25Pensamos, como cientistas da Terra,
-
8:25 - 8:27que as espécies vão ter que migrar
-
8:27 - 8:30do leste do Brasil, por causa
da mudança climática, -
8:30 - 8:32na direção do oeste, para os Andes
-
8:32 - 8:33e subindo as montanhas
-
8:33 - 8:37para minimizar a sua exposição
à mudança climática. -
8:37 - 8:39Um dos problemas com isso
é que os seres humanos -
8:39 - 8:42estão a destruir o oeste da Amazónia
enquanto falamos. -
8:42 - 8:44Olhem para este corte
de 100 km² na floresta, -
8:44 - 8:47criado pelos mineiros de ouro.
-
8:47 - 8:49Vemos a floresta, a verde, em 3D,
-
8:49 - 8:51e vemos os efeitos da mineração do ouro
-
8:51 - 8:53abaixo da superfície do solo.
-
8:54 - 8:57Obviamente, as espécies não têm
para onde migrar num sistema como este. -
8:58 - 9:01Se nunca estiveram
na Amazónia, deviam lá ir. -
9:01 - 9:03É sempre uma experiência surpreendente,
-
9:03 - 9:05seja para onde forem.
-
9:05 - 9:08Provavelmente, vão vê-la
desta maneira, num rio. -
9:08 - 9:10Mas o que acontece é que, muitas vezes,
-
9:10 - 9:12os rios escondem o que se está a passar
-
9:12 - 9:13lá atrás na floresta.
-
9:14 - 9:16Voámos por cimo deste mesmo rio,
-
9:16 - 9:18representámos o sistema em 3D.
-
9:18 - 9:19A floresta está à esquerda.
-
9:19 - 9:22Podemos remover a floresta, digitalmente,
-
9:22 - 9:25e ver o que está a acontecer
por baixo das copas. -
9:25 - 9:28Neste caso, encontrámos atividade ilegal
de mineração de ouro, -
9:28 - 9:30longe da margem do rio,
-
9:30 - 9:32como podem ver nestas estranhas marcas
-
9:32 - 9:34que aparecem no ecrã à direita.
-
9:35 - 9:37Estamos a trabalhar com as autoridades
-
9:37 - 9:39para tratar disto e de muitos
outros problemas na região. -
9:41 - 9:44Assim, para implantar
um plano de preservação -
9:44 - 9:46para estes corredores
originais e importantes -
9:46 - 9:49como o oeste da Amazónia
e o corredor da Amazónia andina, -
9:49 - 9:51temos que começar já a fazer
-
9:51 - 9:54planos explícitos geograficamente.
-
9:54 - 9:58Como podemos fazer isso, se não conhecemos
a geografia da biodiversidade da região, -
9:58 - 10:00se ela é tão desconhecida da ciência?
-
10:00 - 10:04Portanto temos usado
a espectroscopia guiada a laser do OAC -
10:04 - 10:05para criar o primeiro mapa
-
10:05 - 10:08da biodiversidade da floresta amazónica.
-
10:08 - 10:11Aqui vemos dados atuais que mostram
diversas espécies, a cores diferentes. -
10:11 - 10:14Os vermelhos são um tipo de espécie,
os azuis são outro, -
10:14 - 10:16e os verdes são outro ainda.
-
10:16 - 10:18Quando pegamos nisto tudo junto
-
10:18 - 10:20e o dimensionamos a nível regional,
-
10:20 - 10:23temos uma geografia completamente nova
-
10:23 - 10:26de biodiversidade desconhecida
antes deste trabalho. -
10:27 - 10:29Isto diz-nos onde muda
a grande biodiversidade -
10:29 - 10:31de "habitat" para "habitat",
-
10:31 - 10:34e é muito importante porque diz-nos muito
-
10:34 - 10:36sobre os locais para onde
as espécies podem migrar -
10:36 - 10:39e de onde podem migrar,
quando o clima muda. -
10:39 - 10:42São estas as informações
cruciais necessárias -
10:42 - 10:46a quem toma as decisões
para desenvolver áreas protegidas -
10:46 - 10:49no contexto dos seus planos
de desenvolvimento regional. -
10:49 - 10:51E a terceira e última pergunta é:
-
10:51 - 10:53Como controlamos
a biodiversidade num planeta -
10:53 - 10:55de ecossistemas protegidos?
-
10:55 - 10:58O exemplo com que comecei
sobre as caçadas dos leões, -
10:58 - 11:00foi um estudo que fizemos
-
11:00 - 11:02por detrás da cerca de uma área protegida
-
11:02 - 11:03na África do Sul.
-
11:03 - 11:06A verdade é que grande parte
da natureza de África -
11:06 - 11:08vai continuar a existir no futuro
-
11:08 - 11:11em áreas protegidas
como a que mostrei no ecrã, a azul. -
11:11 - 11:13Isto coloca uma pressão
e uma responsabilidade incríveis -
11:13 - 11:15na gestão de parques.
-
11:15 - 11:17É preciso fazer e tomar decisões
-
11:17 - 11:20que beneficiarão todas as espécies
que estão a proteger. -
11:21 - 11:24Algumas dessas decisões
têm grandes impactos. -
11:24 - 11:26Por exemplo, quanto e onde
-
11:26 - 11:28usar o fogo como uma ferramenta de gestão?
-
11:28 - 11:32Ou, como lidar com grandes espécies,
como os elefantes -
11:32 - 11:34que, no caso de grande aumento
da sua população, -
11:34 - 11:38pode ter um impacto negativo
no ecossistema e nas outras espécies. -
11:38 - 11:40E deixem-me dizer-vos,
este tipo de dinâmica -
11:40 - 11:42tem um papel importante na paisagem.
-
11:42 - 11:45O primeiro plano é uma área
com muitos incêndios -
11:45 - 11:46e muitos elefantes.
-
11:46 - 11:50É uma grande savana aberta, a azul,
e só algumas árvores. -
11:50 - 11:51Assim que cruzamos esta cerca,
-
11:51 - 11:54estamos a entrar na área
que tem tido proteção contra o fogo -
11:54 - 11:56e nenhum elefante:
-
11:56 - 11:59vegetação densa, um ecossistema
radicalmente diferente. -
12:01 - 12:02Num lugar como o Parque Kruger,
-
12:02 - 12:04o rápido aumento
da densidade dos elefantes -
12:04 - 12:06é um verdadeiro problema.
-
12:06 - 12:08Sei que é um assunto sensível
para muita gente -
12:08 - 12:11e não há respostas fáceis para isto.
-
12:11 - 12:13Mas o que é bom é que a tecnologia
que desenvolvemos -
12:13 - 12:16e com que estamos a trabalhar
na África do Sul, por exemplo, -
12:16 - 12:19está a permitir-nos criar um mapa
cada árvore da savana, -
12:19 - 12:21e depois, através de repetidos voos,
-
12:21 - 12:25podemos ver, a vermelho, quais as árvores
que estão a ser empurradas por elefantes, -
12:25 - 12:28como veem na tela, e em que medida
isso está a acontecer -
12:28 - 12:30em diversos tipos de paisagens na savana.
-
12:30 - 12:32É dar aos gestores do parque
-
12:32 - 12:36uma primeira oportunidade para usar
estratégias táticas de gestão -
12:36 - 12:38que são mais diferenciadas
-
12:38 - 12:41e não conduzem aos extremos
que acabei de vos mostrar. -
12:44 - 12:47Assim, a forma como encaramos
atualmente as áreas protegidas, -
12:47 - 12:50é pensar nelas como tendendo
para um ciclo de vida, -
12:50 - 12:52em que temos gestão de fogo,
-
12:52 - 12:57gestão de elefantes, esses impactos
na estrutura do ecossistema -
12:57 - 13:00e depois os impactos que afetam tudo,
-
13:00 - 13:03desde os insetos
até aos predadores como os leões. -
13:03 - 13:05Indo mais além, planeio
expandir consideravelmente -
13:05 - 13:07o observatório aéreo.
-
13:07 - 13:09Espero colocar a tecnologia em órbita
-
13:09 - 13:11para que possamos controlar
o planeta inteiro -
13:11 - 13:13com tecnologias com esta.
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13:13 - 13:15Até lá, vão encontrar-me a voar
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13:15 - 13:17nalgum lugar remoto
de que nunca ouviram falar. -
13:17 - 13:19Quero terminar dizendo que a tecnologia
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13:19 - 13:23é absolutamente fundamental
para controlar o nosso planeta, -
13:23 - 13:25mas mais importante ainda é a compreensão
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13:25 - 13:27e a sabedoria para aplicá-la.
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13:27 - 13:28Obrigado.
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13:28 - 13:32(Aplausos)
- Title:
- A ecologia vista do ar
- Speaker:
- Greg Asner
- Description:
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Afinal, de que são feitas as nossas florestas? A partir do ar, o ecologista Greg Asner usa um espectrómetro e lasers muito potentes para criar um mapa da natureza em meticulosos caleidoscópios com detalhes em 3D — a que chama um "sistema de contabilidade de alta tecnologia" de carbono. Nesta fascinante palestra, Asner dá uma mensagem clara: Para salvar os nossos ecossistemas, precisamos de mais dados, reunidos de novas formas.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 13:50
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