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O "bullying" pelos olhos e ouvidos de um observador | Craig Crawford | TEDxHelena

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    Sou diretor duma escola primária
    aqui na cidade.
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    Trabalho no ensino há 17 anos.
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    Uma das coisas que adoro
    no trabalho com miúdos
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    é que a honestidade deles,
    por vezes, chega a assustar-nos.
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    Centenas de miúdos que me dizem
    que preciso de emagrecer uns quilos,
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    que o meu cabelo está a ficar grisalho,
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    e outra coisas que tenho de melhorar.
  • 0:28 - 0:29
    (Risos)
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    Mas, às vezes, dizem coisas
    que passam dos limites,
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    e até são agressivos.
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    Aquilo que ensinamos vai muito além
    da parte meramente académica.
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    Algumas das lições mais importantes
    ocorrem no recreio todos os dias.
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    Um conflito no baloiço
    pode tornar-se uma lição de vida.
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    Quando vejo o noticiário
    sobre coisas em Washington,
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    há ali algumas pessoas
  • 0:50 - 0:53
    que mereciam ser privadas de recreio.
  • 0:53 - 0:54
    (Risos)
  • 0:55 - 0:58
    Mas tentar que os miúdos percebam
    que tudo tem a sua hora e o seu lugar,
  • 0:58 - 1:00
    pode ser muito complicado,
  • 1:00 - 1:02
    e fazê-los compreender essas lições.
  • 1:02 - 1:06
    Às vezes, as coisas que eles dizem
    podem tornar-se agressivas,
  • 1:06 - 1:09
    mas devemos fazer a pergunta:
    "Afinal, o que é o 'bullying'?"
  • 1:09 - 1:11
    Vamos analisar.
  • 1:11 - 1:15
    A definição de "bullying" diz respeito
    a um desequilíbrio do poder,
  • 1:16 - 1:18
    e tem de ser repetitivo,
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    tem de ser contínuo
    e ter uma vítima para isso.
  • 1:23 - 1:27
    Às vezes, um miúdo diz uma coisa
    ou faz uma coisa cruel
  • 1:27 - 1:30
    ou antipática
  • 1:30 - 1:31
    mas, se só foi uma vez,
  • 1:31 - 1:34
    não se configura "bullying".
  • 1:34 - 1:38
    É apenas a ocasião
    de lhe dar una lição de vida.
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    Mas é o comportamento
    contínuo que os miúdos têm
  • 1:40 - 1:44
    que pode ser considerado
    como "bullying".
  • 1:44 - 1:48
    Parte disso é aprendido
    e não ocorre só com os miúdos.
  • 1:48 - 1:49
    podem ser adultos.
  • 1:49 - 1:51
    Se pensarem um pouco
  • 1:51 - 1:54
    e recordarem quem foi
    o vosso professor favorito na escola,
  • 1:54 - 1:57
    provavelmente não me irão falar
    da matéria que ele ensinava,
  • 1:57 - 2:01
    de quando usaram
    aquela coisa da trigonometria,
  • 2:01 - 2:04
    ou qualquer coisa como ser possível
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    desenvolver e decompor um polinómio.
  • 2:08 - 2:10
    Vão falar da relação que tinham com ele,
  • 2:10 - 2:13
    da forma como ele sabia
    que vocês se podiam esforçar mais,
  • 2:13 - 2:15
    e não vos largariam
    até vocês melhorarem.
  • 2:15 - 2:17
    Aí também pode haver intimidação.
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    Sou uma pessoa
    da matemática e da ciência,
  • 2:20 - 2:23
    em parte porque este lado
    do meu cérebro é muito racional;
  • 2:23 - 2:27
    já este lado, bem, há algo errado aqui.
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    Mas também por causa de uma
    professora de línguas que tive no 7.º ano.
  • 2:31 - 2:33
    Ela decidiu que não gostava de mim.
  • 2:34 - 2:36
    E eu decidi que era
    um sentimento recíproco.
  • 2:36 - 2:41
    E foi assim que se passou o ano,
    mas era ela quem tinha poder.
  • 2:41 - 2:44
    Ela era a pessoa que tinha
    o controlo das coisas
  • 2:44 - 2:47
    e fazia questão de
    me diminuir como escritor.
  • 2:47 - 2:50
    Em parte, isso foi por causa
    deste lado do meu cérebro,
  • 2:50 - 2:52
    eu escrevi essa quantidade,
    e não essa quantidade,
  • 2:52 - 2:55
    Mas ela fazia-me sentir
    minúsculo como escritor,
  • 2:55 - 2:57
    e era ela quem mandava.
  • 2:57 - 2:59
    Os adultos também podem fazer isso.
  • 2:59 - 3:02
    Mas há estatísticas sobre
    o que é o "bullying",
  • 3:02 - 3:04
    portanto, vamos dar uma olhadela.
  • 3:04 - 3:06
    Essencialmente, e para abreviar,
  • 3:06 - 3:09
    um em cada cinco miúdos
    relata ter sido vítima de "bullying".
  • 3:09 - 3:12
    Portanto, se olharem para
    as duas pessoas à vossa direita
  • 3:12 - 3:14
    e para as duas pessoas à vossa esquerda,
  • 3:14 - 3:17
    é provável que uma de vocês
    também tenha sido vítima de "bullying".
  • 3:18 - 3:21
    Eu até arriscaria dizer
    que talvez tenha sido mais de uma.
  • 3:21 - 3:25
    Mas os miúdos, às vezes, não se queixam
    ou não percebem que é "bullying".
  • 3:25 - 3:28
    Pensam que são apenas
    trocas de galhardetes.
  • 3:29 - 3:32
    Às vezes com a minha família
    ou com amigos meus,
  • 3:32 - 3:36
    trocamos certas palavras que,
    quem as ouvisse, certamente diria:
  • 3:36 - 3:38
    "Bolas, alguém acabou de ser agredido".
  • 3:39 - 3:42
    Mas pode ser só a maneira
    como falamos uns com os outros.
  • 3:42 - 3:47
    No entanto, as estatísticas
    levam-me a este outro diapositivo.
  • 3:47 - 3:50
    Temos aqui duas representações
    de "bullying".
  • 3:50 - 3:52
    A que está do lado esquerdo
  • 3:52 - 3:54
    é a típica imagem de "bullying"
    que imaginamos.
  • 3:55 - 3:59
    Há o grandalhão agressivo que vai
    bater num miúdo mais pequena
  • 3:59 - 4:04
    que mostra um olhar de medo
    porque sabe o que vai acontecer.
  • 4:04 - 4:07
    Todos nós já estivemos nessa situação
    ou já vimos alguém estar.
  • 4:08 - 4:09
    Entendemos bem esta imagem.
  • 4:09 - 4:11
    Mas vou falar da outra imagem
  • 4:11 - 4:14
    e também me vou prolongar
    mais um pouco sobre ela,
  • 4:14 - 4:16
    porque quero que pensem melhor
  • 4:16 - 4:19
    no que está a ocorrer
    do que na vítima em si.
  • 4:19 - 4:23
    Temos o miúdo
    que é considerado como o alvo,
  • 4:23 - 4:26
    e vemos que os agressores
    olham para ela de forma intimidante.
  • 4:26 - 4:29
    O olhar do miúdo é real.
  • 4:29 - 4:31
    É medo,
  • 4:31 - 4:34
    é o medo de "Será que vou
    apanhar agora?
  • 4:34 - 4:35
    "Como é que vai ser?
  • 4:35 - 4:38
    "O que é que vai acontecer depois?"
  • 4:38 - 4:40
    Nós conhecemos o aspeto
    das vítimas de "bullying",
  • 4:40 - 4:42
    mas vou falar sobre
    os outros miúdos,
  • 4:42 - 4:45
    e queria que refletissem neles
    num contexto maior.
  • 4:46 - 4:48
    O "assistente" — falemos dele
    por instantes.
  • 4:48 - 4:51
    Este miúdo provavelmente
    fica ao canto e pensa:
  • 4:51 - 4:53
    "Sou amigo do agressor. Alinho.
  • 4:53 - 4:58
    "Tenho alguma proteção já que
    agora faço parte do grupo."
  • 4:58 - 5:01
    A má notícia para este miúdo
  • 5:01 - 5:03
    é que ele talvez esteja enganado.
  • 5:03 - 5:05
    Será agredido por outro miúdo qualquer.
  • 5:06 - 5:08
    Falemos então do agressor.
  • 5:08 - 5:12
    Verifico que a maioria
    dos miúdos que agridem
  • 5:12 - 5:15
    são agredidos de qualquer forma,
    de qualquer modo.
  • 5:15 - 5:16
    Então, para o agressor,
  • 5:17 - 5:19
    é como passar a estar
    no comando dessa situação,
  • 5:19 - 5:21
    ser capaz de controlar algo
  • 5:21 - 5:26
    e aquele miúdo, o seu alvo,
    permite-lhe ter esse controlo
  • 5:26 - 5:29
    já que ele próprio não o tem
    noutras áreas da sua vida.
  • 5:29 - 5:31
    Temos os miúdos que apoiam,
  • 5:31 - 5:33
    "Dá-lhe! Dá-lhe! Dá-lhe!"
  • 5:33 - 5:35
    Não que eu tenha ouvido isso.
  • 5:36 - 5:40
    Mas o que talvez eles estejam
    a querer dizer com "dá-lhe!"
  • 5:40 - 5:43
    seja um sinónimo para
    "Graças a Deus não sou eu."
  • 5:44 - 5:46
    Para alguns destes miúdos,
    é isso que conta.
  • 5:47 - 5:50
    Eles podem ser vítimas de coisas
    no mundo deles.
  • 5:50 - 5:52
    então, o facto de que
    isso acontece noutro sítio
  • 5:52 - 5:54
    é do que realmente eles falam.
  • 5:54 - 5:57
    Os que ficam de fora
    são uma mistura curiosa.
  • 5:57 - 5:59
    Quando eu falar deles,
    vocês podem pensar: "OK..."
  • 6:00 - 6:01
    mas acompanhem-me.
  • 6:01 - 6:03
    As raparigas, se olharmos para elas,
  • 6:03 - 6:05
    têm um olhar parecido com o da vítima.
  • 6:05 - 6:08
    Pode haver algumas
    que só observam e dizem:
  • 6:08 - 6:10
    "Isto é mesmo horrível."
  • 6:11 - 6:14
    Isso pode acontecer por causa
    do que acontece no mundo delas.
  • 6:14 - 6:16
    Se refletirmos sobre isso,
  • 6:16 - 6:19
    as raparigas podem ser vítimas
    de abuso físico,
  • 6:19 - 6:22
    de algo nada bom que ocorra
    no mundo delas.
  • 6:22 - 6:26
    Assim, elas assistem a algo
    que pode ser muito difícil para elas.
  • 6:26 - 6:29
    O miúdo perto do cacifo
    exprime-se com um "Uhhh..."
  • 6:31 - 6:33
    Vejo miúdos assim.
  • 6:33 - 6:35
    Para aquele miúdo, é como:
  • 6:35 - 6:38
    "Espero que isso seja a pior coisa
    que eu tenha de enfrentar hoje."
  • 6:39 - 6:41
    Assim, aquele bocejo soa como:
  • 6:41 - 6:44
    "Finjo não estar muito interessado nisto"
  • 6:44 - 6:45
    mas também pode ser:
  • 6:45 - 6:48
    "Gostava que isto fosse tudo por hoje
  • 6:48 - 6:50
    "porque lá em casa
    vai acontecer o mesmo"
  • 6:50 - 6:53
    ou "Mais tarde, isto vai acontecer."
  • 6:53 - 6:57
    Algumas pessoas dirão que os
    miúdos precisam de endurecer.
  • 6:59 - 7:02
    Posso dizer-vos, há miúdos
    a chegar à minha escola, todos os dias,
  • 7:02 - 7:05
    que são mais rijos que o Super-homem,
    verdadeiros heróis,
  • 7:05 - 7:07
    com o que aguentam fora da escola
  • 7:07 - 7:10
    e chegam interessados em aprender.
  • 7:10 - 7:12
    Uma frase que gosto de repetir é:
  • 7:12 - 7:15
    "Precisamos de cuidar das
    necessidades básicas dos miúdos
  • 7:15 - 7:18
    "antes mesmo de aplicar
    os objetivos educacionais",
  • 7:18 - 7:20
    ou seja, as necessidades deles
    estão satisfeitas?
  • 7:20 - 7:22
    Se um miúdo vem ter comigo
    logo pela manhã
  • 7:22 - 7:25
    e está com fome, não dormiu bem,
  • 7:25 - 7:27
    foi violentado ou coisa assim,
  • 7:27 - 7:29
    e a primeira coisa que fazemos é dizer:
  • 7:29 - 7:32
    "Toma lá uns exercícios
    de matemática, toca a trabalhar",
  • 7:32 - 7:33
    ele não vai prestar atenção.
  • 7:33 - 7:35
    Isso não tem o menor valor para ele.
  • 7:35 - 7:37
    O que ele quer é:
    "Vou comer ou não?"
  • 7:38 - 7:40
    Mas voltemos ao amigo
    que está a bocejar.
  • 7:41 - 7:44
    Repito, pode haver coisas
    que ocorrem no mundo dele
  • 7:44 - 7:46
    que eu gostava que vocês considerassem
  • 7:46 - 7:50
    porque, como estes miúdos
    se envolvem nestas cenas
  • 7:51 - 7:53
    arrastam outros
    para lugares sombrios.
  • 7:53 - 7:55
    Se há miúdos que começam
    a brigar no recreio
  • 7:55 - 7:56
    e vêm ter comigo e dizem:,
  • 7:57 - 7:59
    "A gente só estava a brigar,
    qual é o problema?"
  • 7:59 - 8:02
    eu respondo:
    "Vocês os dois estavam a brigar.
  • 8:02 - 8:04
    "Vamos conversar sobre isso.
  • 8:05 - 8:08
    "Esta pessoa aqui
    é fisicamente agredida em casa.
  • 8:08 - 8:11
    "Por isso, sempre que ela
    assiste a violência física,
  • 8:11 - 8:14
    "isso transporta-a a um lugar sombrio.
  • 8:14 - 8:16
    "Mas nós só estávamos
    a chamar nomes um ao outro,
  • 8:16 - 8:18
    "é como falamos um com o outro."
  • 8:18 - 8:20
    "Esta pessoa é violentada
    moralmente em casa.
  • 8:20 - 8:21
    "É humilhada em toda a parte.
  • 8:21 - 8:25
    "Por isso, quando ela ouve isso,
    isso transporta-a a um lugar sombrio."
  • 8:25 - 8:26
    Muitos olham para mim e dizem:
  • 8:26 - 8:29
    "Esse miúdo nunca sofreu 'bullying'.
    Vejam o tamanho dele!"
  • 8:29 - 8:30
    Errado.
  • 8:30 - 8:34
    Sofri muito "bullying" em miúdo,
    às vezes, por causa do meu tamanho.
  • 8:34 - 8:36
    Eu era o grandalhão, o gigante, o girafa,
  • 8:36 - 8:38
    todas essas coisas.
  • 8:38 - 8:44
    Mas eu também era vítima de violência
    moral e física em casa.
  • 8:44 - 8:47
    Não dos meus pais! Que fique claro!
  • 8:50 - 8:52
    Mas é algo muito pessoal e íntimo.
  • 8:52 - 8:54
    Então, sempre que vejo "bullying",
  • 8:54 - 8:58
    tenho uma reação muito concreta,
    visceral, sempre que isso acontece.
  • 9:00 - 9:04
    Então, qual é a melhor maneira
    de combater o "bullying"?
  • 9:04 - 9:06
    Vejamos.
  • 9:06 - 9:08
    Vou tentar ler isto:
  • 9:08 - 9:11
    "A ação de perceber, de ter consciência,
    de estar sensível,
  • 9:11 - 9:14
    "de experimentar indiretamente..."
    e todas essas palavras enormes.
  • 9:14 - 9:18
    Vamos, portanto, simplificar:
    meter-se na pele de alguém,
  • 9:18 - 9:22
    — em sentido figurado, é claro —
  • 9:23 - 9:26
    O que eu quero dizer é que se coloquem
    no lugar da outra pessoa.
  • 9:26 - 9:30
    Faço painéis de impacto sobre vítimas
    para o Departamento de Correção.
  • 9:30 - 9:33
    Uma escola em que eu trabalhava
    foi roubada há uns anos
  • 9:33 - 9:36
    e puseram-me a conversar
    com os detidos
  • 9:36 - 9:38
    sobre o impacto em cadeia
    dos crimes deles,
  • 9:38 - 9:42
    porque eles pensam: "Roubamos coisas
    que vendemos. Qual é o problema?"
  • 9:42 - 9:44
    Tentamos fazê-los entender
    o contexto maior
  • 9:44 - 9:46
    do facto de que, ao roubar as coisas,
  • 9:46 - 9:48
    precisamos de repor essas coisas.
  • 9:48 - 9:52
    e por isso, não podemos comprar
    coisas novas para os miúdos
  • 9:52 - 9:56
    e isso tem impacto nos pais e na perceção
    deles sobre a segurança da escola.
  • 9:56 - 9:57
    Posso dizer-vos
  • 9:57 - 9:59
    que passei muito tempo, nos últimos dias
  • 9:59 - 10:02
    a lidar com a insegurança
    dos pais em relação à escola.
  • 10:03 - 10:06
    Não tínhamos tido nenhum problema,
    mas agora já temos alguns.
  • 10:06 - 10:09
    Então, tentamos conseguir
    que os detidos pensem no contexto social
  • 10:09 - 10:12
    de que não é somente
    a vítima do roubo que perde,
  • 10:12 - 10:15
    mas que as coisas que fazemos
    têm impacto nas pessoas à nossa volta.
  • 10:15 - 10:17
    Os meus dois filhos desobedientes,
  • 10:17 - 10:20
    que estão agora com 20 e 21 anos,
  • 10:20 - 10:22
    dir-vos-ão que ouviram o pai dizer:
  • 10:22 - 10:25
    "Ninguém tem o direito
    de estragar o dia a alguém."
  • 10:26 - 10:29
    Isso é pensar nos outros e tentar
    que os miúdos compreendam.
  • 10:29 - 10:32
    Estou sempre na escola a trabalhar
    com os meus alunos
  • 10:32 - 10:33
    para que percebam isto melhor.
  • 10:33 - 10:36
    Todas as manhãs,
    durante os avisos, eu digo:
  • 10:36 - 10:38
    "Hoje, vocês têm duas tarefas:
  • 10:38 - 10:41
    "Usem as mãos, os pés
    e os vossos objetos só para vocês.
  • 10:41 - 10:44
    "Também quero que digam,
    três coisas agradáveis
  • 10:44 - 10:46
    "a qualquer pessoa da escola.
  • 10:46 - 10:48
    "Encontrem três pessoas,
    e digam-lhes qualquer coisa amável,
  • 10:48 - 10:50
    "esqueçam as grosserias."
  • 10:51 - 10:53
    Mas é mais fácil dizer do que fazer.
  • 10:53 - 10:55
    O que tentamos trabalhar com os miúdos
  • 10:55 - 10:58
    é que a regra de ouro
    também é uma regra boa.
  • 10:58 - 11:01
    "Quando falamos da nossa escola,
    se todos fizerem isso,
  • 11:01 - 11:04
    "então milhares de coisas boas
    serão ditas nesse dia.
  • 11:04 - 11:07
    "Isso não fará a diferença
    na vida das pessoas?"
  • 11:07 - 11:10
    Além de ser um ótimo desafio
    andar por aí, como se fôssemos adultos,
  • 11:10 - 11:13
    a dizer: "Certo, hoje vou encontrar
    três pessoas e dizer:
  • 11:13 - 11:16
    "Olá, gostei da forma como estacionou
    o seu carro — super."
  • 11:16 - 11:18
    em vez de dizer: "Não posso acreditar..."
  • 11:18 - 11:20
    (Risos)
  • 11:20 - 11:22
    Mas não quero que se riam
    quando se lembrarem
  • 11:22 - 11:25
    do que lhe disseram sobre a forma
    como ele estacionou o carro.
  • 11:25 - 11:27
    (Risos)
  • 11:27 - 11:30
    Se todos disséssemos três coisas amáveis,
  • 11:30 - 11:32
    que tipo de mudança isso causaria?
  • 11:32 - 11:34
    Portanto, esse seria o desafio
    que coloco hoje,
  • 11:34 - 11:36
    Num esforço contra o "bullying",
  • 11:36 - 11:39
    tentem fazer as pessoas
    pensar para além do óbvio.
  • 11:39 - 11:41
    Quem está a ouvir a mensagem
    que vocês estão a dizer?
  • 11:41 - 11:45
    Quem está a ver a mensagem
    que vocês estão a transmitir?
  • 11:45 - 11:47
    Pensem nisso
  • 11:47 - 11:50
    para além da pessoa
    com quem estão a falar.
  • 11:50 - 11:53
    Garanto, é um grande desafio
    para miúdos da escola primária,
  • 11:53 - 11:56
    um grande desafio para mim que sou
    "velho, grisalho e com peso a mais",
  • 11:57 - 11:58
    como os miúdos me dizem.
  • 11:59 - 12:01
    É isto que gostava
    que levassem hoje para casa.
  • 12:02 - 12:03
    Obrigado.
  • 12:03 - 12:05
    (Aplausos)
Title:
O "bullying" pelos olhos e ouvidos de um observador | Craig Crawford | TEDxHelena
Description:

O que é "bullying" e qual a frequência com que isso ocorre nas nossas escolas? Qual a sua raiz e o que podemos fazer para combatê-lo efetivamente?

Craig Crawford trabalha como educador há 17 anos, é diretor escolar há oito anos, é assistente de diretoria há quatro anos, e professor há cinco anos. Craig tem experiência de trabalhar com crianças desde o pré-escolar a alunos adultos. Foi vítima de "bullying" e trabalha com pessoas que praticam "bullying" no seu atual cargo.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
12:11

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