Return to Video

A arte do labirinto | Adrian Fisher | TEDxCapeMay

  • 0:23 - 0:26
    Os americanos são
    comunicadores compulsivos,
  • 0:26 - 0:28
    obviamente, tal como esta conferência.
  • 0:28 - 0:30
    Mas o que me surpreende
    é que levam isso muito a peito,
  • 0:30 - 0:32
    individualmente.
  • 0:32 - 0:36
    Uma vez, passei um tempo
    numa casa de campo em Maryland.
  • 0:36 - 0:40
    Estava na casa de banho,
    a lavar os dentes,
  • 0:40 - 0:43
    virei-me e olhei para cima.
  • 0:43 - 0:46
    Descobri recados
    na parede da casa de banho:
  • 0:46 - 0:48
    "Escolhe o teu parceiro na vida
    cuidadosamente.
  • 0:49 - 0:53
    "95% da tua felicidade ou não
    depende dessa decisão".
  • 0:54 - 0:55
    (Risos)
  • 0:56 - 0:59
    Tenho de guardar a escova de dentes.
  • 1:01 - 1:04
    Isso aconteceu antes do pequeno almoço.
  • 1:04 - 1:07
    Quando o meu anfitrião me convidou
    para vir falar aqui,
  • 1:07 - 1:11
    muito amavelmente, perguntou-me
    se eu ia trazer a minha noiva.
  • 1:12 - 1:14
    Eu disse: "Infelizmente, não".
  • 1:14 - 1:16
    Mas isso deixou-me a pensar.
  • 1:16 - 1:20
    A minha mulher Marie e eu
    temos seis netos.
  • 1:20 - 1:23
    O nosso filho mais novo tem 16 anos.
  • 1:23 - 1:27
    Em Inglaterra, a palavra "noiva"
    refere-se apenas ao dia do casamento.
  • 1:28 - 1:31
    Mas fiquei muito honrado
    por ele ter reconhecido em Marie
  • 1:31 - 1:33
    as qualidades maravilhosas de uma noiva
  • 1:33 - 1:36
    que nos dão tanta felicidade
    todos os dias.
  • 1:38 - 1:40
    Cá está ela, estão a ver?
  • 1:40 - 1:42
    Felizmente, somos todos diferentes.
  • 1:42 - 1:45
    O parceiro ideal para cada um de nós,
    é alguém diferente,
  • 1:45 - 1:49
    assim, há espaço para milhões
    de esposas com qualidades de noivas
  • 1:49 - 1:52
    e, esperemos, muitos maridos
    com qualidades de noivos.
  • 1:52 - 1:57
    Por isso, 95% da nossa procura
    de felicidade já está assegurada.
  • 1:57 - 1:59
    (Risos)
  • 2:00 - 2:03
    Ok, virando-me para os outros 5%
  • 2:06 - 2:08
    — eu sou um artista.
  • 2:08 - 2:12
    A forma de arte que escolhi é o labirinto.
  • 2:13 - 2:17
    Este é um exemplo de um desenho
    que está hoje na paisagem em Inglaterra.
  • 2:17 - 2:19
    É de Alice no País das Maravilhas.
  • 2:19 - 2:21
    Vemos Alice em cima
  • 2:21 - 2:24
    e, quando damos a volta
    e ficamos no meio do morro,
  • 2:25 - 2:28
    vemos o Chapeleiro Maluco,
    o Coelho Branco, o Gato Risonho,
  • 2:28 - 2:32
    a Rainha de Copas, o Grifo,
    a Tartaruga Fingida e o Dodô.
  • 2:32 - 2:37
    Tudo acontece num chá festivo,
    por isso, vemos o bule no meio.
  • 2:39 - 2:43
    O relógio, com a escada para subir
    e descer à torre, marca 4 horas
  • 2:43 - 2:45
    que, em Inglaterra, é a hora do chá.
  • 2:45 - 2:47
    E há um pequeno Arganaz no ponteiro
  • 2:47 - 2:49
    e cartas de jogar no final.
  • 2:49 - 2:51
    Antes de vocês começarem
    a olhar para isto,
  • 2:51 - 2:54
    como um quebra-cabeças físico,
    na paisagem, para solucionar,
  • 2:54 - 2:57
    também há este rico
    e maravilhoso simbolismo.
  • 2:58 - 3:00
    Acho que tenho
    o melhor trabalho do mundo.
  • 3:00 - 3:02
    Tenho conhecido várias pessoas
  • 3:02 - 3:05
    que também afirmam ter
    o melhor trabalho do mundo
  • 3:05 - 3:06
    — o trabalho delas —
  • 3:06 - 3:08
    o que é ótimo.
  • 3:08 - 3:10
    Felizmente, há espaço
    para muitas pessoas afirmarem isso
  • 3:11 - 3:14
    visto que todas as nossas profissões
    e todos nós somos diferentes.
  • 3:14 - 3:18
    Talvez uma forma de a Humanidade
    procurar a felicidade
  • 3:18 - 3:21
    seja ter tantas pessoas
    quantas possível, a procurar
  • 3:21 - 3:23
    e, para cada uma delas, a encontrar
  • 3:23 - 3:25
    o melhor trabalho do mundo.
  • 3:25 - 3:28
    Assim, há mais felicidade.
  • 3:28 - 3:31
    Adiante, voltando aos labirintos.
  • 3:32 - 3:35
    Este é um labirinto em Itália
  • 3:35 - 3:37
    com um labirinto de sebe ao fundo
    e uma torre no meio
  • 3:37 - 3:41
    e diversas pessoas
    a divertirem-se no labirinto.
  • 3:41 - 3:43
    O Blenheim Palace —
    este é para o Duque de Marlborough.
  • 3:43 - 3:48
    Sebes de teixo finamente aparadas
    numa paisagem histórica.
  • 3:48 - 3:50
    Na República Checoslovaca
  • 3:50 - 3:52
    este está situado numa paisagem
    muito bonita.
  • 3:52 - 3:54
    É um caminho de sentido único
  • 3:54 - 3:56
    — mais do que um labirinto,
    um caminho de vida.
  • 3:57 - 4:00
    E este é um que criei
    no meu jardim em Inglaterra,
  • 4:00 - 4:02
    que é um labirinto de relva.
  • 4:02 - 4:04
    Retrocede muitos séculos
  • 4:04 - 4:07
    e as crianças seguem o caminho da vida:
  • 4:07 - 4:11
    é o fio do tempo,
    do nascimento à morte e ressurreição.
  • 4:12 - 4:15
    Este parece que está ali há séculos
  • 4:15 - 4:18
    que os anéis de pedra foram esquecidos,
  • 4:18 - 4:21
    que as plantas ganharam raízes
    e cresceram.
  • 4:21 - 4:23
    Mas só foi feito há uns anos
  • 4:23 - 4:25
    deixando propositadamente
    as árvores onde elas estavam
  • 4:25 - 4:28
    para criar a sensação de antigo,
    mas a atmosfera é ótima.
  • 4:28 - 4:31
    As pessoas vão para lá meditar.
  • 4:32 - 4:35
    Há 500 anos, tivemos
    uma dinastia chamada os Tudor
  • 4:35 - 4:37
    e esta era a casa dessa época.
  • 4:37 - 4:43
    Em 1985, criámos um labirinto Tudor Rose,
    para comemorar esse evento histórico.
  • 4:44 - 4:47
    Creio que o nosso país
    foi fundado um pouco depois.
  • 4:47 - 4:49
    (Risos)
  • 4:49 - 4:50
    Um labirinto aquático.
  • 4:50 - 4:53
    Que divertido quando temos
    outra dimensão, a dimensão do tempo.
  • 4:53 - 4:55
    As paredes sobem e descem
    ao longo do tempo.
  • 4:55 - 4:58
    Entramos numa cela,
    a companheira entra na cela ao lado,
  • 4:58 - 5:00
    a água cresce entre nós dois.
  • 5:00 - 5:01
    O futuro dela é diferente do nosso.
  • 5:01 - 5:03
    Podemos ir para o lado,
    mas ela não pode.
  • 5:03 - 5:05
    Ela segue em frente
    para a cela seguinte,
  • 5:05 - 5:07
    mas nós não podemos.
  • 5:07 - 5:11
    Portanto, uma interessante reviravolta
    na dimensão do tempo.
  • 5:12 - 5:16
    Em Liverpool, em 1984,
    houve um festival internacional de jardins
  • 5:16 - 5:19
    e este foi o labirinto dos Beatles
    que criámos, com um submarino.
  • 5:19 - 5:23
    Sua Majestade a Rainha
    veio e abriu o labirinto
  • 5:23 - 5:25
    o que foi muito divertido.
  • 5:25 - 5:27
    Se forem ao Dubai,
  • 5:28 - 5:32
    este é um labirinto na fachada
    de um edifício que tem 180 metros
  • 5:32 - 5:36
    com 55 pisos de varandas e paredes.
  • 5:36 - 5:39
    Não é para ser experimentado,
    a não ser que sejam o Homem Aranha.
  • 5:39 - 5:40
    (Risos)
  • 5:40 - 5:43
    Lá dentro, podem ver
    um labirinto de espelhos.
  • 5:43 - 5:45
    Este aqui é no México.
  • 5:45 - 5:48
    Se tiverem três bebés,
    podem ter a ilusão de dezoito.
  • 5:48 - 5:50
    (Risos)
  • 5:51 - 5:56
    Conceber um labirinto é como jogar
    um jogo de xadrez com o público.
  • 5:56 - 5:58
    Tenho de pensar em todos os movimentos
    antecipadamente
  • 5:58 - 6:01
    e, contudo, no fim,
    tenho de vos deixar ganhar.
  • 6:01 - 6:04
    Tenho de vos deixar ganhar,
    antes de vocês ficarem fartos.
  • 6:04 - 6:06
    Este é uma locomotiva.
  • 6:06 - 6:08
    Está situado na Pensilvânia,
  • 6:08 - 6:10
    com o caminho-de-ferro
    da Pensilvânia a passar por baixo,
  • 6:11 - 6:12
    mas parece uma locomotiva a vapor.
  • 6:12 - 6:14
    É excitante este "puzzle".
  • 6:15 - 6:16
    É fascinante.
  • 6:16 - 6:19
    O percurso num labirinto
    pode tornar-se numa aventura.
  • 6:19 - 6:20
    A satisfação de resolver o enigma
  • 6:20 - 6:23
    é reforçada pela descoberta
    dos seus sentidos ocultos.
  • 6:23 - 6:28
    A história decorre gradualmente
    como no filme "Pulp Fiction",
  • 6:28 - 6:31
    em que a história não é contada
    por ordem cronológica rigorosa.
  • 6:31 - 6:35
    Num labirinto, podem deparar-se
    com algumas coisas mais de uma vez
  • 6:35 - 6:37
    e não reparar noutras coisas.
  • 6:37 - 6:39
    Esta é uma das formas
    de tornar fascinante um labirinto,
  • 6:39 - 6:42
    porque cada visita é diferente.
  • 6:42 - 6:44
    Mas o verdadeiro encontro artístico
  • 6:44 - 6:47
    é o que acontece quando
    nos envolvemos com um labirinto
  • 6:47 - 6:49
    — como quando encontramos
    uma escultura
  • 6:49 - 6:51
    e nos envolvemos com ela.
  • 6:51 - 6:53
    Andamos à roda dela, exploramo-la
  • 6:53 - 6:55
    e depois, quando vamos embora,
    olhamos para trás
  • 6:55 - 6:57
    e não conseguimos tirá-la
    da cabeça.
  • 6:57 - 7:00
    Começamos a falar dela aos amigos,
    quando está fora da vista, e amanhã.
  • 7:00 - 7:02
    Se isso é uma obra de arte,
  • 7:02 - 7:05
    sugiro que o labirinto
    é uma forma de arte.
  • 7:06 - 7:08
    Depois, quando solucionamos
    um labirinto,
  • 7:08 - 7:09
    o que é a palavra "solucionar"?
  • 7:09 - 7:12
    É a palavra latina "solvere",
    andar à vela.
  • 7:12 - 7:17
    Tal como na vida, é a forma
    como fazemos o percurso que é crucial,
  • 7:17 - 7:21
    não a velocidade com que chegamos
    ao fim e atingimos o cume.
  • 7:23 - 7:27
    Como é que estes quebra-cabeças 3D
    aparentemente simples,
  • 7:27 - 7:29
    que já existem há mais de 4000 anos,
  • 7:29 - 7:31
    podem agradar tanto às pessoas?
  • 7:50 - 7:54
    Estas duas raparigas estão
    num labirinto de espelhos em Espanha
  • 7:54 - 7:57
    e estão mesmo perdidas.
  • 7:57 - 7:59
    (Risos)
  • 8:00 - 8:02
    Esta rapariga é uma amiga
    incrivelmente leal.
  • 8:02 - 8:04
    (Risos)
  • 8:05 - 8:09
    Estão a fazer escolhas
    e estão mesmo perdidas.
  • 8:12 - 8:14
    E, pronto, finalmente conseguiu.
  • 8:14 - 8:16
    É estupendo.
  • 8:16 - 8:18
    O que vimos aqui
  • 8:18 - 8:21
    são três ocasiões muito poderosas
    da experiência dos labirintos.
  • 8:21 - 8:23
    Uma é que fazem as coisas em conjunto.
  • 8:23 - 8:26
    A segunda é que estão a fazer escolhas.
  • 8:26 - 8:28
    E a terceira é que estão
    a explorar o desconhecido.
  • 8:28 - 8:31
    Agora, vamos observar estas três coisas.
  • 8:31 - 8:33
    Ao fazer as coisas em conjunto
  • 8:33 - 8:35
    as pessoas sentem-se mais felizes
  • 8:35 - 8:37
    quando fazem coisas que levam
    ao êxito do grupo.
  • 8:37 - 8:39
    Os grupos fazem esforços
    enormes, socialmente,
  • 8:39 - 8:43
    para criarem e manterem
    a sua coesão.
  • 8:43 - 8:45
    As fronteiras dissolvem-se,
    há regras iguais
  • 8:45 - 8:46
    e as pessoas festejam
  • 8:46 - 8:50
    com pessoas de origem e estatuto
    totalmente diferentes.
  • 8:50 - 8:53
    Muitos de nós já sentimos
    uma coisa parecida na nossa vida.
  • 8:53 - 8:56
    Jogámos numa equipa desportiva,
  • 8:56 - 8:57
    cantámos num coro,
  • 8:57 - 9:01
    talvez tenhamos trabalhado de perto
    em grupo, para atingir um objetivo nobre.
  • 9:01 - 9:04
    Perdemo-nos e esquecemos
    as nossas pequenas preocupações.
  • 9:04 - 9:07
    Ficamos cheios de energia
    e de objetivos.
  • 9:07 - 9:10
    Essas recordações
    aparecem com frequência
  • 9:10 - 9:12
    em momentos altos de felicidade
  • 9:12 - 9:15
    quando as pessoas refletem
    na sua vida.
  • 9:15 - 9:19
    Procurar experiências de intensa alegria
    fazendo coisas em conjunto com outros
  • 9:19 - 9:21
    é uma necessidade humana fundamental.
  • 9:22 - 9:25
    Nos labirintos, a primeira coisa
    que as crianças fazem
  • 9:25 - 9:28
    é correr em frente
    e desaparecerem da vista.
  • 9:28 - 9:31
    A oportunidade para a família
    de o resolverem em conjunto
  • 9:31 - 9:34
    pode ter desaparecido
    antes de terem começado.
  • 9:34 - 9:38
    Nos EUA, em 1993, concebi
    o primeiro labirinto de milho do mundo.
  • 9:39 - 9:40
    Este é um exemplo.
  • 9:40 - 9:43
    São uns três hectares,
    seis quilómetros de caminhos,
  • 9:43 - 9:45
    pontes, torres, vigias,
  • 9:46 - 9:49
    tudo com base
    num castelo de fantasia, este aqui.
  • 9:49 - 9:51
    Ao contrário dos labirintos de teixo,
  • 9:51 - 9:54
    o milho cresce mais alto
    do que a nossa cabeça
  • 9:54 - 9:56
    e não se consegue ver ninguém.
  • 9:56 - 9:59
    Assim, começámos a dar
    uma bandeira a cada visitante
  • 9:59 - 10:02
    e, assim, vemos centenas
    de bandeiras a tremelicar
  • 10:02 - 10:05
    no que, de outro modo,
    seria apenas um milharal.
  • 10:05 - 10:09
    Um dia, recebi uma chamada
    do nosso labirinto em Massachusetts.
  • 10:09 - 10:11
    Estavam a ficar sem bandeiras.
  • 10:11 - 10:12
    Havia imensa gente naquele dia.
  • 10:12 - 10:16
    Eu sugeri que as racionassem:
    uma bandeira para cada família.
  • 10:16 - 10:19
    Naquela noite, recebi uma segunda
    chamada, muito excitada.
  • 10:19 - 10:23
    "Estão a ter um comportamento
    muito diferente: as famílias andam juntas.
  • 10:23 - 10:26
    "Saem de lá mais felizes,
    sentindo-se melhor consigo mesmas".
  • 10:26 - 10:30
    Agora, racionamos as bandeiras
    deliberadamente: uma para cada família.
  • 10:31 - 10:35
    As crianças revezam-se
    para levar a bandeira
  • 10:35 - 10:38
    e entregam-na sempre
    que um adulto o sugere.
  • 10:38 - 10:40
    Se eu tivesse uma bandeira
    — isto é uma escova de dentes.
  • 10:40 - 10:43
    Temos aqui a pequena Sophie,
    estão a vê-la?
  • 10:43 - 10:46
    Ela está a dizer: "Ok, pessoal,
    acho que devemos ir para a esquerda.
  • 10:46 - 10:48
    "Avô, o que é que achas?"
  • 10:48 - 10:49
    "Hum, talvez".
  • 10:49 - 10:51
    "Ok, oiçam todos.
  • 10:51 - 10:53
    "O avô e eu decidimos ir
    para a esquerda. Sigam-me".
  • 10:53 - 10:56
    Uma Sophie precoce,
    uma criança de três anos,
  • 10:56 - 10:58
    a liderar toda a equipa.
  • 10:59 - 11:02
    Pouco depois, é o irmão
    que leva a bandeira
  • 11:02 - 11:03
    e faz outras escolhas.
  • 11:04 - 11:07
    Toda a família está empenhada
    neste conjunto aleatório de escolhas
  • 11:07 - 11:10
    que os pequeninos estão a fazer.
  • 11:11 - 11:14
    Manter-se perto da pessoa
    atrás da bandeira
  • 11:14 - 11:20
    é uma antiga tradição americana
    pouco notada, mas notável,
  • 11:20 - 11:23
    como se pode ver neste quadro
    da chegada de Cristóvão Colombo
  • 11:23 - 11:25
    ao Novo Mundo.
  • 11:25 - 11:27
    É ele quem segura na bandeira.
  • 11:27 - 11:29
    (Risos)
  • 11:29 - 11:31
    E não há nenhum milharal à vista.
  • 11:31 - 11:35
    Outra coisa em que reparámos
    com as raparigas no labirinto de espelhos
  • 11:35 - 11:37
    foi fazerem escolhas.
  • 11:37 - 11:40
    Quanto mais escolhas temos de fazer,
    mais felizes nos sentimos.
  • 11:40 - 11:43
    Mas termos demasiadas escolhas
    pode ser mau.
  • 11:43 - 11:47
    Há uma experiência clássica
    da Professora Sheena Iyengar,
  • 11:47 - 11:52
    em que ela oferece aos clientes
    uma escolha "gourmet" de 24 compotas.
  • 11:52 - 11:54
    Descobriu que,
    quantas mais compotas oferecia,
  • 11:54 - 11:57
    mais pessoas eram atraídas
    à vitrina de exposição,
  • 11:57 - 12:00
    mas menos pessoas
    compravam alguma delas.
  • 12:01 - 12:05
    Então, arranjou outra exposição
    apenas com três ou seis.
  • 12:05 - 12:07
    Apareceram menos pessoas
  • 12:07 - 12:10
    mas um bom terço delas, ou mais,
    compraram uma compota.
  • 12:10 - 12:13
    Como é que isto funciona
    para o traçado dos labirintos?
  • 12:13 - 12:16
    Ajuda bastante.
  • 12:16 - 12:19
    Num labirinto de teixo
    — este aqui está na Escócia,
  • 12:19 - 12:23
    vemos que se trata duma espécie
    de xadrez de sebes verdes e acobreadas —
  • 12:23 - 12:26
    não podemos ter mais
    de duas ou três junções
  • 12:26 - 12:28
    em nenhuma parte do labirinto.
  • 12:29 - 12:31
    Funciona muito bem.
  • 12:31 - 12:37
    Por sorte, tenho projetado labirintos
    com duas e três opções, há muitos anos.
  • 12:37 - 12:40
    Mas só recentemente descobri
    porque é que estava a fazer isso.
  • 12:40 - 12:42
    A teoria é esta.
  • 12:42 - 12:44
    (Risos)
  • 12:45 - 12:48
    Agora, explorando o desconhecido.
  • 12:48 - 12:54
    A compulsão de ver o que está
    por detrás daquela serra ou daquele oceano
  • 12:54 - 12:56
    faz parte da nossa identidade.
  • 12:56 - 12:59
    Que espécie de loucura humana é esta
    de estar sempre a explorar?
  • 13:00 - 13:06
    Usa-se o genoma DRD4
    para controlar a dopamina,
  • 13:06 - 13:08
    o mensageiro químico do cérebro.
  • 13:08 - 13:12
    Os investigadores descobriram
    que o DRD4-7R
  • 13:13 - 13:16
    envolve o aumento da curiosidade
    e da insatisfação.
  • 13:16 - 13:20
    Estudos demonstraram que as pessoas
    ficam mais propensas a correr riscos,
  • 13:20 - 13:22
    a explorar locais, ideias,
    alimentos e amizades
  • 13:22 - 13:25
    e, em geral, a aderir ao movimento,
    à mudança e à aventura.
  • 13:25 - 13:27
    Portanto, tendo isto presente,
  • 13:27 - 13:31
    adoro antigas cidades medievais
    e as suas maravilhosas ruas entrelaçadas,
  • 13:31 - 13:35
    locais como Jerusalém
    ou, neste caso, Marraqueche.
  • 13:35 - 13:38
    Suponho que uma das minhas
    preferidas é Veneza,
  • 13:38 - 13:41
    onde as avenidas e as pontes pedonais
    se entrecruzam
  • 13:41 - 13:43
    por cima da rede dos canais.
  • 13:44 - 13:47
    Estamos sempre a querer saber
    o que há fora da vista e proibido.
  • 13:48 - 13:52
    Graças à insaciável curiosidade
    no Jardim do Éden,
  • 13:53 - 13:57
    Eva mostrou-nos sinais
    definitivos de ter 7R.
  • 13:57 - 13:58
    (Risos)
  • 13:58 - 14:01
    Ao comerem o fruto proibido,
  • 14:01 - 14:04
    Adão e Eva trouxeram a mortalidade
    para toda a Humanidade
  • 14:04 - 14:07
    e foram expulsos dum local muito belo.
  • 14:09 - 14:11
    Os labirintos podem ter consequências.
  • 14:11 - 14:13
    Apesar deste episódio bíblico de aviso,
  • 14:13 - 14:16
    não podemos escapar ao facto
    de estarmos geneticamente programados
  • 14:16 - 14:19
    para explorarmos com prazer.
  • 14:20 - 14:23
    As crianças reconhecem isso
    logo que aprendem a andar.
  • 14:23 - 14:25
    Para elas, brincar é a sua profissão.
  • 14:25 - 14:29
    Infelizmente, quando crescemos,
    perdemos esse espírito brincalhão.
  • 14:29 - 14:32
    Assim, penso que a minha tarefa
    enquanto "designer" de labirintos,
  • 14:32 - 14:37
    é ressuscitar e acordar esse ímpeto
    primitivo, para libertar mais felicidade.
  • 14:38 - 14:40
    Estes são três princípios
  • 14:40 - 14:44
    que tenho aplicado durante 35 anos
    enquanto "designer" de labirintos.
  • 14:44 - 14:45
    Cada um deles
  • 14:45 - 14:48
    também é um elemento fundamental
    na procura da felicidade.
  • 14:49 - 14:52
    Mas funcionarão fora
    do mundo dos labirintos?
  • 14:53 - 14:57
    Em agosto, fomos ao País de Gales,
    de férias com os meus seis netos,
  • 14:58 - 15:01
    as nossas filhas, os genros
    e Figaro, o cão.
  • 15:01 - 15:04
    A premissa, nas férias de família,
    é muito simples:
  • 15:04 - 15:07
    o que dá felicidade às crianças,
    dá felicidade aos pais
  • 15:07 - 15:11
    e o que dá felicidade aos netos
    dá felicidade aos avós.
  • 15:11 - 15:13
    E o cão também se sente feliz.
  • 15:14 - 15:18
    O meu neto mais velho
    — este é Tom, o de chapéu verde —
  • 15:19 - 15:21
    tem a paixão dos comboios.
  • 15:21 - 15:23
    (Risos)
  • 15:23 - 15:28
    Por isso, acabámos por andar
    no funicular mais alto da Grã-Bretanha,
  • 15:28 - 15:33
    noutro comboio funicular
    e num comboio de via estreita.
  • 15:33 - 15:34
    Era muito simples.
  • 15:34 - 15:35
    A escolha era.
  • 15:35 - 15:38
    Andamos no comboio de via estreita
    ou vamos no funicular?
  • 15:38 - 15:43
    Tudo se reduzia a duas opções
    — umas férias fáceis, fantásticas.
  • 15:43 - 15:46
    Por isso, fizemos escolhas.
  • 15:46 - 15:47
    Fizemos isso em conjunto.
  • 15:47 - 15:49
    Aqui está a família toda
    na carruagem da via estreita
  • 15:49 - 15:52
    e descobrimos coisas
    com que nunca tínhamos sonhado.
  • 15:52 - 15:55
    Numa estação, encontrámos numa plataforma
  • 15:55 - 15:59
    uma charanga de galeses
    a tocar na plataforma.
  • 15:59 - 16:00
    Magnífico!
  • 16:00 - 16:04
    Em conjunto, descobrimos uma coisa
    de que não estávamos à espera.
  • 16:04 - 16:07
    Assim, descobrimos três coisas.
  • 16:07 - 16:09
    fazer escolhas,
  • 16:09 - 16:11
    fazer coisas em conjunto,
  • 16:12 - 16:14
    e descobrir coisas.
  • 16:15 - 16:18
    E encontrámos que isso
    também funciona nos labirintos.
  • 16:18 - 16:24
    Estes princípios também
    se aplicam aos comboios a vapor
  • 16:25 - 16:31
    e talvez se lembrem de outras formas
    na próxima vez que lavarem os dentes.
  • 16:32 - 16:33
    (Risos)
  • 16:33 - 16:36
    (Aplausos)
Title:
A arte do labirinto | Adrian Fisher | TEDxCapeMay
Description:

Adrian Fisher tem renome mundial como importante "designer" de labirintos que considera o futuro das diversões como uma experiência social, formada por escolhas partilhadas e um conteúdo rico.
Nos últimos 35 anos, Adrian Fisher criou mais de 600 labirintos em mais de 30 países, batendo seis recordes de ganhando duas medalhas de ouro pelo "design" de jardins. Os "designs" imaginativos e inovadores de Adrian são visualmente artísticos, recreativos, divertidos e mediáticos. A obra dele pode ser vista nos edifícios históricos e em jardins privados mais requintados do mundo, incluindo o Castelo Alnwick, o Palácio Blenheim, a a Mansão Capel, a Casa Longleat e Speke Hall. Também criou percursos e quebra-cabeças para icónicas atrações de visitantes em todo o globo, incluindo a Legoland, o Tussauds e a Masmorra de Londres.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
16:51

Portuguese subtitles

Revisions