Subtitles translated from English
Showing Revision 1 created 04/03/2012 by Isabel Vaz Belchior.
-
Title:
Neil MacGregor: 2600 anos de história num objeto
-
Description:
Um cilindro de barro coberto de escrita cuneiforme acadiana, danificado e partido, o Cilindro de Ciro é um poderoso símbolo de tolerância religiosa e de multiculturalismo. Nesta palestra fascinante, Neil MacGregor, Diretor do Museu Britânico, descreve 2600 anos de história do Médio Oriente, através deste único objeto.
-
As coisas que fazemos
-
têm uma qualidade suprema --
-
elas vivem mais tempo do que nós.
-
Nós perecemos, elas sobrevivem;
-
nós temos uma vida, elas têm muitas vidas,
-
e em cada vida elas podem significar coisas diferentes.
-
O que significa que, enquanto nós todos temos uma biografia,
-
elas têm muitas.
-
Eu quero falar esta manhã
¶
-
acerca da história, a biografia -- ou antes, as biografias --
-
de um objeto em particular,
-
uma coisa notável.
-
Ele não tem, concordo,
-
grande aspeto.
-
É quase do tamanho de uma bola de rugby.
-
É feito de barro,
-
e foi modelado
-
para ter uma forma cilíndrica,
-
coberto com uma escrita apertada
-
e depois cozido ao sol.
-
E como podem ver,
-
levou alguns maus tratos,
-
o que não é surpreendente
-
porque foi feito há dois mil anos e meio
-
e foi desenterrado
-
em 1879.
-
Mas hoje,
-
esta coisa é, creio,
-
um protagonista de relevo
-
na política do Médio Oriente.
-
E é um objeto
-
com histórias fascinantes
-
e histórias que nem por sombras se acham concluídas.
-
-
na guerra Irão-Iraque
-
e naquela série de eventos
-
que culminaram
-
na invasão do Iraque
-
por forças estrangeiras,
-
a queda de um governante despótico
-
e uma mudança instantânea de regime.
-
E quero começar
-
por um episódio daquela sequência de eventos
-
com que a maioria de vós estará bastante familiarizada,
-
o banquete de Belsazar --
-
porque estamos a falar da guerra Irão-Iraque
-
de 539 a.C.
-
E os paralelos
-
entre os eventos
-
de 539 a.C. e 2003 e no ínterim
-
são espantosos.
-
O que estão a ver é uma pintura de Rembrandt,
-
agora na Galeria Nacional em Londres,
-
a ilustrar o texto do profeta Daniel
-
nas Escrituras Hebraicas.
-
E todos vocês sabem a história por alto.
-
Belsazar, o filho de Nabucodonosor,
¶
-
Nabucodonosor, que tinha conquistado Israel, saqueado Jerusalém
-
e capturado o povo
-
e levado os judeus para a Babilónia.
-
Não só os judeus, ele tinha levado consigo os vasos do templo.
-
Ele tinha saqueado, profanado o templo.
-
E os grandes vasos de ouro do templo em Jerusalém
-
tinham sido levados para a Babilónia.
-
Belsazar, o seu filho,
-
decide dar um banquete.
-
E de maneira a torná-lo ainda mais excitante,
-
ele acrescentou um pouco de sacrilégio ao resto da paródia,
-
e traz os vasos do templo.
-
Ele está já em guerra com os iranianos,
-
com o rei da Pérsia.
-
E naquela noite, Daniel conta-nos que,
¶
-
no auge das festividades
-
apareceu uma mão e escreveu na parede:
-
"Foste pesado na balança e achado deficiente,
-
e o teu reino é entregue
-
aos medos e aos persas."
-
E naquela mesma noite
-
Ciro, rei dos persas, entrou em Babilónia
-
e todo o regime de Belsazar caiu.
-
É, claro, um grande momento
-
na história
-
do povo judeu.
-
É uma ótima história. É uma história que todos conhecemos.
-
"A escrita na parede"
-
faz parte da linguagem do quotidiano.
-
O que aconteceu a seguir
-
foi notável,
-
e é onde o nosso cilindro
-
entra na história.
-
-
entrou na Babilónia sem luta --
-
o grande império da Babilónia,
-
que ia desde o centro sul do Iraque
-
ao Mediterrâneo,
-
sucumbe diante de Ciro.
-
E Ciro faz uma declaração.
-
E é isso o que este cilindro é,
-
a declaração feita pelo governante guiado por Deus
-
que derrubou o déspota iraquiano
-
e que ia trazer a liberdade ao povo.
-
Em sonante babilónio --
-
foi escrito em babilónio --
-
ele diz: "Eu sou Ciro, rei de todo o Universo,
-
o grande rei, o poderoso rei,
-
rei da Babilónia, rei dos quatro cantos do mundo."
-
Eles não são tímidos nas hipérboles, como podem ver.
-
Isto é provavelmente
-
o primeiro verdadeiro comunicado de imprensa
-
de um exército vitorioso
-
que temos.
-
E é escrito, como iremos ver a seu tempo,
-
por consultores de Relações Públicas muito competentes.
-
Portanto, a hipérbole não é, com efeito, surpreendente.
-
E o que é que o grande rei, o poderoso rei,
¶
-
o rei dos quatro cantos do mundo, vai fazer?
-
Ele continua a dizer que, tendo conquistado a Babilónia,
-
ele irá permitir, imediatamente, que todos os povos
-
que os babilónios -- Nabucodonosor e Belsazar --
-
capturaram e escravizaram,
-
sejam libertos.
-
Ele vai permitir que eles retornem aos seus países.
-
E mais importante,
-
ele vai permitir a todos recuperarem
-
os deuses, as estátuas,
-
os vasos do templo
-
que tinham sido confiscados.
-
Todos os povos que os babilónios tinham oprimido e expatriado
-
irão para casa,
-
e eles levarão com eles os seus deuses.
-
E eles poderão restaurar os seus altares
-
e adorar os seus deuses
-
à sua maneira, nos seus próprios lugares.
-
Este é o decreto,
-
este objeto é a prova
-
do facto de que os judeus,
-
depois do exílio na Babilónia,
-
dos anos que passaram sentados ao longo dos rios de Babilónia,
-
a chorar sempre que se lembravam de Jerusalém,
-
esses judeus tiveram permissão para irem para casa.
-
Eles tiveram permissão para regressarem a Jerusalém
-
e para reconstruírem o Templo.
-
-
na história judaica.
-
E o livro de Crónicas, o livro de Esdras nas Escrituras Hebraicas
-
relataram-no em termos sonantes.
-
Esta é a versão judaica
-
da mesma história.
-
"Assim disse Ciro, rei da Pérsia,
-
'Todos os reinos da Terra o Senhor Deus dos céus me deu,
-
e Ele encarregou-me
-
de Lhe construir uma casa em Jerusalém.
-
Quem é, de entre vós, do Seu povo?
-
Que o Senhor Deus esteja com ele,
-
e lhe permita que suba [a Jerusalém].'"
-
"Suba" -- aaleh.
-
O elemento central, ainda,
-
a noção de retorno,
-
uma parte central
-
da vida do judaísmo.
-
Como todos vocês sabem, aquele retorno do exílio,
-
o segundo templo,
-
remodelou o judaísmo.
-
E essa mudança,
-
aquele grandioso momento histórico,
-
foi tornado possível por Ciro, o rei da Pérsia,
-
relatado nas Escrituras Hebraicas
-
e em babilónio, em barro.
-
Dois textos excelentes,
¶
-
então e a política?
-
O que estava a acontecer
-
era a mudança fundamental na história do Médio Oriente.
-
O império do Irão, os medos e os persas,
-
unidos sob Ciro,
-
tornou-se o primeiro grande império mundial.
-
Ciro começa nos anos de 530 a.C.
-
E na época do seu filho Dario,
-
todo o Mediterrâneo oriental
-
está sob controlo persa.
-
Este império é, de facto,
-
o Médio Oriente tal como o conhecemos agora,
-
e é o que dá forma ao Médio Oriente tal como o conhecemos agora.
-
Foi o mais vasto império que o mundo conhecera até então.
-
Muito mais importante,
-
foi o primeiro
-
estado multicultural, multireligioso
-
a uma escala enorme.
-
E tinha de ser governado de uma nova maneira.
-
Tinha de ser governado em línguas diferentes.
-
O facto deste decreto ser em babilónio diz uma coisa.
-
E tinha de reconhecer os seus diferentes costumes,
-
diferentes povos, diferentes religiões, diferentes crenças.
-
Todos são respeitados por Ciro.
-
Ciro estabelece um modelo
¶
-
de como governar
-
uma grande sociedade multinacional, multireligiosa, multicultural.
-
E o resultado disso
-
foi um império que incluía as áreas que veem no écrã,
-
e que sobreviveu durante 200 anos com estabilidade
-
até ter sido destruído por Alexandre.
-
Deixou um sonho do Médio Oriente como uma unidade,
-
e uma unidade onde pessoas de diferentes credos
-
podiam viver juntas.
-
As invasões gregas acabaram com ele.
-
E claro, Alexandre não conseguiu manter um governo
-
e fragmentou-se.
-
Mas o que Ciro representou
-
permaneceu absolutamente central.
-
O historiador grego Xenofonte
¶
-
escreveu o seu livro "Ciropédia"
-
promovendo Ciro como o grande governante.
-
E na cultura europeia, depois disso,
-
Ciro permaneceu o modelo.
-
Esta é uma imagem do século XVI
-
para vos mostrar quão difundida
-
estava realmente a sua veneração.
-
E o livro de Xenofonte sobre Ciro
-
sobre como se governa uma sociedade diversa
-
foi um dos grandes manuais
-
que inspiraram os Pais Fundadores
-
da Revolução Americana.
-
Jefferson era um grande admirador --
-
os ideais de Ciro
-
obviamente transpareciam nos ideais do século XVIII
-
no modo de se criar a tolerância religiosa
-
num novo estado.
-
Entretanto, de volta à Babilónia,
¶
-
as coisas não tinham estado a correr bem.
-
Depois de Alexandre, dos outros impérios,
-
Babilónia entra em declínio, cai em ruínas,
-
e todos os traços do grande império babilónico se perdem --
-
até 1879
-
quando o cilindro é descoberto
-
numa escavação de uma expedição do Museu Britânico, na Babilónia.
-
E entra agora outra história.
-
Entra aquele grande debate
-
de meados do século XIX:
-
São as Escrituras fiáveis? Podemos confiar nelas?
-
Nós só sabíamos
-
do regresso dos judeus e do decreto de Ciro
-
através das Escrituras Hebraicas.
-
Nenhuma outra evidência.
-
Subitamente, isto apareceu.
-
E grande excitação
-
num mundo onde aqueles que acreditavam nas Escrituras
-
tinham tido a sua fé na criação abalada
-
pela evolução, pela geologia,
-
aqui estava a prova
-
de que as Escrituras eram historicamente verdadeiras.
-
É um grande momento do século XIX.
-
Mas -- e isto, claro, é onde se torna complicado --
¶
-
os factos eram verdadeiros,
-
viva a arqueologia,
-
mas a interpretação era bastante mais complicada.
-
Porque o relato do cilindro e o relato da Bíblia Hebraica
-
diferem num aspeto-chave.
-
O cilindro babilónico
-
é escrito pelos sacerdotes
-
do grande deus da Babilónia, Marduk.
-
E, sem surpresas,
-
eles contam-nos de que tudo isto foi feito por Marduk.
-
"Marduk, cremos, chamou Ciro pelo seu nome."
-
Marduk leva Ciro pela mão,
-
chama-o para pastorear o seu povo
-
e dá-lhe o governo da Babilónia.
-
Marduk diz a Ciro
-
que ele fará estas grandes e generosas coisas
-
de libertar os povos.
-
E isto é a razão porque nós lhe deveríamos estar todos gratos
-
e para adorarmos Marduk.
-
-
no Antigo Testamento,
-
vocês não ficarão surpreendidos por saberem,
-
têm um ponto de vista bastante diferente disto.
-
Para eles, claro, não pode ter sido Marduk
-
que fez isto tudo acontecer.
-
Só pode ter sido Jeová.
-
E assim, em Isaías,
-
temos os textos maravilhosos
-
a dar todo o crédito por isto,
-
não a Marduk
-
mas ao Senhor Deus de Israel --
-
o Senhor Deus de Israel
-
que também chamou Ciro pelo nome,
-
também levou Ciro pela mão
-
e fala dele a pastorear o seu povo.
-
É um exemplo notável
-
de duas apropriações sacerdotais do mesmo evento,
-
duas diferentes tomadas de poder religiosas
-
de um facto político.
-
-
está habitualmente do lado dos grandes batalhões.
-
A questão é, que deus era?
-
E o debate inquieta
-
toda a gente no século XIX,
-
perceber que as Escrituras Hebraicas
-
são parte de um mundo de religião muito maior.
-
E é bastante claro
-
que o cilindro é mais antigo do que o texto de Isaías,
-
e no entanto, Jeová está a falar
-
em palavras muito semelhantes
-
àquelas usadas por Marduk.
-
E há a ligeira sensação de que Isaías sabe disso,
-
porque ele diz,
-
é Deus que está a falar, claro,
-
"Eu tenho-te chamado pelo teu nome
-
mas tu não me tens conhecido."
-
Penso que se reconhece
-
que Ciro não se apercebe
-
que está a agir sob as ordens de Jeová.
-
E igualmente, ele ficaria surpreendido ao saber que estava a agir sob as ordens de Marduk.
-
Porque curiosamente, claro,
-
Ciro é um bom iraniano
-
com um conjunto de deuses totalmente diferente
-
que não são mencionados em nenhum destes textos.
-
-
-
40 anos depois
-
e estamos em 1917,
-
e o cilindro entra num mundo diferente.
-
Desta vez, a política real
-
do mundo contemporâneo --
-
o ano da Declaração de Balfour,
-
o ano em que a nova potência imperial no Médio Oriente, a Grã-Bretanha,
-
decide que vai declarar
-
uma pátria judaica,
-
vai permitir que
-
os judeus regressem.
-
E a resposta a isto
-
pela população judaica na Europa Oriental é rapsódica.
-
E através da Europa Oriental,
-
os judeus exibem imagens de Ciro
-
e de Jorge V
-
lado a lado --
-
os dois grandes governantes
-
que permitiram o regresso a Jerusalém.
-
E o cilindro de Ciro volta a estar à vista do público
-
e o texto disto
-
como uma demonstração do porque é que o que vai acontecer
-
depois do fim da guerra em 1918
-
é parte de um plano divino.
-
Todos sabemos o que aconteceu.
-
O Estado de Israel é estabelecido,
-
e 50 anos mais tarde, nos finais dos anos 60,
-
é claro que o papel da Grã-Bretanha, como a potência imperial, terminou.
-
E outra história do cilindro começa.
-
A região, decidem o Reino Unido e os EUA,
¶
-
tem de ser mantida a salvo do comunismo,
-
e a superpotência que irá ser criada para fazer isso
-
será o Irão, o Xá.
-
E assim, o Xá inventa uma história iraniana,
-
ou retorna à história iraniana,
-
que o coloca no centro de uma grande tradição
-
e produz moedas
-
mostrando-se a si mesmo
-
com o cilindro de Ciro.
-
Quando ele tem as suas grandes celebrações em Persépolis,
-
ele convoca o cilindro
-
e o cilindro é emprestado pelo Museu Britânico, vai para Teerão,
-
e faz parte daquelas grandes celebrações
-
da dinastia Pahlavi.
-
O cilindro de Ciro: o garante do Xá.
-
10 anos mais tarde, outra história:
¶
-
a Revolução Iraniana, 1979.
-
A Revolução Islâmica, desaparece Ciro;
-
não estamos interessados naquela história,
-
estamos interessados no Irão islâmico --
-
até o Iraque,
-
a nova superpotência que todos nós decidimos que deveria haver na região,
-
ataca.
-
Então, outra guerra Irão-Iraque.
-
E torna-se crítico para os iranianos
-
lembrarem-se do seu passado grandioso,
-
do seu passado grandioso,
-
quando combateram o Iraque e venceram.
-
Torna-se crítico encontrar um símbolo
-
que una todos os iranianos --
-
muçulmanos e não-muçulmanos,
-
cristãos, zoroastrianos, judeus a viver no Irão,
-
povos que eram devotos, não devotos.
-
E o emblema óbvio é Ciro.
-
Portanto, quando o Museu Britânico e o Museu Nacional de Teerão
¶
-
cooperaram e trabalharam juntos, como temos feito,
-
os iranianos só pediram uma coisa
-
como um empréstimo.
-
É o único objeto que querem.
-
Eles querem pedir emprestado o cilindro de Ciro.
-
E no ano passado,
-
o cilindro de Ciro foi para Teerão
-
pela segunda vez.
-
É exposto apresentado aqui, colocado na sua vitrine
-
pela diretora do Museu Nacional de Teerão,
-
uma das muitas mulheres no Irão em posições de grande liderança,
-
a Sra. Ardakani.
-
Foi um grande acontecimento.
-
Este é o outro lado da mesma imagem.
-
Foi visto no Teerão
-
por entre um e dois milhões de pessoas
-
no espaço de alguns meses.
-
Isto está para além de qualquer exposição de maior êxito
-
no ocidente.
-
É o tema de um enorme debate
-
acerca do que este cilindro significa, do que Ciro significa,
-
mas acima de tudo, Ciro como é apresentado neste cilindro --
-
Ciro como o defensor da pátria,
-
o campeão, claro, da identidade iraniana
-
e dos povos iranianos,
-
tolerante em relação a todas as crenças.
-
E no atual Irão,
-
zoroastrianos e cristãos têm lugares garantidos
-
no parlamento iraniano, algo de que se ser muito, muito orgulhoso.
-
Para ver este objeto em Teerão,
¶
-
milhares de judeus a viver no Irão
-
foram a Teerão para o verem.
-
Tornou-se um grande emblema,
-
um grande tema de debate
-
acerca do que o Irão é, interna e externamente.
-
É o Irão ainda o defensor dos oprimidos?
-
Vai o Irão libertar os povos
-
que os tiranos escravizaram e expropriaram?
-
Esta é a principal retórica nacional,
-
e foi toda montada
-
numa grande representação
-
que lançou o regresso.
-
Aqui veem este cilindro de Ciro, ampliado, em palco,
-
com grandes figuras da história iraniana
-
a juntarem-se para tomarem o seu lugar
-
no património do Irão.
-
Foi uma narrativa apresentada
-
pelo próprio presidente.
-
-
levar este objeto para o Irão,
-
ser autorizado a levar este objeto para o Irão
-
foi ser autorizado a fazer parte
-
de um debate extraordinário
-
levado ao mais alto nível
-
sobre o que o Irão é,
-
que diferentes aspetos do Irão há
-
e como as diferentes histórias do Irão
-
poderiam dar forma ao mundo hoje.
-
É um debate que ainda está a continuar,
-
e vai continuar a ressoar,
-
porque este objeto
-
é uma das maiores declarações
-
de uma aspiração humana.
-
Ele alinha com a Constituição americana.
-
Certamente que diz bem mais sobre as verdadeiras liberdades
-
do que a Magna Carta.
-
É um documento que pode significar tantas coisas,
-
para o Irão e para a região.
-
-
encontra-se nas Nações Unidas.
-
Em Nova Iorque, neste outono, vai estar presente
-
quando os grandes debates
-
sobre o futuro do Médio Oriente tiverem lugar.
-
E quero terminar perguntando-vos
-
qual vai ser a próxima história
-
na qual figura este objeto.
-
Ele vai aparecer, certamente,
-
em muitas mais histórias do Médio Oriente.
-
E que história do Médio Oriente,
-
que história do mundo,
-
querem vocês ver
-
refletir o que é dito,
-
o que é expresso neste cilindro?
-
O direito dos povos
-
de viverem juntos no mesmo estado,
-
de adorarem de maneira diferente, livremente --
-
um Médio Oriente, um mundo,
-
no qual a religião não seja o tema de divisão
-
ou de debate.
-
No mundo do Médio Oriente, neste momento,
¶
-
os debates são, como sabem, estridentes.
-
Mas eu penso que é possível
-
que a mais poderosa e sábia de todas aquelas vozes
-
possa bem ser a voz
-
desta coisa muda,
-
o cilindro de Ciro.
-
-