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Qual é a melhor vacina contra a COVID-19? | DW News

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    Homem: Só a da Pfizer.
  • 0:02 - 0:06
    Se tentarem me dar a da Johnson,
    prefiro pegar COVID.
  • 0:06 - 0:09
    Narrador: A internet parece saber
    exatamente quais vacinas são as melhores
  • 0:09 - 0:11
    e as piores.
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    M: A da Moderna?
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    Medíocre, regular.
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    Regular nem pensar.
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    Mira Fricke: As pessoas adoram comparar.
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    Não é de admirar que estamoa fazendo isso
  • 0:20 - 0:23
    O problema é que não podemos
    comparar vacinas dessa forma.
  • 0:23 - 0:27
    E fazer isso pode até ser
    prejudicial em uma pandemia.
  • 0:29 - 0:30
    N: Temos a tendência
    de analisar esses números,
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    taxas de eficácia,
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    porque eles medem a probabilidade
    de contrairmos COVID-19
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    após termos sido vacinados.
  • 0:38 - 0:41
    MF: O problema é que esses números
    não foram gerados em momentos iguais,
  • 0:41 - 0:46
    mas são determinados por quando
    e onde os testes de eficácia aconteceram.
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    Carlos Guzmán: Creio
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    que comparações simples
    de eficácia de vacina fora de contexto
  • 0:49 - 0:52
    podem levar a conclusões muito erradas.
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    Há diferenças essenciais
    na população de estudo como, por exemplo,
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    idade, gênero, fator ambiental genético,
    condições preexistentes.
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    N: Como funcionam os testes de eficácia?
  • 1:05 - 1:07
    Os participantes
    são divididos em dois grupos.
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    Um grupo toma a vacina;
    o outro, um placebo.
  • 1:11 - 1:13
    Depois eles retornam à vida normal.
  • 1:14 - 1:15
    Após certo tempo,
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    pesquisadores contam
    quantos deles contraíram COVID-19.
  • 1:19 - 1:23
    Se todos os participantes que ficaram
    doentes vieram do grupo do placebo,
  • 1:23 - 1:25
    e nenhum do grupo da vacina,
  • 1:25 - 1:28
    a vacina seria 100% eficaz.
  • 1:28 - 1:32
    E se exatamente o mesmo número de pessoas
    de ambos os grupos ficaram doentes,
  • 1:32 - 1:34
    a eficácia da vacina seria zero
  • 1:34 - 1:38
    porque o risco de contrair a doença
    não mudou com a vacina.
  • 1:39 - 1:43
    Mas a chance de os participantes
    contraírem a doença durante um teste
  • 1:43 - 1:46
    corresponde à taxa de infecção geral
    no ambiente deles.
  • 1:46 - 1:51
    CG: Há também diferenças com relação
    à presença ou à ausência de variante do vírus
  • 1:52 - 1:57
    que são neutralizadas de modo
    mais ou menos eficiente pelos anticorpos
  • 1:57 - 2:01
    estimulados pelo tipo de proteína
    do vírus SARS-CoV-2 original
  • 2:01 - 2:04
    que é o incluído nas vacinas atuais.
  • 2:05 - 2:09
    MF: Então, embora pensemos
    que sabemos qual vacina é a melhor,
  • 2:09 - 2:13
    nossas opiniões foram, na verdade,
    influenciadas por fatores circunstanciais.
  • 2:13 - 2:15
    N: Vamos analisar um exemplo.
  • 2:15 - 2:19
    Os testes da Moderna e da Pfizer foram
    realizados principalmente nos EUA
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    e antes da chegada
    de variantes mais infecciosas,
  • 2:22 - 2:25
    como a do Reino Unido
    ou a da África do Sul.
  • 2:27 - 2:31
    Os testes da AstraZeneca
    ou da Johnson & Johnson, por outro lado,
  • 2:31 - 2:33
    foram realizados posteriormente
  • 2:33 - 2:34
    ou em países
  • 2:34 - 2:38
    onde surgiram mais variantes infecciosas
    e se tornaram dominantes em infecções.
  • 2:40 - 2:43
    MF: Portanto, as taxas de eficácia
    nunca serão exatamente as mesmas
  • 2:43 - 2:45
    em um cenário do mundo real
  • 2:45 - 2:47
    e podem mudar com o tempo.
  • 2:47 - 2:50
    CG: Por exemplo, recentemente
    temos o relatório do Catar,
  • 2:50 - 2:54
    onde 50% e 45% da infecção
  • 2:54 - 2:57
    são causadas pela variante
    sul-africana e britânica.
  • 2:58 - 3:03
    Esse estudo nos mostrou
    que a eficácia da vacina BioNTech/Pfizer
  • 3:03 - 3:10
    cai para 89% e 75% para a infecção causada
    pela variante britânica e sul-africana.
  • 3:10 - 3:15
    MF: Mas talvez tenha havido
    muita fixação na eficácia o tempo todo.
  • 3:15 - 3:19
    N: A eficácia é geralmente a métrica
    para o melhor resultado possível:
  • 3:19 - 3:20
    nenhum sintoma.
  • 3:21 - 3:22
    Em vez disso, poderíamos analisar
  • 3:22 - 3:27
    como as vacinas evitam
    a internação e a morte por COVID-19,
  • 3:27 - 3:30
    porque todas essas vacinas
    fazem isso igualmente bem.
  • 3:33 - 3:38
    MF: Há um outro aspecto que influencia
    a forma como julgamos as vacinas:
  • 3:38 - 3:39
    os efeitos colaterais.
  • 3:39 - 3:42
    N: Relatos de coágulos sanguíneos raros
    chegaram às manchetes
  • 3:42 - 3:44
    e deixaram as pessoas preocupadas.
  • 3:44 - 3:46
    A UE também decidiu
    não renovar seus contratos
  • 3:46 - 3:49
    com a AstraZeneca e a Johnson & Johnson.
  • 3:49 - 3:53
    Tudo isso pode dar a impressão de que
    algumas vacinas são piores do que outras.
  • 3:54 - 3:56
    MF: Mas, novamente, não é tão simples
  • 3:56 - 3:59
    porque o risco individual
    de cada pessoa de se infectar
  • 3:59 - 4:03
    influencia a avaliação
    de quanto cada vacina é benéfica.
  • 4:04 - 4:07
    N: Vamos analisar um exemplo
    com a vacina da AstraZeneca
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    e assumir taxas de infecção moderadas
    de 55 casos por 100 mil.
  • 4:12 - 4:15
    De 100 mil pessoas com menos de 29 anos,
  • 4:15 - 4:20
    cerca de duas desenvolverão um coágulo
    sanguíneo raro após a vacina da AstraZeneca,
  • 4:20 - 4:24
    mas nenhuma teria precisado de cuidados
    intensivos com uma infecção por COVID-19.
  • 4:24 - 4:26
    Mas alguém com mais de 60 anos
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    tem muito mais probabilidade
    de acabar na UTI com COVID-19
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    e menos probabilidade de desenvolver
    um coágulo sanguíneo raro.
  • 4:32 - 4:35
    MF: É por isso que alguns governos
    recomendam a vacina da AstraZeneca
  • 4:35 - 4:37
    apenas para pessoas com mais de 60 anos.
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    Mas essa avaliação muda
    se as taxas de infecção forem mais altas.
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    N: Vamos analisar o mesmo cálculo,
    mas com taxas de infecção mais altas.
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    Aqui, 401 casos por 100 mil.
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    Agora, é mais provável
    que todos acabem na UTI com COVID-19
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    do que desenvolvam um coágulo
    sanguíneo após a vacina.
  • 4:55 - 4:59
    Nesse cenário, o benefício
    de receber a vacina da AstraZeneca
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    supera o risco de coágulos sanguíneos
    raros para todas as faixas etárias.
  • 5:07 - 5:08
    CG: E, claro,
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    para uma intervenção preventiva direcionada
    a indivíduos saudáveis, como a vacina,
  • 5:13 - 5:14
    é crucial
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    que o equilíbrio risco-benefício
  • 5:16 - 5:20
    seja aceitável para população diferente,
    grupos ou mesmo indivíduos.
  • 5:20 - 5:23
    MF: Então, algumas vacinas
    são piores do que outras?
  • 5:23 - 5:25
    Se analisarmos apenas
    os efeitos colaterais,
  • 5:25 - 5:27
    algumas têm um desempenho
    ligeiramente melhor,
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    pelo menos pelo que sabemos até agora.
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    Mas esse é apenas um aspecto
  • 5:31 - 5:33
    e não deve ser o único que consideramos.
  • 5:34 - 5:35
    CG: Acho que a questão principal
  • 5:35 - 5:38
    é que a melhor vacina
    ou o melhor programa de vacinação
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    é aquele que nos permite
    prevenir doenças e morte.
  • 5:42 - 5:46
    E, claro, reduzir as consequências
    diretas e indiretas -
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    consequências negativas -
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    sobre os danos graves.
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    MF: Qualquer vacina que recebeu
    aprovação de emergência da OMS
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    protege contra casos graves de COVID-19.
  • 5:55 - 5:57
    Elas evitam mortes e ajudam
    a acabar com esta pandemia.
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    N: Então, enquanto as vacinas
    forem escassas,
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    há um bom argumento para tomar
    a que estiver disponível para nós,
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    porque se insistirmos
    em tomar uma vacina específica,
  • 6:08 - 6:10
    podemos prolongar toda esta pandemia,
  • 6:10 - 6:12
    e isso pode custar vidas.
  • 6:13 - 6:15
    Tradutor: Maurício Kakuei Tanaka
Title:
Qual é a melhor vacina contra a COVID-19? | DW News
Description:

A internet parece saber exatamente quais vacinas são as melhores e as piores.
Mas não podemos comparar vacinas dessa forma. E fazer isso pode até ser prejudicial em uma pandemia.
Temos a tendência de analisar as taxas de eficácia. Porque elas medem a probabilidade de contrairmos COVID-19 após termos sido vacinados. O problema é que esses números não foram gerados em momentos iguais, mas são determinados por quando e onde os testes de eficácia aconteceram e quem foi incluído.
Então, como se determina qual vacina é melhor para você?

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#coronavirus #vacina #pandemia

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Video Language:
English
Team:
Amplifying Voices
Project:
Misinformation and Disinformation
Duration:
06:23

Portuguese, Brazilian subtitles

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