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O requiem da reciclagem de um historiador ambientalista | Bart Elmore | TEDxOhioStateUniversity

  • 0:17 - 0:21
    Se usaram uma garrafa de plástico
    na semana passada
  • 0:21 - 0:23
    e não a reciclaram,
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    há uma forte hipótese
    de que, daqui a 450 anos,
  • 0:27 - 0:30
    essa garrafa de plástico
    ainda esteja neste planeta.
  • 0:30 - 0:35
    Isso porque investigadores da NOAA
    descobriram há pouco tempo
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    que demora uns assustadores 450 anos
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    para uma garrafa de PET,
    politereftalato de etileno
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    uma garrafa de PET,
    se decompor totalmente.
  • 0:47 - 0:51
    Posso imaginar a cena
    daqui a 450 anos
  • 0:51 - 0:55
    quando qualquer pobre alma
    apanhe a vossa garrafa do chão,
  • 0:55 - 0:58
    e se vire para falar com um amigo.
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    Pode ser qualquer coisa do género:
  • 1:02 - 1:06
    "Ei, mano" — eles ainda dizem mano,
    daqui a 450 anos —
  • 1:06 - 1:08
    "Acreditas nisto?
  • 1:08 - 1:12
    "Espera aí, eles usaram
    um recurso natural finito,
  • 1:12 - 1:13
    "combustíveis fósseis,
  • 1:14 - 1:16
    "e transformaram-no num recipiente
  • 1:16 - 1:19
    "que só usaram uma vez?"
  • 1:19 - 1:22
    "E, depois de terem
    usado esse recipiente,
  • 1:22 - 1:24
    "deitaram-no fora?
  • 1:25 - 1:27
    "Isto é de loucos!
  • 1:27 - 1:30
    "Que raio de civilização
    avançada faz isso?"
  • 1:31 - 1:33
    Acho que vão procurar uma explicação.
  • 1:34 - 1:37
    Se eu quisesse oferecer-lhes
    uma explicação,
  • 1:38 - 1:41
    virava-me para este logotipo.
  • 1:41 - 1:45
    Um logotipo que sempre nos rodeou
    desde que andávamos na primária,
  • 1:45 - 1:47
    uma coisa que vemos todos os dias.
  • 1:48 - 1:52
    É o logotipo da reciclagem, claro,
    e foi criado em 1970
  • 1:52 - 1:54
    por um estudante universitário
    chamado Gary Anderson
  • 1:54 - 1:57
    que andava na Universidade
    da Califórnia do Sul.
  • 1:57 - 2:00
    A reciclagem estava a aparecer
    "online" nessa época
  • 2:00 - 2:03
    e ele queria arranjar uma forma
    de descrever esse sistema
  • 2:03 - 2:05
    que fosse este tipo de laço fechado.
  • 2:05 - 2:08
    Percebem, um sistema
    em que tudo no seu interior
  • 2:08 - 2:10
    fosse usado vezes sem conta.
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    Teríamos um mundo sem desperdícios.
  • 2:13 - 2:17
    Parece ótimo e sentimo-nos
    muito bem, segundo penso,
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    quando vamos ao ecoponto
    e colocamos as coisas ali.
  • 2:21 - 2:26
    Mas o problema com esta imagem
    é que isto é uma mentira.
  • 2:27 - 2:32
    Porque hoje, só cerca de 30%,
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    30% das garrafas de plástico PET
    usadas neste país são recicladas.
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    Isso significa que 70% dessas garrafas
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    acabam em aterros, nos nossos rios,
    e, por fim, nos oceanos.
  • 2:50 - 2:54
    Isto está a contribuir
    para um problema de proporção épica.
  • 2:55 - 2:59
    Os cientistas disseram e previram
    que, em 2050,
  • 2:59 - 3:04
    pode haver mais plástico
    nos oceanos do que peixes,
  • 3:04 - 3:06
    o que é uma loucura.
  • 3:06 - 3:09
    Se pensarmos em todo o plástico
    que por aí anda,
  • 3:09 - 3:13
    um dos problemas é que as partículas
    estão a acabar no abastecimento de água.
  • 3:14 - 3:15
    Microplásticos.
  • 3:15 - 3:17
    Um estudo que foi realizado recentemente
  • 3:17 - 3:22
    mostrou que 94% da água da torneira
    analisada neste país
  • 3:22 - 3:24
    continha microplásticos.
  • 3:24 - 3:26
    Estamos a bebê-los.
  • 3:26 - 3:30
    Por outras palavras, não é uma coisa
    que exista apenas nos oceanos.
  • 3:31 - 3:33
    É uma coisa que já está dentro de nós.
  • 3:33 - 3:36
    É uma coisa que temos de perceber.
  • 3:36 - 3:41
    Como acabamos com esta praga
    da poluição do plástico que enfrentamos?
  • 3:42 - 3:46
    Para responder a isto, vou sugerir
    que não precisamos duma nova tecnologia
  • 3:47 - 3:50
    nem um novo artefacto
    para resolver este problema.
  • 3:50 - 3:54
    Precisamos é de uma melhor
    compreensão do nosso passado,
  • 3:54 - 3:57
    uma melhor compreensão da história.
  • 3:57 - 4:00
    Quando penso em recipientes de plástico,
  • 4:00 - 4:06
    penso que não há melhor história
    do que a história desta empresa,
  • 4:06 - 4:08
    a Coca-Cola Company.
  • 4:08 - 4:11
    Passei 10 anos a viajar pelo mundo,
  • 4:11 - 4:14
    para o Peru, a Índia, e não só,
  • 4:14 - 4:17
    para perceber a pegada ecológica
    desta empresa
  • 4:17 - 4:20
    que começou na minha cidade natal.
  • 4:20 - 4:21
    E consegui.
  • 4:21 - 4:23
    É um ponto invulgar para começar
  • 4:23 - 4:26
    quando pensamos numa solução
    para o problema do plástico.
  • 4:26 - 4:30
    Porque acho que, quando pensamos
    na Coca-Cola, pensamos numa má empresa.
  • 4:30 - 4:32
    Este plástico, estas garrafas
    que estão a produzir.
  • 4:32 - 4:36
    A Greenpeace, por exemplo,
    disse que a Coca-Cola produz
  • 4:36 - 4:41
    uns 100 000 milhões
    de garrafas de plástico por ano.
  • 4:41 - 4:45
    É cerca de 1/5 de todas as garrafas
    de plástico, produzidas no planeta.
  • 4:46 - 4:48
    Portanto, fazem parte do problema.
  • 4:49 - 4:51
    Mas, se olharmos para o seu passado,
  • 4:51 - 4:54
    se nos virarmos
    para a história da Coca-Cola
  • 4:54 - 4:55
    enterrada nos seus arquivos,
  • 4:55 - 4:59
    penso que há soluções para o futuro.
  • 4:59 - 5:02
    Então, recuemos para o passado
  • 5:02 - 5:05
    e façamos uma visita a John Pemberton
  • 5:05 - 5:08
    que foi o criador da fórmula da Coca-Cola.
  • 5:08 - 5:10
    John Pemberton era farmacêutico.
  • 5:11 - 5:14
    Chegou a Atlanta nos anos 70,
    do século XIX,
  • 5:14 - 5:17
    a tentar enriquecer no mercado
    da medicina patenteada.
  • 5:17 - 5:23
    Mas, infelizmente, o negócio
    não singrou, por duas vezes.
  • 5:23 - 5:26
    Acabou na falência
    no final dessa década.
  • 5:27 - 5:28
    Não parece o tipo
  • 5:28 - 5:31
    que vai ser a marca mais vendida
    em todo o mundo, não é?
  • 5:31 - 5:34
    Parece alguém que nunca vai conseguir.
  • 5:34 - 5:38
    O que é que fazemos, quando não temos
    sorte e queremos ganhar dinheiro?
  • 5:39 - 5:41
    Olhamos para o mundo e dizemos:
  • 5:41 - 5:44
    "Ok, qual é a bebida que é genial?
  • 5:44 - 5:47
    "Vou tentar imitá-la".
  • 5:47 - 5:50
    Foi o que John Pemberton fez.
  • 5:51 - 5:56
    Olhou para uma bebida, Vin Mariani,
    vinda de França.
  • 5:57 - 6:00
    Chamava-se assim, devido
    a um tipo chamado Angelo Mariani.
  • 6:00 - 6:01
    Vendia-se como milho.
  • 6:01 - 6:05
    Porque era um vinho de Bordéus,
    um vinho tinto,
  • 6:05 - 6:08
    misturado com a folha de coca
    da América do Sul
  • 6:08 - 6:12
    que tinha estado em infusão
    com pequenas concentrações de cocaína.
  • 6:13 - 6:17
    Estamos a falar de um vinho
    com infusão de cocaína.
  • 6:17 - 6:18
    (Risos)
  • 6:18 - 6:20
    Era estimulante
  • 6:20 - 6:21
    (Risos)
  • 6:21 - 6:23
    e muito revigorante.
  • 6:23 - 6:26
    O nosso presidente,
    Ulysses S. Grant, bebia isso:
  • 6:26 - 6:28
    "Hum, faz-me sentir bem".
  • 6:28 - 6:32
    Claro que faz, Ulysses S. Grant,
    contém cocaína.
  • 6:32 - 6:33
    (Risos)
  • 6:33 - 6:35
    E há outra coisa,
  • 6:35 - 6:37
    ele está ali a dizer que é muito bom.
  • 6:37 - 6:41
    Era como o Four Loko,
    do século XIX, se pensarmos nisso.
  • 6:41 - 6:43
    Até o Papa bebia isto.
  • 6:43 - 6:46
    Se não são católicos, imaginem isto.
  • 6:47 - 6:49
    Se a comunhão tivesse Vin Mariani,
  • 6:49 - 6:53
    penso que passávamos todos
    a ser católicos.
  • 6:53 - 6:55
    O azarento John Pemberton
  • 6:55 - 6:57
    a tentar imaginar como ganhar dinheiro
  • 6:57 - 7:00
    viu isso e pensou:
    "Ok, vamos avançar com isto".
  • 7:00 - 7:03
    Isto é o precursor
    do que virá a ser a Coca-Cola.
  • 7:03 - 7:06
    É o primeiro anúncio nos anos 1880.
  • 7:06 - 7:09
    Chamava-se o Vinho de Coca
    de Pemberton.
  • 7:09 - 7:12
    Não era muito original,
    copiava aquela bebida, o Vin Mariani.
  • 7:12 - 7:15
    Era um vinho tinto,
    misturado com a folha de coca.
  • 7:16 - 7:18
    Mas tinha de conter algum vinho.
  • 7:18 - 7:21
    Tinha de ter pequenas
    quantidades de cocaína.
  • 7:21 - 7:23
    Ele fabricou-a!
  • 7:23 - 7:27
    Esta ótima bebida vendia-se!
    Mas havia um problema.
  • 7:27 - 7:29
    O problema não era a cocaína.
  • 7:29 - 7:31
    O problema era o álcool
  • 7:31 - 7:36
    porque a cidade de Atlanta aderiu
    à proibição da venda de álcool em 1885.
  • 7:36 - 7:38
    Oh, meu Deus, ele arranjara
    aquela ótima bebida
  • 7:38 - 7:40
    e agora tinha de desistir dela!
  • 7:40 - 7:41
    O que é que havia de fazer?
  • 7:41 - 7:44
    Vocês sabem o que é que ele fez:
    criou a Coca-Cola.
  • 7:44 - 7:46
    É uma versão sem álcool,
  • 7:46 - 7:51
    uma versão moderada
    daquela bebida inicial de vinho.
  • 7:52 - 7:55
    Tornou-se nesta coisa ótima,
  • 7:56 - 7:57
    anos mais tarde.
  • 7:57 - 8:00
    Pemberton não a meteu em garrafas.
  • 8:00 - 8:02
    Era vendida em máquinas de refrigerantes
  • 8:02 - 8:05
    em pequenos copos, como os que vemos aqui.
  • 8:05 - 8:09
    Nunca chegou a ver
    esta bebida engarrafada
  • 8:09 - 8:12
    ou a vender-se mundialmente,
    porque morreu.
  • 8:12 - 8:13
    É uma história triste.
  • 8:13 - 8:16
    Quando finalmente consegue, morre.
  • 8:16 - 8:20
    A pessoa que lhe sucede
    é Asa Candler, o seu sucessor.
  • 8:20 - 8:23
    Este é o verdadeiro êxito da Coca-Cola.
  • 8:23 - 8:26
    Asa Candler é farmacêutico
    que regista a Coca-Cola em 1892.
  • 8:26 - 8:28
    Vai criar esta ótima marca.
  • 8:29 - 8:30
    A propósito, Asa Candler,
  • 8:30 - 8:35
    era uma espécie de catequista
    puritano, viciado no trabalho.
  • 8:35 - 8:36
    Esquadrinhei os arquivos
  • 8:36 - 8:39
    para encontrar a imagem
    mais feliz de Asia Candler.
  • 8:39 - 8:41
    Este é Asa Candler, num dia feliz.
  • 8:41 - 8:43
    Este é Asa Candler a sorrir.
  • 8:44 - 8:45
    O importante aqui
  • 8:45 - 8:48
    é que, como Pemberton, estes tipos
    estavam na Reconstrução do Sul.
  • 8:48 - 8:50
    Não tinham muito dinheiro.
  • 8:50 - 8:52
    Não tinham muito dinheiro,
  • 8:52 - 8:55
    por isso sabiam que a única forma
    de poderem difundir esta bebida
  • 8:55 - 8:57
    era associarem-se a outras pessoas.
  • 8:57 - 9:00
    A brilhante ideia de Asa Candler
    foi engarrafar a Coca-Cola.
  • 9:00 - 9:03
    Em 1899, toma a decisão
    de engarrafar a Coca-Cola.
  • 9:03 - 9:07
    Isso iria mudar não só a Coca-Cola,
    iria mudar o mundo,
  • 9:07 - 9:09
    criando uma das maiores redes
    de distribuição
  • 9:09 - 9:10
    que o mundo já vira,
  • 9:10 - 9:14
    que se estendia do Alabama ao Zimbabué.
  • 9:14 - 9:16
    Era um sistema incrível.
  • 9:16 - 9:18
    Mas a única forma de funcionar
  • 9:19 - 9:24
    era se pequenos negociantes
    em pequenas cidades em todo o país
  • 9:24 - 9:28
    e depois, em todo o globo,
    avançassem com algum dinheiro
  • 9:28 - 9:31
    para criar as instalações
    de engarrafamento nas caves,
  • 9:31 - 9:34
    em pequenos edifícios,
    por todo o país.
  • 9:34 - 9:37
    Mais uma vez, eram pessoas
    sem muito dinheiro.
  • 9:37 - 9:39
    Preocupavam-se com tudo,
  • 9:39 - 9:43
    com todos os custos, com as garrafas,
    os trabalhadores, os camiões.
  • 9:43 - 9:45
    Tinham de pensar em tudo isso.
  • 9:45 - 9:48
    No que se referia à embalagem,
    não podiam desperdiçar a embalagem.
  • 9:49 - 9:52
    Tinham de voltar a utilizá-la
    vezes sem conta, para pouparem nos custos.
  • 9:52 - 9:54
    Portanto, usavam garrafas
    de vidro reembolsáveis,
  • 9:54 - 9:58
    garrafas de vidro reembolsáveis
    no início do século XX,
  • 9:58 - 10:00
    para pouparem nos custos.
  • 10:00 - 10:03
    E o segredo era este.
    Como é que funcionava esse sistema?
  • 10:04 - 10:06
    Punham um depósito nessas garrafas.
  • 10:06 - 10:09
    Um depósito de um a dois cêntimos.
  • 10:10 - 10:15
    Se os consumidores devolvessem
    a garrafa ao distribuidor,
  • 10:15 - 10:17
    recebia um ou dois cêntimos de volta.
  • 10:17 - 10:19
    Eram pagos!
  • 10:19 - 10:21
    Era um sistema incrível!
  • 10:21 - 10:22
    Funcionava.
  • 10:22 - 10:24
    Percorri os arquivos
    para analisar este sistema.
  • 10:24 - 10:27
    Estamos a falar de cerca
    de 80% de fornecedores de Coca-Cola
  • 10:27 - 10:31
    que usavam um sistema
    de depósito, em 1929.
  • 10:31 - 10:35
    As revistas comerciais da época
    diziam que a única coisa
  • 10:35 - 10:39
    "sã e lógica" a fazer
    era pôr um preço na embalagem
  • 10:39 - 10:41
    se queríamos que ela fosse devolvida.
  • 10:42 - 10:45
    Naquela época,
    a bebida vendia-se por cinco cêntimos.
  • 10:45 - 10:48
    Portanto, estamos a falar
    de um depósito de dois cêntimos,
  • 10:48 - 10:50
    numa bebida de cinco cêntimos.
  • 10:50 - 10:53
    "Oiça. Estou a devolver isto!
    Quero que me devolva dois cêntimos!
  • 10:53 - 10:55
    Uma margem de 40%. Incrível!
  • 10:55 - 10:57
    Tenho provas, nos anos 60,
  • 10:57 - 11:01
    que mostram garrafas
    que fazem 40 ou 50 viagens
  • 11:01 - 11:05
    entre o fornecedor e o cliente.
  • 11:05 - 11:09
    A coisa funcionava realmente bem.
  • 11:11 - 11:13
    Então, o que aconteceu?
  • 11:15 - 11:18
    Nos anos 60 e 70,
  • 11:18 - 11:21
    a Coca-Cola começa a mudar
    para as garrafas de usar e deitar fora
  • 11:21 - 11:23
    que temos hoje.
  • 11:23 - 11:25
    Primeiro, latas de aço,
    depois latas de alumínio
  • 11:26 - 11:29
    e, por fim, garrafas de plástico,
    nos anos 70.
  • 11:29 - 11:31
    Quando mudaram para este sistema,
    disseram:
  • 11:32 - 11:34
    "Isto é uma nova era de automóveis.
  • 11:34 - 11:36
    As pessoas estão em movimento,
    querem comodidade.
  • 11:36 - 11:40
    Querem poder pôr as embalagens
    onde lhes apetecer.
  • 11:40 - 11:43
    Não precisamos de um sistema
    de depósito ou de devoluções.
  • 11:43 - 11:45
    Vamos acabar com esses depósitos.
  • 11:45 - 11:48
    Como era de prever, o lixo começou
    a empilhar-se por toda a parte,
  • 11:48 - 11:51
    nos parques nacionais,
    nos rios, nos oceanos.
  • 11:51 - 11:53
    As pessoas disseram que havia um problema.
  • 11:53 - 11:57
    Mas a Coca-Cola, uma das indústrias
    de bebidas mais influentes disse:
  • 11:57 - 11:59
    "Não se preocupem.
  • 11:59 - 12:02
    "porque há uma coisa chamada reciclagem",
  • 12:02 - 12:04
    que estava a surgir nos anos 70.
  • 12:04 - 12:07
    "É isso que vai tratar
    de todos esses desperdícios.
  • 12:07 - 12:09
    "Não precisamos de um sistema de depósito.
  • 12:09 - 12:12
    "Essa tecnologia de reciclagem
    pode recuperar tudo".
  • 12:12 - 12:16
    Foi uma aposta enorme.
    Foi uma grande jogada.
  • 12:16 - 12:18
    Pensaram que compensaria.
  • 12:19 - 12:24
    Mas agora, os historiadores
    podem olhar para quatro décadas de dados
  • 12:24 - 12:27
    e ver se essa jogada compensou.
  • 12:27 - 12:29
    Olhando para o final dos anos 90,
  • 12:29 - 12:32
    quando a reciclagem
    avançava aqui a todo o vapor,
  • 12:32 - 12:35
    nos EUA, até hoje,
  • 12:35 - 12:38
    é esta a realidade do que aconteceu.
  • 12:38 - 12:41
    Não só a taxa de reciclagem
    não subiu em flecha
  • 12:41 - 12:44
    quando começámos a impor
    estes sistemas de reciclagem,
  • 12:44 - 12:46
    como diminuiu durante muitos anos.
  • 12:46 - 12:49
    Nos últimos anos, estamos
    a assistir a uma estagnação
  • 12:49 - 12:51
    com esta taxa por volta dos 30%.
  • 12:51 - 12:54
    É um sistema numa crise total.
  • 12:54 - 12:57
    Estão a ver este ciclo?
    Não é um ciclo.
  • 12:58 - 13:00
    Como é que consertamos isto?
  • 13:00 - 13:03
    Conhecemos as respostas, não é?
  • 13:04 - 13:07
    Sabemos, pela história, que,
    quando pomos um preço na embalagem,
  • 13:07 - 13:10
    quando damos valor à embalagem,
    ele será reclamado.
  • 13:10 - 13:13
    Não temos de adivinhar
    se esse sistema funcionará hoje.
  • 13:13 - 13:15
    Podemos vê-lo em ação.
  • 13:15 - 13:18
    Refiro-me a Michigan,
    no estado de Ohio.
  • 13:18 - 13:20
    Mas isto é Michigan a fazer
    aqui uma coisa ótima.
  • 13:20 - 13:24
    Arranjaram um sistema
    que disponibiliza locais de depósito.
  • 13:24 - 13:27
    Os cidadãos desse estado e do Maine
  • 13:27 - 13:30
    aprovaram os depósitos,
    através da lei,
  • 13:30 - 13:34
    para dizerem que temos de pôr
    um preço num recipiente.
  • 13:34 - 13:36
    Nesses estados, se entregarmos
    esses recipientes,
  • 13:36 - 13:38
    recebemos algum dinheiro de volta.
  • 13:38 - 13:40
    Queria mostrar-vos que as taxas
    já atingiram o máximo
  • 13:40 - 13:43
    — 80 a 90% de taxas de reciclagem.
  • 13:43 - 13:45
    Se formos à Dinamarca
    ou à Alemanha,
  • 13:45 - 13:48
    — eu podia listar muitos países diferentes
  • 13:48 - 13:52
    cujas nações assumiram
    adotar este sistema —
  • 13:52 - 13:54
    vemos que as taxas de reciclagem
    atingiram o máximo.
  • 13:54 - 13:56
    Funciona.
  • 13:56 - 13:59
    Podemos pôr isso a funcionar
    em toda a nação.
  • 14:01 - 14:04
    A Coca-Cola disse que, em 2030,
  • 14:05 - 14:08
    vão receber e reciclar todas as garrafas
  • 14:08 - 14:10
    que puserem no meio ambiente.
  • 14:10 - 14:12
    Esta é a promessa que fizeram
    há pouco tempo.
  • 14:12 - 14:14
    Vão reclamar todos os recipientes.
  • 14:14 - 14:17
    Vai ser um mundo
    sem desperdícios, é o que dizem.
  • 14:17 - 14:19
    E aplaudo-os por isso.
  • 14:19 - 14:21
    Há muitas pessoas
    bem intencionadas nas empresas
  • 14:21 - 14:23
    que pensam nestas estratégias ótimas.
  • 14:24 - 14:28
    Mas o problema é que, em 2016,
    já em 2016,
  • 14:28 - 14:30
    num documento empresarial divulgado
  • 14:30 - 14:31
    a Coca-Cola dizia que ia
  • 14:32 - 14:36
    "contrariar os sistemas de depósito
    na União Europeia".
  • 14:38 - 14:40
    Meus amigos, não temos de esperar
    que a Coca-Cola acorde.
  • 14:41 - 14:42
    (Risos)
  • 14:43 - 14:48
    Os cidadãos deste país
    podem fazer uma escolha conscienciosa
  • 14:48 - 14:52
    para acabar com a prática inadmissível
    de não pôr um preço na embalagem,
  • 14:52 - 14:55
    especialmente, de recursos finitos
    como o plástico.
  • 14:56 - 14:58
    Se o fizermos, se aprendermos
    com a História,
  • 14:59 - 15:01
    penso que faremos História.
  • 15:01 - 15:06
    Será uma história de que os nossos
    descendentes se orgulharão
  • 15:06 - 15:08
    daqui a 450 anos.
  • 15:09 - 15:10
    Obrigado.
  • 15:10 - 15:13
    (Aplausos)
Title:
O requiem da reciclagem de um historiador ambientalista | Bart Elmore | TEDxOhioStateUniversity
Description:

Bartow Elmore fala sobre como a solução para o atual problema do desperdício de plástico reside na história de uma das maiores empresas do mundo: a Coca-Cola Industry. Bartow Elmore estuda o passado para compreender como podemos viver mais sustentadamente neste planeta. Natural de Atlanta, na Georgia, Bart é professor assistente de História Ambiental e membro do Instituto de Sustentabilidade na Universidade Estatal de Ohio.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:21

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