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Réquiem para reciclagem de um historiador ambientalista | Bart Elmore | TEDxOhioStateUniversity

  • 0:17 - 0:20
    Se na última semana
    você usou uma garrafa de plástico
  • 0:21 - 0:22
    e não a reciclou,
  • 0:22 - 0:27
    há uma boa chance
    de que, daqui a 450 anos,
  • 0:27 - 0:30
    aquela garrafa ainda esteja
    aqui neste planeta.
  • 0:30 - 0:34
    Pesquisadores da NOAA
    recentemente descobriram
  • 0:35 - 0:38
    que leva cerca de 450 anos
  • 0:38 - 0:43
    para uma garrafa
    de polietileno tereftalato,
  • 0:43 - 0:47
    garrafa PET, se decompor completamente.
  • 0:47 - 0:51
    Consigo imaginar a cena, daqui a 450 anos,
  • 0:51 - 0:55
    quando uma pobre alma
    pegar uma garrafa do chão
  • 0:55 - 0:58
    e olhar para seu amigo para conversar.
  • 0:58 - 1:00
    Poderá ser algo como:
  • 1:02 - 1:06
    "Mano..." A propósito, ainda vão
    falar mano, daqui a 450 anos.
  • 1:06 - 1:08
    "Você acredita nisso?!
  • 1:08 - 1:12
    Assim, espera, eles pegaram
    um recurso natural finito,
  • 1:12 - 1:13
    combustíveis fósseis,
  • 1:13 - 1:16
    e transformaram em um recipiente
  • 1:16 - 1:18
    que usaram uma vez?
  • 1:19 - 1:21
    E aí, depois que usaram esse recipiente,
  • 1:22 - 1:24
    jogaram fora?!
  • 1:25 - 1:26
    Quero dizer, isso é loucura!
  • 1:26 - 1:30
    Que tipo de civilização
    avançada faz isso?"
  • 1:31 - 1:33
    Acho que eles vão estar
    procurando uma explicação.
  • 1:34 - 1:38
    E, se eu fosse tentar
    dar uma explicação para eles hoje,
  • 1:38 - 1:40
    eu usaria este logo.
  • 1:41 - 1:45
    Um logo que anda por aí
    desde que estávamos no ensino fundamental,
  • 1:45 - 1:47
    algo que vemos todos os dias.
  • 1:47 - 1:52
    É o logo da reciclagem,
    claro, e foi criado em 1970
  • 1:52 - 1:54
    por um estudante de pós-graduação
    chamado Gary Anderson,
  • 1:54 - 1:57
    que estudava na Universidade
    do Sul da Califórnia.
  • 1:57 - 2:00
    A reciclagem começava
    a aparecer na internet na época,
  • 2:00 - 2:03
    e ele queria descobrir uma maneira
    de descrever esse sistema
  • 2:03 - 2:05
    que era como um ciclo fechado.
  • 2:05 - 2:07
    Sabe, um sistema em que tudo dentro dele
  • 2:07 - 2:10
    seria usado inúmeras vezes.
  • 2:10 - 2:13
    Teríamos um mundo sem resíduos.
  • 2:13 - 2:17
    Parece ótimo, e nos faz
    sentir bem pra caramba, eu acho,
  • 2:17 - 2:21
    quando vamos até a lixeira de recicláveis
    e colocamos nossas coisas lá.
  • 2:21 - 2:26
    Mas o problema dessa imagem
    é que ela é uma mentira.
  • 2:27 - 2:32
    Porque, atualmente, só cerca de 30%,
  • 2:32 - 2:39
    30% das garrafas PET usadas
    neste país são recicladas.
  • 2:40 - 2:44
    Isso significa que 70% dessas garrafas
  • 2:44 - 2:49
    vão parar em aterros, nos nossos rios,
    e, por fim, nos nossos oceanos.
  • 2:50 - 2:54
    E é claro que isso está contribuindo
    para um problema de proporções épicas.
  • 2:54 - 2:59
    Cientistas previram,
    recentemente, que até 2050,
  • 2:59 - 3:04
    os oceanos poderão ter um volume
    de plástico maior do que de peixes,
  • 3:04 - 3:06
    o que é uma perfeita loucura.
  • 3:06 - 3:09
    E se pensarmos em todo
    esse plástico vagando por aí,
  • 3:09 - 3:13
    um dos problemas é que partículas estão
    indo parar em nossas reservas de água.
  • 3:13 - 3:15
    Microplásticos.
  • 3:15 - 3:17
    Um estudo realizado há pouco tempo
  • 3:17 - 3:22
    mostrou que 94% da água potável
    testada neste país
  • 3:22 - 3:24
    tinha microplásticos.
  • 3:24 - 3:25
    Estamos bebendo isso.
  • 3:26 - 3:31
    Não é algo que, em outras palavras,
    está lá nos nossos oceanos.
  • 3:31 - 3:33
    É algo que está bem aqui dentro de nós.
  • 3:33 - 3:35
    E é algo que temos que resolver.
  • 3:35 - 3:41
    Como acabar com essa praga de poluição
    plástica que estamos enfrentando?
  • 3:42 - 3:47
    Bom, para responder, gostaria de sugerir
    não usar alguma nova tecnologia
  • 3:47 - 3:50
    ou mesmo um novo dispositivo
    para resolver esse problema.
  • 3:50 - 3:54
    O que precisamos é uma melhor
    compreensão do nosso passado,
  • 3:54 - 3:57
    uma melhor compreensão da história.
  • 3:57 - 4:00
    E, quando penso
    sobre recipientes de plástico,
  • 4:00 - 4:06
    não há história melhor
    do que a história desta empresa:
  • 4:06 - 4:07
    a Coca-Cola.
  • 4:08 - 4:12
    Passei cerca de dez anos
    viajando pelo mundo,
  • 4:12 - 4:14
    para o Peru, Índia e outros lugares,
  • 4:14 - 4:19
    para entender a pegada ecológica dessa
    empresa que começou na minha cidade natal.
  • 4:19 - 4:21
    E eu consegui.
  • 4:21 - 4:23
    Esse é um começo incomum,
  • 4:23 - 4:26
    ao pensar em uma solução
    para o problema do plástico.
  • 4:26 - 4:30
    Porque acho que quando pensamos
    na Coca, pensamos no vilão corporativo.
  • 4:30 - 4:32
    Nesse plástico, nessas garrafas
    que estão produzindo.
  • 4:32 - 4:34
    O Greenpeace, por exemplo,
  • 4:34 - 4:41
    disse que a Coca-Cola produz cerca de
    100 bilhões de garrafas plásticas por ano.
  • 4:41 - 4:45
    Em torno de 1/5 de todas as garrafas
    plásticas produzidas no planeta!
  • 4:46 - 4:48
    Então ela é parte do problema.
  • 4:49 - 4:51
    Mas, se nos voltarmos ao passado dela,
  • 4:51 - 4:55
    se olharmos para a história da Coca,
    oculta nos arquivos,
  • 4:55 - 4:58
    acho que existem soluções para o futuro.
  • 4:59 - 5:02
    Então, vamos voltar ao passado
  • 5:02 - 5:05
    e visitar este cara, John Pemberton,
  • 5:05 - 5:08
    o criador da fórmula da Coca-Cola.
  • 5:08 - 5:10
    John Pemberton era um farmacêutico.
  • 5:10 - 5:14
    Ele foi para Atlanta nos anos 1870
  • 5:14 - 5:17
    tentando enriquecer
    no mercado de patentes médicas.
  • 5:17 - 5:23
    Mas, infelizmente, seu negócio
    pegou fogo não uma, mas duas vezes!
  • 5:23 - 5:27
    E ele foi à falência
    no final dos anos 1870.
  • 5:27 - 5:31
    Não parece o cara que terá
    a marca mais vendida no mundo, certo?
  • 5:31 - 5:33
    Parece alguém que nunca terá sucesso.
  • 5:33 - 5:38
    O que você faz quando está sem sorte
    e quer ganhar dinheiro?
  • 5:39 - 5:41
    Bom, você olha pro mundo, e diz:
  • 5:41 - 5:44
    "Certo, qual bebida
    está fazendo sucesso agora?
  • 5:44 - 5:47
    Vou tentar imitá-la".
  • 5:47 - 5:51
    E foi exatamente isso
    que John Pemberton fez.
  • 5:51 - 5:56
    Ele viu esta bebida, Vin Mariani,
    oriunda da França.
  • 5:56 - 5:59
    O nome veio de um cara
    chamado Angelo Mariani,
  • 5:59 - 6:01
    e estava vendendo como água.
  • 6:01 - 6:05
    O motivo é que era
    um vinho Bordeaux, vinho tinto,
  • 6:05 - 6:08
    misturado com folhas de coca
    da América do Sul,
  • 6:08 - 6:12
    que o impregnavam com um pouco
    de tintura de cocaína.
  • 6:13 - 6:17
    Estamos falando de vinho
    impregnado com cocaína, pessoal.
  • 6:17 - 6:18
    (Risos)
  • 6:18 - 6:20
    Era estimulante,
  • 6:20 - 6:21
    (Risos)
  • 6:21 - 6:23
    e provocava enorme euforia.
  • 6:23 - 6:26
    Nosso presidente Ulysses S. Grant
    bebia esse negócio.
  • 6:26 - 6:28
    "Hmmm, me faz sentir bem."
  • 6:28 - 6:32
    Claro que faz, Ulysses S. Grant,
    tem cocaína nisso.
  • 6:32 - 6:33
    (Risos)
  • 6:33 - 6:35
    E outra coisa,
  • 6:35 - 6:37
    ele está lá sentado falando
    que essa coisa é boa.
  • 6:37 - 6:41
    Era praticamente vodca com energético
    do século 19, se você pensar bem.
  • 6:41 - 6:43
    Até o papa bebia isso, certo?
  • 6:43 - 6:46
    Então imagine isso,
    se você não for católico.
  • 6:46 - 6:49
    Se a comunhão fosse com Vin Mariani,
  • 6:49 - 6:53
    acho que todo mundo estaria
    se convertendo ao catolicismo agora.
  • 6:53 - 6:57
    Então John Pemberton está sem sorte,
    tentando descobrir como ganhar dinheiro,
  • 6:57 - 6:59
    ele vê isso e diz:
    "Bom, vamos fazer isso".
  • 6:59 - 7:03
    E, pessoal, esse é o precursor
    do que seria a Coca-Cola.
  • 7:03 - 7:06
    Esta é a primeira propaganda
    dele nos anos 1880.
  • 7:06 - 7:08
    Se chamava Vinho de Coca do Pemberton.
  • 7:08 - 7:12
    Não muito original, puramente
    uma cópia daquela bebida, Vin Mariani.
  • 7:12 - 7:15
    Era um vinho tinto
    misturado com folhas de coca.
  • 7:15 - 7:17
    Sim, tinha vinho.
  • 7:17 - 7:21
    E tinha uma pequena quantidade de cocaína.
  • 7:21 - 7:23
    Ele conseguiu!
  • 7:23 - 7:27
    Sim, essa bebida fantástica está vendendo!
    Mas havia um problema.
  • 7:27 - 7:29
    E o problema não era a cocaína.
  • 7:29 - 7:31
    O problema era o álcool,
  • 7:31 - 7:36
    porque a cidade de Atlanta proibiu
    a venda de bebidas alcoólicas em 1885.
  • 7:36 - 7:40
    Ai, meu Deus, ele tem essa ótima bebida,
    agora ele vai ter que desistir!
  • 7:40 - 7:41
    O que ele vai fazer?
  • 7:41 - 7:43
    Vocês sabem o que ele vai fazer.
    Ele criou a Coca-Cola.
  • 7:43 - 7:46
    É uma versão sem álcool,
  • 7:46 - 7:52
    uma versão sóbria daquela
    bebida anterior à base de vinho.
  • 7:52 - 7:55
    E ela se tornou essa coisa maravilhosa
  • 7:56 - 7:57
    anos depois.
  • 7:57 - 8:00
    Mas Pemberton não a colocava em garrafas.
  • 8:00 - 8:02
    Era vendida em máquinas de refrigerante
  • 8:02 - 8:05
    em pequenos copos
    iguais a esse copo fofo aqui.
  • 8:05 - 8:09
    E ele nunca chegou a ver
    essa bebida ser engarrafada
  • 8:09 - 8:12
    ou se tornar global, porque ele morreu.
  • 8:12 - 8:13
    É uma história triste.
  • 8:13 - 8:15
    Ele finalmente consegue, e morre.
  • 8:16 - 8:20
    E a pessoa que continua depois dele
    é Asa Candler, seu sucessor.
  • 8:20 - 8:22
    E esse é o grande sucesso da Coca.
  • 8:22 - 8:26
    Asa Candler é um farmacêutico
    que integra a Coca-Cola em 1892.
  • 8:26 - 8:28
    E ele vai criar essa marca fantástica.
  • 8:29 - 8:30
    Asa Candler, a propósito,
  • 8:30 - 8:35
    era um workaholic, do tipo
    professor puritano de escola dominical.
  • 8:35 - 8:39
    Eu esmiucei os arquivos para achar
    a foto mais feliz de Asa Candler.
  • 8:39 - 8:41
    Este é Asa Candler num dia bom.
  • 8:41 - 8:43
    Este é Asa Candler sorrindo.
  • 8:43 - 8:45
    E o ponto importante aqui
  • 8:45 - 8:48
    é que, como Pemberton, esses caras
    estavam na Reconstrução.
  • 8:48 - 8:50
    Eles não tinham muito dinheiro.
  • 8:50 - 8:51
    Não tinham muito dinheiro,
  • 8:51 - 8:55
    então sabiam que a única maneira
    de levar essa bebida por toda parte
  • 8:55 - 8:56
    era tendo parceiros.
  • 8:56 - 9:00
    E a ideia genial de Asa Candler
    foi engarrafar a Coca.
  • 9:00 - 9:03
    Em 1899, ele decide
    engarrafar a Coca-Cola.
  • 9:03 - 9:07
    E isso mudaria não só a Coca-Cola,
    mas mudaria o mundo,
  • 9:07 - 9:09
    criando uma das maiores
    redes de distribuição
  • 9:09 - 9:10
    que o mundo já viu,
  • 9:10 - 9:14
    estendendo-se do Alabama até o Zimbabwe.
  • 9:14 - 9:16
    Era um sistema incrível.
  • 9:16 - 9:18
    Mas o único jeito que ele funcionaria
  • 9:18 - 9:24
    seria se pequenos empresários
    em cidades pequenas pelo país
  • 9:24 - 9:28
    e, por fim, do mundo,
    colocassem um pouco de dinheiro
  • 9:28 - 9:31
    para construir fábricas
    de garrafas em porões,
  • 9:31 - 9:34
    em pequenos prédios em todo o país.
  • 9:34 - 9:37
    E esses eram caras, lembrem-se,
    com pouco dinheiro.
  • 9:37 - 9:39
    Eles se preocupavam com tudo,
  • 9:39 - 9:43
    todos os custos, as garrafas,
    os funcionários, os caminhões.
  • 9:43 - 9:45
    Eles tinham que pensar nisso tudo.
  • 9:45 - 9:46
    Na questão de embalagem,
  • 9:46 - 9:49
    eles não podiam desperdiçar
    seus recipientes.
  • 9:49 - 9:52
    Eles tinham que reutilizá-los
    inúmeras vezes para diminuir custos.
  • 9:52 - 9:54
    Então eles usavam
    garrafas de vidro reutilizáveis,
  • 9:54 - 9:57
    garrafas retornáveis,
    no início do século 20,
  • 9:57 - 10:00
    para reduzir os custos.
  • 10:00 - 10:03
    Mas aqui está o ponto principal.
    Como isso funcionava?
  • 10:03 - 10:06
    Bom, eles colocavam
    um depósito nessas embalagens.
  • 10:06 - 10:09
    Um depósito de um ou dois centavos.
  • 10:10 - 10:11
    E se você, consumidor,
  • 10:11 - 10:15
    trouxesse a garrafa
    de volta para o distribuidor,
  • 10:15 - 10:17
    recebia o depósito de volta.
  • 10:17 - 10:18
    Você era pago!
  • 10:19 - 10:21
    E esse era um sistema incrível!
  • 10:21 - 10:22
    Funcionava!
  • 10:22 - 10:24
    Eu peguei os arquivos
    para analisar esse sistema.
  • 10:24 - 10:27
    Nós estamos falando de 80%
    dos engarrafadores da Coca-Cola
  • 10:27 - 10:31
    usando o sistema de depósito em 1929.
  • 10:31 - 10:35
    As revistas especializadas da época
    diziam que a única coisa sensata e lógica,
  • 10:35 - 10:39
    literalmente a coisa "sensata e lógica"
    a se fazer é colocar um preço na embalagem
  • 10:39 - 10:42
    se você quer que seja devolvida, certo?
  • 10:42 - 10:43
    E vocês têm que entender
  • 10:43 - 10:46
    que é uma época em que vendiam
    a bebida por cinco centavos.
  • 10:46 - 10:49
    Estamos falando de um depósito
    de dois centavos para uma bebida de cinco.
  • 10:49 - 10:52
    É óbvio que vou devolver!
    Quero meus dois centavos de volta!
  • 10:52 - 10:55
    Um aumento de 40% no preço. Incrível.
  • 10:55 - 11:01
    Tenho evidências dos anos 1960 que
    mostram garrafas fazendo 40, 50 viagens
  • 11:01 - 11:05
    entre engarrafador e consumidor.
  • 11:05 - 11:10
    Pessoal, funcionava. Funcionava muito bem.
  • 11:11 - 11:13
    Então o que aconteceu?
  • 11:14 - 11:17
    Bom, nos anos 1960 e 1970,
  • 11:18 - 11:21
    a Coca-Cola começou a mudar
    para as embalagens de uso único
  • 11:21 - 11:22
    que vemos hoje.
  • 11:22 - 11:25
    Primeiro latas de aço, depois de alumínio,
  • 11:26 - 11:29
    e, finalmente, nos anos 1970,
    garrafas de plástico.
  • 11:29 - 11:31
    E quando mudaram para esse sistema,
  • 11:31 - 11:33
    eles disseram: "Olha,
    é uma nova época, de carros.
  • 11:33 - 11:36
    Pessoas estão se movendo.
    Elas querem conveniência.
  • 11:36 - 11:40
    Elas querem colocar a embalagem
    onde quiserem. Certo?"
  • 11:40 - 11:43
    Não precisamos de um sistema
    retornável ou de depósito.
  • 11:43 - 11:45
    Nos livramos daqueles depósitos.
  • 11:45 - 11:48
    E, como vocês podem prever,
    o lixo começou a acumular
  • 11:48 - 11:50
    em parques nacionais, rios, oceanos.
  • 11:51 - 11:53
    E as pessoas disseram:
    "Isso é um problema".
  • 11:53 - 11:57
    Mas a Coca, uma das maiores agentes
    da indústria de bebidas, disse:
  • 11:57 - 11:59
    "Não se preocupem,
  • 11:59 - 12:02
    há essa novidade chamada reciclagem",
  • 12:02 - 12:04
    que estava surgindo nos anos 1970.
  • 12:04 - 12:07
    "E isso vai reaproveitar todo esse lixo.
  • 12:07 - 12:08
    Não precisamos de sistema de depósito.
  • 12:08 - 12:11
    A tecnologia de reciclagem
    pode reaproveitar tudo isso."
  • 12:12 - 12:16
    Era uma aposta grande. Era um risco alto.
  • 12:16 - 12:18
    E eles acharam que daria certo.
  • 12:19 - 12:24
    Mas a questão é que nós, historiadores,
    podemos olhar os dados de quatro décadas
  • 12:24 - 12:26
    e ver se a aposta deu certo.
  • 12:27 - 12:29
    E olhando desde o fim dos anos 1990,
  • 12:29 - 12:33
    quando lixeiras de recicláveis estavam
    a todo vapor, nos Estados Unidos,
  • 12:33 - 12:35
    até os dias de hoje,
  • 12:35 - 12:38
    isto é o que realmente aconteceu:
  • 12:38 - 12:41
    não só a taxa de reciclagem não disparou
  • 12:41 - 12:43
    quando sistemas recicláveis
    começaram a ser instituídos,
  • 12:43 - 12:45
    mas, por muitos anos, ela diminuiu.
  • 12:45 - 12:49
    E recentemente, vemos uma estagnação
  • 12:49 - 12:51
    com a taxa de cerca de 30%.
  • 12:51 - 12:54
    Esse é um sistema em completa crise.
  • 12:54 - 12:57
    Vê esse círculo? Não é um círculo.
  • 12:58 - 12:59
    Então como resolvemos isso?
  • 13:00 - 13:03
    Bom, nós temos as respostas, certo?
  • 13:04 - 13:07
    Sabemos pela história que, quando
    se coloca um preço na embalagem,
  • 13:07 - 13:10
    quando se dá um valor à embalagem,
    ela vai ser reaproveitada.
  • 13:10 - 13:13
    E não temos que adivinhar
    se esse sistema vai funcionar.
  • 13:13 - 13:15
    Podemos vê-lo em ação.
  • 13:15 - 13:18
    Estou falando de Michigan
    no estado de Ohio, eu sei.
  • 13:18 - 13:20
    Mas isso é Michigan
    fazendo algo fantástico, certo?
  • 13:20 - 13:24
    Eles têm um sistema que inclui depósitos.
  • 13:24 - 13:27
    Os cidadãos desse estado e do Maine
  • 13:27 - 13:30
    instauraram depósitos com uma lei
  • 13:30 - 13:34
    que diz que você tem que colocar
    preço em uma embalagem.
  • 13:34 - 13:36
    Nesses estados, se você entregar
    essas embalagens,
  • 13:36 - 13:37
    recebe dinheiro de volta.
  • 13:37 - 13:40
    E só quero mostrar para vocês
    que as taxas estão nas alturas:
  • 13:40 - 13:43
    taxas de reciclagem de 80%, 90%.
  • 13:43 - 13:45
    E na Dinamarca ou na Alemanha,
  • 13:45 - 13:48
    e eu poderia listar vários outros países
  • 13:48 - 13:52
    que se propuseram a usar esse sistema,
  • 13:52 - 13:54
    vemos taxas de reciclagem nas alturas.
  • 13:54 - 13:56
    Funciona.
  • 13:56 - 13:59
    E podemos fazer funcionar
    aqui, em toda a nação.
  • 14:01 - 14:04
    A Coca-Cola disse que até 2030
  • 14:05 - 14:08
    eles vão recolher e reciclar
    cada uma das embalagens
  • 14:08 - 14:10
    que eles colocam no ambiente.
  • 14:10 - 14:12
    É a promessa que fizeram recentemente.
  • 14:12 - 14:14
    Eles vão reaproveitar
    cada uma das embalagens.
  • 14:14 - 14:17
    Haverá um mundo sem resíduos, eles dizem.
  • 14:17 - 14:18
    E eu os aplaudo por isso.
  • 14:18 - 14:21
    Nas empresas, há muitas pessoas
    com boa intenção
  • 14:21 - 14:23
    pensando nessas grandes estratégias.
  • 14:24 - 14:28
    Mas o problema é que em 2016,
    tão recentemente,
  • 14:28 - 14:29
    em um documento corporativo vazado,
  • 14:29 - 14:32
    a Coca-Cola disse que irá
  • 14:32 - 14:36
    "combater os sistemas de depósito
    na União Europeia".
  • 14:38 - 14:40
    Pessoal, não precisamos
    esperar a Coca virar "Troca".
  • 14:41 - 14:42
    (Risos)
  • 14:43 - 14:48
    Nós, cidadãos deste país,
    podemos fazer escolhas conscientes
  • 14:48 - 14:52
    parar acabar com a prática inadmissível
    de não colocar preço em embalagens,
  • 14:52 - 14:55
    principalmente em fontes finitas
    como o plástico.
  • 14:56 - 14:58
    Se fizermos isso,
    se aprendermos com a história,
  • 14:59 - 15:01
    então acho que faremos história.
  • 15:01 - 15:06
    E será uma história da qual nossos
    descendentes poderão se orgulhar
  • 15:06 - 15:08
    daqui a 450 anos.
  • 15:09 - 15:10
    Obrigado.
  • 15:10 - 15:12
    (Aplausos) (Vivas)
Title:
Réquiem para reciclagem de um historiador ambientalista | Bart Elmore | TEDxOhioStateUniversity
Description:

Bartow Elmore fala sobre como a solução para o problema atual dos resíduos plásticos está na história de uma das maiores empresas do mundo: a Coca-Cola. Bart Elmore estuda o passado para entender como podemos viver de maneira mais sustentável neste planeta. Nascido em Atlanta, Georgia, Bart é professor assistente de história ambiental e membro do Instituto de Sustentabilidade da Universidade de Ohio. Ele é o autor de "Citizen Coke: The Making of Coca-Cola Capitalism" (W. W. Norton, 2015), uma história ecológica global da maior marca de bebidas do mundo. De 2016 a 2018, ele foi bolsista Carnegie na "New America Foundation" em Washington, e atualmente é editor da série de livros "Histories of Capitalism and Environment" na "West Virginia University Press". Ele está escrevendo dois novos livros: "Seed Money: Monsanto’s Past and the Future of Food" (W. W. Norton, lançamento futuro) e "The Land Where the Sun Never Sets: The American South and Global Ecological Change" (UNC Press, lançamento futuro).

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:21

Portuguese, Brazilian subtitles

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