Os 10 mitos principais da psicologia | Ben Ambridge | TEDxYouth@Manchester
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0:10 - 0:13Já ouviram falar do QI,
da inteligência geral, -
0:13 - 0:15mas o que é o Psi-QI?
-
0:15 - 0:17O que sabemos
sobre o que nos motiva -
0:17 - 0:19e até que ponto somos bons em prever
-
0:19 - 0:21o comportamento dos outros
ou até mesmo do nosso? -
0:21 - 0:24O que é que há de errado na psicologia
que vocês julgam saber? -
0:24 - 0:28Vamos descobrir isso, analisando
os 10 principais mitos da psicologia. -
0:28 - 0:31Provavelmente já ouviram dizer,
que, quanto à psicologia, -
0:31 - 0:33o homem e a mulher são muito diferentes,
-
0:33 - 0:36como se os homens sejam de Marte
e as mulheres sejam de Vénus. -
0:36 - 0:39Mas, até que ponto são diferentes
homens e mulheres? -
0:39 - 0:41Para o verificar, comecemos
por olhar para uma coisa -
0:41 - 0:44em que homens e mulheres
são realmente diferentes -
0:44 - 0:46e traçar algumas diferenças
psicológicas na mesma escala. -
0:47 - 0:48Homens e mulheres são diferentes
-
0:48 - 0:51na distância a que conseguem
atirar uma bola. -
0:51 - 0:52Neste gráfico, para os homens,
-
0:52 - 0:54vemos a chamada
curva de distribuição normal. -
0:54 - 0:58Poucos homens conseguem
atirá-la muito longe, outros nada longe, -
0:58 - 1:00e a maioria alcança uma distância média.
-
1:00 - 1:03O gráfico das mulheres apresenta
a mesma distribuição, -
1:03 - 1:04mas há uma grande diferença.
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1:04 - 1:06O homem médio atira
uma bola muito mais longe -
1:06 - 1:08do que 98% das mulheres.
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1:08 - 1:11Vejamos agora quais são
as diferenças entre sexos -
1:11 - 1:14com o mesmo aspeto
destes dados padronizados. -
1:14 - 1:16Qualquer psicólogo dirá
que os homens são melhores -
1:16 - 1:18em consciência espacial
do que as mulheres, -
1:19 - 1:21como ler mapas, por exemplo,
e isso é verdade, -
1:21 - 1:23mas vejamos qual a dimensão
dessa diferença. -
1:23 - 1:27É mínima: as linhas estão tão juntas
que quase se sobrepõem. -
1:27 - 1:30Na verdade, a mulher média é melhor
do que 33% de todos os homens -
1:30 - 1:33e, claro, se fossem 50%,
-
1:33 - 1:35então os dois sexos seriam
exatamente iguais. -
1:35 - 1:38Vale a pena ter presente que esta
diferença e a que vou mostrar a seguir -
1:38 - 1:41são praticamente as maiores
diferenças psicológicas entre sexos -
1:41 - 1:43já descobertas em psicologia.
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1:43 - 1:44Esta é a próxima.
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1:44 - 1:46Qualquer psicólogo dirá que as mulheres
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1:46 - 1:48são melhores na linguagem
e na gramática. -
1:48 - 1:51Este é o desempenho num teste
de gramática padronizado. -
1:51 - 1:53Estas são as mulheres
e estes são os homens. -
1:53 - 1:56As mulheres são melhores, em média,
mas as linhas estão tão juntas -
1:56 - 1:58que 33% dos homens
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1:58 - 2:00são melhores do que a mulher média
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2:00 - 2:02e, de novo, se fossem 50%,
-
2:02 - 2:05isso significaria
uma total igualdade entre sexos. -
2:05 - 2:07Portanto, não temos
um caso de Marte e Vénus. -
2:07 - 2:10É mais um caso, se é que existe
entre aguardente e bagaço, -
2:10 - 2:11é praticamente o mesmo,
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2:11 - 2:14mas um pode ser ligeiramente
mais alcoólico. -
2:14 - 2:16Não vou dizer qual é.
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2:16 - 2:18Agora, que já estão interessados.
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2:18 - 2:21vamos psicanalisar-vos usando
o famoso teste de Rorschach. -
2:21 - 2:25Talvez vejam aqui dois ursos
ou duas pessoas, qualquer coisa. -
2:25 - 2:27Mas o que é que pensam
que estão a fazer? -
2:27 - 2:30Ponha a mão no ar quem pensa
que eles estão a dizer olá. -
2:30 - 2:31Pouca gente. Ok.
-
2:31 - 2:34E quem pensa que eles estão
a "dá cá mais cinco". -
2:34 - 2:36Ok. E quem pensa que estão a lutar?
-
2:36 - 2:38Pouca gente.
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2:38 - 2:41Se pensam que eles estão a dizer olá
ou "dá cá mais cinco", -
2:41 - 2:43isso significa que são pessoas pacíficas.
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2:43 - 2:45Se pensam que estão a lutar,
isso significa -
2:45 - 2:46que são uma pessoa mais agressiva.
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2:46 - 2:48Basicamente, amorosas ou lutadoras.
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2:48 - 2:50E quanto a esta? Aqui não há votações.
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2:50 - 2:53Aos três, gritem o que é que veem.
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2:53 - 2:54Um, dois, três.
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2:55 - 2:57(Gritos)
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2:57 - 2:59Ouvi dizer "hamster".
Quem disse hamster? -
2:59 - 3:00Isso é muito preocupante.
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3:00 - 3:02Uma pessoa ali disse hamster.
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3:02 - 3:05Devem ter visto ali uma espécie
de animal com duas pernas -
3:05 - 3:07e, ao lado, a sua imagem espelhada.
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3:07 - 3:10Se não viram, isso significa
que têm dificuldade -
3:11 - 3:12em processar situações complexas
-
3:12 - 3:14em que se passa muita coisa.
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3:14 - 3:17Exceto, claro, que não significa
nada disso. -
3:17 - 3:19Os testes Rorschach não têm validade
-
3:19 - 3:22quando se trata de diagnosticar
a personalidade duma pessoa -
3:22 - 3:24e não são usados
pelos psicólogos modernos. -
3:24 - 3:26Na verdade, um estudo recente descobriu
-
3:26 - 3:29que, ao tentar diagnosticar
a personalidade duma pessoa -
3:29 - 3:31usando os testes Rorschach,
-
3:31 - 3:33diagnosticou-se esquizofrenia
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3:33 - 3:37num sexto de participantes
aparentemente perfeitamente normais. -
3:37 - 3:39Por isso, se não se portaram bem neste,
-
3:39 - 3:42talvez não sejam um tipo
de pessoa muito visual. -
3:42 - 3:44Façamos mais um inquérito rápido
para descobrir. -
3:44 - 3:46Quando fazem um bolo, preferem
-
3:46 - 3:48— levantar as mãos de novo —
-
3:48 - 3:51preferem usar um livro
de receitas com imagens? -
3:52 - 3:53Sim, algumas pessoas.
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3:53 - 3:55Serem orientados por uma amiga?
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3:55 - 3:59Ou fazerem uma experiência,
à medida que o vão fazendo? -
3:59 - 4:00Muito poucas pessoas aqui.
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4:00 - 4:02Ok, se disseram sim à primeira pergunta,
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4:02 - 4:04isso significa que são aprendizes visuais
-
4:04 - 4:08e aprendem melhor quando as informações
são apresentadas de modo visual. -
4:08 - 4:10Se responderam sim à segunda,
são aprendizes de ouvido, -
4:10 - 4:14aprendem melhor quando a informação
se apresenta sob uma forma auditiva. -
4:14 - 4:17Se responderam sim à última,
são aprendizes cinestésicos, -
4:17 - 4:20aprendem melhor quando fazem
as coisas com as próprias mãos. -
4:20 - 4:22Exceto, claro, que assim não seja,
-
4:22 - 4:25porque tudo isso é um mito completo.
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4:25 - 4:27Os estilos de aprendizagem são invenções
-
4:27 - 4:29e não estão sustentados
por provas científicas. -
4:29 - 4:33Sabemos isso porque, em estudos
experimentais rigorosamente controlados, -
4:33 - 4:35quando as pessoas recebem
materiais de aprendizagem -
4:35 - 4:37sejam do seu estilo preferido
ou de estilo oposto, -
4:37 - 4:39não faz qualquer diferença
-
4:39 - 4:41na quantidade de informações
que eles retêm. -
4:41 - 4:43Se pensarem nisso por instantes,
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4:43 - 4:45é óbvio que isto tem de ser verdade.
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4:45 - 4:47É óbvio que o melhor formato
de uma apresentação -
4:47 - 4:49não depende de vocês,
-
4:49 - 4:51mas do que queremos aprender.
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4:51 - 4:53Será que podíamos
aprender a guiar um carro, -
4:53 - 4:55só a ouvir alguém dizer-nos o que fazer
-
4:55 - 4:57sem qualquer experiência cinestésica?
-
4:57 - 4:59Podíamos resolver equações simultâneas
-
4:59 - 5:02pensando apenas com a cabeça
sem as escrever? -
5:02 - 5:04Podíamos rever os exames de arquitetura
-
5:04 - 5:07usando dança interpretativa
se o nosso estilo fosse cinestésico? -
5:07 - 5:09Não. o que precisamos de fazer
-
5:09 - 5:12é adequar o material a aprender
ao formato da apresentação, -
5:12 - 5:13não a vocês.
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5:14 - 5:16Muitos aqui são alunos excelentes
-
5:16 - 5:18que receberam há pouco
os resultados dos exames. -
5:18 - 5:20Se não obtiveram exatamente
aquilo que esperavam, -
5:20 - 5:22talvez culpem o estilo de ensino
-
5:23 - 5:26mas deviam querer culpar os vossos genes.
-
5:26 - 5:30Um estudo recente
da University College London -
5:30 - 5:32que encontrou que 58% da variação
-
5:32 - 5:36entre vários estudantes
e os resultados dos seus exames -
5:36 - 5:38se devia a fatores genéticos.
-
5:38 - 5:40Isto parece um número muito rigoroso,
-
5:40 - 5:41como é possível estabelecê-lo?
-
5:42 - 5:44Quando queremos destacar
as contribuições relativas -
5:44 - 5:46de genes e ambientais,
-
5:46 - 5:49fazemos um estudo de gémeos.
-
5:49 - 5:52Gémeos idênticos partilham 100%
do seu ambiente -
5:52 - 5:54e 100% dos seus genes,
-
5:54 - 5:57enquanto gémeos não idênticos
partilham 100% do seu ambiente -
5:57 - 5:59mas, tal como quaisquer irmãos e irmãs,
-
5:59 - 6:01só partilham 50% dos seus genes.
-
6:01 - 6:05Comparando os resultados
de exames de gémeos idênticos -
6:05 - 6:07com os dos gémeos não idênticos,
-
6:07 - 6:09e fazendo umas contas sofisticadas,
-
6:09 - 6:13podemos ter uma ideia da variação
e do desempenho devidos ao ambiente -
6:13 - 6:15ou devidos aos genes.
-
6:15 - 6:18Acontece que 58% dão devidos aos genes.
-
6:20 - 6:24Isto não é menosprezar o trabalho difícil
que vocês e os professores realizam. -
6:24 - 6:28Se não obtiveram os resultados dos exames
de que estavam à espera -
6:28 - 6:31podem sempre atribuir a culpa
aos vossos pais ou, pelo menos, aos genes. -
6:31 - 6:33Uma coisa que não devem culpar
-
6:33 - 6:36é serem um aluno do lado
esquerdo ou direito do cérebro, -
6:36 - 6:38porque isso também é um mito.
-
6:38 - 6:41O mito aqui é que o cérebro
esquerdo é lógico, -
6:41 - 6:43é bom com equações como esta
-
6:43 - 6:45e o cérebro direito é mais criativo,
-
6:45 - 6:47o cérebro direito é melhor na música.
-
6:47 - 6:50Isto é um mito, porque
quase tudo o que fazemos -
6:50 - 6:52envolve quase todas a partes
do cérebro, em conjunto, -
6:52 - 6:56mesmo nas coisas mais vulgares,
como uma conversa normal. -
6:56 - 6:59Mas, talvez uma das razões
por que este mimo tem sobrevivido -
6:59 - 7:01é que há uma leve ponta de verdade nisso.
-
7:01 - 7:03Uma versão deste mito
-
7:03 - 7:06é que os canhotos são mais criativos
do que as pessoas destras, -
7:06 - 7:10o que faz um certo sentido
porque o cérebro controla as mãos opostas, -
7:10 - 7:13portanto, os canhotos têm o lado direito
do cérebro um pouco mais ativo -
7:13 - 7:15do que o lado esquerdo do cérebro
-
7:15 - 7:17e a ideia é que o lado da mão direita
é mais criativo. -
7:18 - 7:20Isto não é verdade, em si mesmo,
-
7:20 - 7:22que os canhotos sejam
mais criativos que os destros. -
7:22 - 7:25O que é verdade é que as pessoas
ambidestra, -
7:25 - 7:27as pessoas que usam
ambas as mãos para diversas tarefas -
7:27 - 7:31são pensadoras mais criativas
do que as outras, -
7:31 - 7:33porque ser ambidestro envolve
-
7:33 - 7:37ter ambos os lados do cérebro
a falar muito mais um com o outro, -
7:37 - 7:40o que parece estar envolvido
em pensamento criativo e flexível. -
7:40 - 7:42O mito do canhoto criativo
-
7:43 - 7:45deriva do facto de ser ambidestro,
-
7:45 - 7:48o que é mais comum nos canhotos
do que nos destros. -
7:48 - 7:50por isso, há um pouco na ideia
do canhoto criativo, -
7:51 - 7:52mas não é muito.
-
7:52 - 7:55Um mito relacionado
de que talvez já ouviram falar -
7:55 - 7:57é que só usamos 10% do cérebro.
-
7:57 - 7:59Isto é mais um perfeito mito.
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7:59 - 8:01Quase tudo o que fazemos,
mesmo a coisa mais simples, -
8:01 - 8:03usa quase todo o cérebro.
-
8:05 - 8:06Dito isto, claro que é verdade
-
8:06 - 8:09que a maioria das pessoas
não usam o seu poder cerebral -
8:09 - 8:12tão bem como podiam,
na maior parte do tempo. -
8:13 - 8:15Como podemos aumentar o poder cerebral?
-
8:15 - 8:17Talvez ouvir um pouco
da bela música de Mozart. -
8:17 - 8:20Já ouviram falar do efeito Mozart?
-
8:20 - 8:22A ideia de que ouvir Mozart
-
8:22 - 8:26nos torna mais inteligentes
e melhora o desempenho nos testes de QI. -
8:26 - 8:28O que é interessante neste mito
-
8:28 - 8:30é que, embora seja basicamente um mito,
-
8:30 - 8:32também tem um pouco de verdade.
-
8:32 - 8:33O estudo original descobriu
-
8:33 - 8:37que os participantes que escutaram
música de Mozart durante uns minutos -
8:37 - 8:39saíram-se melhor
num subsequente teste de QI -
8:39 - 8:42do que os participantes
que não ouviram nada. -
8:43 - 8:46Mas um estudo seguinte recrutou
pessoas que gostavam da música de Mozart -
8:46 - 8:48e outro grupo de pessoas
-
8:48 - 8:51que eram fãs das histórias de terror
de Stephen King. -
8:51 - 8:54Puseram-nas a ouvir
a música e as histórias. -
8:54 - 8:57As pessoas que preferiam
música de Mozart às histórias -
8:57 - 8:59tiveram um aumento maior de QI
do que ao ouvir as histórias -
8:59 - 9:02mas as pessoas que preferiam
as histórias à música de Mozart -
9:02 - 9:04obtiveram um aumento maior de QI
-
9:04 - 9:07ao ouvir as histórias de Stephen King
do que a música de Mozart. -
9:07 - 9:10A verdade é que ouvir
qualquer coisa de que gostemos, -
9:10 - 9:13espevita-nos um pouco e dá-nos
um aumento de QI temporário, -
9:13 - 9:15numa pequena gama de tarefas.
-
9:15 - 9:17Nada indica que ouvir Mozart
-
9:17 - 9:18ou ouvir as histórias de Stephen King
-
9:18 - 9:21nos torne mais inteligentes
a longo prazo. -
9:23 - 9:25Outra versão do mito de Mozart
-
9:25 - 9:29é que ouvir Mozart torna-nos
mais inteligentes e também mais saudáveis. -
9:30 - 9:32Infelizmente, parece não ser verdade
-
9:32 - 9:35para as pessoas que ouvem música
de Mozart quase todos os dias, -
9:35 - 9:36incluindo o próprio Mozart,
-
9:37 - 9:40que sofria de gonorreia, varíola, artrite
-
9:40 - 9:44e aquilo que se julga
que o matou: a sífilis. -
9:45 - 9:48Isto sugere que Mozart devia
ter sido mais cauteloso, -
9:48 - 9:50ao escolher os seus parceiros sexuais.
-
9:50 - 9:52Mas como escolher um parceiro?
-
9:52 - 9:57Há um mito, e devo dizê-lo,
por vezes espalhado por sociólogos, -
9:57 - 10:00que as preferências
por um parceiro romântico -
10:00 - 10:01são um produto da nossa cultura,
-
10:01 - 10:03são culturalmente muito específicas
-
10:03 - 10:05mas, na verdade, os dados
não comprovam isso. -
10:05 - 10:09Um conhecido estudo inquiriu pessoas
de 37 culturas diferentes no planeta -
10:09 - 10:11dos americanos aos zulus,
-
10:11 - 10:13sobre o que procuravam num parceiro.
-
10:13 - 10:15Em todas essas culturas,
por todo o planeta, -
10:15 - 10:19os homens davam mais valor
à atração física num parceiro -
10:19 - 10:20do que as mulheres.
-
10:20 - 10:22Em todas essas culturas, também,
-
10:22 - 10:24as mulheres davam mais importância
do que os homens -
10:24 - 10:27à ambição e à capacidade
de ganhar dinheiro. -
10:27 - 10:28Em todas essas culturas, também,
-
10:28 - 10:32os homens preferiam mulheres
mais novas do que eles uns 2,66 anos -
10:32 - 10:33segundo creio.
-
10:33 - 10:35e, em todas as culturas, também,
-
10:35 - 10:37as mulheres preferiam homens
-
10:37 - 10:40mais velhos do que elas
numa média de 3,42 anos. -
10:40 - 10:44É por isso que temos aqui
"Todos precisam de um papá doce". -
10:45 - 10:47Passemos de tentar marcar pontos
com um parceiro -
10:47 - 10:49para ganhar no basquetebol ou no futebol
-
10:49 - 10:51ou em qualquer outro desporto.
-
10:51 - 10:54O mito é que os desportistas
têm ocasiões de sorte -
10:54 - 10:59em que não podem falhar
uma marcação como este tipo aqui. -
11:00 - 11:03Mas, na verdade, o que acontece
é que, se analisarmos padrão -
11:03 - 11:05das estatísticas de golos e falhanços,
-
11:05 - 11:08acontece que é sempre aleatório.
-
11:08 - 11:10O cérebro cria padrões
a partir da aleatoriedade. -
11:10 - 11:12Se lançarmos uma moeda ao ar,
-
11:12 - 11:15aparece uma série de caras ou coroas
de forma aleatória -
11:15 - 11:18mas o cérebro gosta de ver padrões
onde não existem nenhuns. -
11:18 - 11:21Olhamos para essas séries,
atribuímos-lhes um sentido -
11:21 - 11:23e dizemos: "Isto hoje está a correr bem"
-
11:23 - 11:25embora obtivéssemos o mesmo padrão
-
11:25 - 11:29se obtivéssemos golos
e falhanços aleatoriamente. -
11:30 - 11:33Mas há uma exceção a isto,
são as grandes penalidades. -
11:33 - 11:36Um estudo recente sobre as grandes
penalidades no futebol -
11:36 - 11:39mostra que os jogadores
que representam países -
11:39 - 11:41com um registo muito mau
nas grandes penalidades, -
11:41 - 11:43como, por exemplo, a Inglaterra,
-
11:43 - 11:47tendem a ser mais rápidos a marcar
do que os países com um registo melhor -
11:47 - 11:51e, presumivelmente, em consequência,
tendem a falhar mais vezes. -
11:51 - 11:52O que levanta a questão de saber
-
11:52 - 11:56se há alguma forma de podermos
melhorar o desempenho das pessoas. -
11:56 - 11:58Uma coisa em que podíamos pensar
-
11:58 - 11:59seria punir as pessoas pelo fracasso
-
11:59 - 12:01e ver se as coisas melhoram.
-
12:01 - 12:05Esta ideia de que o efeito de uma punição
pode melhorar o rendimento -
12:05 - 12:07foi o que os participantes
pensavam estar a testar -
12:07 - 12:10na conhecida experiência de Milgram
de aprendizagem e punição -
12:10 - 12:13de que talvez tenham ouvido falar
se forem estudantes de psicologia. -
12:13 - 12:16A história é que os participantes
foram preparados -
12:16 - 12:19para dar choques elétricos
— que consideravam ser fatais — -
12:19 - 12:22a um colega participante
quando ele desse uma resposta errada, -
12:22 - 12:25só porque um tipo de bata branca
lhes dissera para fazerem isso. -
12:25 - 12:27Esta história é um mito por três razões.
-
12:27 - 12:31Primeiro, e principalmente,
a bata do laboratório não era branca, -
12:31 - 12:32na realidade, era cinzenta.
-
12:33 - 12:36Segundo, os participantes
foram informados, antes do estudo, -
12:36 - 12:39e sempre que manifestavam preocupação,
isso era-lhes recordado, -
12:39 - 12:42que, embora os choques
fossem dolorosos, não eram fatais -
12:42 - 12:45e não provocavam
qualquer prejuízo permanente. -
12:45 - 12:47E terceiro, os participantes
não davam choques -
12:47 - 12:50só porque alguém lhes dissera
para o fazer. -
12:50 - 12:52Nas entrevistas, depois do estudo,
-
12:52 - 12:54todos os participantes disseram
que acreditavam firmemente -
12:55 - 12:58que o estudo sobre aprendizagem e punição
servia um objetivo científico de valor -
12:58 - 13:01que garantiria avanços perduráveis
para a ciência, -
13:01 - 13:05em troca do desconforto
momentâneo e não fatal -
13:05 - 13:08causado aos participantes.
-
13:08 - 13:11Ok, já estou a falar há uns 12 minutos
-
13:11 - 13:13e provavelmente, vocês
têm estado aí a ouvir-me, -
13:13 - 13:16a analisar os padrões do meu discurso,
a minha linguagem corporal -
13:16 - 13:19a tentar perceber se devem acreditar
no que tenho estado a dizer -
13:20 - 13:22se eu estou a dizer a verdade
ou se estou a mentir, -
13:22 - 13:24mas, provavelmente, falharam totalmente,
-
13:24 - 13:27porque, embora se pense
que se pode apanhar um mentiroso -
13:27 - 13:29pela linguagem corporal
e pelos padrões do discurso, -
13:29 - 13:31centenas de testes psicológicos
têm mostrado -
13:31 - 13:34que todos nós, incluindo
agentes da polícia e detetives, -
13:34 - 13:37veem-se aflitos para detetar mentiras
a partir da linguagem corporal -
13:37 - 13:39e dos padrões verbais.
-
13:39 - 13:41Curiosamente, há uma exceção;
-
13:41 - 13:43os apelos da TV
para parentes desaparecidos. -
13:43 - 13:47É muito fácil prever
quando há um parente desaparecido -
13:47 - 13:51ou quando quem faz o apelo
assassinou esse parente. -
13:53 - 13:56Nas denúncias falsas, as pessoas
abanam mais a cabeça, -
13:56 - 13:58evitam os olhares e fazem erros verbais,
-
13:58 - 14:01enquanto nas genuínas, exprimem esperança
-
14:01 - 14:03de que a pessoa regresse sã e salva
-
14:03 - 14:05e evitam uma linguagem violenta.
-
14:05 - 14:09Por exemplo, podem dizer
"levaram-no" em vez de "mataram-no". -
14:09 - 14:12A propósito de matar,
chegou a altura de matar esta palestra -
14:12 - 14:15mas, antes disso, só quero dar-vos,
em 30 segundos, -
14:15 - 14:18o mito dos mitos da psicologia.
-
14:19 - 14:21O mito da psicologia, tal como o vejo,
-
14:21 - 14:24e que os manuais de psicologia
-
14:24 - 14:27e até os cursos universitários
não combatem suficientemente, -
14:27 - 14:29esse mito é que a psicologia
-
14:29 - 14:31é apenas um conjunto
de teorias interessantes -
14:31 - 14:33que dizem umas coisas úteis
-
14:33 - 14:35e que têm qualquer coisa a oferecer.
-
14:35 - 14:38Espero ter mostrado, nos últimos minutos,
-
14:38 - 14:39que isso não é verdade.
-
14:39 - 14:42O que nós fazemos é avaliar
teorias psicológicas -
14:42 - 14:44vendo que previsões elas fazem,
-
14:44 - 14:47quer seja que ouvir Mozart
nos torna mais inteligentes, -
14:47 - 14:49quer seja que aprendemos melhor
-
14:49 - 14:52no nosso estilo de aprendizagem preferido,
-
14:52 - 14:55seja o que for, tudo isso
são previsões testadas empiricamente -
14:55 - 14:57e a única forma que temos
de fazer progressos -
14:57 - 14:58é contrastar essas previsões
-
14:59 - 15:02com os dados de estudos experimentais
rigorosamente controlados. -
15:02 - 15:04Só assim, podemos
ter esperança de descobrir -
15:04 - 15:07quais dessas teorias
têm sustentação firme, -
15:07 - 15:10e quais delas, como aquelas
de que falei, são mitos. -
15:10 - 15:11Obrigado.
-
15:11 - 15:15(Aplausos)
- Title:
- Os 10 mitos principais da psicologia | Ben Ambridge | TEDxYouth@Manchester
- Description:
-
Que quantidade de coisas que vocês acham sobre o cérebro estão erradas? Nesta rápida viagem por ciência desacreditada, Ben Ambridge passa revista a 10 ideias populares sobre psicologia que, comprovadamente, estão erradas e revela algumas verdades surpreendentes sobre como funciona o cérebro.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 15:23
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The top 10 myths of psychology | Ben Ambridge | TEDxYouth@Manchester | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The top 10 myths of psychology | Ben Ambridge | TEDxYouth@Manchester | ||
Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for The top 10 myths of psychology | Ben Ambridge | TEDxYouth@Manchester | ||
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