Os dez maiores mitos da psicologia | Ben Ambridge | TEDxYouth@Manchester
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0:10 - 0:11Você já ouviu falar sobre seu QI,
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0:11 - 0:13sua inteligência geral,
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0:13 - 0:14mas qual é o seu Q-Psi?
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0:14 - 0:16O que você sabe sobre o que te motiva,
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0:16 - 0:19e quão bom você é em prever
o comportamento dos outros -
0:19 - 0:21ou até mesmo o seu?
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0:21 - 0:24Quanto do que você acha que sabe
sobre psicologia está errado? -
0:24 - 0:27Vamos descobrir enumerando
os dez maiores mitos da psicologia. -
0:28 - 0:30Provavelmente você já ouviu que,
psicologicamente, -
0:30 - 0:33homens e mulheres são muito diferentes.
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0:33 - 0:36Que os homens são de Marte
e as mulheres são de Vênus. -
0:36 - 0:38Mas quão diferentes são realmente?
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0:39 - 0:41Para descobrir, vamos começar vendo algo
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0:41 - 0:43em que homens e mulheres realmente diferem
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0:43 - 0:46e apontando as diferenças
entre os gêneros em uma mesma escala. -
0:47 - 0:50Uma das diferenças é a distância
que conseguem atirar uma bola. -
0:50 - 0:52Se olharmos os dados dos homens aqui,
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0:52 - 0:54vemos uma curva de distribuição normal.
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0:54 - 0:58Alguns podem jogar a bola muito longe,
e outros jogam bem pouco longe, -
0:58 - 0:59mas a maioria a uma distância média.
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0:59 - 1:02As mulheres apresentam
a mesma distribuição, -
1:02 - 1:03mas há uma grande diferença.
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1:03 - 1:06O homem médio pode jogar a bola mais longe
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1:06 - 1:08do que 98% das mulheres.
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1:08 - 1:11Vamos ver como algumas
diferenças psicológicas entre gêneros -
1:11 - 1:13se comportam na mesma escala padronizada.
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1:14 - 1:16Qualquer psicólogo diria
que os homens são melhores -
1:16 - 1:18na percepção espacial.
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1:18 - 1:19Como ao ler mapas, por exemplo.
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1:19 - 1:21E é verdade.
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1:21 - 1:23Mas vamos olhar o tamanho desta diferença.
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1:23 - 1:26É pequena: as linhas são tão próximas
que quase se sobrepõem. -
1:26 - 1:30Na verdade, a mulher média é melhor
do que 33% dos homens, -
1:30 - 1:32e se fosse melhor do que 50%,
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1:32 - 1:35então os dois gêneros
seriam exatamente iguais. -
1:35 - 1:38É importante ter em mente
que a próxima diferença que vou mostrar -
1:38 - 1:40é praticamente a maior diferença de gênero
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1:40 - 1:42já descoberta na psicologia.
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1:42 - 1:44Aqui está a próxima.
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1:44 - 1:46Qualquer psicólogo diria
que as mulheres são melhores -
1:46 - 1:48em linguagem e gramática.
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1:48 - 1:50Eis aqui o resultado
de um teste de gramática. -
1:50 - 1:52Aqui estão as mulheres. E aqui os homens.
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1:52 - 1:56As mulheres têm melhor média,
mas as linhas são tão próximas -
1:56 - 2:00que 33% dos homens
são melhores do que a mulher média. -
2:00 - 2:02E, novamente, se fossem 50%,
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2:02 - 2:05isso representaria a igualdade
entre os gêneros. -
2:05 - 2:07Então, não é realmente
um caso de Marte e Vênus. -
2:07 - 2:10É mais um caso de, digamos,
cachaça e vodka. -
2:10 - 2:11Basicamente iguais,
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2:11 - 2:14uma te dá mais dor de cabeça
do que a outra. -
2:14 - 2:16Não vou dizer qual.
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2:16 - 2:18Agora que vocês estão aquecidos,
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2:18 - 2:21vou psicanalisá-los usando o famoso teste
de mancha de tinta de Rorschach. -
2:21 - 2:25Vocês provavelmente podem ver dois ursos
ou duas pessoas, algo assim. -
2:25 - 2:26O que acham que estão fazendo?
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2:26 - 2:29Levante a mão quem acha
que estão dizendo oi. -
2:30 - 2:31Não muitas pessoas. OK.
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2:31 - 2:34Levante a mão quem acha
que estão se cumprimentando. -
2:34 - 2:37OK. Quem acha que estão brigando?
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2:37 - 2:38Poucas pessoas ali.
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2:38 - 2:42Se achar que eles estão se cumprimentando,
significa que você é uma pessoa amigável. -
2:42 - 2:43Se achar que estão lutando,
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2:43 - 2:46significa que é
mais desagradável e agressivo. -
2:46 - 2:47Você adora uma briga, basicamente.
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2:47 - 2:50Que tal esta? Esta não é para votar.
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2:50 - 2:53No três, todos vão gritar
o que estão vendo. -
2:53 - 2:55Um, dois, três.
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2:55 - 2:57(Audiência gritando)
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2:57 - 2:59Eu ouvi hamster. Quem disse hamster?
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2:59 - 3:01Foi muito preocupante.
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3:01 - 3:02Um cara ali disse hamster.
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3:02 - 3:05Bom, você deveria ver um tipo
de animal de duas patas, -
3:05 - 3:07e sua imagem espelhada ali.
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3:07 - 3:11Se você não viu, significa
que você tem dificuldade -
3:11 - 3:12para processar situações complexas
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3:12 - 3:14em que há muita coisa acontecendo.
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3:14 - 3:17Exceto, claro,
que não significa nada disso. -
3:17 - 3:19O teste de Rorschach
basicamente não tem validade -
3:19 - 3:22para diagnosticar
a personalidade das pessoas -
3:22 - 3:24e não é utilizado
por psicólogos atualmente. -
3:24 - 3:26Na verdade, um estudo recente mostrou
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3:26 - 3:29que, ao tentar diagnosticar
a personalidade das pessoas -
3:29 - 3:31usando o teste de Rorschach,
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3:31 - 3:33foi diagnosticado esquizofrenia
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3:33 - 3:36em cerca de um sexto de participantes
perfeitamente normais. -
3:37 - 3:39Então, se você não foi
muito bem nesse teste, -
3:39 - 3:42talvez você não seja
uma pessoa muito visual. -
3:42 - 3:44Vamos fazer um quiz rápido para descobrir.
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3:44 - 3:46Ao fazer um bolo, você prefere:
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3:46 - 3:48- levantem a mão para cada opção -
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3:48 - 3:51você prefere usar um livro
de receitas com imagens? -
3:52 - 3:53Sim, algumas pessoas.
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3:53 - 3:55Prefere que um amigo te explique?
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3:56 - 3:58Ou prefere tentar e ir improvisando?
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3:59 - 4:00Muitas pessoas ali.
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4:00 - 4:02Se você escolheu "A",
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4:02 - 4:04significa que você é um aprendiz visual,
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4:04 - 4:07e aprende melhor quando a informação
é apresentada visualmente. -
4:07 - 4:10Se você escolheu "B",
você é um aprendiz auditivo, -
4:10 - 4:14que aprende melhor quando
a informação é ouvida. -
4:14 - 4:15Se você escolheu "C",
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4:15 - 4:17você é um aprendiz cinestésico,
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4:17 - 4:20que aprende melhor na prática
fazendo as coisas com as mãos. -
4:20 - 4:22Porém, como vocês
provavelmente adivinharam, -
4:22 - 4:24isso tudo é um grande mito.
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4:24 - 4:26Os estilos de aprendizagem são inventados
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4:26 - 4:29e não são embasados
por evidências científicas. -
4:29 - 4:32Sabemos disso porque,
em experimentos bem controlados, -
4:32 - 4:34em que alunos recebem
material para aprender -
4:34 - 4:37no seu estilo preferido
ou em um estilo oposto, -
4:37 - 4:39não há nenhuma diferença
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4:39 - 4:41na quantidade de informação
que é guardada. -
4:41 - 4:43Se você pensar nisso por um momento,
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4:43 - 4:45é óbvio que isso é verdade.
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4:45 - 4:47É óbvio que a melhor forma de aprendizado
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4:47 - 4:49não depende de você,
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4:49 - 4:51mas do que está tentando aprender.
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4:51 - 4:53Você aprenderia a dirigir um carro
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4:53 - 4:55apenas ouvindo alguém te explicando
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4:55 - 4:57sem experiência cinestésica?
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4:57 - 4:59Você resolveria equações simultâneas
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4:59 - 5:02imaginando-as em sua cabeça,
sem escrevê-las? -
5:02 - 5:04Você estudaria para provas de arquitetura
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5:04 - 5:06usando dança interpretativa,
se você for um cinestésico? -
5:06 - 5:08Não. É necessário combinar
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5:08 - 5:11o que vai ser aprendido
com a forma de apresentação, -
5:11 - 5:13não você.
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5:14 - 5:18Muitos aqui estão terminando o colégio
e receberão em breve suas notas finais. -
5:18 - 5:20Se você não obtiver o resultado esperado,
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5:20 - 5:23não pode culpar seu estilo
de aprendizagem, -
5:23 - 5:26mas uma coisa que você pode pensar
em culpar são seus genes. -
5:26 - 5:30A razão disso é que um estudo recente
da University College London -
5:30 - 5:32descobriu que 58% da variação
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5:32 - 5:36entre diferentes alunos
e seus resultados finais -
5:36 - 5:38era devido a fatores genéticos.
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5:38 - 5:39Isso parece um quadro muito preciso,
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5:39 - 5:41mas como podemos confirmar?
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5:41 - 5:44Bem, quando queremos distinguir
as contribuições relativas -
5:44 - 5:46dos genes e do ambiente,
-
5:46 - 5:48podemos fazer um estudo com gêmeos.
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5:48 - 5:52Gêmeos idênticos compartilham
100% do ambiente -
5:52 - 5:54e 100% dos genes,
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5:54 - 5:57enquanto gêmeos não idênticos
compartilham 100% de seu ambiente, -
5:57 - 5:59mas, como qualquer irmão e irmã,
-
5:59 - 6:01compartilham apenas 50% dos genes.
-
6:01 - 6:05Ao comparar os resultados
das provas finais de gêmeos idênticos -
6:05 - 6:07versus gêmeos não idênticos,
-
6:07 - 6:09fazendo um cálculo inteligente,
-
6:09 - 6:13podemos ter uma ideia de quanto
o desempenho varia devido ao ambiente -
6:13 - 6:15e quanto devido aos genes.
-
6:15 - 6:19E acontece que é mais ou menos
58% devido aos genes. -
6:21 - 6:24Isso não é para menosprezar o esforço
que você e seus professores fizeram. -
6:24 - 6:27Se você não conseguiu
os resultados que esperava, -
6:27 - 6:32você pode tentar culpar seus pais,
ou pelo menos seus genes. -
6:32 - 6:33Uma coisa que você não deve culpar
-
6:33 - 6:36é ter um dos lados do cérebro
mais desenvolvido, -
6:36 - 6:38porque, mais uma vez, isso é um mito.
-
6:38 - 6:41O mito diz que o lado esquerdo
do cérebro é lógico, -
6:41 - 6:43é bom com equações como esta,
-
6:43 - 6:46e o lado direito é mais criativo,
e, portanto, melhor na música. -
6:46 - 6:49Isso é um mito porque
praticamente tudo o que fazemos -
6:49 - 6:52envolve quase todas as partes
do cérebro em conjunto, -
6:52 - 6:56mesmo a coisa mais comum,
como ter uma conversa normal. -
6:56 - 6:59No entanto, talvez uma razão
pela qual esse mito sobrevive -
6:59 - 7:01é que há uma pequena verdade nele.
-
7:01 - 7:03Uma versão relacionada a esse mito
-
7:03 - 7:06diz que as pessoas canhotas
são mais criativas do que as destras, -
7:06 - 7:09o que até faz sentido,
pois seu cérebro controla a mão oposta. -
7:09 - 7:12Então, em canhotos,
o lado direito do cérebro -
7:12 - 7:14é ligeiramente mais ativo
do que o lado esquerdo, -
7:14 - 7:18e a ideia é que o lado direito
é mais criativo. -
7:18 - 7:20Não é verdade por si só
-
7:20 - 7:22que canhotos são mais criativos
do que destros. -
7:22 - 7:25O que é verdade é que ambidestros,
-
7:25 - 7:27pessoas que usam as duas mãos
para diferentes tarefas, -
7:27 - 7:31são mais criativos
do que as pessoas que usam uma mão, -
7:31 - 7:33pois ser ambidestro envolve
-
7:33 - 7:36ter ambos os lados do cérebro
conversando muito entre si, -
7:36 - 7:40o que parece estar envolvido
no pensamento criativo e flexível. -
7:40 - 7:42O mito da criatividade canhota
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7:42 - 7:46surgiu do fato de que ser ambidestro
é mais comum entre os canhotos -
7:46 - 7:47do que em destros,
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7:47 - 7:51então há uma pequena verdade
na ideia do canhoto criativo, -
7:51 - 7:53mas não muita.
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7:53 - 7:54Outro mito que provavelmente já ouviram
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7:54 - 7:57é que usamos apenas 10% do nosso cérebro.
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7:57 - 7:59Isto é, novamente, um mito total.
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7:59 - 8:01Quase tudo o que fazemos,
até mesmo a coisa mais comum, -
8:01 - 8:04usa quase todo o nosso cérebro.
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8:05 - 8:07Dito isto, é claro que é verdade
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8:07 - 8:09que a maioria de nós não usa
a capacidade cerebral -
8:09 - 8:12tão bem quanto poderíamos
na maior parte do tempo. -
8:12 - 8:15Então, o que fazer para aumentar
nossa capacidade cerebral? -
8:15 - 8:17Talvez ouvir um pouco de Mozart.
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8:17 - 8:20Você já ouviu falar do efeito Mozart?
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8:20 - 8:22A ideia é que ouvir Mozart
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8:22 - 8:26faz você mais inteligente e melhora
o resultado em testes de QI. -
8:26 - 8:28Novamente, o interessante sobre isto
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8:28 - 8:29é que, apesar de ser um mito,
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8:29 - 8:31há um pouco de verdade nisso.
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8:31 - 8:33Assim, o estudo original descobriu
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8:33 - 8:37que participantes que ouviram Mozart
por alguns minutos -
8:37 - 8:39foram melhor em um teste de QI subsequente
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8:39 - 8:42do que participantes que simplesmente
ficaram em silêncio. -
8:43 - 8:46Mas um estudo de acompanhamento
recrutou pessoas que gostavam de Mozart -
8:46 - 8:48e um outro grupo de pessoas
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8:48 - 8:50que eram fãs das histórias
de terror de Stephen King. -
8:50 - 8:54E as pessoas ouviram
a música ou as histórias. -
8:54 - 8:57As pessoas que preferiam
Mozart às histórias -
8:57 - 9:00obtiveram maior aumento no QI com Mozart,
-
9:00 - 9:02mas as pessoas que preferiam as histórias
-
9:02 - 9:03obtiveram maior QI
-
9:03 - 9:06ao ouvir as histórias de Stephen King
do que a música de Mozart. -
9:06 - 9:09Portanto, a verdade
é que ouvir algo que você gosta -
9:09 - 9:12te estimula um pouco
e melhora temporariamente seu QI -
9:12 - 9:14em um âmbito específico de tarefas.
-
9:14 - 9:17Não há nenhuma evidência
de que ouvir Mozart -
9:17 - 9:18ou mesmo histórias de Stephen King
-
9:18 - 9:22vai te deixar mais inteligente
a longo prazo. -
9:22 - 9:25Assim, uma outra versão desse mito
-
9:25 - 9:28é que ouvir Mozart pode te deixar
não só mais inteligente, -
9:28 - 9:30como mais saudável.
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9:30 - 9:32Infelizmente, isso não parece ser verdade
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9:32 - 9:35para alguém que ouviu Mozart
quase todos os dias, -
9:35 - 9:36o próprio Mozart,
-
9:36 - 9:40que sofreu de gonorreia, varíola, artrite,
-
9:40 - 9:43e, o que muitos pensam
que o matou, finalmente, -
9:43 - 9:44sífilis.
-
9:45 - 9:47Isto sugere que Mozart
deveria ter mais cuidado, talvez, -
9:47 - 9:50ao escolher seus parceiros sexuais.
-
9:50 - 9:52Mas como escolhemos um parceiro?
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9:52 - 9:57Então, um mito, que às vezes é espalhado
um pouco por sociólogos, -
9:57 - 10:00é que as preferências
por um parceiro romântico -
10:00 - 10:03são um produto da nossa cultura,
que são culturalmente específicas. -
10:03 - 10:05Na verdade, os dados não comprovam isso.
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10:05 - 10:09Um estudo famoso entrevistou pessoas
de 32 culturas diferentes em todo o mundo, -
10:09 - 10:11norte-americanos a zulus,
-
10:11 - 10:13sobre o que eles procuram em um parceiro.
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10:13 - 10:15E, em cada cultura ao redor do mundo,
-
10:15 - 10:19homens valorizaram mais
a atratividade física em um parceiro -
10:19 - 10:20do que as mulheres.
-
10:20 - 10:22E em cada cultura, também,
-
10:22 - 10:24mulheres deram mais importância
-
10:24 - 10:26à ambição e a um alto poder aquisitivo.
-
10:26 - 10:28Em todas as culturas, também,
-
10:28 - 10:30homens preferiram mulheres
mais jovens do que eles, -
10:30 - 10:33em uma média de 2,66 anos.
-
10:33 - 10:35Em todas as culturas, também,
-
10:35 - 10:37mulheres preferiram homens
mais velhos do que elas, -
10:37 - 10:40em uma média de 3,42 anos.
-
10:40 - 10:44e é por isso que temos aqui
"todas gostam de um coroa rico". -
10:44 - 10:47Passando da tentativa
de encontrar um parceiro -
10:47 - 10:50para a tentativa de marcar ponto
no basquete, futebol ou qualquer esporte. -
10:50 - 10:55O mito aqui é que os atletas
passam por períodos de "mão boa" -
10:55 - 10:57ou boa fase,
-
10:57 - 11:00em que eles não erram,
como esse cara aqui. -
11:00 - 11:01Mas, na verdade,
-
11:01 - 11:05se você analisar o padrão estatístico
de acertos e erros, -
11:05 - 11:08verifica-se que é quase
sempre de forma aleatória. -
11:08 - 11:10O cérebro cria padrões
a partir da aleatoriedade. -
11:10 - 11:12Então, se você jogar uma moeda,
-
11:12 - 11:15terá uma sequência
de cara ou coroa aleatória -
11:15 - 11:18e, como o cérebro gosta
de ver padrões onde não existem, -
11:18 - 11:20nós atribuímos significado
a essa sequência, -
11:20 - 11:22como: "ele realmente está em forma hoje",
-
11:22 - 11:24quando, na verdade,
teríamos o mesmo padrão -
11:24 - 11:29apenas cometendo acertos e erros ao acaso.
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11:30 - 11:33Uma exceção à regra, no entanto,
são cobranças de pênaltis. -
11:33 - 11:36Um estudo recente sobre a cobrança
de pênaltis no futebol -
11:36 - 11:38mostra que jogadores
que representam países -
11:38 - 11:41com um histórico muito ruim
em disputa de pênaltis, -
11:41 - 11:43como, por exemplo, Inglaterra,
-
11:43 - 11:47tendem a ser mais rápidos na cobrança
do que os países com um histórico melhor, -
11:47 - 11:51e, consequentemente,
são mais propensos a errar. -
11:51 - 11:52O que levanta a questão
-
11:52 - 11:55se há alguma maneira de melhorar
o desempenho das pessoas. -
11:55 - 11:57E uma coisa que você pode pensar em fazer
-
11:57 - 11:59é punir as pessoas por seus erros
-
11:59 - 12:01e ver se isso melhora as coisas.
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12:01 - 12:04É esta a ideia, de que a punição
pode melhorar o desempenho, -
12:04 - 12:07que os participantes
pensavam estar testando -
12:07 - 12:09no famoso experimento
de aprendizagem e punição de Milgram -
12:09 - 12:13do qual você provavelmente
já ouviu falar se estuda psicologia. -
12:14 - 12:16Os participantes
estavam preparados para dar -
12:16 - 12:20o que acreditavam ser um choque
elétrico fatal em um companheiro -
12:20 - 12:22quando este errava uma pergunta,
-
12:22 - 12:25só porque alguém
usando um jaleco branco mandou. -
12:25 - 12:27Mas esta história é um mito
por três razões. -
12:27 - 12:30Em primeiro lugar e mais importante,
o jaleco não era branco. -
12:30 - 12:32Na verdade, era cinza.
-
12:32 - 12:37Em segundo lugar, os participantes
foram avisados antes do estudo -
12:37 - 12:39e lembrados a qualquer momento
em que se preocupavam, -
12:39 - 12:42que, embora os choques fossem dolorosos,
eles não eram fatais -
12:42 - 12:45e nem causavam nenhum tipo
de dano permanente. -
12:45 - 12:47Finalmente, os participantes
não deram os choques -
12:47 - 12:50só porque alguém usando jaleco mandou.
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12:50 - 12:52Quando foram entrevistados após o estudo,
-
12:52 - 12:54os participantes disseram
acreditar firmemente -
12:54 - 12:58que o estudo sobre aprendizagem e punição
tinha um propósito científico digno -
12:58 - 13:00que traria ganhos duradouros
para a ciência, -
13:00 - 13:04apesar do desconforto
não fatal e momentâneo -
13:04 - 13:07causado aos participantes.
-
13:08 - 13:11OK, eu tenho falado por cerca
de 12 minutos agora, -
13:11 - 13:13e você provavelmente
está sentado aí me ouvindo, -
13:13 - 13:15analisando minha fala e linguagem corporal
-
13:15 - 13:19e tentando descobrir se você deve
prestar atenção no que estou dizendo, -
13:19 - 13:22se estou falando a verdade
ou se estou mentindo. -
13:22 - 13:24Provavelmente você falhou completamente.
-
13:24 - 13:26Apesar de acharmos que podemos
pegar um mentiroso -
13:26 - 13:28observando o discurso
e a linguagem corporal, -
13:28 - 13:31inúmeros testes psicológicos
ao longo dos anos demonstram -
13:31 - 13:34que todos nós, incluindo
policiais e detetives, -
13:34 - 13:37estamos à sorte ao detectar mentiras
por meio da linguagem corporal -
13:37 - 13:39e dos padrões verbais.
-
13:39 - 13:41Curiosamente, há uma exceção:
-
13:41 - 13:43buscas de parentes desaparecidos na TV.
-
13:43 - 13:47É fácil prever quando
o parente está de fato desaparecido -
13:47 - 13:51e quando a pessoa, na verdade,
assassinou o próprio parente. -
13:53 - 13:57Pessoas fingindo são mais propensas
a abanarem a cabeça, a desviar o olhar, -
13:57 - 13:59e a cometer erros em seu discurso.
-
13:59 - 14:01Já pessoas genuínas
parecem mais esperançosas -
14:01 - 14:03de que o parente retorne em segurança
-
14:03 - 14:04e evitam uma linguagem bruta.
-
14:04 - 14:09Assim, por exemplo, eles diriam
"tirado de nós" em vez de "morto". -
14:09 - 14:12Falando nisso, é hora
de encerrar essa conversa, -
14:12 - 14:15mas, antes disso, quero dizer
a vocês em 30 segundos -
14:15 - 14:18o mito primordial da psicologia.
-
14:18 - 14:21Então, o mito da psicologia, a meu ver,
-
14:21 - 14:25e um que eu não acho
que livros didáticos sobre psicologia -
14:25 - 14:27e até mesmo cursos universitários
conseguem desfazer. -
14:27 - 14:31O mito é que a psicologia
é uma coleção de teorias interessantes, -
14:31 - 14:35das quais todas dizem algo útil
e todas têm algo a oferecer. -
14:35 - 14:37O que eu espero ter mostrado
nos últimos minutos -
14:37 - 14:39é que isto não é verdade.
-
14:39 - 14:42O que precisamos fazer é avaliar
as teorias psicológicas -
14:42 - 14:44verificando as predições que fazem,
-
14:44 - 14:47seja que ouvir Mozart
te deixa mais inteligente, -
14:47 - 14:49que você aprende melhor
quando a informação -
14:49 - 14:51é apresentada no seu estilo
de aprendizagem, -
14:51 - 14:55seja qual for, todas estas
são predições empiricamente testáveis. -
14:55 - 14:56A única maneira de progredirmos
-
14:56 - 14:59é testando essas predições com dados
-
14:59 - 15:01em experimentos rigidamente controlados.
-
15:01 - 15:04E só assim poderemos descobrir
-
15:04 - 15:06quais dessas teorias são bem embasadas,
-
15:06 - 15:10e quais, como todas sobre as quais falei
no dia de hoje, são mitos. -
15:10 - 15:12Obrigado.
-
15:12 - 15:14(Aplausos)
- Title:
- Os dez maiores mitos da psicologia | Ben Ambridge | TEDxYouth@Manchester
- Description:
-
Quanto do que você sabe sobre seu cérebro está errado? Nesta caminhada pela ciência não comprovada, Ben Ambridge elucida 10 ideias populares comprovadamente erradas sobre a psicologia - e descobre algumas verdades surpreendentes sobre como nosso cérebro funciona realmente.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 15:23