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A academia das cidades de papel | John Green | TEDxIndianapolis

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    Este é um mapa do estado de Nova Iorque
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    feito em 1937 pela
    General Drafting Company.
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    É um mapa extremamente famoso
    entre os "nerds" da cartografia,
  • 0:18 - 0:21
    porque aqui, no pé das Montanhas Catskill,
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    há uma cidadezinha chamada Roscoe...
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    Na verdade, vai ser mais fácil
    se eu colocar aqui.
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    Ali está Roscoe e logo acima
    vem Rockland, Nova Iorque,
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    e logo ali acima tem a minúscula cidade
    de Agloe, Nova Iorque.
  • 0:35 - 0:38
    Agloe é famosíssima para os cartógrafos,
  • 0:38 - 0:40
    porque é uma cidade de papel,
  • 0:40 - 0:43
    também conhecida como
    armadilha de direitos autorais.
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    O meu mapa de Nova Iorque e o seu
  • 0:46 - 0:50
    vão ser muito semelhantes,
    por causa do formato de Nova Iorque.
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    Muitas vezes os cartógrafos vão incluir
    lugares falsos em seus mapas,
  • 0:54 - 0:56
    para proteger seus direitos autorais.
  • 0:56 - 0:59
    Assim, se meu lugar falso
    aparecer no seu mapa,
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    posso ter certeza de que você me roubou.
  • 1:03 - 1:08
    Agloe é um anagrama das iniciais
    dos dois caras que fizeram este mapa,
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    Ernest Alpers e Otto G. Lindberg,
  • 1:11 - 1:13
    e eles lançaram esse mapa em 1937.
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    Décadas mais tarde,
    Rand McNally lança um mapa
  • 1:17 - 1:22
    com Agloe, Nova Iorque, nele,
    exatamente no mesmo cruzamento
  • 1:22 - 1:24
    de duas estradas de terra no meio do nada.
  • 1:24 - 1:28
    Bem, pode-se imaginar
    a satisfação na General Drafting.
  • 1:28 - 1:31
    Eles ligaram imediatamente
    para Rand McNally e disseram:
  • 1:31 - 1:34
    "Te pegamos! Nós inventamos
    Agloe, Nova Iorque.
  • 1:34 - 1:39
    É um lugar falso, uma cidade de papel.
    Nós vamos processar você!"
  • 1:39 - 1:44
    E Rand McNally diz:
    "Não, não, não, Agloe é real".
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    Como as pessoas sempre iam até aquele
    cruzamento de duas estradas de terra,
  • 1:49 - 1:51
    (Risos)
  • 1:51 - 1:55
    no meio do nada, esperando
    que houvesse um lugar chamado Agloe,
  • 1:55 - 1:59
    alguém construiu um lugar
    chamado Agloe, Nova Iorque.
  • 1:59 - 2:03
    Havia um posto de gasolina,
    um armazém e duas casas, no seu auge.
  • 2:03 - 2:05
    (Risos)
  • 2:06 - 2:11
    E, claro, isso é uma metáfora totalmente
    irresistível para um romancista,
  • 2:11 - 2:15
    porque todos gostaríamos de acreditar
    que as coisas que colocamos no papel
  • 2:15 - 2:18
    podem mudar o mundo real onde vivemos,
  • 2:18 - 2:20
    por isso meu terceiro livro
    se chama "Cidades de Papel".
  • 2:20 - 2:25
    Mas o que me interessa mais
    do que o meio onde isso aconteceu,
  • 2:25 - 2:27
    é o fenômeno em si.
  • 2:28 - 2:32
    É fácil dizer que o mundo influencia
    nossos mapas do mundo, certo?
  • 2:32 - 2:37
    O formato geral do mundo obviamente
    influencia nossos mapas.
  • 2:37 - 2:39
    Mas o que acho muito mais interessante
  • 2:39 - 2:43
    é como nossa maneira de mapear o mundo
  • 2:43 - 2:44
    muda o mundo.
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    Porque o mundo seria realmente diferente
    se o Norte fosse para baixo.
  • 2:49 - 2:51
    E o mundo seria realmente diferente
  • 2:51 - 2:54
    se o Alasca e a Rússia não estivessem
    em lados opostos do mapa.
  • 2:54 - 2:56
    E o mundo seria um lugar diferente
  • 2:56 - 3:00
    se projetássemos a Europa
    para mostrá-la em seu tamanho real.
  • 3:00 - 3:04
    O mundo é influenciado
    por nossos mapas do mundo.
  • 3:05 - 3:10
    A maneira como escolhemos...
    nossa empreitada cartográfica pessoal,
  • 3:10 - 3:12
    também influencia
    o mapa de nossas vidas,
  • 3:12 - 3:14
    que por sua vez influencia nossas vidas.
  • 3:14 - 3:19
    Acredito que aquilo que mapeamos
    muda a vida que levamos.
  • 3:19 - 3:24
    E não falo de uma maneira misteriosa
    como a rede Oprah's Angels, do tipo:
  • 3:24 - 3:27
    "Se-você-acreditar-vai-curar-seu-câncer".
  • 3:27 - 3:33
    Mas acredito que, mesmo que os mapas
    não mostrem aonde você vai na vida,
  • 3:33 - 3:35
    eles mostram aonde você poderia ir.
  • 3:35 - 3:40
    Raramente você vai a um lugar
    que não está no seu mapa pessoal.
  • 3:40 - 3:43
    Eu era um aluno terrível quando criança.
  • 3:43 - 3:46
    Minha média estava sempre abaixo de dois.
  • 3:47 - 3:49
    E acho que a razão de ter sido
    um aluno tão ruim
  • 3:49 - 3:53
    é que eu pensava que a educação
    era apenas uma série de obstáculos
  • 3:53 - 3:55
    que tinham sido colocados na minha frente,
  • 3:55 - 3:58
    e eu tinha que saltar sobre eles
    para atingir a vida adulta.
  • 3:58 - 4:02
    Eu não queria saltá-los,
    pois me pareciam totalmente arbitrários,
  • 4:02 - 4:05
    então eu não saltava
    e as pessoas me ameaçavam
  • 4:05 - 4:08
    dizendo: "Isso vai ficar
    registrado na sua ficha",
  • 4:08 - 4:11
    ou "Você nunca vai conseguir
    um bom emprego".
  • 4:11 - 4:13
    Eu não queria um bom emprego!
  • 4:13 - 4:16
    Pelo que eu sabia
    aos 11 ou 12 anos de idade,
  • 4:16 - 4:19
    pessoas com bons empregos
    tinham que acordar muito cedo,
  • 4:19 - 4:21
    (Risos)
  • 4:21 - 4:26
    e uma das primeiras coisas que os homens
    com bons empregos faziam
  • 4:26 - 4:30
    era amarrar uma peça de roupa
    estranguladora ao redor do pescoço.
  • 4:30 - 4:32
    Eles literalmente
    vestiam a corda da forca,
  • 4:32 - 4:36
    e assim iam para seus empregos,
    seja onde fossem.
  • 4:36 - 4:38
    Essa não é a receita para uma vida feliz.
  • 4:38 - 4:42
    Na minha imaginação
    de 12 anos, cheia de símbolos,
  • 4:42 - 4:46
    essas pessoas que se enforcam
    como uma das primeiras coisas
  • 4:46 - 4:49
    que fazem de manhã, não podem ser felizes.
  • 4:49 - 4:52
    Por que eu iria querer saltar
    todos esses obstáculos
  • 4:52 - 4:53
    e ter isso no final?
  • 4:53 - 4:56
    É um final terrível!
  • 4:56 - 4:59
    Depois, no décimo ano,
    fui para esta escola,
  • 4:59 - 5:02
    Escola Indian Springs,
    um pequeno internato,
  • 5:02 - 5:03
    perto de Birmingham, Alabama.
  • 5:03 - 5:07
    E, de repente, eu comecei a aprender.
  • 5:07 - 5:11
    E comecei a aprender porque estava
    numa comunidade de pessoas que aprendiam.
  • 5:11 - 5:13
    Eu me encontrei rodeado de pessoas
  • 5:13 - 5:16
    que celebravam a intelectualidade
    e o engajamento,
  • 5:16 - 5:20
    e que pensavam que minha irônica
    e descolada falta de compromisso
  • 5:20 - 5:22
    não era inteligente, ou engraçada,
  • 5:22 - 5:29
    mas era uma reação simples e medíocre
    a problemas complicados e instigantes.
  • 5:29 - 5:31
    E assim comecei a aprender,
    porque aprender era legal.
  • 5:31 - 5:35
    Aprendi que alguns conjuntos infinitos
    são maiores que outros,
  • 5:35 - 5:39
    e aprendi o que é pentâmetro iâmbico
    e porque ele soa tão bem ao ouvido humano.
  • 5:39 - 5:42
    Aprendi que a Guerra Civil
    foi um conflito nacionalizante.
  • 5:42 - 5:44
    Aprendi um pouco de física,
  • 5:44 - 5:47
    aprendi que correlação não deve ser
    confundida com causalidade;
  • 5:47 - 5:49
    todas essas coisas, aliás,
  • 5:49 - 5:53
    enriqueceram minha vida
    literalmente diariamente.
  • 5:53 - 5:56
    E é verdade que não uso
    a maioria delas no meu "emprego",
  • 5:56 - 5:58
    mas não se trata disso para mim.
  • 5:58 - 6:00
    Trata-se de cartografia.
  • 6:00 - 6:03
    Qual é o processo da cartografia?
  • 6:03 - 6:06
    É, sabem, navegar
    até alguma terra, e pensar:
  • 6:06 - 6:08
    "Acho que vou desenhar
    esse pedaço de terra",
  • 6:08 - 6:11
    e imaginar: "Talvez haja
    mais terra para desenhar".
  • 6:11 - 6:13
    E foi aí que o aprendizado
    começou para mim.
  • 6:13 - 6:16
    É verdade que tive professores
    que não desistiram de mim,
  • 6:16 - 6:18
    e tive muita sorte
    de ter esses professores,
  • 6:18 - 6:20
    porque eu sempre lhes dava motivos
  • 6:20 - 6:23
    para pensar que não havia razão
    para investir em mim.
  • 6:23 - 6:27
    Mas muito do que aprendi no ensino médio
  • 6:27 - 6:31
    não tinha a ver com o que acontecia
    dentro da sala de aula, mas sim fora dela.
  • 6:31 - 6:33
    Por exemplo, posso dizer
  • 6:33 - 6:35
    que "Há um certo Viés da luz,
    Tardes de inverno..
  • 6:35 - 6:38
    Que oprime, como o Peso
    das melodias de uma Catedral... "
  • 6:38 - 6:43
    não porque decorei Emily Dickinson
    durante o ensino médio,
  • 6:43 - 6:47
    mas porque na escola havia
    uma garota chamada Amanda,
  • 6:47 - 6:51
    eu gostava dela e ela gostava
    da poesia de Emily Dickinson.
  • 6:51 - 6:54
    Eu sei o que é custo de oportunidade,
  • 6:54 - 6:57
    porque um dia, quando eu jogava
    Super Mario Kart no meu sofá,
  • 6:57 - 7:01
    meu amigo Emmet chegou e perguntou:
    "Há quanto tempo você está jogando?"
  • 7:01 - 7:04
    Eu disse: "Não sei, talvez seis horas?"
  • 7:04 - 7:08
    E ele disse: "Se você tivesse trabalhado
    no Baskin-Robbins essas seis horas,
  • 7:08 - 7:10
    poderia ter recebido US$ 30,
  • 7:10 - 7:14
    então, de certo modo, você pagou US$ 30
    para jogar Super Mario Kart".
  • 7:14 - 7:16
    E eu disse: "Não me arrependo".
  • 7:16 - 7:18
    (Risos)
  • 7:18 - 7:22
    Mas aprendi o que é custo de oportunidade.
  • 7:23 - 7:27
    E ao longo dessa jornada,
    o mapa da minha vida melhorou.
  • 7:27 - 7:30
    Ficou maior, continha mais lugares.
  • 7:30 - 7:34
    Havia mais coisas que podiam acontecer,
    mais futuros que eu poderia ter.
  • 7:35 - 7:38
    Não era um processo de aprendizado
    formal e organizado,
  • 7:38 - 7:40
    e não tenho problemas em dizer isso.
  • 7:40 - 7:43
    Era fragmentado, inconsistente,
    tinha muita coisa que eu não sabia.
  • 7:43 - 7:45
    Eu podia conhecer o conceito de Cantor
  • 7:45 - 7:48
    de que alguns conjuntos infinitos
    são maiores que outros,
  • 7:48 - 7:51
    mas não entendia a matemática
    por trás do conceito.
  • 7:51 - 7:53
    Conhecia o conceito
    de custo de oportunidade,
  • 7:53 - 7:55
    mas não a lei dos
    rendimentos decrescentes.
  • 7:55 - 7:59
    Mas o mais legal de imaginar
    o aprendizado como cartografia,
  • 7:59 - 8:02
    em vez de obstáculos arbitrários
    que precisamos saltar,
  • 8:02 - 8:06
    é que vemos um pouco da linha costeira,
    e isso nos faz querer ver mais.
  • 8:06 - 8:10
    Agora até sei um pouco da matemática
    em que tudo isso se baseia.
  • 8:10 - 8:12
    Eu tive uma comunidade
    de aprendizado no ensino médio,
  • 8:12 - 8:14
    depois participei de outra na faculdade,
  • 8:14 - 8:18
    e de outra quando comecei a trabalhar
    numa revista chamada "Booklist"
  • 8:18 - 8:21
    como assistente e vivia rodeado
    de pessoas incrivelmente cultas.
  • 8:21 - 8:23
    E então, escrevi um livro.
  • 8:23 - 8:28
    E como todos os escritores sonham fazer,
    prontamente larguei meu emprego.
  • 8:29 - 8:31
    E pela primeira vez desde o ensino médio,
  • 8:31 - 8:36
    eu estava fora de qualquer comunidade
    de aprendizado, e isso era muito triste.
  • 8:36 - 8:37
    Eu detestei.
  • 8:37 - 8:40
    Eu li muitíssimos livros
    durante esses dois anos.
  • 8:40 - 8:42
    Li livros sobre Stalin,
  • 8:42 - 8:46
    e livros sobre como o povo uzbeque
    chegou a se identificar como muçulmanos,
  • 8:46 - 8:48
    li livros sobre como
    construir bombas atômicas,
  • 8:48 - 8:51
    mas parecia que eu estava criando
    meus próprios obstáculos,
  • 8:51 - 8:53
    e saltando sobre eles,
  • 8:53 - 8:57
    em vez de sentir a emoção de ser parte
    de uma comunidade que aprende,
  • 8:57 - 9:01
    uma comunidade de pessoas envolvidas
    juntas na empreitada cartográfica
  • 9:01 - 9:05
    de tentar melhor entender e mapear
    o mundo ao nosso redor.
  • 9:05 - 9:08
    Então, em 2006, eu conheci este cara.
  • 9:08 - 9:09
    Seu nome é Ze Frank.
  • 9:09 - 9:12
    Eu não o conheci pessoalmente,
    só pela Internet.
  • 9:13 - 9:18
    Ze Frank tinha, na época, um programa
    chamado "The Show with Ze Frank".
  • 9:18 - 9:19
    Eu descobri o programa,
  • 9:19 - 9:23
    e esse foi meu caminho de volta
    à comunidade de pessoas que aprendem.
  • 9:23 - 9:25
    Este é Ze falando sobre Las Vegas:
  • 9:25 - 9:26
    (Vídeo)
  • 9:26 - 9:30
    Ze Frank: Las Vegas foi construída
    no meio de um deserto enorme e quente.
  • 9:30 - 9:32
    Quase tudo aqui foi trazido
    de outro lugar:
  • 9:32 - 9:34
    as pedras, as árvores, as cascatas...
  • 9:34 - 9:38
    Estes peixes estão tão deslocados
    quanto uma vaca que tosse,
  • 9:38 - 9:41
    contrastando com o deserto escaldante
    ao redor, como essas pessoas.
  • 9:41 - 9:43
    Coisas do mundo todo
    foram reproduzidas aqui,
  • 9:43 - 9:46
    longe de suas histórias e das pessoas
    que as vivenciam de forma diferente.
  • 9:46 - 9:50
    Melhorias foram feitas;
    até uma plástica no nariz da Esfinge.
  • 9:50 - 9:53
    Aqui não há razão para achar
    que você está perdendo algo.
  • 9:53 - 9:57
    Esta Nova Iorque significa o mesmo
    para mim e para qualquer outra pessoa.
  • 9:57 - 10:01
    Tudo está fora de contexto, o que permite
    tudo: Estacionamento Coletivo,
  • 10:01 - 10:03
    Centro de Eventos, Recife de Tubarões...
  • 10:03 - 10:06
    Esse lugar fabricado poderia ser
    um dos maiores feitos do mundo,
  • 10:06 - 10:08
    porque ninguém é daqui, e todos são.
  • 10:08 - 10:10
    Caminhando de manhã,
    percebi que a maioria dos edifícios
  • 10:10 - 10:13
    eram espelhos enormes refletindo
    o sol de volta ao deserto.
  • 10:13 - 10:15
    Mas diferente da maioria dos espelhos,
  • 10:15 - 10:18
    que mostram uma visão externa
    de você mesmo integrado a um lugar,
  • 10:18 - 10:20
    esses espelhos retornam vazios.
  • 10:20 - 10:23
    John Green: Sinto nostalgia de quando
    se viam os pixels nos vídeos on-line...
  • 10:23 - 10:25
    (Risos)
  • 10:25 - 10:28
    Ze não é somente
    um grande intelectual público,
  • 10:28 - 10:30
    ele também é um brilhante
    criador de comunidades,
  • 10:30 - 10:33
    e a comunidade de pessoas
    que se criou ao redor desses vídeos
  • 10:33 - 10:35
    era, de várias formas,
    de pessoas que aprendem.
  • 10:35 - 10:39
    Assim, jogamos xadrez colaborativamente
    contra Ze Frank e vencemos.
  • 10:39 - 10:43
    Nós nos organizamos para levar um jovem
    numa viagem cruzando os Estados Unidos.
  • 10:43 - 10:45
    Transformamos a Terra num sanduíche,
  • 10:45 - 10:49
    com uma pessoa segurando
    uma fatia de pão em um ponto da Terra,
  • 10:49 - 10:53
    e, exatamente no ponto oposto,
    outra pessoa segurando uma fatia de pão.
  • 10:54 - 11:00
    Reconheço que essas ideias são bobas,
    mas elas também são "aprendedoras",
  • 11:00 - 11:02
    e isso é muito empolgante para mim,
  • 11:02 - 11:05
    e na Internet você encontra
    comunidades assim em todo lugar.
  • 11:05 - 11:07
    Siga a "tag" de matemática no Tumblr,
  • 11:07 - 11:10
    e vai haver pessoas
    reclamando da matemática,
  • 11:10 - 11:13
    mas também outras
    respondendo a essas reclamações,
  • 11:13 - 11:16
    argumentando que a matemática
    é interessante e bela,
  • 11:16 - 11:20
    e essa é uma forma de pensar
    no problema que parece insolúvel.
  • 11:20 - 11:22
    Você pode ir a sites como o Reddit,
  • 11:22 - 11:25
    e encontrar sub-reddits como "Pergunte
    a um Historiador" ou "Pergunte à Ciência",
  • 11:25 - 11:28
    onde pode-se perguntar
    a pessoas dessas áreas
  • 11:28 - 11:32
    uma grande variedade de perguntas,
    das mais sérias às mais bobas.
  • 11:32 - 11:35
    Mas para mim as comunidades
    de aprendizado mais interessantes
  • 11:35 - 11:38
    que estão crescendo agora
    na Internet estão no YouTube,
  • 11:38 - 11:40
    e confesso que sou parcial;
  • 11:40 - 11:44
    mas acho que o YouTube se parece
    com uma sala de aula de várias formas.
  • 11:44 - 11:46
    Vejam, por exemplo, "Minute Physics",
  • 11:46 - 11:49
    um cara que ensina física ao mundo:
  • 11:49 - 11:50
    (Vídeo) Vamos direto ao ponto.
  • 11:50 - 11:54
    Desde 4 de julho de 2012, o bóson de Higgs
    foi a última peça fundamental
  • 11:54 - 11:58
    do modelo padrão da física de partículas
    descoberta experimentalmente.
  • 11:58 - 12:01
    Mas, você pode perguntar, por que incluir
    o bóson de Higgs no modelo padrão,
  • 12:01 - 12:04
    junto a partículas bem conhecidas
    como eléctrons, fótons e quarks,
  • 12:04 - 12:06
    se ele não tinha sido
    descoberto na década de 70?
  • 12:06 - 12:08
    Boa pergunta. Há dois motivos principais.
  • 12:08 - 12:12
    Primeiro, assim como o eléctron
    é uma excitação no campo de eléctrons,
  • 12:12 - 12:15
    o bóson de Higgs é somente
    uma partícula que é uma excitação
  • 12:15 - 12:17
    do campo de Higgs presente em todo lugar.
  • 12:17 - 12:19
    O campo de Higgs, por sua vez,
    tem papel fundamental
  • 12:19 - 12:21
    no modelo para a força nuclear fraca.
  • 12:21 - 12:24
    Sobretudo, o campo de Higgs
    ajuda a explicar porque ela é tão fraca.
  • 12:24 - 12:28
    Falaremos mais disso em outro vídeo,
    mas apesar da teoria nuclear fraca
  • 12:28 - 12:30
    ter sido confirmada
    na década de 80 por equações,
  • 12:30 - 12:32
    o campo de Higgs é tão emaranhado
    com a força fraca,
  • 12:32 - 12:36
    que até agora não conseguimos confirmar
    sua existência real e independente.
  • 12:37 - 12:40
    JG: Agora um vídeo que fiz como parte
    do meu programa "Crash Course",
  • 12:40 - 12:42
    falando da Primeira Guerra Mundial.
  • 12:42 - 12:45
    (Vídeo) A causa imediata
    foi o assassinato em Sarajevo
  • 12:45 - 12:49
    do arquiduque austríaco Franz Ferdinand,
    em 18 de junho de 1914,
  • 12:49 - 12:52
    por um nacionalista sérvio-bósnio
    chamado Gavrilo Princip.
  • 12:52 - 12:55
    Vale notar que a primeira
    grande guerra do século 20
  • 12:55 - 12:57
    começou com um ato de terrorismo.
  • 12:57 - 13:01
    Franz Ferdinand não era exatamente amado
    por seu tio, o imperador Franz Joseph.
  • 13:01 - 13:03
    Isso sim é um bigode!
  • 13:03 - 13:07
    Mesmo assim, o assassinato fez a Áustria
    lançar um ultimato à Sérvia,
  • 13:07 - 13:11
    que fez a Sérvia aceitar algumas,
    mas não todas exigências da Áustria,
  • 13:11 - 13:13
    fazendo a Áustria declarar
    guerra contra a Sérvia.
  • 13:13 - 13:16
    A Rússia, por causa de sua aliança
    com os sérvios, mobilizou seu exército.
  • 13:16 - 13:20
    A Alemanha, por ter aliança com a Áustria,
    disse para a Rússia parar a mobilização,
  • 13:20 - 13:24
    o que a Rússia não fez, então a Alemanha
    mobilizou o próprio exército,
  • 13:24 - 13:27
    declarou guerra à Rússia, concretizou
    uma aliança com os otomanos,
  • 13:27 - 13:30
    e declarou guerra à França,
    por que, bem, é a França.
  • 13:30 - 13:34
    (Risos)
  • 13:34 - 13:36
    E não é só física e história geral
  • 13:36 - 13:39
    que as pessoas estão escolhendo
    aprender no YouTube.
  • 13:39 - 13:42
    Este é um vídeo sobre matemática abstrata:
  • 13:44 - 13:46
    (Vídeo) Você é eu, e está na aula
    de matemática de novo,
  • 13:46 - 13:48
    pois fazem você ir todos os dias.
  • 13:48 - 13:52
    Está aprendendo a soma de séries
    infinitas, um tópico do ensino médio.
  • 13:52 - 13:56
    Estranho, pois é um tópico legal,
    mas eles conseguem estragar.
  • 13:56 - 14:00
    Acho que por isso incluíram
    séries infinitas no curso.
  • 14:00 - 14:02
    Por uma compreensível
    necessidade de distração,
  • 14:02 - 14:05
    você rabisca e pensa mais sobre
    o plural de [Inglês] "series"
  • 14:05 - 14:09
    do que sobre a aula: "serieses",
    "seriese", "seriesen", "serii"?
  • 14:09 - 14:13
    Ou o singular deveria mudar:
    uma "serie", ou "serum",
  • 14:13 - 14:16
    assim como o singular
    de "sheep" deveria ser "shoop"?
  • 14:16 - 14:21
    Mas o conceito que 1/2 + 1/4 + 1/8 + 1/16
    etc. se aproxima de um,
  • 14:21 - 14:23
    é muito útil se você quiser
    desenhar uma fila de elefantes,
  • 14:23 - 14:25
    cada um segurando a cauda do próximo:
  • 14:25 - 14:29
    elefante normal, elefante jovem,
    elefante bebê, filhotinho,
  • 14:29 - 14:31
    até Mr. Tusks e por aí vai.
  • 14:31 - 14:32
    O que é ao menos um pouquinho incrível,
  • 14:32 - 14:35
    pois dá para colocar um número
    infinito de elefantes na fila,
  • 14:35 - 14:38
    e ainda encaixá-los
    numa única folha de caderno.
  • 14:38 - 14:40
    JG: Por fim, este é Destin,
    do "Smarter Every Day",
  • 14:40 - 14:42
    falando sobre conservação
    de momento angular,
  • 14:42 - 14:44
    e, como é o YouTube, gatos:
  • 14:45 - 14:48
    (Vídeo) Oi, sou Destin,
    bem-vindos ao "Smarter Every Day".
  • 14:48 - 14:51
    Vocês já devem ter reparado
    que gatos quase sempre caem de pé.
  • 14:52 - 14:53
    A pergunta de hoje é: por quê?
  • 14:54 - 14:57
    Como a maioria das perguntas simples,
    a resposta é bem complexa.
  • 14:57 - 14:59
    Por exemplo, vou reformular a pergunta:
  • 14:59 - 15:04
    como um gato passa os pés de cima
    para baixo, numa referência em queda,
  • 15:04 - 15:07
    sem violar a conservação
    do momento angular?
  • 15:08 - 15:12
    JG: Bem, aqui uma coisa que estes
    quatro vídeos têm em comum:
  • 15:12 - 15:15
    todos têm mais de meio milhão
    de visualizações no YouTube.
  • 15:15 - 15:18
    E essas pessoas não estão
    assistindo numa sala de aula,
  • 15:18 - 15:21
    mas elas são parte
    das comunidades de aprendizado
  • 15:21 - 15:24
    que estão sendo criadas por esses canais.
  • 15:24 - 15:27
    Eu já disse que o YouTube
    é como uma sala de aula para mim,
  • 15:27 - 15:29
    e de vários modos é mesmo,
    porque aqui está o instrutor;
  • 15:29 - 15:31
    é como a boa e velha sala de aula:
  • 15:31 - 15:35
    aqui está o instrutor,
    abaixo do instrutor estão os alunos,
  • 15:35 - 15:37
    e todos estão tendo uma conversa.
  • 15:37 - 15:41
    Eu sei que comentários do YouTube
    têm uma reputação bem ruim
  • 15:41 - 15:42
    no mundo da Internet,
  • 15:42 - 15:45
    mas, na verdade, se você for
    nos comentários desses canais,
  • 15:45 - 15:48
    vai encontrar pessoas
    engajadas no assunto,
  • 15:48 - 15:53
    fazendo perguntas complicadas
    e difíceis sobre o assunto,
  • 15:53 - 15:55
    e outras pessoas respondendo
    a essas perguntas.
  • 15:55 - 16:00
    E como a página do YouTube foi feita
    de modo que o lugar que estou falando
  • 16:00 - 16:05
    está exatamente na mesma página
    que seus comentários,
  • 16:05 - 16:11
    você participa da conversa
    de um jeito vivo, real e ativo.
  • 16:11 - 16:15
    E como normalmente estou nos comentários,
    posso participar com você.
  • 16:15 - 16:21
    E você encontra isso para história geral,
    matemática, ciência, ou seja o que for.
  • 16:21 - 16:26
    Os jovens também estão usando
    essas ferramentas e gêneros da Intenet
  • 16:26 - 16:29
    para criar espaços
    de envolvimento intelectual,
  • 16:29 - 16:31
    em vez do desapego irônico
  • 16:31 - 16:36
    que talvez a maioria de nós associe
    a "memes" e outras convenções da Internet:
  • 16:36 - 16:38
    "Estava entediado. Inventei o cálculo".
  • 16:38 - 16:43
    Ou, aqui está Honey Boo Boo
    criticando o capitalismo industrial:
  • 16:43 - 16:46
    ["O capitalismo liberal
    não é mesmo o Bem da humanidade.
  • 16:46 - 16:49
    Muito pelo contrário, é o veículo
    do niilismo selvagem e destrutivo."]
  • 16:51 - 16:54
    Eu realmente acredito que esses espaços,
  • 16:54 - 16:57
    essas comunidades, se tornaram,
  • 16:57 - 16:59
    para uma nova geração
    de pessoas que aprendem,
  • 16:59 - 17:04
    o tipo de comunidades cartográficas
  • 17:04 - 17:08
    que eu tinha no ensino médio,
    e novamente quando estava na faculdade.
  • 17:08 - 17:12
    E, depois de adulto,
    reencontrar essas comunidades,
  • 17:12 - 17:15
    me reintroduziu em uma
    comunidade de "aprendedores",
  • 17:15 - 17:18
    e me motivou a continuar
    a ser um "aprendedor"
  • 17:18 - 17:21
    mesmo na vida adulta,
    de modo que eu não sinta mais
  • 17:21 - 17:24
    que o aprendizado é algo
    reservado para os jovens.
  • 17:24 - 17:27
    Vi Hart e "Minute Physics" me apresentaram
  • 17:27 - 17:30
    a todo tipo de coisa
    que eu não conhecia antes.
  • 17:30 - 17:35
    E sei que todos admiramos os dias
    dos salões parisienses do Iluminismo,
  • 17:35 - 17:37
    ou a Mesa Redonda
    do Algonquin, e desejamos:
  • 17:37 - 17:39
    "Oh, queria ter podido
    fazer parte daquilo;
  • 17:39 - 17:42
    queria ter dado risada
    das piadas de Dorothy Parker".
  • 17:42 - 17:47
    Mas estou aqui para dizer
    que esses lugares ainda existem.
  • 17:47 - 17:52
    Eles existem em cantos da Internet
    onde os homens mais velhos temem entrar.
  • 17:52 - 17:55
    E eu realmente acredito
  • 17:55 - 17:59
    que quando inventamos Agloe,
    Nova Iorque, na década de 60,
  • 17:59 - 18:04
    quando a tornamos realidade,
    estávamos só começando.
  • 18:04 - 18:05
    Obrigado.
  • 18:05 - 18:08
    (Aplausos)
Title:
A academia das cidades de papel | John Green | TEDxIndianapolis
Description:

Quando pensamos a educação como um fenômeno baseado na escola, fazemos um desserviço tanto para os alunos quanto para o resto de nós. Green argumenta que devemos pensar a educação como uma espécie de cartografia, e discute como comunidades on-line estão ajudando a construir mapas de aprendizado que vão encorajar os estudantes. A juventude de hoje está silenciosamente se tornando a geração melhor informada e mais engajada intelectualmente da história.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:10

Portuguese, Brazilian subtitles

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