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Title:
Transformação social com a robótica | Henrique Foresti | TEDxLaçador
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Description:
Henrique desconstrói conceitos (e preconceitos) e mostra como a robótica aplicada e pesquisas avançadas em robótica podem trazer transformação social em escolas públicas de ensino fundamental e médio.
Henrique Foresti é mineiro de Varginha e atua nas áreas de robótica e eletrônica embarcada. É engenheiro de sistemas do CESAR e gestor da área de robótica pedagógica da MixTecnologia. Técnico em eletrônica, graduou-se em Ciências da Computação pela UEMG e é Mestre em Engenharia Mecânica pela UFPE. Atua também como colaborador da Plataforma Robótica Livre, Robolivre.org, realiza a curadoria de vários eventos de tecnologia e desenvolve projetos de pesquisa e inovação em parceria com diversas instituições, em especial nas áreas de robótica pedagógica, robôs terrestres, veículos aéreos não tripulados e plataformas de telemetria, processamento e comunicação.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx
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Gente, é uma satisfação enorme estar aqui.
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Muito obrigado por me proporcionar
este momento, essas interações,
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essas emoções que estamos sentindo agora.
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Mas eu vim falar aqui do trabalho
que eu faço pra realizar um sonho.
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O sonho de poder
contribuir de alguma forma,
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como vocês todos estão fazendo aqui.
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Como vários líderes já apareceram aqui.
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E eu também quero seguir esses líderes.
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Seguir esses líderes com o meu sonho,
que é contribuir de alguma forma
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para o desenvolvimento
da robótica no país, no Brasil.
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Pra fazer isso, a gente tem trabalhado
numa plataforma robótica livre.
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Isso é um movimento que acontece
nas universidades, nas escolas técnicas.
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A gente trabalha fomentando pra que haja
pesquisas avançadas na área de robótica,
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pesquisas aplicadas.
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A gente consegue construir
novos produtos, produtos inovadores,
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formamos empreendedores,
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mas, sobretudo, o que a gente faz mesmo
é a transformação, com a robótica,
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em escolas de ensino fundamental e médio,
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com programas de experimentação
da robótica que são acessíveis pra todos
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e com os quais conseguimos às vezes
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transformar a vida das pessoas
que participam deles.
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Pra gente fazer isso,
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pra gente construir esse sistema,
essa comunidade, essa plataforma,
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são várias pessoas, ideias, tecnologias,
conteúdos disponibilizados num lugar,
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disponibilizados pra todos
com software livre,
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com desenvolvimento colaborativo.
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E, pra gente construir isso,
disponibilizar essas ferramentas,
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foi preciso construir
e desconstruir muita coisa.
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É sobre isso que eu vou falar agora,
sobre a desconstrução,
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sobre como nós trabalhamos
essa desconstrução.
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É como se fosse uma torre de cartas,
uma fila de dominós.
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Quem nunca brincou com esse passatempo?
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Nós ficamos às vezes muito tempo
montando, construindo,
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horas e horas pra montar
uma fileira enorme.
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Depois, a gente dá um toque e, em poucos
segundos, a desconstrução acontece.
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E a gente vai ter que trabalhar
muito tempo pra construir aquilo.
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Mas, e se a gente conseguir tirar
essa parte da construção?
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Imagine se a gente conseguir trabalhar
com aquelas pilhas,
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aquelas pessoas que já estão prontas,
simplesmente trabalhando a desconstrução.
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É isso que a gente tem feito
com a robótica.
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A gente consegue trazer o conhecimento
que as pessoas já têm.
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Começamos com robôs prontos,
de fácil interação.
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Qualquer criança hoje consegue interagir
com esses brinquedos.
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Qualquer criança consegue fazer
essas coisas funcionarem.
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Eles primeiro interagem sem saber
muito bem o que está acontecendo ali,
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mas, com o tempo, a curiosidade faz
com que entendam o que tem ali dentro.
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E é isso que vou tentar mostrar
aqui um pouquinho,
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em pouco tempo, como funciona.
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Pra começar a falar disso, vou começar
desconstruindo alguns preconceitos.
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O primeiro é que a robótica,
a tecnologia é algo complicado,
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é algo pra cientistas malucos,
superdotados, "nerds".
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Eu acho que a gente tem esse estigma
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que foi criado pelos escritores
de ficção científica,
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acho que foram eles os culpados.
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Eles escreveram, fizeram os desenhos
de Frankenstein, não é?
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Somente um supercientista
é capaz de dar vida a um ser artificial.
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(Risos)
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Essa imagem, acho que ela...
fica complicado.
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Esses mesmos escritores também são legais.
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Eles também criam tecnologia.
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O Batman em 1940,
mais ou menos na década de 40,
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falando num telefone celular, no carro.
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Se ele [não] tivesse falado, você acha
que teríamos inventado o telefone celular?
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Teríamos colocado Skype, videoconferência,
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sem ter visto George Jetson
num desenho animado?
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São eles os culpados,
os escritores de ficção científica.
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A palavra robô foi utilizada pela primeira
vez numa peça de teatro, em 1920.
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E esse cara aqui, que escrevia
obras de ficção no século [20],1950.
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Os conceitos do cérebro positrônico,
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das leis da robótica
foram impostos por ele.
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E hoje, nas pesquisas
que fazemos na robótica,
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nós ainda levamos em consideração
aquilo que ele escreveu,
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não como técnico, como engenheiro,
mas como escritor.
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Bom, eu acho que é fato
que a tecnologia está presente, não é?
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Todo mundo nos tablets, nos celulares.
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O tempo todo postando, tuitando,
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eu estou falando e já vi
um monte de posts no Twitter.
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Há pouco tempo, a gente precisava
contratar técnico especializado,
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eu trabalhei com isso, pra instalar
um software no computador:
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"Ah, vou ligar para o técnico
pra instalar o editor de texto pra mim".
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Hoje em dia, as pessoas já instalam
seus próprios aplicativos
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e até sistemas operacionais.
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Já tem muita gente brincando:
"Vou instalar um sistema 'open source'",
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"Vou fazer um 'dual boot'
na minha máquina".
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Todo mundo já está brincando disso.
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Até programação.
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Quem nunca programou
um gerenciador de e-mails, por exemplo,
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pra mandar uma mensagem automática
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quando você está de férias
e alguém te manda um e-mail?
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É um programa, isso que você faz.
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Uma lista de músicas
que fica tocando no Media Player:
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você vai lá e programa
a sua sequência de discos.
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Está todo mundo lidando com programação,
sem saber que está fazendo programação.
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Essas coisas complicadas.
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A computação e a tecnologia também
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permitem hoje coisas mais complexas
um pouquinho do que só a programação.
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A computação física está muito na moda
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e algumas tecnologias facilitam isso.
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Alguém já ouviu falar do Arduino?
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É uma plataforma que permite que pessoas
sem muito conhecimento, sem muito esforço,
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consigam programar um microcontrolador.
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Até pouco tempo atrás,
eu trabalhava com sistemas embarcados,
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precisava fazer uma série de coisas,
precisava ser muito especializado
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pra conseguir programar
um microcontrolador.
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Hoje em dia, qualquer pessoa consegue
pegar um microcontrolador
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e fazer seus programas.
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Tem uma plataforma chamada tAMARINO
que está sendo desenvolvida em Recife
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por Ricardo Brazileiro, do grupo Modkit,
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um coletivo de desenvolvimento
de arte e tecnologia.
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Essa ferramenta permite
que qualquer pessoa,
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sem nunca ter visto eletrônica,
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consiga criar um circuito eletrônico
e ligar esse circuito num Arduino
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e fazer seus experimentos,
que interagem com o meio ambiente.
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O segundo conceito
que eu queria desconstruir agora
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é sobre a forma de ensinar.
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Eu acho que a gente...
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Eu queria desconstruir essa questão
de ter que construir muita coisa,
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ter que falar, ter que ter
uma base de conhecimento
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pra poder ensinar algo.
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Em 2010, eu comecei
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nosso primeiro programa voluntário
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pra desenvolvimento da robótica,
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pra ensinar robótica
pros meninos das escolas públicas.
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Imagine, era um desafio: ensinar robótica
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pra pessoas que não tinham sequer uma base
do Ensino Fundamental muito sólida.
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Mas aí eu me lembrei
de um dos primeiros empregos,
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um dos primeiros trabalhos
que eu tive, na década de 90.
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Eu era professor
de linguagem de programação
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nessas escolinhas,
nesses cursinhos de informática.
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Lá nessa escolinha a gente trabalhava
a metodologia que era muito utilizada,
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acho que até hoje muita gente utiliza,
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e que foi utilizada quando eu aprendi,
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na qual, antes de ensinar a programar,
a gente vai ensinar lógica.
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São dois meses e meio de curso
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só falando de Sócrates, Aristóteles,
proposições, premissas.
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Quando a gente chega no ponto
de falar sobre algoritmos, fluxogramas,
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metade da turma já desistiu.
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O cara queria aprender,
não queria filosofar.
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E os resistentes, os que seguram...
naquela época, os caras que conseguiam,
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os alunos que conseguiam passar
essa parte "torturosa" da lógica
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e conseguiam pela primeira vez
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colocar a mão numa ferramenta
de desenvolver programas
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e conseguiam fazer seus programinhas,
eles não sabiam de lógica,
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porque eles tinham estudado alguma coisa
que não sabiam como iam aplicar.
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Então aquilo ali foi me perturbando,
mas aconteceu algo muito interessante.
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Chegou uma empresa pra fazer um contrato
com essa escolinha em que eu dava aula.
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Essa empresa era até bem generosa
com pagamento, sabe?
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Mas ela exigiu: "O curso
não pode demorar mais que dois meses.
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Você tem dois meses pra ensinar".
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Ótimo!
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Mudei toda a minha abordagem
de ensino e já fui direto.
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No primeiro dia de aula, botei
a ferramenta de programação:
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"Vamos fazer programa,
não tem nada de lógica".
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O pessoal começou a programar,
desenvolver seus programas
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e o negócio foi acontecendo.
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E eu via que, com o tempo,
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as próprias pessoas conseguiam
criar sua própria lógica.
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Cada um criava a sua lógica de acordo
com a necessidade que ele ia encontrando.
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Com pouco tempo, a gente
conseguiu ensinar as pessoas,
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e viu que a gente poderia
trabalhar de uma forma diferente.
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No final, a gente gastava meia hora
pra falar de lógica
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e o aprendizado daquela turma em lógica
era muito maior que o de todas as turmas
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que já tinham passado antes.
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Bom, voltando pra nossa desconstrução,
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eu peguei essa ideia
que eu já tinha vivido, de certa forma,
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e trouxe pra sala de aula.
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A gente começou trabalhando
com os meninos assim, pronto pro detalhe.
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Pegava um programa pronto
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que roda em computadores que estão
presentes no dia a dia dos meninos,
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com os robozinhos prontos,
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entregava aquilo pra despertar o interesse
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e eles começam a mexer, a bulir, né?
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As crianças de hoje em dia
já estão em um contexto de tecnologia
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que é muito interessante.
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Como usuários, eles já lidam
com tecnologias
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que pouco tempo atrás
era impossível de se conceber.
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Como curiosos, eles conseguem entender,
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eles tentam, eles querem saber
como aquilo foi montado.
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E como hackers, eles querem
mudar a forma de interação,
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querem dar nova funcionalidade
para aquilo, para aquela tecnologia.
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Nós temos que abrir, disponibilizar,
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fazer com que eles possam
realmente fazer isso.
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Dessa forma a gente foi conseguindo
toda essa construção.
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Hoje em dia, temos um monte
de estudantes programando,
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desenvolvendo softwares,
sistemas eletrônicos.
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Conseguem soldar, furar,
apresentam projetos,
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aprenderam a falar inglês
só pra poder ler os manuais técnicos.
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E tem uma galerinha, uns estudantes,
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que estão conversando com os fornecedores
no exterior pelo Skype.
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Alunos que não falavam
outra língua há pouco tempo.
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Bom, gente, um exemplo de fazer isso...
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A gente pega um código
bem complicado desse aí...
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É um código de Arduino
isso aqui, tá, gente?
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Ensino que, se ele apertar um botãozinho,
esse código vai pra dentro da placa.
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Ele aperta o botãozinho
e vê um LED piscar na placa
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ou um motorzinho se mexer.
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É interessante que ele faz sem entender
o que está no código,
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mas ele entende que o LED está piscando.
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E, sem falar nada, os meninos começam
a mudar esses números que estão aí.
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"E se eu mudar aqui?"
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E quando ele vê, o LED
já está piscando diferente.
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Aí, dali a pouco ele:
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"Mineiro, Mineiro, como eu faço
pra poder ligar essa...?"
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Então, ele vem com a dúvida,
eu vou explicar a dúvida que ele tem.
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Eu não tenho que ensinar
um monte de lógica.
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Não, ele quer resolver um problema
e ele consegue resolver.
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Dessa forma, a gente tem um estudante
que é analfabeto funcional.
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Ele não consegue fazer
uma frase correta na língua portuguesa,
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mas ele consegue programar um Arduino
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e fazer o robozinho dele resolver
qualquer trabalho que a gente queira.
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Bom, terceiro e último preconceito
que eu queria desconstruir
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é com relação à entrada na universidade,
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com relação à inclusão nas universidades.
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A gente está muito preocupado
com o sistema de entrada,
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vestibular, Enem, agora sistema de cotas,
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mas será que é aí o problema?
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Na experiência que estou tendo,
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acho que o problema
não é a forma da prova.
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Isso é um ponto importante, sim,
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é um primeiro monstro, mas ele não é tudo.
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Quantas crianças sequer pensam
ou sonham em ir pra universidade?
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Que acham que aquilo ali é impossível.
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Na família dela ninguém foi, o pai, o tio
estudaram, quando muito, o segundo grau.
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Foram pro subemprego
e estão vivendo daquela forma.
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"Todo mundo vive assim, vive bem,
por que vou ser diferente?
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Por que vou cursar
uma universidade? Eu não posso."
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Com esses programas
de experimentação da robótica,
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com outros eventos
que a gente tem visto aqui,
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a gente consegue mudar esse patamar.
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Fazer com que essas pessoas acreditem
que elas podem ir pra faculdade.
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Eles veem fazendo
um experimento na robótica,
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em que eles podem desenvolver
pesquisa, e pesquisa aplicada.
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Se eles estudarem, vão ter condições.
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No final das contas, os coleguinhas deles
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vendo eles participando de eventos,
apresentando trabalhos,
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eles passam a ser líderes,
referências daqueles meninos,
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que deixam de ver aquele amiguinho
que comprou um tênis novo
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e começam a ver que aquele cara
que está apresentando o trabalho,
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que está jogando tênis, sendo
campeão de tênis, aquele, sim, é o líder.
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É aquele cara que ele tem que seguir,
que ele consegue.
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Bom, desconstruí muita coisa.
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Só pra gente terminar, vou falar um pouco
do que a gente construiu também.
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A gente tem hoje...
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já passamos por mais ou menos
sete escolas lá no Recife.
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Mais ou menos 300 estudantes
participaram desses programas.
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A maioria deles continua
nesses programas como multiplicadores,
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trabalhando em algumas empresas parceiras,
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indo pra universidade
com bolsas de pesquisa.
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Esses programas
de experimentação da robótica
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não visam o ensino da robótica.
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A intenção ali é construir
centros de pesquisa.
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Em cada escola, em cada instituição
que a gente passa,
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a gente tenta deixar um ambiente propício
pra que haja pesquisa e desenvolvimento.
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A gente incentiva
que eles publiquem "papers",
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que participem de eventos de tecnologia,
de eventos culturais de arte e tecnologia.
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Eles aprendem a furar, soldar,
fazer rosca, a programar.
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Eles aprendem design.
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Aprendem que robótica não é só engenharia.
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Eles veem que a robótica veio das artes.
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Eles participam de eventos
de computação e arte.
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Eles aprendem que podem ir
pra universidade,
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que podem se incluir, que podem trabalhar
e que podem transformar
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da mesma forma que a gente tem feito.
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São os robozinhos que vão aparecendo
por aí, e mais um bocado de coisa.
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Num segundo patamar, a gente trabalha
com uma outra coisa, que a gente chama
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de centro de desenvolvimento colaborativo.
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Esses centros, a gente instala normalmente
em universidades e escolas técnicas.
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Estamos hoje em cerca de 30 instituições
espalhadas por todo o Brasil
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e uma no Uruguai.
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Os centros de desenvolvimento colaborativo
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visam a pesquisa aplicada
na área da robótica.
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A gente fomenta com material,
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leva esses estudantes
pra participarem de eventos,
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pra fazerem oficinas, fazerem intercâmbio.
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A gente contribui pra que haja
pesquisa aplicada.
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Eles participam da RoboCup,
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um dos principais eventos de robótica
do mundo, eles estão indo disputar.
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A gente consegue,
de certa forma, criar produtos
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porque a gente também
tem um contato muito legal.
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Sempre aparece uma empresa que fala:
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“Eu queria desenvolver uma tecnologia
pra resolver algum problema”.
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Então, a gente leva esse problema pra esse
centro de desenvolvimento colaborativo,
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e eles desenvolvem esse produto
e essa empresa investe neles.
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Muitas vezes, a gente forma empreendedores
também com esses produtos que são criados.
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Por fim, a gente trabalha
também com palestras,
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com oficinas
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de desmistificação da tecnologia.
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São oficinas de duas a oito horas.
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Independentemente da duração,
a gente sempre faz robôs nessas oficinas.
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Pessoas que nunca interagiram,
nunca tiveram contato com a tecnologia
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conseguem fazer.
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Hoje em dia, a gente faz cerca de 30
eventos anuais, mais ou menos.
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Bom, isso é uma plataforma robótica.
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Nós somos hoje 1.284 pessoas
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fazendo essa desconstrução.
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Muito obrigado.
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(Aplausos)