Uma experiência radical sobre a empatia
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0:01 - 0:04Os meus estudantes
perguntam-me frequentemente: -
0:04 - 0:05"O que é a sociologia?"
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0:05 - 0:07E eu respondo-lhes:
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0:07 - 0:09"É o estudo do modo como os seres humanos
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0:09 - 0:12"são modelados pelas coisas
que não veem." -
0:12 - 0:16E eles dizem-me:
"Então como posso ser um sociólogo? -
0:16 - 0:19Como posso compreender
essas forças invisíveis?" -
0:19 - 0:20E eu respondo-lhes:
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0:20 - 0:22"Empatia. Comecem pela empatia.
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0:22 - 0:25"Tudo começa com a empatia.
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0:25 - 0:27"Dispam-se da vossa pele,
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0:27 - 0:30"e coloquem-se na pele de outra pessoa."
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0:30 - 0:32Vou dar-vos um exemplo.
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0:32 - 0:34Imagino a minha vida,
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0:34 - 0:36se, aqui há cem anos,
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0:36 - 0:39a China tivesse sido a nação
mais poderosa do mundo -
0:39 - 0:41e tivessem vindo para os EUA
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0:41 - 0:43em busca de carvão
e o tivessem encontrado, -
0:43 - 0:46— aliás, encontraram muito carvão
aqui mesmo. -
0:46 - 0:49E começassem a enviar o carvão,
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0:49 - 0:50tonelada a tonelada,
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0:50 - 0:54por comboio, por barco,
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0:54 - 0:57para a China e para outras
partes do mundo. -
0:58 - 1:00Teriam ficado imensamente ricos.
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1:00 - 1:03E construiriam belas cidades
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1:03 - 1:06todas alimentadas por esse carvão.
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1:08 - 1:10E aqui nos EUA,
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1:10 - 1:13veríamos desespero económico e privações.
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1:13 - 1:15Isto era o que eu veria.
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1:15 - 1:18Veria pessoas a lutar para sobreviver,
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1:18 - 1:20sem saber o que era o quê
e o que viria a seguir. -
1:20 - 1:22E perguntaria a mim mesmo:
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1:22 - 1:25"Como é possível que sejamos
tão pobres aqui nos EUA, -
1:25 - 1:28sendo o carvão um recurso tão valioso?
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1:28 - 1:30É tanto dinheiro!"
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1:30 - 1:31E constataria:
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1:31 - 1:34Porque os chineses se relacionaram
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1:34 - 1:37com uma pequena classe dominante
aqui nos EUA -
1:37 - 1:41que roubou todo aquele dinheiro
e riqueza para si mesma. -
1:41 - 1:43E nós, a grande maioria,
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1:43 - 1:45lutamos por sobreviver.
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1:45 - 1:48Os chineses deram
a esta pequena elite dominante -
1:48 - 1:52um imenso arsenal militar
e tecnologia sofisticada -
1:52 - 1:55para assegurarem que pessoas como eu
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1:55 - 1:58não levantariam a voz contra esta relação.
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1:59 - 2:00Soa-vos familiar?
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2:01 - 2:03Teriam feito coisas
como treinar os americanos -
2:03 - 2:05para ajudarem a proteger o carvão.
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2:05 - 2:09Por todo o lado haveria
símbolos dos chineses, -
2:09 - 2:11por todo o lado, para nos lembrar
constantemente. -
2:12 - 2:14Voltando à China,
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2:14 - 2:16o que é que diriam na China?
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2:16 - 2:19Nada. Não falam sobre nós.
Não falam sobre o carvão. -
2:19 - 2:20Se lhes perguntássemos, diriam:
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2:20 - 2:23"Sabem como é, precisamos do carvão.
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2:23 - 2:26"Ee não vou desligar o meu termóstato.
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2:26 - 2:29"Não podem esperar que eu faça isso."
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2:29 - 2:31Por isso ficaria zangado, furioso,
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2:31 - 2:34como acontece com muitas pessoas normais.
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2:34 - 2:37Ripostaríamos, e a situação
ficaria mesmo feia. -
2:37 - 2:40E os chineses responderiam
de uma forma nada delicada. -
2:41 - 2:43Antes de nos apercebermos
eles enviariam os tanques -
2:43 - 2:45e as tropas.
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2:46 - 2:48Morreria imensa gente,
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2:48 - 2:52e a situação tornar-se-ia
muito, muito difícil. -
2:52 - 2:56Já imaginaram como se sentiriam
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2:56 - 2:58se estivessem na minha pele?
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2:58 - 3:00Já imaginaram sair deste edifício
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3:00 - 3:02e verem um tanque estacionado lá fora
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3:02 - 3:05ou um camião cheio de soldados?
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3:05 - 3:08Imaginem só como se sentiriam.
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3:08 - 3:11Saberiam porque é que eles
estavam aqui e o que estavam aqui a fazer. -
3:11 - 3:13Só sentiriam raiva e medo.
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3:14 - 3:17Se conseguirem, isso é empatia,
isso é empatia. -
3:17 - 3:20Despiram-se da vossa pele
e vestiram a minha. -
3:21 - 3:23E sentiram isso.
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3:23 - 3:25Bom, isto é o aquecimento.
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3:25 - 3:26Isto é o aquecimento.
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3:26 - 3:29Agora vamos ter uma experiência
realmente radical. -
3:30 - 3:33Por isso, durante o resto
da minha palestra, -
3:33 - 3:35quero que se coloquem na pele
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3:35 - 3:38de um vulgar árabe muçulmano
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3:38 - 3:40que vive no Médio Oriente,
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3:40 - 3:43mais concretamente no Iraque.
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3:44 - 3:46Para vos ajudar,
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3:46 - 3:50podem ser um membro desta família
de classe média em Bagdade. -
3:50 - 3:53o que desejam é o melhor
para os vossos filhos. -
3:53 - 3:56Querem que os vossos filhos
tenham uma vida melhor. -
3:56 - 3:58E veem as notícias, prestam atenção,
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3:58 - 4:00leem o jornal, vão ao café com os amigos,
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4:00 - 4:03e leem jornais de todo o mundo.
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4:03 - 4:05Por vezes até veem televisão por satélite,
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4:05 - 4:07a CNN dos Estados Unidos.
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4:07 - 4:09Por isso têm uma ideia
do que pensam os americanos. -
4:09 - 4:11Mas apenas querem ter uma vida melhor.
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4:11 - 4:13É isso que querem.
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4:13 - 4:16São árabes muçulmanos a viver no Iraque.
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4:16 - 4:18Querem uma vida melhor.
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4:18 - 4:19Portanto, deixem-me ajudar-vos.
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4:19 - 4:22Deixem-me ajudar-vos com algumas coisas
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4:22 - 4:23em que podem estar a pensar.
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4:23 - 4:26Número um: esta incursão na vossa terra
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4:26 - 4:28estes últimos 20 anos, e antes,
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4:28 - 4:31a razão por que estão todos
interessados na vossa terra, -
4:31 - 4:33em particular os EUA,
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4:33 - 4:34é o petróleo.
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4:34 - 4:37Tudo gira à volta do petróleo.
Toda a gente sabe, vocês também. -
4:37 - 4:40Os americanos sabem
que tudo gira à volta do petróleo. -
4:40 - 4:41E isso acontece porque alguém
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4:41 - 4:45tem um plano para
o vosso recurso natural. -
4:45 - 4:47É o vosso recurso, não é de mais ninguém.
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4:47 - 4:51É a vossa terra, é o vosso recurso.
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4:51 - 4:52Alguém tem um plano para ele.
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4:52 - 4:54E sabem porquê?
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4:54 - 4:56Sabem porque têm os olhos postos
neste recurso? -
4:56 - 4:59Porque têm todo um sistema económico
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4:59 - 5:01que está dependente desse petróleo,
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5:01 - 5:02petróleo estrangeiro,
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5:02 - 5:05petróleo de outras partes do mundo
que não lhes pertencem. -
5:05 - 5:08E que mais pensam sobre estas pessoas?
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5:08 - 5:09"Os americanos são ricos.
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5:09 - 5:11"Vivem em grandes casas,
têm grandes carros, -
5:11 - 5:14"têm todos cabelo louro,
olhos azuis, são felizes". -
5:14 - 5:15É isso que vocês pensam.
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5:15 - 5:19Mas não é verdade, isso é o que os media
transmitem, e o que vocês apreendem. -
5:19 - 5:21Têm grandes cidades,
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5:21 - 5:24e as cidades estão todas
dependentes do petróleo. -
5:25 - 5:27E na vossa terra, o que é que veem?
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5:27 - 5:29Pobreza, desespero, luta.
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5:29 - 5:32Reparem, vocês não vivem num país rico.
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5:33 - 5:34Isto é o Iraque.
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5:35 - 5:37É isto que vocês veem.
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5:37 - 5:40Veem pessoas a lutar para sobreviver.
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5:40 - 5:42Não é fácil; veem muita pobreza.
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5:42 - 5:44E isso faz-vos sentir qualquer coisa.
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5:44 - 5:46Estas pessoas têm planos
para o vosso recurso, -
5:46 - 5:48e é isto que veem?
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5:48 - 5:50Há outra coisa que veem
e de que falam. -
5:50 - 5:52Os americanos não falam disso,
mas vocês falam. -
5:52 - 5:55Há este fenómeno,
a militarização do mundo, -
5:55 - 5:57que está centrada nos EUA.
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5:57 - 6:00Os Estados Unidos são responsáveis
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6:00 - 6:04por quase metade
dos gastos militares mundiais -
6:04 - 6:06— 4% da população mundial!
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6:06 - 6:09Vocês sentem-no e veem-no todos os dias.
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6:09 - 6:10Faz parte da vossa vida.
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6:10 - 6:13E vocês falam sobre isso
com os vossos amigos. -
6:13 - 6:15Leem sobre isso.
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6:15 - 6:18Quando Saddam Hussein estava no poder,
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6:18 - 6:21os americanos não queriam saber
dos seus crimes. -
6:21 - 6:24quando ele gaseava os curdos e o Irão,
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6:24 - 6:26não queriam saber.
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6:26 - 6:28Quando o petróleo ficou em jogo,
-
6:28 - 6:31de repente, essas coisas
tornaram-se importantes. -
6:32 - 6:35E ainda veem outra coisa,
-
6:35 - 6:36os Estados Unidos,
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6:36 - 6:39o centro da democracia em todo o mundo,
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6:39 - 6:41não parece estar, de facto,
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6:41 - 6:44a apoiar países democráticos
em todo o mundo. -
6:44 - 6:47Há muitos países, todos eles
países produtores de petróleo, -
6:47 - 6:51que não são muito democráticos,
mas têm o apoio dos Estados Unidos. -
6:51 - 6:53É estranho.
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6:53 - 6:55Ah, estas incursões, estas duas guerras,
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6:55 - 6:57os 10 anos de sanções,
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6:57 - 7:01os oito anos de ocupação,
-
7:01 - 7:05a insurreição que despertou no povo,
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7:05 - 7:08as centenas de milhares
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7:08 - 7:10de mortes civis,
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7:13 - 7:15tudo por causa do petróleo.
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7:16 - 7:18Não podem deixar de pensar nisso.
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7:18 - 7:19Falam disso.
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7:19 - 7:22Está sempre no vosso pensamento.
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7:22 - 7:26E dizem: "Como é que isto é possível?"
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7:25 - 7:28Este homem é um homem qualquer,
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7:28 - 7:31o vosso avô, o vosso tio,
-
7:31 - 7:33o vosso pai, o vosso filho,
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7:33 - 7:35o vosso vizinho, o vosso professor,
o vosso aluno. -
7:36 - 7:38O que foi uma vida de felicidade e alegria,
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7:38 - 7:41é agora dor e sofrimento.
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7:42 - 7:44Toda a gente no vosso país
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7:44 - 7:48foi tocada por esta violência,
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7:48 - 7:50o sangue derramado, a dor,
-
7:50 - 7:52o horror, toda a gente.
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7:52 - 7:54Não há uma única pessoa no vosso país
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7:54 - 7:57que não tenha sido atingida.
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7:57 - 7:59Mas ainda há mais.
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7:59 - 8:01Ainda há mais sobre estas pessoas,
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8:01 - 8:03estes americanos que lá estão.
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8:03 - 8:06Há mais uma coisa sobre eles
que vocês veem, mas eles não. -
8:06 - 8:09O que é que veem? Que eles são cristãos.
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8:09 - 8:10São cristãos.
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8:10 - 8:14Adoram o Deus cristão,
têm cruzes e andam com Bíblias. -
8:14 - 8:16As Bíblias têm uma pequena insígnia
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8:16 - 8:19que diz "Exército dos Estados Unidos".
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8:20 - 8:22Os seus líderes, os seus líderes,
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8:22 - 8:25antes de enviarem os seus filhos e filhas
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8:25 - 8:27para a guerra no vosso país -
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8:27 - 8:29— e vocês sabem por que razão —
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8:29 - 8:30antes de os enviarem,
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8:30 - 8:33vão a uma igreja cristã,
e rezam ao seu Deus cristão, -
8:33 - 8:36e pedem proteção
e orientação a esse Deus. -
8:36 - 8:37Porquê?
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8:37 - 8:41Obviamente, para que
as pessoas que morrerem na guerra, -
8:41 - 8:44sejam os muçulmanos, sejam os iraquianos
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8:44 - 8:46e não americanos.
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8:46 - 8:49Não querem que os americanos morram.
Proteja as nossas tropas. -
8:49 - 8:51Vocês sentem algo sobre isso,
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8:51 - 8:52claro que sentem.
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8:53 - 8:54Eles fazem coisas maravilhosas.
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8:54 - 8:56Vocês leem sobre isso,
ouvem falar nisso. -
8:56 - 8:59Estão lá para construir escolas
e ajudar as pessoas. -
8:59 - 9:01Fazem coisas maravilhosas
mas também fazem coisas más, -
9:01 - 9:03e vocês não conseguem distingui-las.
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9:03 - 9:07Este indivíduo, um indivíduo
como o tenente-general William Boykin. -
9:07 - 9:10Este indivíduo diz que o vosso Deus
é um falso Deus. -
9:10 - 9:12O vosso Deus é um ídolo,
o Deus dele é o verdadeiro Deus. -
9:12 - 9:15Para ele, a solução para o problema
do Médio Oriente, -
9:15 - 9:17é converter-vos a todos ao cristianismo
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9:17 - 9:19e deitar fora a vossa religião.
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9:19 - 9:20Vocês sabem disso.
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9:20 - 9:23Os americanos não sabem nada sobre ele,
mas vocês sabem. -
9:23 - 9:26Vocês vão passando as palavras dele.
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9:26 - 9:28Isto é grave.
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9:28 - 9:31Ele foi um dos comandantes chefes
na segunda invasão do Iraque. -
9:31 - 9:35E vocês pensam: "Meu Deus,
se este indivíduo está a dizer isto, -
9:35 - 9:37"todos os soldados devem
estar a dizer o mesmo." -
9:37 - 9:38[Cruzada]
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9:38 - 9:41George Bush chamou
a esta guerra uma cruzada. -
9:41 - 9:44Os americanos dizem:
"Ah, uma cruzada. Pode ser. Não sei." -
9:44 - 9:46Vocês sabem o que isto quer dizer.
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9:46 - 9:48É uma guerra santa
contra os muçulmanos. -
9:49 - 9:52Vejam: "Invadam, subjuguem-nos,
tirem-lhes os recursos. -
9:52 - 9:54"Se eles não se deixarem subjugar,
matem-nos". -
9:54 - 9:56É disso que se trata.
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9:56 - 9:59E vocês pensam: "Meu Deus,
estes cristãos vêm aí para nos matar." -
9:59 - 10:01Isto é assustador.
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10:01 - 10:03Vocês sentem-se assustados.
Claro que se sentem assustados. -
10:03 - 10:06Este homem, Terry Jones,
-
10:06 - 10:08é o indivíduo que quer queimar o Corão.
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10:08 - 10:10E os americanos: "Ah, ele é um cretino.
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10:10 - 10:12"É um antigo gerente de hotel.
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10:12 - 10:15"Tem três dúzias de membros na sua igreja."
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10:15 - 10:17Riem-se dele. Mas vocês não se riem dele.
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10:17 - 10:19Porque neste contexto,
-
10:19 - 10:20todas as peças se encaixam.
-
10:20 - 10:22É como os americanos são vistos,
-
10:22 - 10:25por isso os povos do Médio Oriente,
não apenas no vosso país, -
10:25 - 10:26estão a protestar.
-
10:26 - 10:29"Ele quer queimar o Corão,
o nosso livro sagrado. -
10:29 - 10:31"Estes cristãos, quem são estes cristãos?
-
10:31 - 10:33"São tão diabólicos, são tão maus",
-
10:33 - 10:34é disto que se trata.
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10:34 - 10:37É isto que estão a pensar
como árabes muçulmanos, -
10:37 - 10:38como iraquianos.
-
10:38 - 10:40Claro que vão pensar assim.
-
10:40 - 10:42E depois o vosso primo diz:
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10:42 - 10:44"Ó primo, vê lá este website.
-
10:44 - 10:47"Tens que ver isto:
Campo de Treino da Bíblia. -
10:47 - 10:48"Estes cristãos são doidos.
-
10:48 - 10:51"Estão a treinar as crianças
para serem soldados por Jesus. -
10:51 - 10:53"Pegam nestas crianças
e mostram-lhes isto -
10:53 - 10:55"até elas aprenderem a dizer:
'Sim, senhor', -
10:55 - 10:59"a lançarem granadas
e a tratarem das armas". -
10:59 - 11:02Vocês vão ao website que diz
'Exército dos Estados Unidos'. -
11:02 - 11:06"Estes cristãos são doidos. Como é que
podem fazer isto às suas crianças?" -
11:06 - 11:07Vocês estão a ver o website.
-
11:07 - 11:10Claro, os cristãos nos EUA,
ou qualquer outra pessoa, dizem: -
11:10 - 11:13"Ah, isto é uma pequena igreja
no meio de nenhures." -
11:13 - 11:15Vocês não sabem isso.
-
11:15 - 11:17Para vocês isto é como são
todos os cristãos. -
11:17 - 11:20Está por toda a Internet,
"Campo de Treino da Bíblia". -
11:20 - 11:21E vejam isto:
-
11:21 - 11:23até ensinam as crianças
-
11:23 - 11:26treinam-nos do mesmo modo
que treinam a marinha americana. -
11:26 - 11:28Muito interessante.
-
11:28 - 11:30Isso assusta-vos e mete-vos medo.
-
11:30 - 11:32Estes indivíduos, estão a vê-los?
-
11:32 - 11:35Eu, Sam Richards, eu sei
quem são estes indivíduos. -
11:35 - 11:37São os meus alunos, os meus amigos.
-
11:37 - 11:39Sei no que estão a pensar.
Vocês não sabem. -
11:39 - 11:40Quando os veem,
-
11:40 - 11:43eles são outra coisa, são outra coisa.
-
11:44 - 11:46É isso que são para vocês.
-
11:47 - 11:50Não vemos as coisas desta forma
nos Estados Unidos, -
11:50 - 11:52mas vocês veem.
-
11:55 - 11:56Portanto.
-
11:56 - 11:58Claro, interpretaram mal.
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11:58 - 12:01Estão a generalizar. Está errado.
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12:01 - 12:03Vocês não compreendem os americanos.
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12:03 - 12:05Não é uma invasão cristã.
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12:05 - 12:08Não estamos lá apenas pelo petróleo,
mas por várias razões. -
12:08 - 12:10Vocês interpretaram mal. Não perceberam.
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12:10 - 12:13Claro que a maioria de vocês
não defende a insurreição; -
12:13 - 12:15não defende matar americanos,
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12:15 - 12:16não defende os terroristas.
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12:16 - 12:19Claro que não.
Muito poucas pessoas defendem. -
12:19 - 12:21Mas alguns de vocês, sim.
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12:23 - 12:24E é essa a perspetiva.
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12:24 - 12:26Então, vamos fazer o seguinte:
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12:27 - 12:30Saiam da pele em que estão agora
-
12:30 - 12:32e voltem à vossa pele normal.
-
12:32 - 12:34Já está toda a gente de volta à sala.
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12:35 - 12:37Agora vem a experiência radical.
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12:37 - 12:39Estamos todos de volta a casa.
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12:39 - 12:42Esta fotografia, esta mulher,
consigo senti-la. -
12:43 - 12:45Consigo senti-la.
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12:45 - 12:47É a minha irmã,
-
12:47 - 12:50a minha mulher,
a minha prima, a minha vizinha. -
12:50 - 12:51É alguém para mim.
-
12:51 - 12:54Estes indivíduos aqui,
toda a gente nesta fotografia, -
12:54 - 12:56consigo sentir esta fotografia.
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12:56 - 12:59Quero que façam o seguinte.
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12:59 - 13:02Vamos voltar ao meu primeiro
exemplo dos chineses. -
13:02 - 13:04Quero que vão lá.
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13:04 - 13:07Trata-se do carvão, e os chineses
estão aqui nos EUA. -
13:07 - 13:10Quero que a imaginem
como uma mulher chinesa -
13:10 - 13:12a receber a bandeira chinesa
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13:12 - 13:15porque o seu ente querido
morreu na América -
13:15 - 13:17na revolta do carvão.
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13:18 - 13:20Os soldados são chineses,
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13:20 - 13:22toda a gente é chinesa.
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13:22 - 13:25Enquanto americanos,
o que sentem quanto a esta fotografia? -
13:28 - 13:29O que pensam desta cena?
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13:31 - 13:34Experimentem o seguinte. Voltem atrás.
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13:34 - 13:36A cena é esta.
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13:36 - 13:37É um americano, soldados americanos,
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13:37 - 13:40uma mulher americana
que perdeu o seu ente querido -
13:40 - 13:43no Médio Oriente,
no Iraque ou no Afeganistão. -
13:43 - 13:45Agora ponham-se na pele,
-
13:45 - 13:46voltem à pele
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13:46 - 13:49de um árabe muçulmano
que vive no Iraque. -
13:50 - 13:54O que é que estão a sentir e a pensar
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13:54 - 13:56acerca desta fotografia,
-
13:56 - 13:58acerca desta mulher?
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14:06 - 14:07Bom.
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14:07 - 14:09Agora sigam-me nisto,
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14:09 - 14:12porque eu estou a correr um grande risco.
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14:12 - 14:15Por isso vou convidar-vos
a correrem o risco comigo. -
14:15 - 14:17Estes senhores aqui, são rebeldes.
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14:17 - 14:19Foram apanhados pelos soldados americanos,
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14:19 - 14:21a tentar matar americanos.
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14:21 - 14:24Talvez tenham conseguido.
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14:24 - 14:28Vistam a pele dos americanos
que os apanharam. -
14:29 - 14:31Conseguem sentir a raiva?
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14:31 - 14:34Sentem que só querem
apanhar estes indivíduos -
14:34 - 14:36e torcer-lhes o pescoço?
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14:36 - 14:38Conseguem sentir isso?
-
14:38 - 14:40Não deve ser assim tão difícil.
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14:40 - 14:42Basta... oh! meu!
-
14:44 - 14:48Agora ponham-se na pele deles.
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14:51 - 14:53Serão assassinos brutais
-
14:53 - 14:55ou defensores patrióticos?
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14:56 - 14:58Qual das hipóteses?
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14:59 - 15:01Conseguem sentir a sua raiva?
-
15:01 - 15:03o medo?
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15:03 - 15:05a fúria?
-
15:05 - 15:08com o que aconteceu no seu país?
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15:08 - 15:10Conseguem imaginar
-
15:10 - 15:12que talvez um deles, pela manhã,
-
15:12 - 15:16tenha abraçado o filho e tenha dito:
-
15:17 - 15:19"Querido, volto mais tarde.
-
15:19 - 15:22"Vou defender a vossa liberdade,
a vossa vida. -
15:24 - 15:26"Vou sair para tomar conta de nós,
-
15:26 - 15:28"do futuro do nosso país."
-
15:29 - 15:31Conseguem imaginar?
-
15:31 - 15:33Conseguem imaginá-lo a dizer aquilo?
-
15:33 - 15:36Conseguem chegar lá?
-
15:38 - 15:40O que é que pensam
que eles estão a sentir? -
15:48 - 15:50Estão a ver, isso é empatia.
-
15:50 - 15:52E é também compreensão.
-
15:52 - 15:54Agora podem perguntar:
-
15:54 - 15:58"Sam, porque faz este tipo de coisas?
-
15:58 - 16:00"Porque usa este exemplo,
com tantos que há para dar?" -
16:00 - 16:03E eu respondo, porque... porque.
-
16:03 - 16:05Vocês podem odiar estas pessoas.
-
16:05 - 16:07Podem mesmo odiá-las
-
16:07 - 16:10com todas as fibras do vosso corpo.
-
16:10 - 16:14Mas, se eu conseguir
que vistam a pele deles -
16:14 - 16:16por um momento,
-
16:16 - 16:18um breve momento,
-
16:18 - 16:20imaginem a análise sociológica
-
16:20 - 16:24que podem fazer em todos
os outros aspetos da vossa vida. -
16:25 - 16:28Podem fazer grandes progressos
-
16:28 - 16:29quando se trata de compreenderem
-
16:29 - 16:32por que razão uma pessoa
guia a 65 km por hora -
16:32 - 16:34numa passagem de peões,
-
16:34 - 16:36ou o vosso filho adolescente,
-
16:36 - 16:38ou o vosso vizinho que vos aborrece
-
16:38 - 16:41quando apara o relvado
ao domingo de manhã. -
16:41 - 16:43O que quer que seja, podem ir longe.
-
16:43 - 16:46É isto que digo aos meus alunos.
-
16:46 - 16:49Saiam do vosso pequeno mundo.
-
16:49 - 16:53Entrem dentro do pequeno mundo
de outra pessoa. -
16:54 - 16:57E depois façam-no uma e outra e outra vez.
-
16:57 - 16:59De repente, todos este pequenos mundos,
-
16:59 - 17:02juntam-se numa teia complexa
-
17:02 - 17:04e formam um mundo grande e complexo.
-
17:04 - 17:07De repente, sem se aperceberem,
-
17:07 - 17:09estão a ver o mundo de maneira diferente.
-
17:09 - 17:11Tudo mudou.
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17:11 - 17:13Tudo na vossa vida mudou.
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17:14 - 17:17Afinal, é disso que se trata.
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17:18 - 17:20Participar noutras vidas,
-
17:20 - 17:22noutras visões.
-
17:22 - 17:24Ouvir outras pessoas,
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17:24 - 17:26esclarecermo-nos.
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17:26 - 17:28Não estou a dizer
-
17:28 - 17:30que apoio os terroristas no Iraque
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17:30 - 17:32mas, enquanto sociólogo,
-
17:32 - 17:34o que estou a dizer
-
17:34 - 17:37é que compreendo.
-
17:39 - 17:42E agora talvez vocês
também compreendam. -
17:43 - 17:44Muito obrigado.
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17:44 - 17:47(Aplausos)
- Title:
- Uma experiência radical sobre a empatia
- Speaker:
- Sam Richards
- Description:
-
Conduzindo passo a passo os americanos presentes na sua palestra na TEDxPSU através do processo do pensamento, o sociólogo Sam Richards lança um desafio extraordinário: será possível compreender — não aprovar, mas compreender — as motivações de um rebelde iraquiano? E consequentemente, será possível que alguém consiga genuinamente compreender e ter empatia com outro?
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:47
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A radical experiment in empathy | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A radical experiment in empathy | ||
Clara Niza added a translation |