Humanidade vs. Ebola. Como podemos vencer uma guerra assustadora
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0:01 - 0:05Há dois meses, quando fui convidado
para dar essa palestra, -
0:05 - 0:09eu e os organizadores debatemos
sobre possíveis títulos -
0:09 - 0:12e várias opções foram
sugeridas e discutidas. -
0:12 - 0:14Mas não essa
[Derrotando o Ebola] -
0:14 - 0:17e o motivo é que há dois meses
-
0:17 - 0:20o Ebola crescia exponencialmente,
-
0:20 - 0:25se espalhando por áreas geográficas
maiores que nunca, -
0:25 - 0:28e todos estavam aterrorizados,
preocupados e alarmados -
0:28 - 0:33com essa doença,
como há muito tempo não acontecia. -
0:33 - 0:39Mas hoje eu posso vir aqui
e falar sobre derrotar o Ebola, -
0:39 - 0:43graças a pessoas que vocês
nem sabem que existem, -
0:43 - 0:50como Peter Clement, um médico liberiano
que trabalha em Lofa County, -
0:50 - 0:55uma região da Libéria de que muitos
nunca ouviram falar. -
0:55 - 0:58O que torna Lofa County tão importante
-
0:58 - 1:00é que há cinco meses,
-
1:00 - 1:05quando a epidemia estava apenas
começando a se espalhar, -
1:05 - 1:09Lofa County estava bem no meio,
no epicentro da epidemia. -
1:09 - 1:13Naquela ocasião, o MSF
e seu centro de tratamento local -
1:13 - 1:16estavam atendendo
dezenas de pacientes por dia, -
1:16 - 1:20e esses pacientes, essas comunidades,
estavam cada vez mais apavorados -
1:20 - 1:25com a doença e com as consequências
para suas famílias, -
1:25 - 1:28para a comunidade, crianças e parentes.
-
1:28 - 1:33Foi quando escolheram Peter Clement para
dirigir 12 horas pela estrada acidentada -
1:33 - 1:37que liga Monrovia, a capital,
a Lofa County, -
1:37 - 1:42para tentar ajudar a controlar
a escalada da epidemia no local. -
1:42 - 1:47Ao chegar lá, ele encontrou
o terror que acabei de mencionar. -
1:47 - 1:51Então, ele conversou com os líderes locais
e escutou o que tinham a dizer. -
1:51 - 1:55E o que ele escutou foi desolador.
-
1:55 - 1:59Ele ficou sabendo da devastação
e do desespero -
1:59 - 2:03das pessoas afetadas pela doença.
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2:03 - 2:05Ouviu histórias angustiantes
-
2:05 - 2:08sobre como o Ebola estava
prejudicando não só as pessoas, -
2:08 - 2:11mas também as famílias
e as comunidades. -
2:13 - 2:17Ele escutou os líderes locais,
e eles disseram: -
2:17 - 2:20"Quando nossos filhos estão doentes,
quando estão morrendo, -
2:20 - 2:24não podemos abraçá-los no momento
em que mais queremos estar perto. -
2:24 - 2:29Quando nossos parentes morrem,
não podemos seguir nossas tradições. -
2:29 - 2:32Não podemos lavar os corpos
para enterrá-los -
2:32 - 2:35da forma como nossas comunidades
e rituais exigem." -
2:35 - 2:38Por esse motivo, eles estavam
extremamente confusos e assustados -
2:38 - 2:42enquanto a epidemia se alastrava
diante de seus olhos. -
2:42 - 2:45O povo estava se voltando contra
os agentes de saúde, -
2:45 - 2:48os heróis que tinham vindo
para tentar salvar a comunidade, -
2:48 - 2:53para trabalhar junto com a comunidade,
mas que estavam inacessíveis. -
2:53 - 2:58Depois foi a vez de Peter
falar aos líderes. -
2:58 - 3:01Os líderes escutaram,
e eles trocaram de lugar. -
3:01 - 3:05Peter falou sobre o Ebola.
Explicou o que era a doença. -
3:05 - 3:07Explicou como ela afetava
as comunidades. -
3:07 - 3:12E explicou que o Ebola ameaça tudo
que nos torna humanos. -
3:12 - 3:17O Ebola não deixa você abraçar
seus filhos como faria nessa situação. -
3:17 - 3:19Você não pode enterrar os mortos
como gostaria. -
3:19 - 3:24É preciso confiar que as pessoas
em trajes espaciais farão isso por você. -
3:24 - 3:27Senhoras e senhores,
o resultado foi extraordinário: -
3:27 - 3:30a comunidade, os agentes de saúde
e Peter se reuniram -
3:30 - 3:35e elaboraram um novo plano
para controlar o Ebola em Lofa County. -
3:35 - 3:40E essa história é tão importante,
senhoras e senhores, -
3:40 - 3:45porque hoje, essa região
que está no epicentro da epidemia -
3:45 - 3:48-- como vocês têm acompanhado,
têm lido nos jornais, -
3:48 - 3:51têm visto na TV --
-
3:51 - 3:57hoje Lofa County está há quase oito
semanas sem registrar um caso de Ebola. -
3:57 - 4:02(Aplausos)
-
4:04 - 4:08Obviamente, isso não significa
o fim do trabalho. -
4:08 - 4:11Ainda há um grande risco
de surgimento de novos casos. -
4:11 - 4:14Mas isso nos mostra
que o Ebola pode ser derrotado. -
4:14 - 4:16Isso é fundamental.
-
4:16 - 4:17Mesmo nessa escala,
-
4:17 - 4:21mesmo com o crescimento acelerado
visto na região, -
4:21 - 4:25sabemos que o Ebola pode ser derrotado.
-
4:25 - 4:29A união entre comunidades
e agentes de saúde, trabalhando juntos, -
4:29 - 4:31é o que pode eliminar essa doença.
-
4:31 - 4:35Mas primeiramente,
como o Ebola surgiu em Lofa County? -
4:35 - 4:40Para explicar, voltaremos 12 meses,
para o início da epidemia. -
4:40 - 4:43Como a maioria já sabe,
o vírus demorou a ser detectado, -
4:43 - 4:47permaneceu não identificado
por três ou quatro meses no início. -
4:47 - 4:49O motivo é que essa
não é uma doença da Áfica Ocidental, -
4:49 - 4:53é uma doença da África Central,
que fica no meio do continente. -
4:53 - 4:55O povo nunca tinha visto a doença antes;
-
4:55 - 4:57os agentes de saúde
nunca tinham visto a doença. -
4:57 - 4:59Eles não sabiam com o que estavam lidando,
-
4:59 - 5:01e para complicar ainda mais,
-
5:01 - 5:06o próprio vírus causava um sintoma,
uma forma de apresentação -
5:06 - 5:08que não era comum.
-
5:08 - 5:13As pessoas não reconheciam o Ebola,
mesmo quem já o conhecia. -
5:13 - 5:16Por isso, ele passou algum tempo
sem ser detectado. -
5:16 - 5:20Mas ao contrário do que
a opinião pública acredita hoje em dia, -
5:20 - 5:25assim que o vírus foi detectado,
houve uma rápida mobilização de apoio. -
5:25 - 5:30O MSF prontamente montou um centro
de tratamento do Ebola na região. -
5:30 - 5:33A Organização Mundial de Saúde
e seus parceiros -
5:33 - 5:37enviaram centenas de pessoas
nos dois meses que se seguiram -
5:37 - 5:39para ajudar a rastrear o vírus.
-
5:39 - 5:43O problema é que a essa altura,
-
5:43 - 5:47o vírus que hoje sabemos ser o Ebola
já havia se alastrado, -
5:47 - 5:50e consumido os recursos
de uma das maiores ações de apoio -
5:50 - 5:54já organizadas para conter
um surto do Ebola. -
5:54 - 5:56No meio do ano, não apenas a Guiné,
-
5:56 - 6:00mas também Serra Leoa e a Libéria
já haviam registrado casos. -
6:00 - 6:05Enquanto o vírus se espalhava
geograficamente, os números cresciam -
6:05 - 6:10e agora, além das centenas
de pessoas infectadas -
6:10 - 6:12e morrendo da doença,
-
6:12 - 6:15os profissionais da linha de frente,
-
6:15 - 6:18as pessoas que tinham ido tentar ajudar,
-
6:18 - 6:21os agentes de saúde
e outros trabalhadores -
6:21 - 6:23também estavam adoecendo
em número elevado. -
6:24 - 6:27Os presidentes desses países
reconheceram a emergência. -
6:27 - 6:30Eles se reuniram,
concordaram em unir forças, -
6:30 - 6:35e criaram um centro de operações conjuntas
em Conakry, -
6:35 - 6:39visando a trabalhar em conjunto
para conter e eliminar a doença, -
6:39 - 6:42e para implementar as estratégias
que mencionamos. -
6:42 - 6:46Foi então que aconteceu algo que nunca
havia acontecido com o Ebola. -
6:46 - 6:50O vírus, ou alguém infectado,
-
6:50 - 6:53embarcou em um avião,
viajou para outro país, -
6:53 - 6:57e pela primeira vez,
vimos o vírus se manifestar novamente -
6:57 - 7:00em um país distante da área afetada.
-
7:00 - 7:04Foi na Nigéria,
na populosa metrópole de Lagos, -
7:04 - 7:06com 21 milhões de pessoas.
-
7:06 - 7:09Agora o vírus estava naquele ambiente.
-
7:09 - 7:13E como vocês podem adivinhar,
soou o alarme internacional, -
7:13 - 7:17gerando interesse internacional
como há muito não víamos -
7:17 - 7:19em decorrência de uma doença
como essa. -
7:19 - 7:24A OMS reuniu imediatamente
um painel de especialistas, -
7:24 - 7:27analisou a situação e a declarou
uma emergência internacional. -
7:27 - 7:32Ao fazer isso, havia a expectativa
de uma oferta maciça -
7:32 - 7:35de apoio internacional
para ajudar esses países -
7:35 - 7:39que se encontravam com
tantos problemas e dificuldades. -
7:39 - 7:42Mas o que vimos foi algo diferente.
-
7:42 - 7:46O apoio foi significativo
em alguns lugares. -
7:46 - 7:51Vários países ofereceram assistência --
várias ONGs e outros órgãos, -
7:51 - 7:54mas ao mesmo tempo, aconteceu o oposto
em vários lugares. -
7:54 - 7:58O nível de alarme disparou
e, em pouco tempo, esses países -
7:58 - 8:03ficaram sem o apoio necessário
e cada vez mais isolados. -
8:03 - 8:07As empresas aéreas que atendiam
a esses países apertaram o cerco, -
8:07 - 8:10e pessoas que nem
haviam sido expostas ao vírus -
8:10 - 8:12passaram a ser proibidas de viajar.
-
8:12 - 8:16Isso trouxe problemas não apenas
para os países em questão, -
8:16 - 8:18mas também para quem queria ajudar.
-
8:18 - 8:21As organizações que tentavam
enviar equipes -
8:21 - 8:23para ajudar a conter o surto
-
8:23 - 8:25não conseguiam passagens aéreas.
-
8:25 - 8:28Não era possível enviar profissionais
aos países necessitados. -
8:28 - 8:30Nessa situação,
senhoras e senhores, -
8:30 - 8:34um vírus como o Ebola leva vantagem.
-
8:34 - 8:39Foi então que vimos
outra coisa inédita. -
8:39 - 8:42Além de permanecer
ativo nos lugares -
8:42 - 8:45onde já havia registro de casos,
o vírus começou a se alastrar, -
8:45 - 8:48e o número de casos mostra
-
8:48 - 8:51algo que nunca havíamos
visto nessa escala, -
8:51 - 8:54um aumento exponencial de casos de Ebola
-
8:54 - 8:58não apenas nesses países
ou nas áreas já afetadas desses países, -
8:58 - 9:02mas também se alastrando pelas
áreas mais remotas desses países. -
9:02 - 9:05Estamos falando de uma das
mais preocupantes -
9:05 - 9:10emergências de saúde pública
internacional que já vimos. -
9:11 - 9:13E o que aconteceu nesses países,
-
9:13 - 9:17muitos de vocês viram
na TV ou leram nos jornais, -
9:17 - 9:22foi que o sistema de saúde começou a ruir
sob o peso da epidemia. -
9:22 - 9:27Escolas começaram a fechar,
supermercados não abriam mais -
9:27 - 9:30nem funcionavam como deveriam
nesses países. -
9:30 - 9:34A disseminação de informações
e percepções falsas se alastrou -
9:34 - 9:38ainda mais rápido pelas comunidades,
que ficaram ainda mais alarmadas -
9:38 - 9:39com a situação.
-
9:39 - 9:43Eles começaram a temer as pessoas
em trajes espaciais, -
9:43 - 9:45que tinham vindo para ajudar.
-
9:45 - 9:48Foi então que a situação
se deteriorou ainda mais. -
9:48 - 9:51Os países precisaram declarar
estado de emergência. -
9:51 - 9:56Milhares foram postos em quarentena
e protestos começaram a eclodir. -
9:56 - 10:00Era uma situação
extremamente assustadora. -
10:00 - 10:03No resto do mundo,
muitos começaram a questionar: -
10:03 - 10:07"Será que conseguiremos conter o Ebola
com essa taxa de disseminação?" -
10:07 - 10:11O que realmente sabemos sobre esse vírus?
-
10:12 - 10:15A realidade é que não conhecemos
o Ebola tão bem assim. -
10:15 - 10:19É uma doença relativamente moderna
em termos do que sabemos sobre ela. -
10:19 - 10:21Só a conhecemos há 40 anos,
-
10:21 - 10:25quando apareceu pela primeira vez
na África Central em 1976. -
10:25 - 10:28Mas apesar disso, sabemos muitas coisas:
-
10:28 - 10:32sabemos que o vírus provavelmente
sobrevive em uma espécie de morcego. -
10:32 - 10:35Sabemos que ele se infiltra
em uma população humana -
10:35 - 10:38quando há o contato
com algum animal selvagem -
10:38 - 10:41infectado pelo vírus
e com sintomas da doença. -
10:41 - 10:44Sabemos também que o vírus
é transmitido de uma pessoa para outra -
10:44 - 10:47pelo contato com fluidos corporais
contaminados. -
10:47 - 10:48E como todos já viram,
-
10:48 - 10:52conhecemos os terríveis sintomas
apresentados nos humanos, -
10:52 - 10:56como febres extremamente altas,
diarreia, vômitos, -
10:56 - 11:03e infelizmente, em 70% dos casos
ou mais, a morte. -
11:03 - 11:08É uma doença muito perigosa,
incapacitante e fatal. -
11:08 - 11:13Mas apesar de não conhecermos
a doença há muito tempo, -
11:13 - 11:17e não sabermos tudo sobre ela,
sabemos como contê-la. -
11:17 - 11:21Há quatro coisas que são fundamentais
para conter o Ebola. -
11:21 - 11:25Primeiro de tudo, as comunidades
precisam entender a doença, -
11:25 - 11:28entender como ela se espalha
e como contê-la. -
11:28 - 11:33Depois precisamos de sistemas que
possam identificar todo e qualquer caso, -
11:33 - 11:35rastrear todos os contatos
dos infectados, -
11:35 - 11:39e começar a monitorar as cadeias
de transmissão para que ela não ocorra. -
11:39 - 11:42Precisamos de centros de tratamento
especializados em Ebola, -
11:42 - 11:45onde os trabalhadores
estejam protegidos -
11:45 - 11:50para tratar as pessoas infectadas,
-
11:50 - 11:52para que elas tenham chance de sobreviver.
-
11:52 - 11:54E para aqueles que morrerem,
-
11:54 - 12:00precisamos garantir um enterro
seguro e ao mesmo tempo digno, -
12:00 - 12:04para que a doença não seja transmitida
também nesse momento. -
12:05 - 12:09Então sabemos como conter o Ebola,
e essas estratégias funcionam. -
12:09 - 12:13O vírus foi eliminado na Nigéria
por essas quatro estratégias, -
12:13 - 12:16e, obviamente,
pelas pessoas que as implementaram. -
12:16 - 12:20Ele foi contida no Senegal, onde havia
se alastrado, e também em outros países -
12:20 - 12:23que tinham sido afetados
pelo surto. -
12:23 - 12:27Não há dúvidas de que essas
estratégias realmente funcionam. -
12:27 - 12:32A questão é, senhoras e senhores,
se elas funcionariam -
12:32 - 12:37nessa escala, nessa situação,
com tantos países afetados -
12:37 - 12:40e com o crescimento exponencial
que vocês viram. -
12:40 - 12:45Essa era a questão principal
há dois ou três meses. -
12:45 - 12:49Hoje sabemos a resposta.
-
12:49 - 12:52Tudo graças ao trabalho
extraordinário -
12:52 - 12:57de um incrível grupo de ONGs,
governos, líderes locais, -
12:57 - 13:01agências da ONU, várias organizações
humanitárias e outras organizações -
13:01 - 13:05que se juntaram à luta para tentar
conter o Ebola na África Ocidental. -
13:05 - 13:08Mas o que precisava ser feito lá
era algo diferente. -
13:08 - 13:11Esses países pegaram as estratégias
que acabei de mostrar, -
13:11 - 13:17envolvimento da comunidade, identificação
de casos, rastreamento de contatos, etc., -
13:17 - 13:19e as viraram de cabeça para baixo.
-
13:19 - 13:21A doença estava tão disseminada
que a abordagem foi outra. -
13:21 - 13:27Eles decidiram primeiro tentar
desacelerar a epidemia -
13:27 - 13:32construindo o maior número de leitos
nos centros de tratamento especializados -
13:32 - 13:37para impedir a transmissão da doença
pelos infectados. -
13:37 - 13:40Eles formaram rapidamente
várias equipes de enterro -
13:40 - 13:42para lidar com os corpos
de maneira segura, -
13:42 - 13:44e assim, tentar desacelerar o surto
-
13:44 - 13:49para depois ver se era possível
controlá-lo usando a abordagem clássica -
13:49 - 13:51de identificação de casos
e rastreamento de contatos. -
13:51 - 13:55E quando eu fui à África Ocidental
há uns três meses, -
13:55 - 13:58vi uma coisa extraordinária.
-
13:58 - 14:03Vi presidentes criando centros de operações
de emergência contra o Ebola -
14:03 - 14:06para que pudessem pessoalmente
coordenar, inspecionar e proteger -
14:06 - 14:10a onda de apoio internacional
para tentar conter a doença. -
14:10 - 14:14Vimos os militares desses países
e de vários outros -
14:14 - 14:17chegando para construir
centros de tratamento de Ebola -
14:17 - 14:20que seriam usados para isolar
os infectados. -
14:20 - 14:24Vimos a Cruz Vermelha trabalhar
com suas agências parceiras locais -
14:24 - 14:30para ensinar as comunidades
a enterrarem os mortos com segurança -
14:30 - 14:32e de maneira digna.
-
14:32 - 14:35Vimos agências da ONU,
o Programa Mundial de Alimentação, -
14:35 - 14:37construírem uma enorme ponte aérea
-
14:37 - 14:41capaz de transportar rapidamente
os trabalhadores a qualquer ponto do país -
14:41 - 14:44para implementar as estratégias
que acabamos de mostrar. -
14:44 - 14:47E provavelmente o mais
impressionante -
14:47 - 14:50foi o incrível trabalho realizado
pelos governos, -
14:50 - 14:53pelos líderes desses países,
junto às comunidades, -
14:53 - 14:56para garantir que as pessoas
entendessem a doença -
14:56 - 15:02e as coisas extraordinárias
que precisam ser feitas para contê-la. -
15:02 - 15:04Como resultado,
senhoras e senhores, -
15:04 - 15:09vimos algo que, há dois ou três meses,
não sabíamos -
15:09 - 15:11se era possível ou não.
-
15:11 - 15:14Verificamos o que está
ilustrado nesse gráfico -
15:14 - 15:17referente à contagem feita
em 1° de dezembro. -
15:17 - 15:21Vimos que podíamos desviar essa curva,
-
15:21 - 15:23mudar esse crescimento exponencial,
-
15:23 - 15:27e renovar as esperanças
na capacidade de controlar o surto. -
15:27 - 15:31E por esse motivo, não temos mais dúvidas
-
15:31 - 15:37de que podemos recuperar o tempo perdido
na África Ocidental e derrotar o Ebola. -
15:38 - 15:41Mas a principal pergunta
que muitos estão fazendo, -
15:41 - 15:43mesmo depois de ver essa curva,
-
15:43 - 15:46é: "Espere aí... tudo bem que vocês
conseguiram diminuir a curva, -
15:46 - 15:48mas é realmente possível
chegar a zero?" -
15:48 - 15:51Já respondemos essa pergunta
no início dessa palestra, -
15:51 - 15:56quando falei sobre Lofa County,
na Libéria. -
15:56 - 15:59Falamos sobre como Lofa County
chegou ao ponto -
15:59 - 16:02de ficar oito semanas
sem registrar casos de Ebola. -
16:02 - 16:05Mas há histórias semelhantes
também nos outros países. -
16:05 - 16:07Em Gueckedou, na Guiné,
-
16:07 - 16:12a primeira área onde o primeiro caso
foi realmente diagnosticado, -
16:12 - 16:15vimos pouquíssimos casos
nos últimos meses, -
16:15 - 16:20e em Kenema, Serra Leoa,
outra área no epicentro da epidemia, -
16:20 - 16:23faz mais de duas semanas
que não há registro de casos -- -
16:23 - 16:26obviamente é cedo para cantar vitória,
-
16:26 - 16:28mas isso prova,
senhoras e senhores, -
16:28 - 16:32que não só é possível
estabilizar o surto, -
16:32 - 16:35como eliminar de vez a doença.
-
16:35 - 16:42O desafio agora é fazer isso
na escala necessária nesses três países -
16:42 - 16:45e isso é um enorme desafio.
-
16:45 - 16:49Porque quando você está imerso
em algo por tanto tempo, nessa escala, -
16:49 - 16:53outras duas grandes ameaças
surgem para se unir ao vírus. -
16:53 - 16:56A primeira é a complacência,
-
16:56 - 16:59o risco de que, à medida que
a curva comece a se inverter, -
16:59 - 17:03a mídia desvie o olhar,
o mundo desvie o olhar. -
17:03 - 17:04A complacência é sempre um risco.
-
17:04 - 17:09E o outro risco, claro,
é que trabalhar duro por tanto tempo, -
17:09 - 17:12dormindo pouquíssimas horas
nos últimos meses, -
17:12 - 17:15deixa as pessoas cansadas, exaustas
-
17:15 - 17:19e esses novos riscos começam
a atingir profissionais e voluntários. -
17:19 - 17:23Senhoras e senhores
-- acabo de voltar da África Ocidental -- -
17:23 - 17:27o povo e os líderes desses países,
-
17:27 - 17:28eles não são complacentes.
-
17:28 - 17:32Eles querem erradicar o Ebola
em seus países. -
17:32 - 17:36E, sim, eles estão cansados,
mas não esgotados. -
17:36 - 17:38Eles têm energia, coragem
-
17:38 - 17:40e força para ir até o final.
-
17:40 - 17:43O que eles precisam nesse momento,
senhoras e senhores, -
17:43 - 17:47é do sólido apoio
da comunidade internacional, -
17:47 - 17:48para dar suporte,
-
17:48 - 17:53para estimular e atrair ainda mais ajuda
para finalizar o trabalho. -
17:53 - 17:58Porque eliminar o Ebola nesse momento
significa virar o jogo contra o vírus -
17:58 - 18:00e transformar a caça em caçador.
-
18:00 - 18:05Lembrem que esse vírus e toda
essa crise começou com apenas um caso, -
18:05 - 18:08e terminará com apenas um caso.
-
18:08 - 18:12Mas só terminará se todos esses países
tiverem epidemiologistas, -
18:12 - 18:17agentes de saúde, analistas logísticos
e outros parceiros em número suficiente -
18:17 - 18:20para detectar os casos, monitorar
quem teve contato com os infectados, -
18:20 - 18:24e garantir que a doença seja eliminada
de uma vez por todas. -
18:24 - 18:28Senhoras e senhores, o Ebola
pode ser derrotado. -
18:28 - 18:32Precisamos divulgar essa história
para todos que quiserem ouvir, -
18:32 - 18:35ensiná-los como derrotar o Ebola,
-
18:35 - 18:39e acima de tudo, precisamos atuar
junto às pessoas -
18:39 - 18:43que podem nos ajudar a enviar os recursos
necessários para esses países, -
18:43 - 18:45para derrotar essa doença.
-
18:45 - 18:49Muitas pessoas ainda
vão sobreviver e prosperar -
18:49 - 18:52em parte graças ao que vocês fazem
para nos ajudar a derrotar o Ebola. -
18:52 - 18:54Obrigado.
-
18:54 - 18:57(Aplausos)
- Title:
- Humanidade vs. Ebola. Como podemos vencer uma guerra assustadora
- Speaker:
- Bruce Aylward
- Description:
-
"O Ebola ameaça tudo o que nos torna humanos", diz Bruce Aylward, da Organização Mundial de Saúde. De forma comedida, ele nos explica como a epidemia de Ebola explodiu e como o alarme internacional só fez acelerar o crescimento exponencial do problema. Ele apresenta quatro estratégias essenciais para combater o Ebola e mostra como elas estão dando certo, começando em Lofa County, Libéria, onde o surto se iniciou, mas onde há semanas nenhum caso é registrado. A luta contra o Ebola não está ganha, ele enfatiza, mas se fizermos a coisa certa, podemos lançar um olhar otimista sobre nossa capacidade de lutar contra epidemias.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 19:11
Gustavo Rocha edited Portuguese, Brazilian subtitles for Humanity vs. Ebola. How we could win a terrifying war | ||
Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for Humanity vs. Ebola. How we could win a terrifying war | ||
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