Precisamos de ensinar as crianças a fazerem coisas | Marita Cheng | TEDxSydney

A jovem Australiana do Ano, Marita Cheng, está dedicada a mudar a forma como as raparigas encaram a sua capacidade de contribuir para a engenharia e a tecnologia. Em 2008, fundou Robogals Global, em resposta aos habituais baixos níveis de participação de mulheres em engenharia e tecnologia.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

Nos últimos cinco anos,
a minha organização Robogals

ensinou robótica
a mais de 10 000 raparigas,

como uma forma de lhes mostrar

as possibilidades
de uma carreira em engenharia.

Antes de nós aparecermos,

a maioria das raparigas
não fazia ideia do que é a engenharia.

Em inquéritos posteriores,
dizem-nos coisas como:

"Julgava que tinha a ver com motores".

"Tem a ver com metais".

"Pensava que eram
maquinistas de comboios".

E a minha resposta preferida:

"Estava a pensar se tu conhecias
o Sheldon da Teoria do Big Bang".

(Risos)

Gosto de pensar que somos amigos.

(Risos)

Então, o que é realmente a engenharia?

A engenharia é uma aplicação
prática de todas as ciências.

Os engenheiros civis construíram isto,
a Casa da Ópera de Sidney.

Os engenheiros eletrónicos
criaram os telemóveis.

Os engenheiros químicos
fazem papel.

Quase todos os tipos de engenheiros
participam na construção de um avião.

Os engenheiros até criam coisas
como esta, segundo parece.

[Engenharia é criar coisas novas
como esta]

(Risos)

Mas a pergunta que vos trago hoje é:

"Porque é que nós, enquanto país,
fazemos um trabalho tão mau

"na inspiração da próxima geração
para virem a ser engenheiros?"

Na Austrália, e noutros países,
onde funciona a Robogals,

incluindo os EUA e o Reino Unido,

há uma terrível falta de engenheiros.

Embora a minha iniciativa
se concentre sobretudo nas raparigas,

a minha mensagem hoje
diz respeito aos dois sexos.

Porque isto é um verdadeiro problema.

Matt Barrie, o CEO de Freelancer.com
disse, recentemente,

que tem muita sorte se conseguir

uma candidatura de um engenheiro
de "software" por dia.

Mas quando pôs um anúncio
para um gestor administrativo,

recebeu 350 candidaturas em dois dias.

Tal como estas jovens,

eu não sabia o que era
a engenharia quando era miúda.

A minha mãe queria que eu fosse médica

porque sou asiática.

(Risos)

(Aplausos)

Só quando estava
no último ano do secundário,

e fui a um acampamento
de engenharia de quatro dias,

em que aprendi a construir
robôs com peças Lego,

foguetões que atiravam água para o céu

e fiz uma catapulta mecatrónica,

é que entendi o que era a engenharia.

Podemos trabalhar em projetos
excitantes e que mudam o mundo.

A minha cabeça explodiu.

(Risos)

Sei que a divulgação funciona muito bem
porque funcionou comigo.

E não sou a única.

[Há mais comentários?
Adoro-vos e liguem-me!!!]

(Risos)

Portanto, precisamos
de ensinar os miúdos,

logo na escola primária, a fazer coisas

através de "workshops" de robótica,

de programação informática,
de visitas a locais de engenharia,

para lhes mostrar como as coisas
que estamos a fazer na aula

se relacionam diretamente
com aplicações espantosas, no mundo real,

porque "é divertido criar uma coisa nova".

como nos disse esta rapariga
do 3.º ano, na Califórnia.

Esta, no meio, é a Katy.

Foi ensinar robótica
durante uma semana inteira

na costa sul de Victoria.

No último dia, no fim da última sessão,

uma rapariga foi ter com ela e disse:

"Agora quero mesmo ser engenheira!"

Para a Katy
e para os voluntários na viagem,

foi como:

"Objetivo Atingido!"

(Risos)

Mas não há qualquer segredo
no nosso programa.

A diferença é que vamos lá
e fazemos aquilo!

Mas nós, os Robogals,

só atingimos uma diminuta fração
das escolas que há.

Para o futuro desta nação,

todas as escolas precisam
de ensinar os miúdos a fazerem coisas.

Porque uma nação que não cria,

é forçada somente a consumir.

E, para uma nação que cria,

"o céu é o limite".

(Aplausos)

Obrigada.

(Aplausos)