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George Whitesides: Um laboratório do tamanho de um selo postal

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    O problema sobre o qual quero falar a vocês
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    é realmente o problema de
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    como se oferece assistência médica
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    num mundo em que o custo é tudo.
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    Como podemos fazer isso?
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    E o paradigma básico que queremos sugerir a vocês,
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    Que eu quero sugerir a vocês é
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    um em que se diz que para
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    tratar as doenças precisamos antes saber o que estamos tratando --
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    isto é, diagnóstico -- e então temos que fazer alguma coisa.
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    Assim, o programa em que estamos envolvidos é algo que chamamos
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    diagnóstico para todos, ou diagnóstico de custo zero.
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    Como podemos prover informações medicamente relevantes
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    a um custo tão próximo de zero quanto possível? Como podemos fazer isso?
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    Deixem-me dar dois exemplos a vocês.
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    As dificuldades da medicina militar
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    não são tão diferentes daquelas do terceiro mundo,
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    pobreza de recursos, um ambiente adverso,
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    uma série de problemas de pouco peso, e coisas semelhantes.
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    E também não tão diferente da assistência doméstica
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    e do mundo dos sistemas de diagnóstico.
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    Assim, a tecnologia da qual quero falar
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    é para o terceiro mundo, para o mundo em desenvolvimento,
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    mas ela tem, creio eu, uma aplicação muito mais ampla,
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    porque a informação é tão importante no sistema de assistência à saúde.
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    Assim, vocês vêem dois exemplos aqui.
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    Um é um laboratório que na verdade está entre os melhores na África.
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    O segundo é basicamente um empreendedor
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    que se instalou e está fazendo sabe-se lá o que numa mesa em um mercado.
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    Não sei que espécie de assistência à saúde está sendo oferecida aí.
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    Mas realmente não é o que provavelmente seria mais eficiente.
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    Qual é o nosso enfoque?
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    E a maneira como tipicamente se aborda
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    um problema de reduzir custo,
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    a partir da perspectiva dos Estados Unidos,
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    é pegar a nossa solução,
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    e então tentar cortar custos dela.
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    Não importa como você faça isso
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    você não vai conseguir começar com um instrumento de 100.000 dólares
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    e reduzir o custo dele a nada. Não vai funcionar.
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    Então, a abordagem que tomamos foi completamente diferente.
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    Perguntar, "Qual é a coisa mais barata possível
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    com a qual a gente pode fazer um sistema de diagnóstico,
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    e conseguir informações úteis,
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    adicionando funcionalidades?" E o que escolhemos foi papel.
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    O que vocês estão vendo aqui é um dispositivo protótipo.
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    O lado dele mede cerca de um centímetro.
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    É mais ou menos do tamanho de uma unha.
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    As linhas ao redor das bordas são
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    um polímero.
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    É feito de papel, e papel, é claro, conduz fluidos
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    Como vocês sabem, papel, tecido, derrame vinho na toalha da mesa,
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    e o vinho se espalha por tudo.
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    Derrame na sua camisa, ele arruína a camisa.
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    Isso é o que uma superfície hidrofílica faz.
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    Assim, neste dispositivo a idéia é que você molha
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    a extremidade inferior dele numa gota de,
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    neste caso, urina.
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    O fluido se difunde para dentro desses compartimentos de cima.
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    A cor marrom indica a quantidade de glicose na urina.
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    A cor azul indica a quantidade de proteína na urina.
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    E a combinação dessas duas,
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    é uma tiro bem dado no alvo, para várias
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    coisas úteis que se deseja.
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    Então, este é um exemplo de dispositivo feito de um simples pedaço de papel.
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    Agora, até que ponto podemos simplificar a produção?
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    Porque escolhemos papel?
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    Temos um exemplo da mesma coisa, em um dedo,
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    mostrando basicamente como ele fica.
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    Uma razão para usar papel é que ele se encontra em toda parte.
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    Nós fizemos dispositivos como esses usando
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    guardanapos e papel higiênico
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    e mapas, e todos os tipos de materiais.
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    Assim, a capacidade de produção está disponível.
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    A segunda é que podemos colocar muitos e muitos
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    testes em um espaço muito pequeno.
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    Vou mostrar a vocês em um momento que a pilha de papel ali
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    provavelmente seria suficiente para algo como
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    100.000 testes, alguma coisa assim.
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    E então, finalmente, um ponto que não é muito levado em consideração
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    na medicina do mundo desenvolvido,
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    ele elimina perfurantes.
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    E o que perfurantes significam são agulhas, coisas que espetam.
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    Se você tirou uma amostra do sangue de alguém
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    e esse alguém pode ter hepatite C,
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    você não quer fazer um erro e espetar a agulha em você mesmo.
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    Simplesmente, você não quer fazer isso.
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    Então, como você descarta isso? É um problema em qualquer parte.
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    E neste caso você simplesmente queima isso.
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    Assim, é uma espécie de abordagem prática
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    para começar as coisas.
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    E então, vocês dizem, se papel é uma boa ideia,
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    outras pessoas certamente devem ter pensado nisso.
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    E a resposta é, claro que sim.
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    A metade de vocês, aproximadamente,
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    que são mulheres,
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    em algum momento podem ter feito um teste de gravidez.
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    E o mais comum deles
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    é um dispositivo parecido com a coisa à esquerda.
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    É algo denominado imunoensaio de fluxo lateral.
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    E nesse teste particular
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    a urina, seja contendo
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    um hormônio chamado HCG flui ou não
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    através de um pedaço de papel.
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    E existem duas barras. Uma barra indica que o teste está funcionando.
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    E se a segunda barra aparece, então você está grávida.
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    Esta é uma espécie terrível de teste em um mundo binário.
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    E a coisa boa da gravidez
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    é que ou você está grávida ou você não está grávida.
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    Você não pode estar parcialmente grávida ou pensando em ficar grávida
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    ou coisa semelhante.
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    Portanto, funciona muito bem nisso.
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    Mas não funciona muito bem quando a gente precisa de informação mais quantitativa.
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    Existem também os testes de fita.
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    Mas se você observa os testes de fita, eles são para
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    outro tipo de análise de urina.
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    Existe um pavoroso monte de cores e coisas assim.
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    O que a gente pode realmente fazer a esse respeito numa circunstância difícil?
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    Então, a abordagem com a qual começamos, é perguntar,
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    será que é mesmo prático fazer coisas assim?
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    E esse problema encontra-se agora, em termos de engenharia, resolvido.
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    E o procedimento que temos é simplesmente começar com papel.
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    Você o passa por um novo tipo de impressora chamado impressora de cera.
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    A impressora de cera faz algo que parece ser impressão.
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    E é impressão. Você aplica isso, você aquece um pouco.
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    A cera impressa penetra de modo que é absorvida pelo papel.
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    E você acaba com o dispositivo que deseja.
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    As impressoras custam 800 dólares atualmente.
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    Elas podem fazer, estimamos que se elas funcionarem 24 horas por dia
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    elas podem fazer cerca de 10m milhões de testes por ano.
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    Assim, o problema está resolvido. Esse problema específico está resolvido.
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    E aí está um exemplo desse tipo de coisa para vocês verem.
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    Isso está numa folha de papel de 20 por 30 centímetros.
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    Isso leva uns dois segundos para fazer.
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    E assim considero que isso está resolvido.
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    Existe uma questão importante aqui,
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    é que, como isso é uma impressora,
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    uma impressora a cores, ela imprime cores. É isso que as impressoras a cores fazem.
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    Vou mostrar a vocês num momento, isso é mesmo muito útil.
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    Agora, a próxima questão que vocês gostariam de perguntar
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    é o que gostaríamos de medir? O que queremos analisar?
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    E a coisa que nós mais gostaríamos de analisar,
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    estamos a uma longa distância dela.
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    É o que se chama "febre de origem não diagnosticada."
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    Alguém vem à clínica,
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    eles têm febre, eles sentem-se mal, o que eles têm?
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    Ele têm tuberculose? Eles têm AIDS?
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    Eles têm um resfriado comum?
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    O problema da triagem. Esse é um problema difícil
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    por motivos que não quero analisar agora.
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    Existe um monte enorme de coisas que gostariamos de poder distinguir.
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    Mas então existe uma série de coisas,
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    AIDS, hepatite, malária,
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    tuberculose, outras.
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    E outras mais simples, como orientação de tratamento.
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    Bem, mesmo isso é mais complicado do que vocês pensam.
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    Um amigo meu trabalha com psiquiatria trans-cultural.
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    E ele está interessado na questão de
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    porque as pessoas tomam ou não tomam suas medicações.
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    Por exemplo, Dapsone ou coisa parecida,
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    é preciso tomá-lo por algum tempo.
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    Existe uma história formidável de falar com um camponês da Índia.
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    E dizer, "Você tomou o seu Dapsone?" "Sim."
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    "Você tomou todos os dias?" "Sim."
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    "Você tomou durante um mês?" "Sim."
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    O que o indivíduo realmente queria dizer
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    é que ele deu uma dose de 30 dias de Dapsone
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    a seu cachorro, naquela manhã.
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    (Risos)
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    Ele estava dizendo a verdade. Porque
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    numa cultura diferente,
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    o cachorro é um substituto seu,
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    vocês sabem, "hoje," "este mês" "desde a estação das chuvas,"
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    existem muitas oportunidades de confusão.
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    E assim uma questão aqui é
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    em alguns casos, conceber
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    como lidar com assuntos que parecem pouco interessantes,
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    como aderência ao tratamento.
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    Então, vejam como é a aparência de um teste típico.
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    Picamos um dedo, conseguimos algum sangue,
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    uns 50 microlitros.
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    Isso é tudo que vamos conseguir.
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    Porque não podemos usar o tipo usual de sistemas.
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    A gente não consegue manipular isso muito bem,
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    se bem que vou mostrar algo a esse respeito daqui a pouco.
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    Então, coletamos a gota de sangue, sem mais manipulações.
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    Colocamos em um pequeno dispositivo.
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    O dispositivo remove as células do sangue por filtração, deixa o soro passar,
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    e a gente consegue uma série de cores
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    ali na parte inferior.
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    E as cores indicam doença ou normal.
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    Mas mesmo isso é complicado.
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    Pois para você, para mim, as cores podem indicar normal.
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    Mas afinal todos nós estamos sofrendo de
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    um provável excesso de educação.
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    O que vamos fazer sobre algo que exige
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    análise quantitativa?
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    E assim a solução em que nós e muitas outras pessoas
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    estamos pensando para isso,
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    e neste ponto existe um lance dramático,
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    e aparece a solução universal para tudo em nossos dias,
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    que é um telefone celular. Neste caso particular, um celular com câmera.
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    Eles estão em toda parte, seis milhões por mês, na Índia.
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    E a idéia do que se deve fazer,
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    é pegar o dispositivo.
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    Você o molha. Você desenvolve a cor.
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    Você tira uma foto. A foto vai para um laboratório central.
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    Você não precisa mandar um médico.
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    Você manda alguém que simplesmente é capaz de tirar a amostra.
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    E na clínica, um médico, ou idealmente um computador
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    neste caso, faz a análise.
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    E acontece que isso funciona muito bem, especialmente se sua
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    impressora imprimiu as barras coloridas
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    que indicam como as coisas funcionam.
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    Assim, minha visão do trabalhador de assistência à saúde do futuro
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    não é um médico,
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    mas um jovem de 18 anos, que de outro modo estaria desempregado
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    que tem duas coisas. Ele tem uma mochila cheia desses testes,
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    e uma lanceta para tirar uma amostra de sangue ocasionalmente,
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    e um AK47.
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    E essas são as coisas de que ele precisa ao longo de seu dia.
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    Existe outra conexão interessante aqui.
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    E isso é o que se pretende fazer
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    é passar informações utilizáveis
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    através de um sistema telefônico que geralmente é medonho.
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    Acontece que há uma enorme quantidade de informações
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    já disponíveis sobre esse assunto, que é o problema do jipe de Marte.
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    Como se pode conseguir uma imagem precisa da cor em Marte,
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    se você tem uma péssima faixa de frequências para conseguir isso?
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    E a resposta não é complicada
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    mas é algo que não pretendo detalhar aqui,
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    exceto para dizer que os sistemas de comunicações
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    para fazer isso são muito bem conhecidos.
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    Além disso, um fato que talvez vocês não saibam,
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    é que a capacidade computacional desta coisa
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    não é tão diferente da capacidade computacional
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    do seu computador de mesa.
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    Este é um dispositivo fantástico que está apenas começando a ser explorado.
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    Não sei se a idéia de um computador, uma criança
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    faz qualquer sentido. Aqui está o computador do futuro.
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    Pois esta tela já está lá, e eles estão em toda parte.
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    Muito bem, agora deixem que eu mostre a vocês um pouco desses dispositivos avançados.
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    E vamos começar apresentando um pequeno problema.
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    O que vocês vêem aqui é outro dispositivo de um centímetro.
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    E as cores diferentes são as várias cores de corantes.
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    E vocês notam algo que pode parecer a vocês
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    um pouco interessante,
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    é que o amarelo parece desaparecer,
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    atravessar o azul, e então atravessar o vermelho.
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    Como isso acontece? Como se faz uma coisa fluir através de outra?
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    E a resposta, é claro, é: "Isso não se faz."
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    Pode-se fazer fluir por baixo ou por cima.
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    Mas então a questão é, como se faz isso fluir
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    por cima ou por baixo num pedaço de papel?
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    E a resposta é que o que se faz,
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    e os detalhes não são muito importantes aqui,
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    é fazer algo um pouco mais elaborado,
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    a gente pega várias camadas de papel,
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    cada uma contendo seu próprio pequeno sistema fluido,
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    e a gente as separa com pedaços de,
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    literalmente, fita adesiva de dois lados para carpetes,
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    a coisa que se usa para grudar os carpetes no assoalho.
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    E o fluido vai fluir de uma camada para outra.
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    Ele se distribui, flui através de outros furos,
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    se distribui.
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    E o que vocês estão vendo do lado inferior direito ali
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    é uma amostra na qual uma única amostra
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    de sangue foi colocada no topo,
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    e ela passou e distribuiu-se
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    nesses 16 furos embaixo,
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    num pedaço de papel, basicamente ele parecce uma bolacha,
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    com a espessura de dois pedaços de papel.
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    E neste caso particular só estávamos interessados na
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    possibilidade de replicação disso.
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    Mas esse é, em princípio, a maneira como se resolve
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    o problema da "febre de origem não explicada."
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    Pois cada um desses pontos torna-se então
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    um teste para um conjunto particular de indicadores
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    de doenças.
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    E isso vai funcionar oportunamente.
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    E aqui está um exemplo de um dispositivo um pouco mais complicado.
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    Aí está a bolacha.
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    Vocês molham um canto. O fluido vai para o centro.
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    Ele se distribui para esses vários
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    poços ou furos, e fica colorido.
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    E tudo é feito com papel e fita de carpete.
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    Assim, creio que é o mais barato
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    que podemos conseguir para sair fazendo as coisas.
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    Agora, tenho uma última, duas últimas histórias
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    para contar a vocês, para concluir este negócio.
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    Esta é uma. Uma das coisas que ocasionalmente
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    é preciso fazer é separar as células sanguíneas do soro.
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    E a questão era,
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    aqui nós o fazemos tomando uma amostra.
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    Nós a colocamos em uma centrífuga.
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    Nós a giramos, e removem-se as células sanguíneas. Formidável.
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    O que acontece se não tivermos eletricidade,
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    e uma centrífuga, seja lá o que for?
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    E ficamos pensando como poderíamos fazer isso.
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    E a maneira, de fato, de fazer isso, está mostrada aqui.
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    Você pega uma batedeira de ovos,
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    que se encontra em qualquer parte. E você serra uma das lâminas.
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    E então você pega um tubo,
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    e enfia isso ali. Você coloca o sangue nisso. Você faz girar.
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    Alguém vai ali e faz girar.
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    Funciona realmente muito bem.
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    E dissemos que estudamos a física das batedeiras de ovos
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    e tubos auto-alinhantes e todas as outras coisas desse tipo,
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    mandamos para uma publicação científica.
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    Estávamos muito orgulhosos disso, especialmente do título
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    que era "Batedeira de ovos como centrífuga."
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    (Risos)
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    E nós enviamos, e voltou pelo correio.
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    Eu chamei o editor e disse,
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    "O que está acontecendo? Como isso é possível?"
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    E editor disse, com um desdém enorme,
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    "E li essa coisa.
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    E não vamos publicá-la, porque nós só
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    publicamos ciência."
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    E isso é uma questão importante
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    pois significa que precisaremos,
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    como sociedade,
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    pensar naquilo a que atribuímos valor.
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    E se é apenas artigos e comunicações científicas,
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    temos um problema.
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    Aqui está outro exemplo de algo que é --
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    Este é um pequeno espectrofotômetro,
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    Ele mede a absorção de luz numa amostra
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    a coisa interessante nisso é, você tem uma fonte de luz que pisca
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    ligando e desligando a cerca de 1.000 Hz.
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    Outra fonte de luz que detecta essa luz a 1.000 Hz.
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    E assim você pode fazer esse sistema funcionar à luz do dia.
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    Isso funciona mais ou menos do mesmo modo
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    que um sistema de custo na ordem de
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    100.000 dólares.
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    Isso custa 50 dólares. Nós provavelmente poderemos fazê-lo por 50 cents,
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    se nos aplicarmos a isso.
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    Porque não se faz isso? E a resposta é,
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    "Como se pode gerar lucro num sistema capitalista, fazendo isso?"
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    Problema interessante.
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    Assim, permitam que eu conclua dizendo
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    que pensamos sobre isso como uma espécie de problema de engenharia.
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    E perguntamos, qual é a idéia científica unificadora aqui?
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    E decidimos que devemos pensar nisso
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    não tanto em termos de custo,
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    mas em termos de simplicidade.
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    Simplicidade é uma palavra bacana. E precisamos pensar sobre
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    o que simplicidade significa.
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    Eu sei o que é mas na verdade não sei o que significa.
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    Então, eu estava mesmo tão interessado nisso que reuni
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    vários grupos de pessoas.
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    E o mais interessante envolveu algumas de pessoas do MIT,
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    uma delas era um rapaz excepcionalmente brilhante
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    que é uma das pouquíssimas pessoas nas quais eu penso
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    como sendo um gênio de verdade.
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    Nós lutamos por um dia inteiro para pensar sobre simplicidade.
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    E quero oferecer a vocês a resposta desse
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    profundo pensamento científico.
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    (Risos)
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    Assim, de certo modo, vocês conseguem aquilo por que vocês pagam.
  • 15:52 - 15:54
    Muito obrigado.
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    (Risos)
Title:
George Whitesides: Um laboratório do tamanho de um selo postal
Speaker:
George Whitesides
Description:

Os testes radicionais de laboratório para diagnosticar doenças podem ser muito caros e trabalhosos para as regiões mais necessitadas. A engenhosa resposta de George Whitesides, no TEDx de Boston, é um instrumento fácil de usar que pode ser fabricada a um custo virtualmente zero.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:55
Durval Castro added a translation

Portuguese, Brazilian subtitles

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