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Kevin Beasley's Raw Materials | Art21 "New York Close Up"

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    Não será assim o começo...
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    Acho que é o suficiente para começar.
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    [Matérias-primas de Kevin Beasley]
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    Então agora,
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    eu tenho colocado bastante energia
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    em uma exposição no Whitney,
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    que é a minha primeira
    grande exposição aqui na cidade.
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    O projeto tem diversas partes.
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    Tem a instalação de som,
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    que é colocada em
    torno da máquina de descaroçar algodão,
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    e três grandes obras esculturais.
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    A obra surgiu de uma experiência que
    eu tive em uma reunião de família,
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    em Valentines, Virginia, no verão de 2011.
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    Eu dirigi para New Haven.
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    E o terreno tem uma estrada tortuosa
    que leva até a casa.
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    E eu olho para cima,
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    e vejo plantações nos campos.
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    Eu parei o carro e olhei,
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    e eu pensei, "Uau, o que é isso?"
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    E eu abaixei a janela e vi que era algodão.
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    E me impressionou de uma forma que
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    não conseguia entrar na minha cabeça.
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    Emocionalmente, era muito pesado.
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    Mentalmente, era muito pesado.
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    Eu senti como se não tivesse reconciliado
    alguma coisa.
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    Eu estava tipo, "Por que estou
    tão bravo com essa planta?
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    Essa planta não está fazendo nada além de
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    crescer e ser bonita.
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    E eu sinti que, tudo bem,
    tem muita coisa para desembrulhar
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    que precisa acontecer.
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    Sabe, eu quero mostrar esse algodão aqui.
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    Isso aqui foi tudo descaroçado.
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    Isso é tudo algodão da Virginia,
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    Valentines, Virginia.
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    Usar algodão, algodão natural,
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    como matéria é muito importante,
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    porque tão materialmente orientado
    como eu sou,
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    é tudo por que existe um contexto
    para esses materiais.
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    Para a exposição,
    terá três grandes obras esculturais.
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    Eu tenho chamado elas de lajotas,
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    por causa da relação delas
    com a arquitetura.
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    Elas são feitas de materiais
    muito diferentes.
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    Isso é um suéter.
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    É um suéter de algodão Yale,
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    muito legal, e formal.
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    E isso aqui são algumas bandanas,
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    bandanas azuis.
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    Para representar o rio,
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    ou algum tipo de água corrente.
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    Cada material tem uma história
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    ou uma vida que foi vivida.
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    Eles se tornam meios de contar histórias.
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    Isso aqui é a gola da minha toga,
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    de quando eu me formei em Yale.
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    Quando penso sobre algodão,
    pode me levar a qualquer lugar.
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    Você pensa sobre política,
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    sobre as relações sociais
    que você tem,
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    sobre economia,
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    reparações históricas.
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    Tudo se desenrola e é colocado pra fora.
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    Estas páginas vem de...
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    um Atlas do Comércio Transatlântico de Escravos.
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    É surpreendente como esses registros
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    foram guardados por tanto tempo,
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    e com tantos detalhes.
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    Mas também é um indicativo
    do tráfico e comércio.
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    Você tem o registro de cada coisa
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    cada movimento,
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    por que tem dinheiro e capital envolvido.
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    Mas estes eram de corpos.
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    Ser uma pessoa negra nesse...
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    cenário atual,
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    isso é o que você é encorajado a fazer...
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    seguir em frente.
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    como " Ok, já passou esse tempo."
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    "Teve espaço" certo?
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    Isso está incorreto.
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    Mas também é uma forma de você
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    se sentir pressionado a fazer algo.
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    Então... eu acho que isso
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    para mim é um aspecto essencial
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    de fazer escultura.
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    Você tem que lidar com
    essa materialidade.
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    Esses trabalhos, eu acho,
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    exigem isso.
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    Eles exigem que você os enfrente,
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    porque eles estão confrontando você.
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    Estava procurando um descaroçador de algodão.
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    Eu tinha algodão e estava pensando
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    talvez eu pudesse fazer camisetas,
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    ou eu posso fazer roupas.
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    E eu entrei no eBay
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    procurando por uma pequena manivela,
    que fosse portátil,
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    e a primeira coisa que me deparei
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    foi um anúncio deste grande motor
    de descaroçar algodão.
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    E eu senti que estava me dizendo
    o que precisava ser feito.
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    O descaroçador de algodão foi inventado
    por Eli Whitney em 1794.
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    O que ele faz é separar a fibra das sementes,
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    que era a parte mais trabalhosa
    para os escravos.
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    As pessoas acharam que diminuiria
    a quantidade de escravos.
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    Mas, teve o efeito contrário,
    porque mais terras foram adquiridas,
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    as plantações ficaram maiores.
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    Então, o número de escravos
    também aumentou.
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    O motor de descaroçar algodão
    é encapsulado
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    em uma câmara de vidro à prova de som,
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    e essa ideia saiu, primeiramente,
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    da decisão de experienciar
    e ver o motor funcionando,
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    e não ouvi-lo.
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    Isso surgiu de uma conversa
    com o antigo dono,
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    quando perguntei a ele como era
    o som da máquina,
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    mas ele não conseguia explicar.
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    Ele não tinha palavras,
    para descrever esse som.
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    Era algo que você tinha que
    experienciar por si mesmo.
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    Certo.
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    O som sempre foi algo importante para mim.
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    Tornou-se, cada vez mais,
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    uma maneira para eu processar o mundo.
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    O som é tão físico e tátil
    como qualquer outro material.
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    [Museu Whitney de Arte Americana]
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    Como transmitir essa fisicalidade,
    essa tatilidade,
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    de algo que você não pode ver,
    ou sentir, tradicionalmente?
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    [Sala sonora]
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    Esse som mexe com você.
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    Você sente as vibrações.
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    As pessoas querem sentar e ouvir isso?
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    Eles querem tempo para pensar
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    sobre que som é esse, e de onde vem?
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    Estou interessado nas pessoas que perguntarão
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    qual é a relação deles com esse material.
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    Ver uma parede de algodão
    que vem de um lugar bem específico
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    no Sul Estadunidense,
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    só para pensar qual é a relação deles
    com isso,
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    e como eles se sentem envolvidos,
    e se de fato sentem envolvidos.
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    Estamos realmente parando para entender
    e processar essas questões?
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    Eu acho que criar um cenário
    onde as pessoas possam
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    parar e aproveitar o tempo para pensar,
    é tudo que eu posso oferecer.
Title:
Kevin Beasley's Raw Materials | Art21 "New York Close Up"
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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"New York Close Up" series
Duration:
09:28

Portuguese, Brazilian subtitles

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