Os EUA precisam de licenças de maternidade subsidiadas -- para bem do seu futuro
-
0:00 - 0:03Com que se parece uma mãe trabalhadora?
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0:03 - 0:06Se forem à Internet,
é isto que nos aparece. -
0:07 - 0:10Não interessa que seja isto
o que produzimos... -
0:10 - 0:11(Risos)
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0:11 - 0:14...se tentarmos trabalhar no computador
com um bebé ao colo. -
0:14 - 0:16(Risos)
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0:16 - 0:19Mas não, isto é uma mãe trabalhadora.
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0:19 - 0:22Hão de reparar num tema nestas fotos.
Hão de ver muitas destas. -
0:22 - 0:24Esse tema é a espantosa iluminação natural
-
0:24 - 0:27que, como bem sabemos,
-
0:27 - 0:30é a imagem de marca de todos
os locais de trabalho americanos. -
0:30 - 0:31(Risos)
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0:31 - 0:35Há milhares de imagens como estas.
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0:35 - 0:38Basta pôr a expressão "mãe trabalhadora"
em qualquer motor de busca Google, -
0:38 - 0:40e ir às fotografias.
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0:40 - 0:41Estão na Internet,
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0:41 - 0:44no cimo das publicações
em blogues e em notícias. -
0:44 - 0:48Fiquei um bocado obcecada com elas,
com a mentira que nos contam -
0:48 - 0:50e com o conforto que nos dão
-
0:50 - 0:53de que, no que toca às novas
mães trabalhadoras nos EUA, -
0:53 - 0:55tudo corre sobre rodas.
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0:55 - 0:57Mas não é assim.
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0:57 - 1:00Enquanto país, estamos a mandar milhões
de mulheres de regresso ao trabalho, -
1:00 - 1:04todos os anos, incrível
e terrivelmente cedo demais, -
1:04 - 1:06depois de elas darem à luz.
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1:06 - 1:08Isto é um problema moral.
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1:08 - 1:11Mas hoje vou dizer-vos porque é
que é um problema económico. -
1:11 - 1:15Fiquei tão irritada e obcecada
com a falta de realismo destas imagens, -
1:15 - 1:17nada parecidas com a minha vida,
-
1:17 - 1:20que recentemente decidi tirar
uma série de fotografias -
1:20 - 1:22e fazer um banco de imagens
-
1:22 - 1:25que, segundo espero,
toda a gente pode começar a usar -
1:25 - 1:29só para mostrar a crua realidade
de voltar ao trabalho -
1:29 - 1:33quando a fonte alimentar do nosso bebé
está agarrada ao nosso corpo. -
1:33 - 1:36Vou mostrar-vos duas delas.
-
1:36 - 1:38(Risos)
-
1:38 - 1:40Nada melhor para promover esta rapariga
-
1:40 - 1:43do que uma mancha de leite
no vestido durante uma apresentação. -
1:43 - 1:46Devem reparar que não há
nenhum bebé nesta foto, -
1:46 - 1:48porque não é assim
que as coisas funcionam, -
1:48 - 1:51pelo menos para a maior parte
das mães trabalhadoras. -
1:51 - 1:53Vocês sabem
— e isto vai estragar o vosso dia — -
1:53 - 1:56que, sempre que despejamos um autoclismo,
-
1:56 - 1:58as bactérias são transportadas
no ar durante horas? -
1:58 - 2:01No entanto,
para muitas mães trabalhadoras, -
2:01 - 2:04é o único local, durante o dia,
em que podem preparar a comida -
2:04 - 2:06para os seus bebés recém-nascidos.
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2:07 - 2:10Pus uma dúzia destas coisas no mundo,
-
2:10 - 2:12só porque queria marcar uma posição.
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2:12 - 2:16Não sabia que estava a abrir uma porta,
-
2:16 - 2:19porque agora, pessoas desconhecidas
de todos os tipos de vida, -
2:19 - 2:21estão sempre a escrever-me
-
2:21 - 2:25só para me dizerem como é para elas
regressar ao trabalho -
2:25 - 2:28dias ou semanas depois de terem um bebé.
-
2:28 - 2:30Vou contar-vos hoje 10 dessas histórias.
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2:30 - 2:34São totalmente reais,
algumas delas bastante cruas. -
2:34 - 2:37Nenhuma delas se parece com isto.
-
2:38 - 2:40Cá vai a primeira.
-
2:40 - 2:44"Eu era um membro no ativo
numa prisão federal, -
2:44 - 2:47"Regressei ao trabalho depois
do máximo de oito semanas -
2:47 - 2:49permitido para a minha cesariana.
-
2:49 - 2:52"Um colega meu estava aborrecido
por eu ter estado fora 'de férias', -
2:52 - 2:54"por isso intencionalmente abriu a porta
-
2:54 - 2:57"quando eu estava a tirar
o leite com uma bomba -
2:57 - 3:00"e ficou na entrada da porta,
com os prisioneiros no corredor". -
3:00 - 3:04Muitas das histórias que estas mulheres,
totalmente desconhecidas, me enviam, -
3:04 - 3:06nem sequer se referem
a amamentar ao peito. -
3:06 - 3:08Uma mulher escreveu-me a dizer:
-
3:08 - 3:12"Dei à luz gémeos e voltei ao trabalho
depois de sete semanas não pagas. -
3:12 - 3:14"Emocionalmente, estava um destroço.
-
3:14 - 3:17"Fisicamente, tive uma grande hemorragia
durante o parto -
3:17 - 3:19"e muita lacerações.
-
3:19 - 3:21"Quase não conseguia pôr-me de pé,
sentar-me ou andar. -
3:21 - 3:25"O meu patrão disse-me que eu não podia
usar os dias de férias que tinha -
3:25 - 3:28"porque era a época do orçamento".
-
3:28 - 3:32Acabei por achar que não podemos
olhar de frente situações destas -
3:32 - 3:35porque senão ficamos horrorizadas
-
3:35 - 3:37e, se ficamos horrorizadas, temos que fazer
qualquer coisa quanto a isso. -
3:37 - 3:41Por isso, preferimos olhar
para esta imagem e acreditar nela. -
3:41 - 3:44Não sei bem o que se passa nesta imagem,
-
3:44 - 3:46porque acho-a esquisita
e um pouco sinistra. -
3:46 - 3:48(Risos)
-
3:48 - 3:50O que é que ela está a fazer?
-
3:50 - 3:53Mas sei o que nos diz.
-
3:53 - 3:56Diz-nos que está tudo bem.
-
3:56 - 3:59Esta mãe, todas as mães trabalhadoras
e todos os seus bebés, estão ótimos. -
3:59 - 4:02Aqui não há nada para ver.
-
4:02 - 4:05De resto, as mulheres fizeram a sua opção,
-
4:05 - 4:07portanto nada disto nos diz respeito.
-
4:07 - 4:10Eu quero dividir esta coisa
de escolha em duas partes. -
4:10 - 4:14A primeira escolha diz que as mulheres
optaram por trabalhar. -
4:14 - 4:16Ora isso não é verdade.
-
4:16 - 4:21Hoje, nos EUA, as mulheres
constituem 47% da força de trabalho. -
4:21 - 4:24Em 40% dos lares norte-americanos,
-
4:24 - 4:27uma mulher é a única
ou a principal fonte de receita. -
4:27 - 4:31O nosso trabalho pago é uma enorme parte
do motor desta economia, -
4:31 - 4:34e é essencial para as nossas famílias.
-
4:34 - 4:38A nível nacional, o nosso trabalho pago
não é opcional. -
4:38 - 4:42A escolha número dois diz
que as mulheres optam por ter filhos, -
4:42 - 4:45portanto só as mulheres devem suportar
as consequências dessa opção. -
4:46 - 4:48Esta é uma dessas coisas
-
4:48 - 4:50que, quando a ouvimos de passagem,
até parece correta. -
4:50 - 4:52"Eu não tenho culpa que tivesses um bebé.
-
4:52 - 4:54"Eu nem estava lá quando isso aconteceu".
-
4:54 - 5:00Mas essa atitude ignora
uma verdade fundamental, -
5:00 - 5:05que é que a procriação
à escala nacional não é opcional. -
5:05 - 5:09Os bebés que as mulheres, muitas delas
mulheres trabalhadoras, estão a ter agora, -
5:09 - 5:13serão um dia a nossa força de trabalho,
protegerão as nossas fronteiras, -
5:13 - 5:15serão a nossa base fiscal.
-
5:15 - 5:19A procriação à escala nacional
não é opcional. -
5:19 - 5:20Isto não são opções.
-
5:20 - 5:22Precisamos de mulheres a trabalhar.
-
5:22 - 5:25Precisamos que as mulheres trabalhadoras
tenham filhos. -
5:25 - 5:27temos que fazer
estas coisas em simultâneo -
5:27 - 5:29no mínimo, de forma agradável, não é?
-
5:29 - 5:32Agora vamos ao momento do questionário:
-
5:32 - 5:35Qual a percentagem de mulheres
trabalhadoras norte-americanas -
5:35 - 5:39que não têm acesso
a licença de maternidade paga? -
5:39 - 5:41São 88%.
-
5:42 - 5:44São 88% as mães trabalhadoras
-
5:44 - 5:47que não recebem um minuto de licença pago
depois de terem um bebé. -
5:47 - 5:50Devem estar a pensar
no subsídio de licença de parto. -
5:50 - 5:54Existe nos EUA.
Chama-se FMLA, mas não funciona. -
5:54 - 5:57Por causa da forma como está estruturada,
com todo o tipo de exceções, -
5:57 - 6:01metade das novas mães
não têm direito a isso. -
6:01 - 6:03Querem ver como é?
-
6:04 - 6:06"Adotámos o nosso filho.
-
6:06 - 6:09"Quando recebi o telefonema,
no dia em que ele nasceu, -
6:09 - 6:11tive que pedir dispensa no trabalho.
-
6:11 - 6:14"Ainda não tinha tempo suficiente
para beneficiar do FMLA, -
6:14 - 6:16"por isso não tive direito
ao subsídio de licença. -
6:16 - 6:19"Quando pedi dispensa para ir buscar
o meu filho recém-nascido, -
6:19 - 6:21"perdi o emprego".
-
6:22 - 6:27Estas fotos escondem
outra realidade, outra camada. -
6:27 - 6:31A maior parte das que têm acesso
a esse subsídio de licence de parto, -
6:31 - 6:34não se pode dar ao luxo
de a gozar totalmente. -
6:34 - 6:37Uma enfermeira disse-me:
"Não invoquei incapacidade a curto prazo, -
6:37 - 6:41"porque a minha gravidez era considerada
uma condição pré-existente. -
6:41 - 6:44"Gastámos todas as devoluções de impostos
e metade das nossas poupanças -
6:44 - 6:46"durante as seis semanas sem pagamento.
-
6:46 - 6:48"Não podíamos continuar mais tempo.
-
6:48 - 6:51"Fisicamente foi difícil,
mas emocionalmente foi pior. -
6:51 - 6:53"Debati-me durante meses
por estar longe do meu filho". -
6:53 - 6:56Portanto, esta decisão
de voltar ao trabalho tão cedo -
6:56 - 7:00é uma decisão económica racional,
motivada pelas finanças da família, -
7:00 - 7:03mas frequentemente é fisicamente terrível
-
7:03 - 7:06porque pôr um ser humano
no mundo é complicado. -
7:06 - 7:08Uma empregada de mesa disse-me:
-
7:08 - 7:09"Com o meu primeiro filho,
-
7:09 - 7:12"voltei ao trabalho
cinco semanas depois do parto. -
7:12 - 7:15"Com o segundo, tive que fazer
uma operação depois do parto, -
7:15 - 7:17"por isso esperei
seis semanas para voltar. -
7:17 - 7:20"Tive lacerações de terceiro grau".
-
7:21 - 7:2423% das mães trabalhadoras nos EUA
-
7:24 - 7:28voltam ao trabalho
duas semanas depois de darem à luz. -
7:30 - 7:33"Trabalhei como cozinheira
e empregada de balcão, -
7:33 - 7:35"numa média de 75 horas por semana,
durante a gravidez. -
7:35 - 7:38"Tive que voltar ao trabalho
antes de o meu bebé ter um mês, -
7:38 - 7:40"e trabalhar 60 horas por semana.
-
7:40 - 7:44"Uma das minhas colegas
só conseguiu tirar 10 dias com o bebé". -
7:45 - 7:49Claro que isto não é só um cenário
com implicações económicas e físicas. -
7:49 - 7:54Um parto é, e será sempre,
um acontecimento psicológico enorme. -
7:54 - 7:56Uma professor disse-me:
-
7:56 - 7:59"Voltei ao trabalho oito semanas
depois de o meu filho nascer. -
7:59 - 8:01"Eu já sofria de ansiedade,
-
8:01 - 8:03"mas os ataques de pânico que eu tinha
-
8:03 - 8:06"antes de voltar ao trabalho
eram insuportáveis". -
8:07 - 8:08Falando em estatísticas,
-
8:08 - 8:12quanto menor for a licença de parto
depois de uma mulher ter um bebé, -
8:12 - 8:14mais provável é que ela sofra
de perturbações pós-parto, -
8:14 - 8:16como a depressão e a ansiedade.
-
8:17 - 8:21Entre muitas consequências
dessas perturbações, -
8:21 - 8:24o suicídio é a segunda causa
mais comum de morte -
8:24 - 8:26duma mulher
no primeiro ano depois do parto. -
8:27 - 8:29Atenção à história que se segue.
-
8:29 - 8:33Nunca conheci esta mulher
mas é difícil contar a sua história. -
8:33 - 8:36"Sinto uma dor e uma raiva tremendas
por ter perdido -
8:36 - 8:41"um tempo essencial, insubstituível
e formador com o meu filho. -
8:42 - 8:45"O trabalho de parto
deixou-me totalmente esgotada. -
8:45 - 8:50"Durante meses, só me lembro dos gritos:
diziam que eram cólicas. -
8:50 - 8:52"Cá por dentro, sentia-me a afogar.
-
8:52 - 8:55"Todas as manhãs perguntava a mim mesma
quanto tempo mais aguentaria. -
8:56 - 8:59"Deixaram-me levar o bebé para o trabalho.
-
8:59 - 9:02"Eu fechava a porta do gabinete,
embalava-o, silenciava-o -
9:02 - 9:05"e implorava-lhe que deixasse de gritar
para eu não ter problemas. -
9:05 - 9:08"Escondia-me por detrás daquela porta,
todos os dias -
9:08 - 9:10"e chorava enquanto ele gritava.
-
9:10 - 9:13"Chorava na casa de banho, enquanto lavava
o equipamento de bombagem. -
9:13 - 9:17"Todos os dias, chorava a caminho
do trabalho e de volta a casa. -
9:17 - 9:20"Prometi ao meu patrão que o trabalho
que não conseguia fazer durante o dia, -
9:20 - 9:22"fá-lo-ia à noite, em casa.
-
9:22 - 9:24"Pensava que havia qualquer coisa
de errado comigo, -
9:24 - 9:26"por não conseguir equilibrar as coisas".
-
9:27 - 9:29São estas as mães.
-
9:29 - 9:31E quanto aos bebés?
-
9:31 - 9:33Enquanto país, preocupamo-nos
com os milhões de bebés -
9:33 - 9:36que nascem todos os anos,
de mães trabalhadoras? -
9:36 - 9:37Eu acho que não.
-
9:37 - 9:39Só nos preocupamos
quando eles já trabalham, -
9:39 - 9:42pagam impostos e têm idade
para o serviço militar. -
9:42 - 9:43Só queremos vê-los aos 18 anos,
-
9:43 - 9:45e até lá, eles que se cuidem.
-
9:46 - 9:49Uma das razões por que eu sei isto
é porque os bebés -
9:49 - 9:51cujas mães estão 12 semanas ou mais
em casa com eles. -
9:51 - 9:55têm mais hipóteses de terem vacinas
e assistência médica no primeiro ano, -
9:55 - 10:00por isso esses bebés estão mais protegidos
contra doenças mortais e incapacitantes. -
10:00 - 10:03Mas estas coisas estão escondidas
por detrás de imagens como esta. -
10:06 - 10:09A América tem uma mensagem
para as novas mães -
10:09 - 10:12que trabalham e para os seus bebés.
-
10:12 - 10:16Devemos sentir-nos agradecidas
pelo tempo que estivermos juntos. -
10:16 - 10:18e somos um inconveniente
-
10:18 - 10:21para a economia e para os patrões.
-
10:21 - 10:26Esta narrativa de gratidão passa
por muitas das histórias que oiço. -
10:26 - 10:27Uma mulher disse-me:
-
10:27 - 10:30"Voltei ao trabalho oito semanas
depois da minha cesariana -
10:30 - 10:32"porque o meu marido estava desempregado.
-
10:32 - 10:35"Sem mim, a minha filha
teve dificuldade em desenvolver-se. -
10:35 - 10:37"Não pegava no biberão.
Começou a perder peso. -
10:37 - 10:40"Felizmente, o meu diretor
foi muito compreensivo. -
10:40 - 10:43"Permitiu que a minha mãe trouxesse o bebé,
-
10:43 - 10:45"que estava com oxigénio e um monitor,
-
10:45 - 10:47"quatro vezes por turno
para eu poder alimentá-la". -
10:48 - 10:51Há um pequeno clube de países no mundo
-
10:51 - 10:55que não pagam
subsídio de licença às novas mães. -
10:55 - 10:58Querem saber quais são?
-
10:58 - 11:02Os primeiros oito somam oito milhões
de população total. -
11:02 - 11:05São a Papua Nova Guiné, o Suriname
e as pequenas nações insulares -
11:05 - 11:11da Micronésia, Ilhas Marshall,
Nauru, Niue, Palau e Tonga. -
11:11 - 11:14O número nove
é os Estados Unidos da América, -
11:14 - 11:16com 320 milhões de pessoas.
-
11:17 - 11:19São só estes.
-
11:20 - 11:22É o fim da lista.
-
11:22 - 11:24Todas as outras economias do planeta
-
11:24 - 11:28arranjaram forma de pagar
um subsídio de licença de parto -
11:28 - 11:31às pessoas que fazem o trabalho
do futuro desses países, -
11:31 - 11:34mas nós dizemos:
"Provavelmente, não podemos fazer isso". -
11:35 - 11:38Nós dizemos que o mercado
pode resolver este problema -
11:38 - 11:42e embandeiramos em arco
quando as empresas pagam esse subsídio -
11:42 - 11:45às mulheres que já são as pessoas
mais instruídas e mais bem pagas de todas. -
11:45 - 11:47Lembram-se dos 88%?
-
11:47 - 11:51Essas mulheres de rendimentos
médios e baixos não vão participar nisso. -
11:52 - 11:57Sabemos que há custos enormes,
económicos, financeiros, físicos -
11:57 - 12:00e emocionais nesta abordagem.
-
12:00 - 12:03Decidimos — decidimos,
não foi por acaso — -
12:03 - 12:06passar esses custos diretamente
-
12:06 - 12:08para as mães trabalhadoras
e para os seus bebés. -
12:08 - 12:11Sabemos que o preço é mais alto
para as mulheres de baixos rendimentos, -
12:11 - 12:14e desproporcionado
para as mulheres de cor. -
12:14 - 12:16Mas passamo-los na mesma.
-
12:16 - 12:19Tudo isto é a vergonha dos EUA,
-
12:19 - 12:22mas é também um risco para os EUA.
-
12:22 - 12:25Porque, o que aconteceria
-
12:25 - 12:28se todas estas alegadas
escolhas individuais de ter filhos -
12:28 - 12:33passassem a ser escolhas individuais
de não ter filhos? -
12:33 - 12:35Uma mulher disse-me:
-
12:35 - 12:38"Ser mãe é difícil.
Não devia ser traumático. -
12:38 - 12:41"Agora, quando falamos
em aumentar a família, -
12:41 - 12:45"só pensamos em quanto tempo eu terei
para tratar de mim e de um novo bebé. -
12:45 - 12:48"Se tivermos que passar de novo
pelo que passámos com o primeiro filho, -
12:48 - 12:51"podemos acabar por ficar só com um".
-
12:52 - 12:55A taxa de natalidade necessária
para os EUA manterem uma população estável -
12:55 - 12:57é de 2,1 filhos por mulher.
-
12:57 - 13:00Nos EUA, atualmente, temos 1,86.
-
13:01 - 13:03Precisamos que as mulheres tenham filhos
-
13:03 - 13:08e estamos a desincentivar ativamente
as mulheres trabalhadoras de terem filhos. -
13:08 - 13:11O que acontecerá à força de trabalho,
à inovação, ao PIB, -
13:11 - 13:15se, uma a uma, as mulheres trabalhadoras
deste país decidirem -
13:15 - 13:19que não podem aguentar fazer isso
mais do que uma vez? -
13:20 - 13:23Cheguei aqui hoje apenas
com uma ideia que vale a pena espalhar. -
13:23 - 13:25Já devem ter adivinhado o que é.
-
13:25 - 13:29Já passou tempo demais para que
o país mais poderoso do mundo -
13:29 - 13:31proporcione subsídio de licença de parto
-
13:31 - 13:34às pessoas que garantem
o futuro deste país -
13:34 - 13:36e aos bebés que representam esse futuro.
-
13:37 - 13:39O nascimento de crianças é um bem público.
-
13:39 - 13:42Essa licença devia ser
subsidiada pelo estado. -
13:42 - 13:44Não devia haver exceções
para as pequenas indústrias, -
13:44 - 13:47a duração do emprego ou dos empresários.
-
13:47 - 13:49Devia ser possível
partilhá-la entre os pais. -
13:49 - 13:51Hoje falei muito sobre as mães,
-
13:51 - 13:54mas os pais também interessam
a muitos níveis. -
13:56 - 13:59Nenhuma mulher devia ter
que voltar ao trabalho -
13:59 - 14:02enquanto está diminuída e a sangrar.
-
14:02 - 14:06Nenhuma família devia ter
que gastar as suas poupanças -
14:06 - 14:09para comprar uns dias de repouso,
de recuperação e de criação de laços. -
14:09 - 14:12Nenhuma criança frágil
-
14:12 - 14:15devia ter que ir diretamente da incubadora
para os cuidados diários -
14:15 - 14:17porque os pais têm que passar
o pouco tempo que têm -
14:17 - 14:19nos cuidados intensivos.
-
14:19 - 14:22Nenhuma família de gente trabalhadora
devia ouvir dizer -
14:22 - 14:26que o conflito entre o seu trabalho
e os cuidados parentais necessários -
14:26 - 14:28é um problema só deles.
-
14:29 - 14:33O problema é que, quando isso acontece
a uma família, é uma coisa esgotante. -
14:33 - 14:36Uma família com um bebé recente
é financeiramente mais vulnerável -
14:36 - 14:38do que nunca,
-
14:38 - 14:41de modo que uma mãe recente
não pode falar em sua defesa. -
14:42 - 14:44Mas todas nós temos vozes.
-
14:44 - 14:47Eu já não vou ter mais bebés,
-
14:48 - 14:51e vocês ainda podem vir a tê-los,
ou talvez não. -
14:51 - 14:53Vocês podem não ter bebés.
-
14:53 - 14:54Mas isso não interessa.
-
14:54 - 14:57Temos que deixar de considerar isto
como um problema da mãe -
14:57 - 14:59ou como um problema da mulher.
-
14:59 - 15:01Isto é um problema americano.
-
15:02 - 15:06Temos que deixar de engolir a mentira
que estas imagens nos mostram. -
15:06 - 15:08Temos que deixar de nos sentirmos
conformadas com elas. -
15:08 - 15:12Temos que questionar porque é
que dizem que isto não pode funcionar -
15:12 - 15:14quando vemos que funciona em todo o mundo.
-
15:14 - 15:18Temos que reconhecer
que esta realidade americana -
15:18 - 15:21é a nossa desonra e o nosso perigo.
-
15:21 - 15:24Porque isto não é,
-
15:24 - 15:25isto não é,
-
15:26 - 15:29e isto não é o aspeto
duma mãe trabalhadora. -
15:30 - 15:32(Aplausos)
- Title:
- Os EUA precisam de licenças de maternidade subsidiadas -- para bem do seu futuro
- Speaker:
- Jessica Shortall
- Description:
-
Precisamos de mulheres a trabalhar, e precisamos que as mulheres trabalhadoras tenham bebés. Então, porque é que os EUA são dos poucos países do mundo que não subsidiam as licenças de maternidade a mães trabalhadoras? Nesta palestra absorvente, Jessica Shortall defende apaixonadamente que a realidade da maternidade das trabalhadoras nos EUA está escondida e é terrível: milhões de mulheres, todos os anos, são forçadas a regressar ao trabalho poucas semanas depois do parto. A sua ideia que vale a pena espalhar: chegou a altura de nós reconhecermos os custos económicos, físicos e psicológicos da nossa abordagem às mães trabalhadoras e aos seus bebés, e garantir o nosso futuro económico, proporcionando subsidies de licença de parto a todos os pais trabalhadores.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:45
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for How America fails new parents -- and their babies | ||
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How America fails new parents -- and their babies | ||
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