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Fui membro da gangue MS-13. Eis como eu saí. | Gerardo Lopez | TEDxMileHigh

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    Você deve ter ouvido
    sobre eles nas notícias.
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    Foram chamados de assassinos,
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    violentos,
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    destrutivos,
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    foras da lei
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    e criminosos.
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    Posso te dizer que muito
    do que você ouviu é verdade,
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    porque eu era um membro da MS-13.
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    Hoje vou contar por que entrei na gangue
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    e como acabei saindo dela.
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    Mas antes, vamos voltar lá para o começo.
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    Imagine: El Salvador, anos 80,
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    uma guerra civil brutalmente violenta;
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    soldados militares chutando portas
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    no meio da noite;
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    crianças se escondendo,
    tremendo debaixo de suas camas,
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    ouvindo o som dos coturnos se aproximando;
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    mães caídas em poças do seu próprio sangue
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    vendo suas crianças serem levadas
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    e forçadas a se juntarem à guerra.
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    Milhares de refugiados salvadorenhos
    inundaram os Estados Unidos
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    desesperados por uma vida melhor.
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    Um desses refugiados
    era um menino chamado Nelson.
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    Ele e sua família foram parar
    em um gueto de Los Angeles.
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    Enquanto seus pais trabalhavam duro
    para se sustentar,
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    Nelson passava muito tempo sozinho
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    em um país novo,
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    tentando se adaptar
    a novos costumes e ao novo idioma.
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    Na escola, ele as outras
    crianças salvadorenhas
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    sofriam bullying das crianças chicanas
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    por conta do seu sotaque
    e sua cultura diferentes.
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    E um dia eles não aguentaram mais!
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    Eles pegaram toda a violência
    que conheceram quando crianças,
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    toda a raiva acumulada,
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    e formaram um grupo só deles:
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    MS-13.
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    Assim, as vítimas do bullying
    se tornaram os perpetradores.
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    Já ouvimos essa história antes, não foi?
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    MS-13 é o trágico desfecho
    de um trágico ambiente.
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    Em 1996, o governo dos Estados Unidos
    deportou milhares de imigrantes.
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    Um deles era Nelson.
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    Então ele já era um adulto,
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    falava inglês,
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    usava as roupas de gangster
    como os sapatos Nike Cortez,
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    calças Dickies, camisas Panettone
    e bandanas na cabeça.
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    Ele era coberto por tatuagens.
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    Ele não se encaixava mais
    na cultura de El Salvador,
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    e os jovens salvadorenhos perceberam,
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    mas eles não o importunavam.
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    Estavam maravilhados com ele.
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    Ele se parecia com uma
    daquelas pessoas dos filmes,
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    eles queriam ser como ele.
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    E isso significava que eles
    queriam se juntar à MS-13.
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    E aí está:
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    um país tentando se recuperar
    e reconstruir de uma guerra civil,
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    de repente tem seu primeiro
    problema com gangues
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    e ele só piora.
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    Eu não sou salvadorenho.
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    Sou parte mexicano
    e argentino, nascido em L.A.
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    Mas o bairro em que cresci
    era território da MS-13.
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    Mesmo sendo uma criança
    na escola fundamental,
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    eu sabia que não queria ser
    membro de gangue.
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    Minha mãe trabalhava 14 horas por dia
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    tentando pagar as contas.
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    Eu ficava muito tempo sozinho na rua.
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    Um dia, um membro da MS-13 apontou
    uma arma na minha cara e me roubou.
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    Então eu tentava evitá-los.
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    Eu saía pelos fundos do meu prédio
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    e pulava as cercas para evitar ser visto.
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    Mas assim eu entrava
    no território de outra gangue
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    e eles me abordavam.
  • 3:51 - 3:54
    Eu tinha que andar quilômetros
    fora do meu bairro
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    para escapar das gangues.
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    Não importava para onde eu ia,
    eu não estava seguro.
  • 4:02 - 4:05
    Eu costumava olhá-los
    pela janela do meu apartamento.
  • 4:05 - 4:07
    Uma noite, eles estavam na rua comemorando
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    um homem que tinha
    voltado para El Salvador.
  • 4:10 - 4:12
    Nelson!
  • 4:12 - 4:13
    Lembra dele?
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    Ele tinha respeito, poder e orgulho.
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    Tudo o que eu não tinha.
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    Eu me perguntei como seria ser como ele,
  • 4:22 - 4:25
    ser venerado no seu próprio bairro.
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    Naquela noite, eu tomei uma decisão.
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    Eu tinha 14 anos e ia me juntar à MS-13.
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    Depois de ter sido iniciado,
    senti um alívio instantâneo.
  • 4:37 - 4:40
    Eu andava com a cabeça erguida.
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    Lembra da música de abertura de Cheers,
    onde todos sabem seu nome
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    e estão sempre felizes porque você chegou?
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    Era assim todos os dias!
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    Mas não demorou muito
    para eu me arrepender da minha decisão.
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    A gangue rival descobriu que eu tinha
    escolhido a MS-13 e não eles
  • 5:00 - 5:02
    e eles estavam furiosos!
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    Me tornei um alvo da noite para o dia!
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    Mas já era tarde demais;
    o que eu poderia fazer?
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    É como estar casado há
    uma semana e dizer: "Então..."
  • 5:12 - 5:14
    (Risos)
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    "Eu cometi um erro!"
  • 5:15 - 5:16
    (Risos)
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    "Como eu saio dessa?"
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    Mas você não pode; não é tão simples!
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    O que seus amigos e família diriam?
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    O que sua parceira faria?
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    Então você aguenta!
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    E algumas semanas depois você começa
    a se dizer: "Certo, isso não é tão ruim!"
  • 5:32 - 5:34
    "Eu consigo aguentar!"
  • 5:35 - 5:38
    Meses se passam e vocês formam
    um laço, uma conexão,
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    e você sente que faria qualquer
    coisa por aquela pessoa.
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    Me lembro de quando fiz
    minha primeira tatuagem da MS-13.
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    Enquanto a pistola de tatuagem
    furava minha pele,
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    eu só conseguia pensar no amor
    que eu tinha pela minha gangue!
  • 5:52 - 5:56
    E que minha mãe ia ficar
    furiosa se ela descobrisse.
  • 5:56 - 5:57
    (Risos)
  • 5:58 - 6:00
    Mal podia esperar pra mostrar
    para os meus parceiros,
  • 6:00 - 6:03
    um laço que vai estar lá para vida,
  • 6:03 - 6:06
    e, quando eu for preso de novo,
    posso tirar minha camisa com orgulho.
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    Eu fiz escolhas ruins.
  • 6:10 - 6:13
    Cometi roubos e assaltos
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    que me deixaram preso
    por anos quando adolescente.
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    E lá ganhei reputação por começar brigas
    com membros de gangues rivais.
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    Toda vez que eu saía,
    ganhava ainda mais respeito.
  • 6:25 - 6:27
    Meus parceiros queriam ser iguais a mim.
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    Eu senti que dominava o território
  • 6:29 - 6:33
    e nenhuma gangue rival
    iria entrar e desrespeitá-lo.
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    Estava disposto a defendê-lo a todo custo,
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    mesmo se significasse
    que eu morreria fazendo isso.
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    Mas algumas vezes eu me perguntava:
  • 6:42 - 6:45
    "Estou disposto a passar o resto
    da minha vida na prisão?"
  • 6:46 - 6:49
    Eu fiz minha mãe e minha avó
    passarem por muita coisa.
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    Quando eu estava fora da cadeia,
    elas passavam horas acendendo velas,
  • 6:54 - 6:58
    rezando para que não fosse o meu corpo
    debaixo daquele lençol branco.
  • 6:59 - 7:02
    Quando eu estava preso, elas me visitavam
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    e perguntavam quando eu iria mudar.
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    Eu estava cansado...
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    Cansado de ver minha família sofrer,
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    cansado de ir ao funeral de amigos.
  • 7:14 - 7:17
    Minha vida tinha se tornado
    o trágico desfecho de um trágico ambiente.
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    Meu amor cego pela MS-13
    começou a se dissipar.
  • 7:20 - 7:23
    Eu queria sair, só não sabia como.
  • 7:24 - 7:28
    Então uma noite, minha vida
    mudou para sempre.
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    Eu tinha 20 anos, estava na rua,
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    celebrando minha saída recente da prisão
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    quando Alex Sanchez, um antigo membro
    da MS-13 que eu admirava, se aproximou.
  • 7:39 - 7:43
    Ele tinha começado um grupo de intervenção
    em gangues e queria que eu participasse.
  • 7:43 - 7:45
    Eu fiquei muito feliz.
  • 7:45 - 7:47
    Finalmente, eu poderia sair.
  • 7:47 - 7:50
    Mas parte de mim estava relutante.
  • 7:50 - 7:54
    Eu tinha ganhado respeito, poder
    e orgulho dentro da gangue
  • 7:54 - 7:57
    e eu não sabia quem eu seria
    sem essas coisas de novo.
  • 7:57 - 8:01
    Então olhei para o meu prédio
  • 8:01 - 8:05
    e lá na janela estava meu irmão
    mais novo olhando para mim
  • 8:05 - 8:07
    do mesmo jeito que eu olhava para Nelson.
  • 8:09 - 8:11
    Eu sabia que tinha que tentar sair.
  • 8:12 - 8:15
    Na primeira reunião, encontrei membros
    de gangues rivais e suas famílias
  • 8:16 - 8:19
    e descobrimos que todos sentíamos o mesmo.
  • 8:20 - 8:24
    Seus pais choravam as mesmas
    lágrimas que os meus pais.
  • 8:24 - 8:27
    A única coisa que nos separava
    era o nome da gangue.
  • 8:28 - 8:32
    Aprendemos a nos expressar
    sem usar drogas ou violência
  • 8:32 - 8:35
    e o grupo de intervenção em gangues
    nos levou para lugares diferentes
  • 8:35 - 8:37
    para compartilhar nossas histórias
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    e mais pessoas ouviam.
  • 8:39 - 8:43
    Quanto mais falávamos,
    mais tínhamos o sentimento de respeito,
  • 8:43 - 8:44
    poder
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    e orgulho.
  • 8:46 - 8:49
    Eu consegui me distanciar da gangue
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    e por fim consegui sair.
  • 8:54 - 8:56
    Achei que essa seria a parte difícil,
  • 8:56 - 8:57
    mas estávamos no meio
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    do escândalo Rampart da unidade CRASH
    da polícia de Los Angeles.
  • 9:01 - 9:06
    Você imagina que a polícia acolheria
  • 9:06 - 9:08
    um grupo de intervenção em gangues,
  • 9:08 - 9:10
    mas não foi assim.
  • 9:10 - 9:12
    Em vez disso,
  • 9:13 - 9:15
    fomos revistados sem mandados,
  • 9:15 - 9:17
    parados por acusações infundadas
  • 9:17 - 9:20
    e agredidos a caminho do grupo semanal
    de intervenção em gangues.
  • 9:20 - 9:24
    Tínhamos saído, mas estávamos sendo
    punidos pelo que tínhamos sido.
  • 9:26 - 9:30
    Finalmente, eu me cansei e me mudei
    para a casa de um amigo em Colorado
  • 9:30 - 9:32
    pela chance de uma vida melhor.
  • 9:33 - 9:36
    Me formei em Justiça Criminal.
  • 9:36 - 9:39
    (Vivas) (Aplausos)
  • 9:45 - 9:48
    Trabalhei em unidades de detenção
    de menores como conselheiro
  • 9:48 - 9:51
    para continuar tirando
    crianças das gangues.
  • 9:51 - 9:54
    Achei que meus problemas
    com gangues estavam no passado.
  • 9:54 - 9:55
    Mas, alguns anos depois,
  • 9:55 - 9:59
    fui acusado de me mudar para Colorado
    para começar atividades criminais da MS-13
  • 9:59 - 10:01
    e fui preso ilegalmente de novo.
  • 10:01 - 10:03
    Eu não conseguia acreditar!
  • 10:04 - 10:08
    Estava agora em um tribunal federal,
  • 10:09 - 10:12
    encarando uma possível
    sentença de 48 anos.
  • 10:13 - 10:15
    Por dois anos
  • 10:16 - 10:18
    eu estudei meu caso.
  • 10:18 - 10:20
    Escrevi minhas próprias moções
  • 10:20 - 10:23
    e me defendi no tribunal.
  • 10:23 - 10:26
    Finalmente, a justiça prevaleceu.
  • 10:27 - 10:29
    O carcereiro abriu a porta da minha cela
  • 10:29 - 10:32
    e disse que meu caso tinha sido encerrado,
  • 10:32 - 10:36
    todas as acusações contra mim tinham sido
    retiradas e eu estava livre para ir.
  • 10:36 - 10:39
    (Vivas) (Aplausos)
  • 10:45 - 10:48
    Mas foram dois anos
    perdidos da minha vida,
  • 10:48 - 10:50
    punido pela sociedade pelo meu passado
  • 10:50 - 10:53
    mesmo tentando fazer de tudo
    para construir um futuro.
  • 10:54 - 10:58
    Todos sabemos que é importante
    tirar as crianças das gangues,
  • 10:59 - 11:04
    mas esquecemos que elas não são destinadas
    ao sucesso depois que saem.
  • 11:06 - 11:08
    Muitas pessoas entram
    em gangues por se sentirem
  • 11:08 - 11:11
    desconectadas, sozinhas, alienadas.
  • 11:11 - 11:16
    Elas só querem pertencer a algum lugar,
    se sentir valorizadas, ter um propósito.
  • 11:17 - 11:20
    Em retrospecto, é alguma surpresa
    que eu tenha me juntado à MS-13?
  • 11:21 - 11:23
    Minha mãe trabalhava o dia inteiro.
  • 11:23 - 11:26
    Eu ficava muito tempo sozinho e todos
    ao meu redor eram de uma gangue.
  • 11:27 - 11:31
    Quando saí da MS-13, eu tinha meu grupo
    de intervenção para me apoiar.
  • 11:31 - 11:33
    Muitos não têm essa sorte.
  • 11:33 - 11:36
    São julgados e punidos
    pela sociedade pelo seu passado
  • 11:36 - 11:39
    e não têm nenhum lugar para se voltar
    e nenhum lugar para ir.
  • 11:40 - 11:44
    Setenta por cento das crianças
    que tentam sair de uma gangue,
  • 11:44 - 11:47
    mas não têm nenhum outro
    sistema de apoio, falham.
  • 11:48 - 11:50
    Setenta por cento.
  • 11:51 - 11:52
    Eu percebi
  • 11:53 - 11:55
    que a única forma de ser bem sucedido
  • 11:55 - 11:58
    em tirar crianças das gangues
    e mantê-las fora das gangues
  • 11:58 - 12:00
    é criando um ambiente
  • 12:00 - 12:03
    que vai apoiá-las durante todo o percurso.
  • 12:04 - 12:05
    Hoje,
  • 12:06 - 12:09
    sou o diretor executivo
    da "Homies Unidos" de Denver,
  • 12:09 - 12:12
    uma organização de prevenção
    e intervenção de violência em gangues.
  • 12:12 - 12:15
    (Vivas) (Aplausos)
  • 12:24 - 12:28
    Nós capacitamos jovens e suas famílias
    a serem defensores da mudança social
  • 12:28 - 12:31
    em vez de agentes de autodestruição.
  • 12:31 - 12:33
    Deixe-me dar um exemplo.
  • 12:34 - 12:38
    Quando criança, sempre disseram para David
    que ele não era bom para nada.
  • 12:40 - 12:43
    Na adolescência, ele se envolveu
    fortemente com gangues.
  • 12:43 - 12:45
    Como ele saiu e ficou fora?
  • 12:45 - 12:47
    Para começar,
  • 12:47 - 12:49
    ajudamos David a perceber
  • 12:49 - 12:54
    que o senso de autoestima
    que uma gangue te dá é falso,
  • 12:54 - 12:57
    que você tem que se amar antes de tudo,
  • 12:57 - 12:59
    ninguém pode fazer isso por você.
  • 13:00 - 13:05
    Em grupos de conversa, David e outros
    adolescentes com experiências similares
  • 13:05 - 13:09
    discutiram como suas ações
    negativas impactaram
  • 13:09 - 13:10
    suas famílias,
  • 13:10 - 13:11
    suas comunidades
  • 13:11 - 13:13
    e uns aos outros.
  • 13:14 - 13:18
    Ele começou a se responsabilizar
    pelos seus atos.
  • 13:18 - 13:20
    Nós o ajudamos a se rematricular
    no ensino médio
  • 13:20 - 13:23
    e focar na jornada para a graduação.
  • 13:23 - 13:26
    E então enchemos sua vida social
    com comunidade e atividade.
  • 13:26 - 13:28
    Fomos pescar e acampar,
  • 13:28 - 13:32
    fomos a parques e centros
    de diversão em família.
  • 13:32 - 13:38
    Entendemos que famílias fortes são
    essenciais na prevenção de violência,
  • 13:38 - 13:43
    então convidamos os pais de David
    para as sessões e atividades do grupo.
  • 13:43 - 13:48
    Essas interações construíram compreensão
    mútua através de gerações.
  • 13:50 - 13:51
    Finalmente,
  • 13:52 - 13:56
    ajudamos David a perceber
    o poder da sua própria voz,
  • 13:57 - 13:59
    a fazer a diferença de novo.
  • 14:00 - 14:02
    Ele aprendeu a organizar grupos de jovens
  • 14:02 - 14:05
    e a liderar conversas
    sobre justiça restaurativa
  • 14:05 - 14:09
    com pessoas que tinham sido impactadas
    pela violência de gangues.
  • 14:09 - 14:12
    Desde então, David se formou
    no ensino médio,
  • 14:12 - 14:15
    trabalha como eletricista,
    está frequentando a faculdade
  • 14:15 - 14:20
    e é um convidado frequente e um exemplo
    para a juventude nos nossos grupos.
  • 14:20 - 14:23
    (Vivas) (Aplausos)
  • 14:31 - 14:35
    Essas mudanças dramáticas
    na vida de David só foram possíveis
  • 14:35 - 14:39
    porque o cercamos
    com uma comunidade acolhedora
  • 14:39 - 14:41
    que estava completamente
    investida em seu sucesso.
  • 14:42 - 14:46
    Dessa forma, nós ajudamos
    centenas de crianças a sair de gangues
  • 14:46 - 14:48
    e a ficar fora das gangues.
  • 14:48 - 14:51
    (Aplausos)
  • 14:56 - 14:59
    Mas somos apenas uma organização.
  • 15:00 - 15:03
    Como sociedade, podemos ser melhores.
  • 15:04 - 15:10
    Quando isolamos, alienamos e punimos
    pessoas por seus erros do passado,
  • 15:11 - 15:13
    estamos continuando o ciclo.
  • 15:14 - 15:18
    Se queremos que as pessoas saiam
    das gangues e voltem para a sociedade,
  • 15:18 - 15:22
    precisamos deixá-las
    voltar para a sociedade.
  • 15:22 - 15:26
    E isso significa ir à escola,
    morar na nossa rua
  • 15:26 - 15:27
    e ter um emprego.
  • 15:27 - 15:31
    Você estaria disposto a contratar
    uma pessoa com histórico criminal?
  • 15:31 - 15:36
    E se essa pessoa tem uma
    tatuagem da MS-13 no rosto?
  • 15:37 - 15:41
    As pessoas só querem pertencer,
    fazer parte de algo.
  • 15:41 - 15:45
    Nós somos aqueles que podemos
    ajudá-las a encontrar isso.
  • 15:46 - 15:48
    Obrigado.
  • 15:48 - 15:51
    (Vivas) (Aplausos)
Title:
Fui membro da gangue MS-13. Eis como eu saí. | Gerardo Lopez | TEDxMileHigh
Description:

Gerardo Lopez cresceu em território de gangues em Los Angeles, Califórnia, e tinha somente 14 anos quando se juntou à MS-13, a famosa gangue salvadorenha. Por que ele entrou e por que saiu? Nesta palestra corajosa, Gerardo revela como podemos ajudar outras pessoas a sair e a ficar fora das gangues.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
16:06

Portuguese, Brazilian subtitles

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