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Aventuras de uma caçadora de asteroides

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    Estou segurando algo
    extraordinariamente antigo.
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    É mais antigo do que qualquer
    artefato humano,
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    mais antigo do que a vida na Terra,
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    mais antigo do que continentes
    e os oceanos entre eles.
  • 0:14 - 0:17
    Isso foi formado há mais
    de 4 bilhões de anos,
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    nos primeiros dias do sistema solar,
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    durante a formação dos planetas.
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    Esse pedaço enferrujado de níquel e ferro
    pode não parecer especial,
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    mas quando é cortado ao meio,
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    você pode ver que é diferente
    dos metais terrestres.
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    Este padrão revela cristais metálicos
    que apenas podem se formar no espaço
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    onde metal fundido pode esfriar
    extremamente devagar,
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    alguns graus a cada um milhão de anos.
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    Isso foi parte de um objeto muito maior,
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    um dos milhões restantes
    após a formação dos planetas.
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    Nós chamamos estes objetos de asteroides.
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    Asteroides são nossos vizinhos cósmicos
    mais antigos e mais numerosos.
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    Esta imagem é de asteroides
    orbitando próximos da Terra e do Sol,
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    mostrado em amarelo,
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    e oscilando perto da órbita da Terra,
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    mostrado em azul.
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    Os tamanhos da Terra, Sol e asteroides
    foram exageradamente aumentados
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    para os vermos claramente.
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    Equipes de cientistas em todo o mundo
    procuram por estes objetos,
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    descobrindo novos todos os dias,
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    a toda hora mapeando
    o espaço perto da Terra.
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    Muito disto é financiado pela NASA.
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    Penso na busca por esses asteroides
    como um enorme projeto de obras públicas,
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    mas ao invés de construir uma rodovia,
    estamos traçando o espaço,
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    construindo um arquivo
    que irá durar por gerações.
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    Estes são os 1.556 asteroides próximos
    à Terra descobertos no ano passado.
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    E estes são todos os asteroides
    próximos à Terra,
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    que na última contagem totalizavam 13.733.
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    Cada um deles foi fotografado, catalogado
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    e teve sua trajetória
    determinada ao redor do Sol.
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    Embora varie de asteroide para asteroide,
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    as trajetórias deles podem
    ser previstas a cada milhares de anos.
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    E as trajetórias de alguns podem
    ser previstas com incrível precisão.
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    Cientistas do Laboratório
    de Propulsão a Jato
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    previram onde o asteroide Toutatis estaria
    com quatro anos de antecedência
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    dentro de 30 quilômetros.
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    Neste quatro anos,
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    Toutatis viajou 8,5 bilhões
    de quilômetros.
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    Esta é uma precisão fracionária
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    de 0,000000004.
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    (Risos)
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    Tenho este belo fragmento de asteroide
    porque, como todos os vizinhos,
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    asteroides às vezes
    aparecem inesperadamente.
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    (Risos)
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    Há três anos,
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    um pequeno asteroide explodiu acima
    da cidade de Chelyabinsk, na Rússia.
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    O objeto tinha cerca
    de 19 metros de diâmetro,
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    ou o tamanho de uma loja de conveniência.
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    Objetos desse tamanho
    atingem a Terra a cada 50 anos.
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    Há 66 milhões de anos,
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    um objeto muito maior atingiu a Terra,
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    causando uma gigantesca extinção.
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    Tem-se que 75% das espécies
    de plantas e animais foram exterminadas,
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    incluindo, infelizmente, os dinossauros.
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    Aquele objeto tinha cerca
    de dez quilômetros de diâmetro,
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    o que é aproximadamente a altitude
    de cruzeiro de um jato 747.
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    Assim, quando estiverem em um avião,
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    peguem um assento na janela, olhem
    para fora, e imaginem uma rocha
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    tão enorme que, apoiada no chão,
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    esfolaria a ponta da asa do avião.
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    É tão grande que leva o avião um minuto
    inteiro para passar por ela.
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    Este é o tamanho do asteroide
    que atingiu a Terra.
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    Foi apenas durante a minha vida,
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    que os asteroides foram considerados
    uma ameaça real à Terra.
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    E desde então, tem havido
    um esforço direcionado
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    em descobrir e catalogar estes objetos.
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    Tenho sorte em fazer parte desse esforço.
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    Sou membra de uma equipe de cientistas
    que usam o telescópio Neowise da NASA.
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    Porém, o Neowise não foi desenhado
    para achar asteroides.
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    Foi desenhado para orbitar a Terra
    e olhar muito além do nosso sistema solar
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    para procurar as estrelas mais frias
    e as galáxias mais luminosas.
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    E fez isto muito bem para a sua
    vida projetada de sete meses.
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    Mas hoje, seis anos depois,
    continua funcionando.
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    Nós o reutilizamos para descobrir
    e estudar asteroides.
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    E embora seja um magnífico
    pequeno robô espacial,
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    hoje em dia é mais como um carro usado.
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    O criogênio que costumava refrigerar
    os sensores dele acabou há tempos;
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    brincamos que o ar-condicionado
    dele está quebrado.
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    Tem cerca de 1,5 bilhões
    de quilômetros no odômetro,
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    mas ainda funciona bem
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    e tira uma fotografia do céu
    a cada 11 segundos de forma confiável.
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    Já tirou 23 fotos desde
    que comecei a conversar com vocês.
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    Um dos motivos que o Neowise é tão valioso
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    é que vê o céu no infravermelho térmico.
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    Significando que em vez de ver
    a luz solar que os asteroides refletem,
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    o Neowise vê o calor que eles emitem.
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    Esta é uma capacidade vital, pois alguns
    asteroides são escuros como carvão
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    e pode ser difícil ou impossível
    detectá-los com outros telescópios.
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    Mas todo asteroide, claro ou escuro,
    brilha para o Neowise.
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    Astrônomos estão usando
    toda tecnologia à disposição deles
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    para descobrir e estudar os asteroides.
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    Em 2010, foi alcançado um marco histórico.
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    A comunidade, em conjunto, descobriu
    mais de 90% dos asteroides
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    maiores que um quilômetro de diâmetro,
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    os quais são capazes
    de uma gigantesca destruição na Terra.
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    Mas o trabalho ainda não acabou.
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    Um objeto de 140 metros ou maior
    poderia dizimar um país de tamanho médio.
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    Até agora, só encontramos 25% deles.
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    Devemos continuar procurando
    por asteroides próximos à Terra.
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    Somos a única espécie capaz
    de entender cálculo
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    ou de construir telescópios.
  • 5:24 - 5:26
    Sabemos como encontrar estes objetos.
  • 5:26 - 5:28
    Esta é nossa responsabilidade.
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    Se encontrássemos um asteroide perigoso,
    com um aviso prévio significativo,
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    poderíamos deslocá-lo do caminho.
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    Ao contrário de terremotos,
    furacões ou erupções vulcânicas,
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    um impacto de asteroide pode ser
    precisamente previsto e evitado.
  • 5:41 - 5:44
    O que precisamos fazer agora é
    mapear o espaço próximo à Terra.
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    Devemos continuar procurando no céu.
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    Obrigada.
  • 5:48 - 5:49
    (Aplausos)
Title:
Aventuras de uma caçadora de asteroides
Speaker:
Carrie Nugent
Description:

TED bolsista Carrie Nugent é uma caçadora de asteroides e faz parte de um grupo de cientistas que trabalham para descobrir e catalogar nossos mais antigos e mais numerosos vizinhos cósmicos. Por que manter um olho nos asteroides? Nesta breve palestra, Nugent explica como seus impressionantes impactos moldaram nosso planeta e como encontrá-los no momento certo poderia significar nada menos que salvar a vida na Terra.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
08:09

Portuguese, Brazilian subtitles

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