Robôs com "alma"
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0:01 - 0:03Meu trabalho é projetar,
construir e estudar -
0:03 - 0:05robôs que se comunicam com as pessoas.
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0:05 - 0:09Mas a história nem começa com a robótica.
Ela começa com a animação. -
0:09 - 0:11Quando assisti, pela primeira vez ,
a "Luxo Jr.", da Pixar, -
0:11 - 0:12fiquei admirado
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0:12 - 0:14com a quantidade de emoção
que podiam colocar em algo -
0:14 - 0:17tão trivial como uma lâmpada de mesa.
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0:17 - 0:19Vejam só. No fim deste filme,
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0:19 - 0:22você sente alguma coisa
por duas peças de móveis. -
0:22 - 0:23(Risos)
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0:24 - 0:26Eu disse: "Tenho que aprender
como se faz isto". -
0:26 - 0:28Então, eu fiz uma péssima
escolha de carreira. -
0:29 - 0:32Foi o que minha mãe disse
quando eu fiz isto. -
0:32 - 0:34(Risos)
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0:34 - 0:36Deixei um emprego técnico,
muito agradável, em Israel, -
0:36 - 0:37em uma simpática empresa de software,
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0:37 - 0:40e mudei-me para Nova Iorque,
para estudar animação. -
0:40 - 0:41E ali eu vivi,
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0:41 - 0:44em um edifício caindo aos pedaços,
no Harlem, que eu dividia com outros. -
0:44 - 0:45Isto não é uma metáfora.
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0:45 - 0:48O teto desabou de fato um dia,
na sala de estar. -
0:48 - 0:50Sempre que contavam novas histórias
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0:50 - 0:51sobre irregularidades
em edifícios em Nova Iorque, -
0:51 - 0:53havia um repórter
em frente ao nosso edifício, -
0:53 - 0:56como um pano de fundo, para mostrar
como as coisas estavam ruins. -
0:57 - 0:58De qualquer forma, durante o dia,
eu ia à escola -
0:58 - 1:02e, à noite, eu desenhava,
quadro a quadro, animação a lápis, -
1:03 - 1:05Aprendi duas lições surpreendentes.
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1:05 - 1:09Uma delas foi que, quando
você quer criar emoções, -
1:09 - 1:11não importa muito a aparência da coisa.
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1:11 - 1:15Tudo está está no movimento,
no timing de como a coisa se move. -
1:15 - 1:18E a segunda, uma coisa que um
dos nossos professores nos disse. -
1:18 - 1:20Por sinal, ele fez
a doninha em a "Era do Gelo". -
1:20 - 1:25Ele disse: “Como animador,
você não é um diretor, você é um ator." -
1:25 - 1:28Se você quiser descobrir qual é a emoção
adequada para um personagem, -
1:28 - 1:30não pense nisto.
Use seu corpo para descobrir: -
1:30 - 1:33fique em frente a um espelho e atue
em frente a uma câmera, ou o que for, -
1:33 - 1:36volte e coloque tudo no seu personagem.
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1:37 - 1:39Um ano depois, eu estava no MIT,
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1:39 - 1:41no grupo "Robotic Life",
um dos primeiros grupos -
1:41 - 1:43a pesquisar as relações
entre humanos e robôs. -
1:43 - 1:48Eu sonhava em construir
uma lâmpada "Luxo Jr." física, real. -
1:48 - 1:51Mas descobri que os robôs
não se moviam do modo firme -
1:51 - 1:53com o qual eu estava acostumado,
em meus estudos de animação. -
1:53 - 1:55Em vez disso, eles eram todos...
Como dizê-lo? -
1:55 - 1:58Eles eram todos algo robóticos.
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1:58 - 1:59(Risos)
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1:59 - 2:03E eu pensei: "Que tal apelar para
tudo o que aprendi na escola de animação -
2:03 - 2:06e usar no projeto
de minha lâmpada robótica?" -
2:06 - 2:08Daí, fui e desenhei, quadro a quadro,
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2:08 - 2:09tentando construir este robô
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2:09 - 2:12tão gracioso e decidido quanto possível.
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2:12 - 2:16Aqui se vê o robô interagindo comigo,
sobre a mesa de trabalho. -
2:16 - 2:18Estou reprojetando o robô.
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2:18 - 2:20Sem saber de nada,
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2:20 - 2:22ao me ajudar, ele está cavando
seu próprio túmulo. -
2:22 - 2:23(Risos)
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2:24 - 2:27Queria que fosse menos
uma estrutura mecânica, -
2:27 - 2:31fornecendo-me luz, e mais
um aprendiz solícito, gentil e silencioso, -
2:31 - 2:34sempre por perto, quando você precisar,
e que realmente não atrapalhe. -
2:34 - 2:36Por exemplo, quando procuro uma bateria
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2:36 - 2:37e não consigo achar,
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2:37 - 2:40de modo sutil, ele me indica
onde está a bateria. -
2:42 - 2:44Vocês podem notar minha confusão aqui.
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2:44 - 2:46Eu não sou um ator.
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2:48 - 2:50Quero que vocês percebam
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2:50 - 2:52como a mesma estrutura mecânica pode,
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2:52 - 2:54em certo momento, apenas pelo modo
como se movimenta, -
2:54 - 2:56parecer gentil e cuidadosa e,
em outros casos, -
2:56 - 2:58parecer violenta e desafiadora.
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2:58 - 3:01É a mesma estrutura,
apenas o movimento é diferente. -
3:08 - 3:11Ator: "Quer saber de uma coisa?
Então, quer saber de uma coisa? -
3:12 - 3:14Ele já estava morto!
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3:14 - 3:17Estendido ali, com olhos vidrados!"
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3:17 - 3:20(Risos)
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3:20 - 3:22Mover-se com graça é apenas
um fundamento -
3:22 - 3:25de toda a estrutura chamada
interação homem-robô. -
3:25 - 3:28Naquela época, eu fazia doutorado
e integrava grupo de trabalho homem-robô; -
3:28 - 3:30equipes de humanos
e robôs trabalhando juntos. -
3:30 - 3:34Eu estudava a engenharia, a psicologia
e a filosofia da equipe de trabalho. -
3:34 - 3:35Ao mesmo tempo,
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3:35 - 3:37eu vivia a minha própria situação
de equipe de trabalho, -
3:37 - 3:40com um bom amigo meu, aqui presente.
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3:40 - 3:44Naquela situação, é fácil imaginar
que brevemente os robôs estarão conosco. -
3:44 - 3:46Foi depois da Páscoa.
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3:47 - 3:48Fechávamos várias cadeiras de dobrar,
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3:48 - 3:51e eu estava admirado de quão rapidamente
havíamos encontrado nosso próprio rítmo. -
3:51 - 3:53Cada um fazia sua parte.
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3:53 - 3:54Não precisávamos dividir as tarefas.
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3:54 - 3:58Isto não exigia comunicação verbal.
Tudo simplesmente acontecia. -
3:58 - 4:00Eu pensei: "Humanos e robôs
não se comportam assim." -
4:00 - 4:03Quando dois humanos e robôs interagem,
parece mais um jogo de xadrez. -
4:03 - 4:05O humano faz uma coisa,
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4:05 - 4:07o robô analisa o que o humano fez,
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4:07 - 4:08então o robô decide o que fará a seguir,
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4:08 - 4:09planeja e executa-o.
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4:09 - 4:12Depois, o humano espera,
até que seja de novo sua vez. -
4:12 - 4:14Logo, parece mais um jogo de xadrez
e isto faz sentido, -
4:14 - 4:17porque o xadrez é ótimo para os matemáticos
e os cientistas da computação. -
4:17 - 4:21Tem a ver com análise de informações,
tomada de decisão e planejamento. -
4:22 - 4:25Porém eu queria que meu robô fosse
menos um jogador de xadrez -
4:25 - 4:29e mais um agente, que clica e trabalha junto.
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4:29 - 4:32Daí eu fiz a minha segunda
horrível escolha de carreira: -
4:33 - 4:35decidi estudar a arte de representar,
durante um semestre. -
4:35 - 4:38Abandonei um doutorado
e fui para aulas de teatro. -
4:38 - 4:41Cheguei a participar de uma peça.
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4:41 - 4:43Espero que não exista
mais um vídeo daquilo. -
4:43 - 4:46Adquiri todo livro
que eu podia encontrar sobre atuar, -
4:46 - 4:49inclusive um do século XIX,
que eu peguei da biblioteca. -
4:49 - 4:53Eu estava maravilhado, porque meu nome
era o segundo da lista -- -
4:53 - 4:55o nome anterior era de 1889.
(Risos) -
4:55 - 4:57Este livro, de certa forma,
esperou 100 anos -
4:57 - 5:00para ser redescoberto para a robótica.
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5:00 - 5:02Este livro ensina aos atores
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5:02 - 5:04como mexer cada músculo do corpo,
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5:04 - 5:07para conseguir toda espécie de emoção
que eles desejem expressar. -
5:07 - 5:09Mas a verdadeira revelação veio
-
5:09 - 5:12quando aprendi o método de representar.
Ele tornou-se muito popular no século XX. -
5:12 - 5:13O método de representar dizia que
-
5:13 - 5:15você não precisa planejar
cada músculo do seu corpo. -
5:15 - 5:18Em vez disso, use seu corpo
para descobrir o movimento adequado. -
5:18 - 5:20Você tem que usar
sua memória sensorial -
5:20 - 5:22para reconstruir as emoções
e, de alguma forma, -
5:22 - 5:24pensar com o seu corpo
para obter a expressão correta. -
5:24 - 5:27Improvise, interaja
com seu parceiro de cena. -
5:27 - 5:28Compreendi isto enquanto lia
-
5:28 - 5:32sobre a tendência em psicologia cognitiva,
chamada cognição incorporada. -
5:32 - 5:34Ela fala das mesmas ideias.
-
5:34 - 5:36Usamos o nosso corpo para pensar,
-
5:36 - 5:38não pensamos apenas com o cérebro,
e usamos nosso corpo para nos movimentar. -
5:38 - 5:41mas nosso corpo retroestimula o cérebro
-
5:41 - 5:43e cria o modo como nos comportamos.
-
5:43 - 5:45Isto teve o efeito de um raio.
Voltei ao meu escritório, -
5:45 - 5:48e escrevi um ensaio
– que nunca publiquei -- -
5:48 - 5:50chamado "Aulas para representar
destinadas a Inteligência Artificial." -
5:50 - 5:52E ainda levei um mês
-
5:52 - 5:55para montar o que seria
a primeira peça teatral -
5:55 - 5:57com um humano e um robô atuando juntos.
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5:57 - 6:00É o que viram antes com os atores.
-
6:00 - 6:02E eu pensei:
-
6:02 - 6:04"Como podemos elaborar um modelo
de inteligência artificial, -
6:04 - 6:09um modelo computacional
de algumas destas ideias de improvisação, -
6:09 - 6:11de correr riscos, de experimentar,
-
6:11 - 6:13até mesmo de cometer erros?
-
6:13 - 6:15Talvez produza melhores companheiros
de equipe robótica." -
6:15 - 6:18Trabalhei muito tempo nestes modelos
-
6:18 - 6:20e os implementei em alguns robôs.
-
6:20 - 6:22Aqui vocês podem ver
um exemplo bem recente -
6:22 - 6:26de robôs que tentam usar
inteligência artificial incorporada, -
6:26 - 6:29e tentam imitar meus movimentos
o mais fielmente possível, -
6:29 - 6:30como em uma brincadeira.
-
6:30 - 6:32Vamos ver.
-
6:36 - 6:39Notem que, quando eu finjo,
ele é enganado. -
6:40 - 6:41Lembra um pouco o que se vê
-
6:41 - 6:44quando atores olham-se mutuamente,
-
6:44 - 6:46à procura da melhor sincronia entre eles.
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6:47 - 6:48Então, fiz um outro experimento,
-
6:48 - 6:52e fiz pessoas comuns
usarem a lâmpada robótica de mesa -
6:52 - 6:56e testarem a ideia de
inteligência artificial incorporada. -
6:56 - 7:00Usei, na verdade, dois tipos de cérebro
no mesmo robô. -
7:00 - 7:02O robô é a mesma lâmpada
que vocês viram -
7:02 - 7:04no qual coloquei dois cérebros.
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7:04 - 7:06Para a metade das pessoas,
-
7:06 - 7:09usei uma espécie de cérebro tradicional,
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7:09 - 7:10um cérebro robótico calculado.
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7:10 - 7:12Ele espera sua vez, analisa tudo, planeja.
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7:12 - 7:14Vamos chamá-lo de cérebro calculado.
-
7:14 - 7:16A outra metade recebeu
o cérebro que se arrisca, -
7:16 - 7:18mais parecido com o de um ator.
-
7:18 - 7:20Vamos chamá-lo de cérebro aventureiro.
-
7:20 - 7:22Às vezes, ele age sem saber
tudo o que precisa. -
7:22 - 7:25Outras vezes,
ele comete erros e os corrige. -
7:25 - 7:28Eles tiveram que realizar
esta tarefa tediosa, -
7:28 - 7:30que demorou quase 20 minutos.
E eles tinham que trabalhar juntos, -
7:30 - 7:33simulando algo
como uma tarefa em uma fábrica, -
7:33 - 7:35fazendo a mesma coisa,
de modo repetitivo. -
7:35 - 7:38Descobri que as pessoas adoraram
o robô aventureiro. -
7:38 - 7:40Elas o julgaram mais inteligente,
-
7:40 - 7:42mais comprometido,
e um melhor integrante de equipe, -
7:42 - 7:44e que dava mais contribuição
para o sucesso da equipe. -
7:44 - 7:46Até mesmo era chamado
de “ele” ou “ela”, -
7:46 - 7:49enquanto o cérebro calculado
era chamado de “aquilo”. -
7:49 - 7:51Nunca o chamavam de “ele” ou “ela”.
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7:51 - 7:55Quando, depois da tarefa,
falavam do cérebro aventureiro, -
7:55 - 7:58diziam: "No fim, ficamos bons amigos,
mentalmente muito ligados." -
7:58 - 8:01Sabe-se lá que isto significa!
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8:01 - 8:04(Risos). Parece forçado.
-
8:04 - 8:07Por outro lado, os que trabalharam
com o cérebro calculado -
8:07 - 8:09disseram que ele era
como um aprendiz preguiçoso. -
8:09 - 8:12Ele fazia apenas o que dele se esperava
e nada mais além disso, -
8:12 - 8:14o que é quase tudo
o que se espera dos robôs. -
8:14 - 8:18Surpreendeu-me que existissem
expectativas para o desempenho dos robôs -
8:18 - 8:21maiores do que qualquer especialista
em robótica poderia esperar. -
8:21 - 8:23De qualquer forma, pensei que era hora
-
8:23 - 8:26de, tal como o método de representar
-
8:26 - 8:28mudou a visão das pessoas no século XIX
de como se deve representar-- -
8:28 - 8:32era hora de passar de um comportamento
muito calculado, planejado, -
8:32 - 8:35para um comportamento incorporado,
mais intuitivo e arriscado. -
8:35 - 8:38Talvez seja a hora de os robôs
sofrerem o mesmo tipo de revolução. -
8:39 - 8:41Alguns anos depois,
-
8:41 - 8:44eu estava no meu emprego seguinte,
na Georgia Tech, em Atlanta -
8:44 - 8:46e trabalhava com um grupo
dedicado a músicos robóticos. -
8:46 - 8:48Pensei: "Música! Eis o lugar perfeito
-
8:48 - 8:51para investigar equipe
de trabalho, coordenação, -
8:51 - 8:53timing, improvisação."
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8:53 - 8:55E pusemos os robôs a tocar marimba.
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8:55 - 8:57Marimba, para aqueles como eu,
-
8:57 - 9:00era este grande xilofone de madeira.
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9:00 - 9:03Quando eu estava investigando isto,
-
9:03 - 9:06estudei outros trabalhos
sobre improvisão homem-robô -- -
9:06 - 9:08sim, há outros trabalhos
sobre improvisão homem-robô -- -
9:08 - 9:10e também lembravam
um pouco o jogo de xadrez. -
9:10 - 9:12O humano tocava,
-
9:12 - 9:14o robô analisava o que era tocado,
-
9:14 - 9:16e improvisava sua participação.
-
9:16 - 9:18É o que os músicos denominam
-
9:18 - 9:19por interação de chamada e resposta
-
9:19 - 9:23e isto cabe muito bem em robôs
e em inteligencia artificial. -
9:23 - 9:25Pensei: "Se eu utilizar as mesmas ideias
-
9:25 - 9:28usadas em uma peça teatral
e em estudos de trabalho em equipe, -
9:28 - 9:31talvez eu possa fazer
os robôs improvisarem, -
9:31 - 9:32como em uma banda.
-
9:32 - 9:34Todos tocam a melodia,
respondendo aos demais, -
9:34 - 9:36ninguém para um momento."
-
9:36 - 9:39Tentei fazer as mesmas coisas.
desta vez com a música, -
9:39 - 9:42quando o robô não sabe
o que está prestes a ser tocado. -
9:42 - 9:43Ele apenas mexe o corpo
-
9:43 - 9:45e espera as oportunidades de tocar.
-
9:45 - 9:48Faz o que o minha professora de jazz
ensinou-me quando eu tinha 17 anos. -
9:48 - 9:49Ela dizia que, quando você improvisa,
-
9:49 - 9:52às vezes você não sabe o que está fazendo
e mesmo assim você o faz. -
9:52 - 9:54Então, eu tentei construir um robô
que realmente não sabe o que faz, -
9:54 - 9:55mas o faz mesmo assim.
-
9:55 - 9:58Vejamos alguns segundos
desta apresentação, -
9:58 - 10:01na qual o robô ouve um músico humano
-
10:01 - 10:02e improvisa.
-
10:02 - 10:05E veja como o músico humano
-
10:05 - 10:06responde ao que o robô faz
-
10:06 - 10:10e aproveita seu comportamento.
-
10:10 - 10:13E, em alguns momentos, podemos até
nos surpreender com o que inventam. -
10:13 - 10:57(Música)
-
10:57 - 11:03(Aplausos)
-
11:05 - 11:07Ser um músico não é apenas tocar notas.
-
11:07 - 11:10Se fosse assim,
ninguém iria a um show ao vivo. -
11:10 - 11:12Os músicos também
se comunicam com o corpo, -
11:12 - 11:14com os os outros componentes
da banda, com o público, -
11:14 - 11:16usam o corpo para interpretar a música.
-
11:16 - 11:18Pensei: "Se já temos um robô
músico no palco, -
11:18 - 11:21por que não torná-lo um músico completo?"
-
11:21 - 11:23E comecei a projetar uma cabeça
socialmente expressiva -
11:23 - 11:25para o robô.
-
11:25 - 11:27Na verdade, a cabeça não toca a marimba,
-
11:27 - 11:28apenas interpreta como é a música.
-
11:28 - 11:31Estes são alguns rascunhos em guardanapos
que fiz em um bar em Atlanta, -
11:31 - 11:34localizado perigosamente bem
na metade do caminho -
11:34 - 11:36entre o meu laborotório e a minha casa.
(Risos) -
11:36 - 11:37Eu ficava, em média,
-
11:37 - 11:40entre três e quatro horas por dia, ali.
-
11:40 - 11:41Eu acho. (Risos)
-
11:43 - 11:46Voltei às minhas ferramentas de animação
e tentei imaginar -
11:46 - 11:48não somente como seria
o aspecto de um músico robótico, -
11:48 - 11:51mas, principalmente, o modo
como um ele deveria se movimentar. -
11:51 - 11:54Como mostrar que ele não gosta
do que outra pessoa toca -- -
11:54 - 11:58e talvez mostrar o ritmo que ele “sente”
naquele momento. -
11:58 - 12:02Acabamos por reunir fundos
para construir este robô, o que foi bom. -
12:02 - 12:05Vou mostrar a vocês
a mesma espécie de apresentação, -
12:05 - 12:07agora com uma cabeça
socialmente expressiva. -
12:07 - 12:09E notem uma coisa --
-
12:09 - 12:11como o robô está de fato nos mostrando
-
12:11 - 12:13o rítmo do humano que ele segue.
-
12:13 - 12:16Damos ao humano uma sensação de que
o robô sabe o que faz, -
12:16 - 12:20E também como ele modifica seu movimento,
no instante em que inicia o seu solo. -
12:20 - 12:25(Música)
-
12:25 - 12:28Ele olha para mim, para ter certeza
de que eu o estou ouvindo. -
12:28 - 12:49(Música)
-
12:49 - 12:52Olhe de novo, no acorde final da peça.
-
12:52 - 12:55Desta vez, o robô se comunica
com o seu corpo, -
12:55 - 12:57quando está ocupado e fazendo sua parte.
-
12:57 - 12:59E quando está prestes
-
12:59 - 13:01a coordenar o acorde final comigo.
-
13:01 - 13:16(Música)
-
13:16 - 13:20(Aplausos)
-
13:21 - 13:25Obrigado. Espero que vocês vejam
o quanto isto não totalmente-- -
13:25 - 13:28o quanto esta parte do corpo
que não toca o instrumento -
13:28 - 13:31ajuda de fato o desempenho musical.
-
13:31 - 13:33Já que estamos em Atlanta,
-
13:33 - 13:35é óbvio que algum rapper
-
13:35 - 13:37viria ao nosso laboratório,
em algum momento. -
13:37 - 13:39E veio mesmo um rapper
-
13:39 - 13:41e fez uma pequena
jam section com o robô. -
13:41 - 13:43E aqui, podem ver o robô
-
13:43 - 13:45basicamente acompanhando o rítmo --
-
13:45 - 13:47Notem duas coisas.
Primeira: como é irresistível -
13:47 - 13:50juntar-se ao robô,
quando ele mexe a cabeça. -
13:50 - 13:52Você também sente vontade
de mexer sua cabeça. -
13:52 - 13:56Segunda, embora o rapper esteja
focalizado em seu iPhone, -
13:56 - 13:59assim que o robô volta-se para ele,
o rapper também o faz. -
13:59 - 14:01Embora esteja na periferia da visão,
-
14:01 - 14:04esteja no canto dos olhos,
é muito poderoso. -
14:04 - 14:06A explicação é que não
conseguimos ignorar -
14:06 - 14:09as coisas físicas que se movem
em nosso ambiente. Estamos ligados nisso. -
14:09 - 14:12Se acaso você tiver um problema
com seu companheiro ou sua companheira, -
14:12 - 14:15que olha demais para o iPhone
ou para o smartphone, -
14:15 - 14:18talvez fosse bom ter um robô por perto
para atrair sua atenção. (Risos) -
14:18 - 14:37(Música)
-
14:37 - 14:43(Aplausos)
-
14:45 - 14:47Para apresentar o último robô
-
14:47 - 14:49no qual trabalhamos,
-
14:49 - 14:52nascido de algo surpreendente
que descobrimos: -
14:52 - 14:53em certo momento,
as pessoas não se importam mais -
14:53 - 14:56que o robô seja tão inteligente,
que possa improvisar e ouvir, -
14:56 - 14:59e fazer todas estas coisas
com inteligência incorporada, -
14:59 - 15:01que levei anos para desenvolver.
-
15:01 - 15:04As pessoas gostaram muito
que o robô adorou a música. (Risos) -
15:04 - 15:06Não afirmaram que o robô estava
se mexendo no ritmo da música, -
15:06 - 15:08mas que o robô curtia a música.
-
15:08 - 15:11Pensamos: "Por que
não aproveitar esta ideia?" -
15:11 - 15:14E eu criei uma nova peça de mobiliário.
-
15:14 - 15:16Desta vez, não uma lâmpada de mesa:
uma estação para alto-falante, -
15:16 - 15:19uma daquelas coisas
que você liga ao smartphone. -
15:19 - 15:20Pensei no que aconteceria
-
15:20 - 15:23se a estação de alto-falante não se limitasse
a tocar música para você, -
15:23 - 15:26mas que também a curtisse. (Risos)
-
15:26 - 15:31Então, eis alguns testes de animação
de um estágio inicial. (Risos) -
15:32 - 15:35E esta é a aparência final do produto.
-
15:46 - 15:54("Drop It Like It's Hot")
-
16:09 - 16:12Muitas cabeças balançando.
-
16:12 - 16:16(Aplausos)
-
16:16 - 16:17Muitas cabeças balaçando na plateia,
-
16:17 - 16:20podemos ver que os robôs
influenciam as pessoas. -
16:20 - 16:23E não é somente diversão e jogos.
-
16:23 - 16:25Eu penso que uma das razões
de eu me interessar tanto -
16:25 - 16:29por robôs que usam o corpo para se comunicar,
e usam o corpo para se mexer... -
16:29 - 16:33Vou contar um segredinho que
nós roboticistas escondemos: -
16:33 - 16:36todos vocês um dia terão um robô,
em algum momento na vida. -
16:36 - 16:39Em algum momento,
no futuro, haverá um robô em sua vida. -
16:39 - 16:42Se não for na sua,
será na vida dos seus filhos. -
16:42 - 16:44E desejo que esses robôs sejam
-
16:44 - 16:47mais fluentes,
mais dedicados, mais graciosos -
16:47 - 16:49do que parecem ser atualmente.
-
16:49 - 16:51E para isso, julgo que talvez os robôs
-
16:51 - 16:52precisem parecer menos
com jogadores de xadrez -
16:52 - 16:55e mais parecidos com atores,
mais com músicos. -
16:55 - 16:58Quem sabe eles serão capazes
de se arriscar e de improvisar. -
16:58 - 17:00Quem sabe serão capazes de adivinhar
o que você está prestes a fazer. -
17:00 - 17:04Talvez serão até capazes
de cometer erros e de corrigi-los, -
17:04 - 17:06porque, no fundo, somos humanos.
-
17:06 - 17:09E quem sabe, como os humanos, robôs
que sejam um pouco menos que perfeitos -
17:09 - 17:11sejam exatamente perfeitos para nós.
-
17:11 - 17:12Obrigado.
-
17:12 - 17:16(Aplausos)
- Title:
- Robôs com "alma"
- Speaker:
- Guy Hoffman
- Description:
-
Que tipos de robôs um animador/músico de jazz/especialista em robótica constrói? Brincalhões, que respondem a estímulos, curiosos. Guy Hoffman mostra um filme de demonstração de sua família de robôs fora do comum, incluindo dois robôs que gostam de fazer uma "jam section" com humanos. (Filmado no TEDxJaffa.)
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:38
Gustavo Rocha edited Portuguese, Brazilian subtitles for Robots with "soul" | ||
Leonardo Silva commented on Portuguese, Brazilian subtitles for Robots with "soul" | ||
Leonardo Silva approved Portuguese, Brazilian subtitles for Robots with "soul" | ||
Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for Robots with "soul" | ||
Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for Robots with "soul" | ||
Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for Robots with "soul" | ||
Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for Robots with "soul" | ||
Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for Robots with "soul" |
Leonardo Leidens
De alguma maneira, o TED não permitiu que eu aprovasse as legendas pois dizia que algumas linhas estavam vazias. Por algum problema, não conseguia excluir as linhas sem comprometer todo o projeto. A única opção foi reenviar a tradução para o sr. Ruy. Entretanto, está tudo correto e fiz as alterações necessárias (mínimas, somente uma ou outra pontuação). Aguardo a finalização da tarefa.
Leonardo Silva
O palestrante fala rápido, o que torna o trabalho de tradução e de legenda mais complicado. Parabéns ao tradutor e ao revisor: pela tradução, pelo trabalho que tiveram e empenho nesta tradução. Keep up the good work! :)