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A fronteira final | Peter Fenwick | TEDxBerlin

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    Peter Fenwick: Boa tarde.
  • 0:09 - 0:10
    (Risos)
  • 0:11 - 0:12
    Esta...
  • 0:13 - 0:15
    é a fronteira final.
  • 0:18 - 0:22
    Todos vão morrer.
  • 0:25 - 0:29
    A maioria de vocês está com medo.
  • 0:31 - 0:33
    Por que estão com medo?
  • 0:34 - 0:37
    Porque não sabem o que vai acontecer.
  • 0:39 - 0:42
    Acho que muitos pensam que vai ser assim:
  • 0:44 - 0:47
    que o ceifador virá te buscar.
  • 0:48 - 0:49
    Não será assim.
  • 0:50 - 0:53
    Seria mais parecido
    com o homem no desenho que diz:
  • 0:53 - 0:55
    "Pensei que seria minha mãe".
  • 0:55 - 0:59
    Na verdade, nossas pesquisas mostram
    que provavelmente será sua mãe
  • 0:59 - 1:02
    ou um grupo de parentes já falecidos,
  • 1:02 - 1:03
    falecidos e felizes,
  • 1:03 - 1:05
    que virão te buscar.
  • 1:06 - 1:10
    Então, o que realmente
    sabemos sobre morrer?
  • 1:13 - 1:14
    Nos anos de 1970,
  • 1:14 - 1:20
    Raymond Moody publicou
    um livro fantástico,
  • 1:20 - 1:24
    que conta histórias maravilhosas
    sobre pessoas, nos Estados Unidos,
  • 1:25 - 1:27
    que, após uma parada cardíaca, voltaram,
  • 1:27 - 1:32
    dizendo que tinham atravessado um túnel,
    e encontrado um ser de luz,
  • 1:32 - 1:33
    esse tipo de coisa.
  • 1:33 - 1:36
    Sério? Isso é bobagem!
  • 1:37 - 1:39
    Isso foi na Califórnia.
  • 1:39 - 1:44
    Isso jamais aconteceria no Reino Unido.
  • 1:45 - 1:50
    Então, imaginem a minha surpresa
    ao ver um paciente no meu consultório
  • 1:50 - 1:54
    que teve um cateter cardíaco falho
  • 1:54 - 1:57
    e passou por uma
    experiência de quase-morte.
  • 1:57 - 2:02
    Foi o momento em que percebi
    que, de fato, essas coisas acontecem.
  • 2:02 - 2:05
    Mas foi muito mais importante que isso.
  • 2:05 - 2:08
    Se o que esse homem
    estava dizendo era verdade,
  • 2:08 - 2:13
    então podemos começar a pensar
    o que a morte pode realmente significar.
  • 2:15 - 2:19
    Tive que começar a estudar
    e investigar a morte.
  • 2:20 - 2:23
    Em primeiro lugar, o que aconteceu
    foi uma experiência de quase-morte.
  • 2:24 - 2:27
    Descobri que isso, de fato,
    acontece na Inglaterra.
  • 2:27 - 2:31
    Entrei em vários hospitais
    e falei com as pessoas,
  • 2:31 - 2:36
    e então apareci na BBC
    e dois filmes nos anos 1980,
  • 2:36 - 2:42
    e recebi mais de 2 mil cartas.
  • 2:43 - 2:44
    Lembram-se das cartas?
  • 2:44 - 2:46
    Elas são divertidas, dá para lê-las.
  • 2:46 - 2:48
    (Risos)
  • 2:48 - 2:52
    Essas cartas foram escritas por pessoas
  • 2:52 - 2:58
    que nunca tinham contado
    sobre suas experiências.
  • 2:58 - 3:01
    Por quê? Porque ficaram muito assustadas.
  • 3:01 - 3:05
    Contaram para seus cônjuges,
    que não ficaram interessados.
  • 3:05 - 3:08
    Contaram para seus amigos
    quem os chamavam de loucos.
  • 3:08 - 3:12
    Então, sentiram-se muito aliviados
    em poder escrever suas experiências,
  • 3:12 - 3:16
    e fiquei muito satisfeito,
    porque pude estudar as histórias
  • 3:16 - 3:20
    e entender essas experiências
    de quase-morte.
  • 3:21 - 3:23
    O que descobri é que são, de fato,
  • 3:24 - 3:28
    muito semelhantes às contadas
    por Raymond Moody.
  • 3:29 - 3:32
    Primeiramente, você deixa de sentir dor,
  • 3:32 - 3:33
    se estiver com dor.
  • 3:33 - 3:35
    Você então fica muito tranquilo.
  • 3:35 - 3:40
    Depois, algumas pessoas deixam o corpo
    e outras atravessam um túnel,
  • 3:41 - 3:44
    um túnel fascinante e que pode variar,
  • 3:44 - 3:47
    e no final dele, há um pontinho de luz.
  • 3:47 - 3:50
    Se conseguir se mover
    em direção ao pontinho de luz,
  • 3:50 - 3:53
    verá que ele fica cada vez
    maior e mais brilhante.
  • 3:53 - 3:55
    Ao entrar na luz,
  • 3:55 - 4:00
    ela te envolve como
    uma experiência de luz plena.
  • 4:00 - 4:04
    É calmante, compassiva,
  • 4:04 - 4:08
    amorosa, solidária e incrível.
  • 4:08 - 4:11
    E dentro dessa luz existe o ser da luz,
  • 4:11 - 4:15
    que pode ou não falar com você.
  • 4:15 - 4:20
    Então, talvez você passe
    por uma revisão de vida.
  • 4:20 - 4:23
    Você sai da luz e pode rever a vida.
  • 4:23 - 4:24
    Isso é muito interessante,
  • 4:24 - 4:29
    porque pode ver exatamente
    o que você fez na sua vida
  • 4:29 - 4:34
    e rever todas as coisas que fez
    e entender o motivo delas.
  • 4:36 - 4:38
    Então você entra em um lugar,
  • 4:38 - 4:41
    que em nossa cultura, no Reino Unido,
  • 4:41 - 4:44
    é geralmente um jardim rural inglês.
  • 4:44 - 4:46
    Oh, vamos lá, é lindo!
  • 4:46 - 4:47
    (Risos)
  • 4:47 - 4:50
    Lindas flores e pássaros cantando.
  • 4:52 - 4:58
    Garanto a vocês que lá não existe
    nenhuma aranha ou cobra.
  • 4:58 - 4:59
    É uma experiência maravilhosa.
  • 4:59 - 5:03
    Seus parentes já falecidos
    caminham pelo jardim.
  • 5:03 - 5:05
    Eles te cumprimentam.
  • 5:05 - 5:07
    Alguns deles te mandam de volta.
  • 5:07 - 5:12
    Aí você chega a um ponto
    onde percebe um tipo de fronteira,
  • 5:12 - 5:15
    e se cruzá-la, não terá volta.
  • 5:16 - 5:20
    Isso é importante porque, naquela altura,
    você tem que tomar uma decisão:
  • 5:20 - 5:22
    continuar para nunca mais voltar,
  • 5:22 - 5:24
    ou retornar.
  • 5:24 - 5:26
    Algumas pessoas decidem retornar
  • 5:26 - 5:29
    porque têm família, filhos, algo assim.
  • 5:29 - 5:34
    Outras são enviadas de volta
    pelo ser da luz.
  • 5:34 - 5:39
    E para outras, os parentes dirão:
    "Volta, ainda não é sua hora".
  • 5:39 - 5:46
    Então, as pessoas se veem
    de volta no hospital.
  • 5:47 - 5:50
    O que causa a experiência de quase-morte?
  • 5:51 - 5:55
    Doenças, cirurgias, acidentes, tudo isso.
  • 5:55 - 5:59
    Mas isso não ajuda muito.
  • 6:00 - 6:04
    As funções cerebrais dessas pessoas
    não podem ser estudadas
  • 6:04 - 6:07
    se são tiradas do acidente ou parto.
  • 6:07 - 6:08
    São todos diferentes.
  • 6:08 - 6:14
    Então, é preciso que o cérebro
    esteja no mesmo estado.
  • 6:15 - 6:18
    Os casos mais óbvios
    são os ataques cardíacos.
  • 6:18 - 6:23
    Obviamente, no ataque cardíaco,
    o coração para, não há respiração,
  • 6:23 - 6:26
    e os reflexos do tronco cerebral se foram.
  • 6:27 - 6:29
    Você está clinicamente morto.
  • 6:29 - 6:32
    Sabemos em que estado está o cérebro.
  • 6:32 - 6:36
    Por isso é um modelo muito bom
  • 6:36 - 6:39
    para observar experiências de quase-morte.
  • 6:39 - 6:42
    Em nossa pesquisa,
    mais ou menos 9% das pessoas
  • 6:42 - 6:45
    tiveram experiências de quase-morte
    durante seu ataque cardíaco.
  • 6:46 - 6:48
    Será que era verdade?
  • 6:48 - 6:50
    É possível observar isso no hospital?
  • 6:50 - 6:54
    Para isso, montamos um estudo
    no hospital de Southampton.
  • 6:54 - 6:57
    Observamos 69 pessoas
    que tiveram parada cardíaca
  • 6:57 - 7:02
    e quase 9% delas tinham passado
    por uma experiência de quase-morte.
  • 7:02 - 7:03
    Como foi isso?
  • 7:03 - 7:05
    Agora, podíamos investigar isso.
  • 7:05 - 7:07
    São muito parecidas com as que vimos.
  • 7:07 - 7:12
    Sim, isso ocorre com paradas cardíacas.
  • 7:13 - 7:16
    Se isso for verdade, quando ocorre?
  • 7:17 - 7:19
    Quem passou por uma experiência
    de quase-morte
  • 7:19 - 7:22
    diz que ela ocorre
    no estado de inconsciência.
  • 7:22 - 7:27
    Se for verdade que essas experiências
    podem acontecer no estado de inconsciência
  • 7:27 - 7:29
    e seu cérebro não estiver funcionando,
  • 7:29 - 7:34
    então isto é um modelo muito bom
    para o início da morte.
  • 7:34 - 7:39
    A ciência diz: "Isso é impossível,
    é ridículo. Fenwick, vá para casa!"
  • 7:40 - 7:45
    Porque o argumento é que a consciência
  • 7:45 - 7:46
    é criada pelo cérebro.
  • 7:47 - 7:50
    Então, se estou dizendo
    que o cérebro não está funcionando
  • 7:50 - 7:51
    e há consciência lá,
  • 7:51 - 7:56
    isso não cabe bem
    no paradigma científico moderno.
  • 7:56 - 7:59
    Então, investigamos mais um pouco.
  • 7:59 - 8:05
    Fiz um desenho ilustrando
    o que acontece com a consciência
  • 8:06 - 8:08
    quando o coração para.
  • 8:08 - 8:11
    Podem ver que a consciência
    é elevada no começo.
  • 8:11 - 8:16
    O coração para, há uma queda rápida
    da consciência para a inconsciência.
  • 8:16 - 8:19
    Então a experiência
    não pode acontecer nesse momento.
  • 8:19 - 8:23
    Quando o coração volta a bater,
    existe um estado de confusão.
  • 8:23 - 8:27
    As pessoas não sabem onde estão,
    nem o que aconteceu.
  • 8:27 - 8:31
    Mas a experiência de quase-morte
    é muito lúcida, muito clara.
  • 8:32 - 8:37
    Esse estado de confusão
    não pode acontecer naquele momento.
  • 8:37 - 8:39
    Então, em que momento isso acontece?
  • 8:39 - 8:43
    Quem já passou pela experiência diz
    que acontece no estado de inconsciência.
  • 8:43 - 8:48
    Podemos argumentar, então,
    que possivelmente estão certos
  • 8:48 - 8:50
    e que acontece naquele estado.
  • 8:50 - 8:52
    Precisam entender
  • 8:52 - 8:55
    que isso é contra nossa
    compreensão atual da ciência,
  • 8:55 - 8:58
    mas mesmo assim, acompanham os dados,
  • 8:58 - 9:02
    não o modelo atual,
    se isso parece estar errado.
  • 9:02 - 9:05
    Se o que estou dizendo está correto,
  • 9:05 - 9:09
    significa que a experiência
    de quase-morte é um bom modelo
  • 9:09 - 9:10
    no processo de morte.
  • 9:10 - 9:12
    Todos podem concordar com isso.
  • 9:12 - 9:18
    Então, vejamos como é o processo de morte.
  • 9:18 - 9:24
    Fomos para asilos,
  • 9:25 - 9:28
    casas de repouso.
  • 9:28 - 9:30
    Conversamos com equipes
    de cuidados paliativos.
  • 9:30 - 9:34
    Fizemos isso no Reino Unido e na Holanda,
  • 9:34 - 9:37
    e nosso questionário
    foi mandado para a Irlanda.
  • 9:37 - 9:40
    Levantamos muitas ideias
  • 9:40 - 9:44
    sobre o que realmente acontece
    no momento da morte.
  • 9:44 - 9:50
    Mas muito mais do que isso, fui ao rádio
    e televisão e colhi depoimentos.
  • 9:50 - 9:56
    Tenho mais de 1,5 mil depoimentos
    sobre a experiência de quase-morte.
  • 9:56 - 10:01
    Vou contar alguns desses depoimentos,
  • 10:01 - 10:04
    sobre o que acontece quando morre.
  • 10:04 - 10:08
    Vou começar com a primeira fase:
  • 10:08 - 10:10
    as premonições.
  • 10:10 - 10:15
    Aqui está um depoimento de alguém
    que teve uma premonição,
  • 10:15 - 10:17
    o que significa que você
    sabe que vai morrer.
  • 10:20 - 10:25
    "Fiquei intrigado quando meu marido,
    que era jovem e saudável,
  • 10:25 - 10:29
    de repente começou a colocar
    todos os seus negócios em dia."
  • 10:29 - 10:31
    Então, ele é jovem e tem uma família.
  • 10:31 - 10:35
    "Ele escreveu seu testamento
    e me disse que ia morrer.
  • 10:36 - 10:38
    Eu não levei a sério.
  • 10:38 - 10:44
    Mas três meses depois, durante um voo
    de rotina, o avião no qual viajava caiu."
  • 10:44 - 10:49
    Então, ele realmente morreu e parece
    que isso foi um aviso para ele.
  • 10:49 - 10:54
    Ele também disse que tinha feito tudo
    que precisava fazer neste mundo,
  • 10:54 - 10:57
    embora não entendi
    exatamente o que quis dizer.
  • 10:57 - 10:59
    Então, vou demonstrar isso.
  • 10:59 - 11:03
    As premonições estão à esquerda da tela.
  • 11:03 - 11:08
    É a primeira fase no processo da morte.
  • 11:08 - 11:14
    Outra ocorrência muito frequente
    são as visões no leito de morte.
  • 11:14 - 11:18
    Elas existem em todas as culturas,
    e não especificamente na nossa.
  • 11:19 - 11:23
    Seu conteúdo tende a seguir
    a cultura até certo ponto,
  • 11:23 - 11:26
    mas são realmente fascinantes
    em nossa cultura.
  • 11:28 - 11:31
    O que geralmente acontece
    é que algum parente já falecido
  • 11:31 - 11:37
    entra no quarto e conversa com você.
  • 11:37 - 11:39
    São muito solidários e prestativos.
  • 11:39 - 11:42
    Dizem que estarão ao seu lado
    na hora de sua morte.
  • 11:43 - 11:45
    Aqui tenho uma história.
  • 11:47 - 11:49
    Só para recordar,
  • 11:49 - 11:52
    vocês conhecem aquele afresco de Giotto?
  • 11:53 - 11:56
    Ser como São Francisco
    é o desejo de todo homem:
  • 11:56 - 11:59
    cercado por anjos adoráveis.
  • 12:00 - 12:02
    Mas, não somos São Francisco.
  • 12:02 - 12:06
    Vou contar os tipos
    de histórias que recebemos.
  • 12:07 - 12:11
    "Ela passou cerca de quatro horas
    conversando com dois homens..."
  • 12:11 - 12:13
    isso foi numa casa de repouso
  • 12:13 - 12:17
    "...mudando o olhar
    entre dois pontos fixos.
  • 12:17 - 12:21
    Um deles era seu irmão,
    falecido no ano anterior,
  • 12:21 - 12:26
    e o outro era alguém mais velho,
    talvez o avô dela.
  • 12:26 - 12:29
    Durante todo esse tempo,
    ela estava muito animada, feliz
  • 12:29 - 12:33
    e extremamente lúcida,
    ao contrário do resto do tempo.
  • 12:34 - 12:37
    A conversa terminou
    com ela acenando adeus para eles".
  • 12:37 - 12:38
    Quem vê isso?
  • 12:38 - 12:40
    Quem está morrendo, é claro.
  • 12:40 - 12:42
    Às vezes quem vê são os parentes,
  • 12:42 - 12:47
    mais frequentemente as crianças,
    e ocasionalmente os funcionários do asilo.
  • 12:47 - 12:50
    Geralmente são vistas
    por quem está perto de morrer.
  • 12:50 - 12:53
    Então, as visões no leito de morte
    são a próxima fase.
  • 12:53 - 12:56
    Mas uma coisa precisam saber e lembrar
  • 12:56 - 12:59
    é que alguns desses parentes falecidos
    dizem que voltaram
  • 12:59 - 13:05
    num determinado dia para ajudá-lo
    a cruzar a fronteira na hora de sua morte.
  • 13:05 - 13:06
    E se você sabe disso,
  • 13:06 - 13:09
    pode perguntar a eles se voltarão depois.
  • 13:09 - 13:12
    Pode negociar com eles.
  • 13:12 - 13:15
    Não porque você quer ir
    a uma festa ou algo assim,
  • 13:15 - 13:20
    mas talvez para esperar a chegada
    de algum membro da família.
  • 13:20 - 13:22
    E eles esperarão.
  • 13:23 - 13:28
    Então, a outra coisa que acontece
  • 13:28 - 13:32
    é, para mim, uma das mais interessantes.
  • 13:32 - 13:35
    Vocês se lembram quando falei
    sobre esse lugar que as pessoas entram
  • 13:35 - 13:37
    onde há amor, luz e compaixão?
  • 13:37 - 13:39
    Isso é exatamente o que encontramos.
  • 13:39 - 13:44
    Algumas pessoas entram e saem
    do que chamam de "outra realidade".
  • 13:44 - 13:46
    Como é essa realidade?
  • 13:46 - 13:48
    Muito parecida com
    a qual eu estava explicando.
  • 13:48 - 13:51
    Só que dessa vez, há seres espirituais,
  • 13:51 - 13:53
    são parentes já falecidos,
  • 13:53 - 13:57
    e todos dizem que te ajudarão
    na travessia quando você morrer.
  • 13:58 - 14:03
    Este o tipo de história que recebemos:
  • 14:04 - 14:08
    "Meu pai estava ao lado
    da cama do pai dele,
  • 14:08 - 14:10
    profundamente angustiado,
  • 14:10 - 14:13
    mas meu avô disse baixinho a ele:
  • 14:13 - 14:16
    'Não se preocupe, Leslie, estou bem.
  • 14:16 - 14:18
    Estou vendo coisas muito bonitas aqui,
  • 14:18 - 14:20
    e você não deve se preocupar.'
  • 14:20 - 14:23
    E ele morreu lúcido e em paz."
  • 14:23 - 14:25
    É muito bom saber disso, não é?
  • 14:25 - 14:29
    Não é aquela escuridão horrível
    que vocês imaginam.
  • 14:29 - 14:32
    É bem diferente disso.
  • 14:35 - 14:38
    Então este é um exemplo
    da realidade alternativa.
  • 14:38 - 14:44
    Eles descrevem como sendo muito bonito,
    flores por toda parte, luz e amor.
  • 14:46 - 14:50
    Então vamos para a parte da morte.
  • 14:53 - 14:57
    A morte é extremamente fascinante.
  • 14:58 - 15:00
    As coisas que acontecem são incríveis.
  • 15:00 - 15:04
    Uma delas mostra nossa conectividade,
  • 15:05 - 15:08
    ou nossa interconectividade.
  • 15:08 - 15:10
    E as coincidências que ocorrem
    na hora da morte
  • 15:10 - 15:14
    são uma das principais características.
  • 15:14 - 15:18
    Em nossas pesquisas,
    numa dessas coincidências da morte,
  • 15:18 - 15:22
    a pessoa, até meia hora depois de morrer,
    mas principalmente no momento exato,
  • 15:22 - 15:28
    entra em contato com alguém
    de quem está emocionalmente próximo,
  • 15:28 - 15:31
    alguém que não podia estar junto
    na hora de sua morte
  • 15:31 - 15:34
    ou alguém que conhece muito bem
    e de quem quer se despedir.
  • 15:35 - 15:39
    Aqui está uma dessas histórias.
    Vejam se vocês gostam.
  • 15:40 - 15:45
    "Papai me disse que ele acordou
    durante a noite vendo um pilar de luz
  • 15:45 - 15:47
    ao lado de sua cama.
  • 15:47 - 15:52
    Enquanto observava, o pilar
    de luz se abriu e seu filho apareceu
  • 15:52 - 15:55
    para contar que tinha falecido,
    mas que estava tudo bem.
  • 15:56 - 16:03
    Ele disse adeus, reentrou na luz
    que então desapareceu lentamente."
  • 16:03 - 16:07
    Muitas vezes, você recebe uma mensagem;
    a que contei aconteceu num sonho.
  • 16:07 - 16:09
    São lúcidas, são narrativas.
  • 16:09 - 16:10
    Mas se estiver acordado,
  • 16:10 - 16:15
    você sente que algo
    muito importante aconteceu.
  • 16:15 - 16:17
    Você tem que telefonar.
  • 16:17 - 16:21
    Às vezes essa mesma pessoa
    vai te dar uma mensagem
  • 16:21 - 16:24
    enquanto você estiver acordado,
    mas isso não é tão comum.
  • 16:24 - 16:27
    Geralmente é uma emoção muito forte.
  • 16:28 - 16:33
    Então, vamos considerar o que realmente
    acontece no momento da morte,
  • 16:33 - 16:35
    e por que eu digo que é tão interessante.
  • 16:35 - 16:36
    Os relógios param.
  • 16:37 - 16:40
    Não sei se aqui na Alemanha vocês conhecem
    a canção "My Grandfather's Clock",
  • 16:40 - 16:41
    acho que não,
  • 16:41 - 16:43
    sobre o relógio do vovô
    que parou de funcionar
  • 16:43 - 16:45
    quando o velho morreu.
  • 16:45 - 16:47
    Os relógios mecânicos param,
  • 16:47 - 16:50
    relógios de pulso param,
    mostrando a hora da morte.
  • 16:50 - 16:53
    Os relógios eletrônicos param? Sim, param.
  • 16:53 - 16:55
    Conhecemos casos assim também.
  • 16:55 - 16:59
    Então, existe alguma ligação
    entre o relógio e a pessoa.
  • 16:59 - 17:00
    Animais.
  • 17:01 - 17:05
    Se tem um relacionamento próximo
    com o seu bicho de estimação,
  • 17:05 - 17:07
    que está longe de você,
    por exemplo, em casa,
  • 17:07 - 17:11
    então, muitas vezes, ele aparece
    na hora de sua morte.
  • 17:11 - 17:13
    Tenho uma história adorável.
  • 17:14 - 17:18
    Aqui vocês podem ver Fluke,
    um labrador preto, com o Derek.
  • 17:18 - 17:20
    Tinham um relacionamento muito próximo.
  • 17:21 - 17:25
    Fluke morreu cinco anos antes de Derek.
  • 17:26 - 17:28
    Nos últimos dias,
  • 17:29 - 17:35
    Fluke foi visto por Derek
    no seu quarto na casa de repouso.
  • 17:36 - 17:39
    A esposa dele escreveu em sua carta
    que ela desejava muito
  • 17:39 - 17:43
    que Fluke estivesse lá
    para ajudar Derek na sua travessia.
  • 17:44 - 17:50
    Uma das coisas mais fascinantes,
    para mim, é a luz na hora da morte.
  • 17:50 - 17:56
    Você recebe uma luz radiante
    que brilha ao seu redor
  • 17:56 - 18:01
    e pode ser vista brilhando
    do lado de fora do quarto.
  • 18:01 - 18:06
    Na hora da morte, a pessoa
    pode ser transformada pela luz,
  • 18:06 - 18:10
    e você pode ver a luz no quarto.
  • 18:10 - 18:14
    Se, por acaso, ao entrar na luz,
  • 18:14 - 18:18
    você sentirá uma qualidade espiritual
    de amor e compaixão.
  • 18:18 - 18:23
    Aqui está uma bela história,
    contada a mim por um capelão hospitalar.
  • 18:24 - 18:28
    "Às vezes eu via uma luz num canto,
  • 18:29 - 18:31
    como a luz de velas.
  • 18:31 - 18:35
    É uma luz dourada, não uma luz elétrica.
  • 18:36 - 18:39
    Não é como a luz hospitalar.
  • 18:40 - 18:44
    É como uma luz de vela
    e só aparece algumas vezes.
  • 18:46 - 18:48
    A luz some na hora da morte.
  • 18:49 - 18:51
    Eles dão seu último suspiro,
  • 18:51 - 18:53
    e enquanto tudo se acalma,
  • 18:53 - 18:55
    a luz se apaga."
  • 18:55 - 18:59
    Então, essas coisas acontecem.
  • 18:59 - 19:03
    O que queremos dizer
    com "ter uma boa morte"?
  • 19:03 - 19:08
    Significa que você
    realmente sabe o que quer.
  • 19:08 - 19:13
    É por isso que é tão importante
    que todos vocês ouçam o que eu disse.
  • 19:15 - 19:17
    Vocês realmente querem que seja assim?
  • 19:17 - 19:19
    Querem?
  • 19:19 - 19:22
    Presos a tubos e fios.
  • 19:22 - 19:24
    Não é um cenário espiritual.
  • 19:24 - 19:28
    Não é um lugar onde se possa relaxar
    no processo de morte.
  • 19:29 - 19:30
    Lá, eles não têm tempo para você.
  • 19:30 - 19:33
    Eles estão ajudando os vivos,
    então o que você está fazendo lá?
  • 19:34 - 19:37
    Então, certifique-se de que isso
    não vai acontecer com você.
  • 19:38 - 19:42
    Morrer em casa ou numa casa de repouso
    significa, para mim, uma boa morte.
  • 19:42 - 19:44
    É assim:
  • 19:44 - 19:48
    é onde você recebe um cuidado espiritual
    e onde os parentes podem te visitar,
  • 19:48 - 19:52
    mas muito mais importante,
    onde os netos podem te visitar.
  • 19:52 - 19:56
    Podem até brincar em cima da cama
    se você não estiver muito doente.
  • 19:56 - 20:02
    É muito importante que percebam
    que a morte faz parte da vida.
  • 20:03 - 20:04
    É verdade.
  • 20:04 - 20:07
    Uma boa vida leva a uma boa morte.
  • 20:07 - 20:10
    Então, para resumir.
  • 20:10 - 20:14
    Em poucas palavras,
    se preparem para uma boa morte.
  • 20:14 - 20:18
    Ensine as pessoas, incluindo as crianças,
    a não ter medo da morte.
  • 20:18 - 20:21
    Muitos de vocês têm filhos
    e muitos deles têm hamsters.
  • 20:21 - 20:23
    Muitos hamsters morrem.
  • 20:23 - 20:26
    Podem usar isso como uma oportunidade
    para falar sobre a morte.
  • 20:27 - 20:30
    Aprendam o que pode acontecer
    a vocês quando morrem.
  • 20:31 - 20:33
    Preparam-se para a morte.
  • 20:33 - 20:36
    Não limpem apenas o seu sótão,
    mas melhorem seus relacionamentos.
  • 20:36 - 20:38
    E lembrem-se:
  • 20:41 - 20:43
    uma das coisas mais difíceis da morte
  • 20:43 - 20:47
    são os relacionamentos
    familiares estressantes.
  • 20:47 - 20:49
    Isso faz com que a morte
    seja estressante.
  • 20:49 - 20:51
    Então resolvam tudo antes.
  • 20:52 - 20:53
    Discutam a morte,
  • 20:53 - 20:56
    não varram para debaixo do tapete.
  • 20:57 - 21:02
    A fronteira final pode não ser
    tão assustadora quanto vocês pensam.
  • 21:02 - 21:04
    Então, não é preciso ter medo.
  • 21:05 - 21:10
    O importante disso tudo é que todos
    ou alguns de vocês dirão:
  • 21:10 - 21:13
    "Não sei sei se realmente
    acredito neste homem".
  • 21:13 - 21:15
    Pergunte aos seus amigos.
  • 21:15 - 21:18
    Vou fazer uma experiência
    agora com vocês.
  • 21:18 - 21:20
    Gostaria de saber
  • 21:20 - 21:24
    quantos conhecem ou tiveram
    experiências de quase-morte?
  • 21:24 - 21:30
    Quero saber quantos conhecem algum parente
  • 21:30 - 21:34
    que teve algum tipo de experiência assim?
  • 21:34 - 21:35
    Entenderam?
  • 21:35 - 21:40
    Então, alguém que conheça uma história
    de qualquer uma dessas experiências,
  • 21:40 - 21:42
    eu quero que levante a mão.
  • 21:42 - 21:44
    Me disseram que o público alemão
    às vezes não levanta.
  • 21:44 - 21:46
    Levantem a mão!
  • 21:46 - 21:48
    Olhem isso!
  • 21:49 - 21:52
    E dizem que essas coisas não acontecem!
  • 21:53 - 21:55
    Obrigado a todos vocês.
  • 21:56 - 22:02
    Então agora, deixem-me falar um pouquinho
  • 22:02 - 22:04
    sobre a fronteira final.
  • 22:04 - 22:06
    Escolhi duas histórias.
  • 22:07 - 22:11
    O grande inventor Edison,
    apenas algumas horas antes de sua morte,
  • 22:11 - 22:15
    saiu de um coma, abriu os olhos,
  • 22:16 - 22:18
    olhou para cima e disse:
  • 22:19 - 22:22
    "É muito bonito lá".
  • 22:23 - 22:25
    Isso foi um pouco antes de morrer.
  • 22:25 - 22:29
    E essa história, todos conhecem,
    mas quero que participem
  • 22:29 - 22:32
    só para mostrar que entenderam.
  • 22:32 - 22:36
    Steve Jobs, de acordo com sua irmã,
  • 22:36 - 22:40
    na hora da morte, olhou para o longe,
  • 22:40 - 22:45
    e disse maravilhado: "Uau, uau!"
  • 22:45 - 22:50
    Para provar que entenderam
    tudo que falei,
  • 22:50 - 22:52
    que entenderam a mensagem de esperança,
  • 22:52 - 22:56
    quero que todos vocês se juntem
    a mim no terceiro "uau".
  • 22:56 - 22:58
    Vou contar até três.
  • 22:58 - 23:00
    Um, dois, três: "Uau!" Certo, vamos?
  • 23:00 - 23:03
    Um, dois, três:
  • 23:03 - 23:05
    Plateia: "Uau!"
  • 23:05 - 23:06
    PF: Eiii!
  • 23:06 - 23:07
    (Risos)
  • 23:07 - 23:09
    (Aplausos)
Title:
A fronteira final | Peter Fenwick | TEDxBerlin
Description:

O que realmente sabemos sobre a morte, ou como dizem: "a travessia da fronteira final?" O neuropsiquiatra e neurofisiologista Peter Fenwick, conhecido por seus estudos sobre as experiências de quase-morte (EQMs), nos conta histórias sobre como pode ser nossa última grande jornada e que devemos nos preparar para isso. "Uma boa vida leva a uma boa morte," diz ele.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
23:12

Portuguese, Brazilian subtitles

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