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Carl Jung speaks about Death

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    Lembro de você ter dito que a morte é, psicologicamente,
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    tão importante quanto o nascimento
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    e, como ela, é parte integral da vida
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    mas, de verdade, não pode ser como o nascimento
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    porque é um fim
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    sim, se ela for um fim.
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    e ainda não estamos exatamente certos desse fim.
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    Porque, veja, há essas faculdades peculiares da psique
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    que não estão inteiramente confinadas ao tempo e espaço
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    você pode ter sonhos e visões do futuro
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    pode enxergar além das esquinas, e coisas assim
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    só os ignorantes negam esses fatos
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    é bem evidente que existem e que sempre existiram.
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    esses fatos mostram que a psique, em partes pelo menos
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    não depende desses confinamentos.
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    E então o que?
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    Quando a psique não está sob essa obrigação
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    de viver só no tempo e no espaço, e obviamente não está
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    então, até esse ponto,
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    a psique não está subjugada a essas regras...
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    e isso significa praticamente continuação da vida
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    de uma tipo de existência psíquica
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    além do tempo e do espaço.
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    Você mesmo acredita que a morte é provavelmente o fim de tudo?
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    ou você acredita...?
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    Bem... não sei
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    Veja, a palavra "acreditar" é uma coisa difícil pra mim
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    Eu não "acredito"
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    Devo ter uma razão... para certas hipóteses
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    uma vez que sei algo, então sei, não preciso acreditar.
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    se eu... eu não me permito, por exemplo
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    acreditar nas coisas só por acreditar
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    eu posso acreditar, mas
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    quando há razões suficientes para uma certa hipótese
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    eu devo aceitar
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    devo dizer que devemos reconhecer a possibilidade disso
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    por causa disso e disso
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    Bem, você nos disse que devemos considerar a morte
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    como um objetivo...
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    Sim.
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    e fugir dela é esquivar-se da vida e de seus propósitos.
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    Sim.
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    Que conselho você daria às pessoas
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    que estão em sua vida mais adiantada
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    que lhes possibilitaria realizar isso
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    quando a maioria delas devem acreditar
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    que a morte é o fim de tudo?
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    Bem, veja, eu tratei muita gente idosa
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    e é muito interessante observar
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    o que a consciência delas está fazendo com o fato que
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    estão aparentemente ameaçadas por um fim completo
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    Esse fato é desconsiderado.
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    A vida se comporta como se fosse continuar.
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    Então acho que é melhor para as pessoas idosas
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    continuarem vivendo
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    irem em frente, para o dia seguinte
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    como se ainda fosse viver por séculos
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    então viverão corretamente
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    mas quando ficam com medo, quando não olha adiante
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    quando olha pra trás, ela te petrifica
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    fica duro e morre antes do tempo.
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    mas quando vive olhando em frente,
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    para a grande aventura à frente
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    então vive
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    e trata-se do que o inconsciente quer fazer
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    claro que é bastante óbvio que todos iremos morrer
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    e que é um triste 'finale' de tudo
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    mas, ainda assim
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    há algo dentro de nós que não acredita nisso,
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    aparentemente.
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    mas isso é quase um fato, um fato psicológico
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    não significa para mim que algo está provado.
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    é simplesmente assim.
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    Por exemplo, posso não saber porque precisamos de sal,
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    mas preferimos comer sal também
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    porque nos faz sentir bem
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    e pensando de certa maneira
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    você realmente se sente melhor
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    e se você pensar de acordo com as linhas da natureza
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    você pensa corretamente.
Title:
Carl Jung speaks about Death
Description:

Carl Gustav Jung was a Swiss psychiatrist, influential thinker, and founder of analytical psychology. Here he speaks about Death and the Human Psyche.

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Video Language:
English
Duration:
04:29
_dharmalog added a translation

Portuguese, Brazilian subtitles

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