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Adoro ser agente da polícia, mas precisamos de uma reforma

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    Tenho sido agente da polícia
    há muito tempo.
  • 0:04 - 0:08
    Estão a ver estas notas na minha mão
    porque também sou um pastor negro.
  • 0:10 - 0:11
    (Risos)
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    Se sabem qualquer coisa
    a respeito de pastores negros
  • 0:14 - 0:16
    acabamos já e depois continuamos
    por mais 20 minutos. Amém?
  • 0:16 - 0:18
    (Risos)
  • 0:18 - 0:20
    É que preciso disso para continuar.
  • 0:20 - 0:22
    Tenho sido agente da polícia
    durante muito tempo.
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    Venho de antes da tecnologia
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    A sério, antes dos "pagers",
  • 0:26 - 0:27
    (Risos)
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    Riam se quiserem,
    estou a dizer a verdade.
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    Antecedi a guerra contra os nossos iguais.
    ou seja, a Guerra contra as Drogas.
  • 0:35 - 0:36
    Eu antecedi tudo isso.
  • 0:36 - 0:37
    Sou muito antigo
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    e passei por altos e baixos.
  • 0:39 - 0:41
    Passei por tempos bons e maus.
  • 0:41 - 0:46
    Apesar disso, continuo a gostar muito
    de ser um agente da polícia.
  • 0:46 - 0:50
    Gosto de ser polícia, porque,
    para mim, foi sempre uma vocação
  • 0:50 - 0:52
    nunca foi um emprego.
  • 0:52 - 0:54
    Apesar disso,
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    acredito que
    as forças da lei estão em crise.
  • 1:00 - 1:01
    É uma crise visível
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    e dura há muitos anos.
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    Apesar de nós, agentes da lei dizermos:
  • 1:08 - 1:10
    "Querem saber?
    Não podemos evitar isso."
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    Dizemos coisas do tipo:
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    "Não podemos julgar as aparências."
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    Querem saber uma coisa?
  • 1:17 - 1:21
    Na polícia, até concordamos
    que é preciso adotar este pensamento
  • 1:21 - 1:23
    e sermos mais atentos
    ao policiamento da comunidade.
  • 1:23 - 1:25
    Apesar de tudo,
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    continuamos com a mesma disposição,
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    A mesma disposição que contradiz
    tudo o que acabamos de reconhecer.
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    Esse foi o meu motivo, há uns anos.
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    Porque estava farto do racismo,
    farto de tanta discriminação,
  • 1:39 - 1:42
    estava farto dos "ismos"
    e dos cismas.
  • 1:42 - 1:44
    Eu estava muito saturado.
  • 1:44 - 1:46
    Estava saturado do ciclo vicioso
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    e estava cansado daquilo,
    mesmo na minha querida corporação
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    no departamento
    de que ainda hoje gosto.
  • 1:53 - 1:55
    Então, eu e minha esposa pensámos,
  • 1:55 - 1:58
    decidimos e marcámos uma data
    para nos aposentarmos.
  • 1:58 - 2:01
    Aposentar-nos-íamos
    e eu começaria uma vida feliz,
  • 2:01 - 2:04
    talvez a pregar a tempo inteiro.
    amar a minha mulher longamente.
  • 2:04 - 2:06
    Vocês sabem do que estou a falar.
  • 2:06 - 2:07
    (Risos)
  • 2:07 - 2:09
    Decidimos que eu me aposentaria.
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    Mas havia um poder maior que eu.
  • 2:12 - 2:15
    Havia o amor pela cidade
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    que eu amava, onde cresci,
    onde fui educado,
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    uma cidade que empurrou de novo
    o meu coração para o sistema.
  • 2:23 - 2:25
    Assim, não nos aposentámos.
  • 2:25 - 2:27
    Não nos aposentámos
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    e o que aconteceu foi
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    que, nos 18 ou 19 meses seguintes,
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    eu tive a paixão de implementar
    um policiamento radical
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    Agora, no decurso dos 19 meses,
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    fui promovido, deixei de ser
    um sargento que lidava com drogas
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    — desejoso de me reformar —
  • 2:47 - 2:49
    e subi, degrau a degrau,
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    até me encontrar
    em comandante de bairro,
  • 2:51 - 2:54
    comandante do pior bairro
    da cidade de Baltimore.
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    Chamávamos-lhe o Bairro Leste,
  • 2:56 - 2:58
    o bairro mais violento,
  • 2:58 - 3:00
    o bairro mais pobre
  • 3:00 - 3:03
    — 46% de desemprego naquele bairro.
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    Na classificação nacional,
    naquela época,
  • 3:06 - 3:09
    na classificação nacional
    da SIDA e da tuberculose,
  • 3:09 - 3:12
    estava sempre no Top 10
  • 3:12 - 3:15
    das cidades de todo o país
  • 3:15 - 3:17
    ou apenas dos bairros de todo o país.
  • 3:17 - 3:19
    Top 10 — eu não disse
    estado, não disse cidade —
  • 3:19 - 3:21
    aquele pequeno bairro.
  • 3:22 - 3:25
    E eu disse: "Querem saber?
    Precisamos de fazer algo diferente.
  • 3:25 - 3:28
    "Precisamos de mudar,
    precisamos de pensar radicalmente.
  • 3:28 - 3:29
    "Precisamos de ter outro ponto de vista".
  • 3:30 - 3:32
    Foi assim que, para chegar
    à mudança que eu tanto queria,
  • 3:32 - 3:34
    desesperadamente no meu coração,
  • 3:34 - 3:36
    eu tinha que começar
    a ouvir o meu eu interior.
  • 3:36 - 3:39
    Tinha que começar a ouvir
    aquele homem lá dentro
  • 3:39 - 3:42
    que ia contra tudo aquilo
    para que fora treinado.
  • 3:43 - 3:44
    Mas conseguirmos.
  • 3:44 - 3:47
    Conseguimos porque escutámos
    a minha intuição,
  • 3:47 - 3:48
    porque eu percebi isto:
  • 3:48 - 3:52
    Se eu queria ver uma verdadeira
    reforma da polícia
  • 3:52 - 3:56
    nas comunidades em que eu tinha autoridade,
    quanto a segurança pública,
  • 3:57 - 4:00
    precisávamos de mudar
    a maneira bafienta de pensar.
  • 4:01 - 4:02
    Tínhamos de a mudar.
  • 4:02 - 4:05
    Então começámos a pensar globalmente
  • 4:05 - 4:06
    e não de modo paramilitar.
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    Então pensámos de modo diferente.
  • 4:09 - 4:10
    Começámos a perceber
  • 4:10 - 4:13
    que nunca deveria ser
    nem nunca devia ter sido
  • 4:13 - 4:14
    nós contra eles.
  • 4:15 - 4:17
    Foi aí que decidimos
    recorrer a uma interseção
  • 4:17 - 4:21
    em que eu poderia conhecer todas
    as classes, raças, crenças, cores,
  • 4:21 - 4:23
    os industriais e os crentes,
  • 4:23 - 4:25
    os professores, os médicos.
  • 4:25 - 4:26
    Conheceria toda a gente
  • 4:26 - 4:29
    que formava a comunidade
    em que eu tinha autoridade.
  • 4:29 - 4:31
    Conheci-as e comecei a ouvir.
  • 4:31 - 4:33
    Vejam, a polícia tem um problema.
  • 4:33 - 4:35
    Acima de tudo, queremos
    enriquecer a comunidade
  • 4:35 - 4:38
    e fomentar estratégias e
    implantações extravagantes,
  • 4:38 - 4:41
    mas nunca as discutimos com a comunidade.
  • 4:41 - 4:43
    Atiramo-las para a comunidade
    e dizemos: "Tomem lá!"
  • 4:43 - 4:46
    Precisávamos de nos livrar
    desse modo de pensar bafiento.
  • 4:46 - 4:48
    Dissemos às nossas comunidades:
  • 4:48 - 4:50
    "Esta é a mesa da comunidade.
  • 4:50 - 4:52
    "Vamos puxar uma cadeira.
    Queremos ouvir-vos.
  • 4:52 - 4:54
    "O que vai funcionar
    na vossa comunidade?"
  • 4:54 - 4:56
    Foi aí que começaram
    a acontecer coisas incríveis.
  • 4:56 - 4:58
    Vejam, a questão é esta:
  • 4:58 - 5:03
    Eu precisava de mudar 130 policiais,
    que estavam sob o meu comando.
  • 5:03 - 5:05
    Tinham de deixar de ser
    ocupantes da comunidade
  • 5:05 - 5:08
    para serem parceiros.
  • 5:07 - 5:09
    Eu precisava de fazer isso.
  • 5:09 - 5:11
    Porque a coisa mais louca é esta:
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    Na polícia, evoluímos
    para uma coisa incrível.
  • 5:15 - 5:17
    Tornámo-nos bons protetores.
  • 5:17 - 5:19
    Sabemos como vos proteger.
  • 5:19 - 5:23
    Mas exercitámos muitíssimo esse braço.
  • 5:23 - 5:26
    Se eu fosse do departamento da polícia
  • 5:26 - 5:28
    e representasse um departamento da polícia,
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    vocês veriam esse braço incrível de 58 cm.
  • 5:31 - 5:34
    (Risos)
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    É bonito não é? É esculpido.
  • 5:37 - 5:40
    Sem gordura. Parece bonito.
    Tem ótimo aspeto!
  • 5:40 - 5:42
    (Risos)
  • 5:42 - 5:44
    É um bom braço — proteção!
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    É quem somos, mas já o exercitámos
    tantas vezes
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    que nos levou ao abuso.
  • 5:50 - 5:54
    Levou à frieza, à insensibilidade
    e desumanizou-nos.
  • 5:55 - 5:58
    E esquecemos que o lema de toda a nação
  • 5:58 - 6:00
    é "proteger e servir".
  • 6:00 - 6:02
    Vocês não sabiam? Proteger e servir.
  • 6:02 - 6:03
    (Risos)
  • 6:03 - 6:05
    Agora olhem para o outro braço,
  • 6:05 - 6:07
    olhem para ele e... é isto aqui.
  • 6:07 - 6:08
    (Risos)
  • 6:08 - 6:11
    Está um pouco fraco.
  • 6:11 - 6:13
    Parece adoentado.
  • 6:13 - 6:15
    Está murcho e a morrer,
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    porque investimos muito no braço protetor
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    mas esquecemo-nos
    de tratar as nossas comunidades
  • 6:22 - 6:24
    como se fossem os nossos clientes,
  • 6:24 - 6:27
    como se fossem os nossos filhos e filhas,
    irmãos e irmãs,
  • 6:27 - 6:29
    as nossas mães e os nossos pais.
  • 6:29 - 6:31
    De certa forma, ao longo do caminho,
  • 6:31 - 6:33
    ficámos desequilibrados.
  • 6:33 - 6:36
    E como somos profissionais orgulhosos,
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    é muito difícil olhar para o espelho
    e ver os nossos erros.
  • 6:39 - 6:42
    Ainda é mais difícil mudar.
  • 6:42 - 6:45
    Como eu tentei acelerar
    para chegar a isso,
  • 6:45 - 6:47
    preciso dizer isto:
  • 6:47 - 6:49
    Não se trata apenas do cumprimento da lei
  • 6:49 - 6:51
    porque cada um de nós
    forma uma comunidade.
  • 6:52 - 6:54
    Todos formam uma comunidade.
  • 6:54 - 6:56
    E como comunidades
    — posso dizer isto? —
  • 6:56 - 6:59
    pusemos demasiada responsabilidade
    no cumprimento da lei.
  • 7:00 - 7:02
    Demasiada!
  • 7:02 - 7:05
    (Aplausos)
  • 7:07 - 7:09
    Então, temos a audácia
    e a coragem de ficar preocupados
  • 7:09 - 7:12
    com o cumprimento da lei
    quando entramos em ação.
  • 7:12 - 7:14
    Não há nenhuma razão
  • 7:15 - 7:18
    para que nós, como comunidade,
    tenhamos que ligar para a polícia
  • 7:18 - 7:20
    porque há crianças a jogar à bola na rua.
  • 7:22 - 7:25
    Não há nenhuma razão
    para ligarmos para a polícia
  • 7:25 - 7:27
    porque a música do vizinho
    está muito alta.
  • 7:27 - 7:29
    porque o cão dele fez um presente
    no meu jardim.
  • 7:29 - 7:32
    Não há razão para ligar para a polícia.
  • 7:32 - 7:35
    Nós abdicámos muito
    da nossa responsabilidade.
  • 7:35 - 7:38
    Quando eu era um garoto
    chegado a Baltimore
  • 7:38 - 7:40
    — brincávamos muito na rua —
  • 7:40 - 7:43
    nunca vi aparecer a polícia
    para nos reprimir.
  • 7:43 - 7:45
    Sabem quem aparecia? Eram os idosos.
  • 7:45 - 7:47
    Eram as figuras parentais da comunidade.
  • 7:47 - 7:50
    Eram eles os guardiões,
    eram a mentalidade da aldeia.
  • 7:50 - 7:53
    Eles apareciam e diziam:
    "Façam isto!" e "Parem com isso!"
  • 7:54 - 7:58
    Tínhamos mentores em toda a comunidade.
  • 7:58 - 8:00
    Todos nós somos necessários, todos nós.
  • 8:01 - 8:02
    E quando digo comunidade,
  • 8:02 - 8:05
    estou a falar de tudo o que
    cria uma comunidade,
  • 8:05 - 8:08
    — como sou pastor,
    eu sou muito rígido quanto a igrejas,
  • 8:08 - 8:10
    porque acredito que as igrejas,
    com muita frequência,
  • 8:10 - 8:12
    têm falta de ação.
  • 8:12 - 8:15
    Acredito que, nos últimos 10 a 20 anos,
    elas deixaram de ser
  • 8:15 - 8:16
    igrejas da comunidade
  • 8:16 - 8:19
    onde saímos de casa,
    ao virar esquina, estamos na igreja.
  • 8:19 - 8:21
    Elas mudaram e tornaram-se
    em igrejas pendulares.
  • 8:22 - 8:27
    Agora temos igrejas
    que, normalmente, estão desligadas
  • 8:27 - 8:30
    da comunidade onde foram instaladas.
  • 8:30 - 8:33
    Não cuidam da comunidade.
  • 8:33 - 8:36
    Eu poderia continuar,
    mas preciso de acabar com isto.
  • 8:36 - 8:38
    Comunidade e policiamento:
  • 8:39 - 8:43
    Todos perdemos esse dom precioso,
    a que eu chamo "património relacional".
  • 8:43 - 8:46
    Perdemos isso entre nós mesmos.
  • 8:46 - 8:47
    Não é culpa de outras pessoas,
  • 8:47 - 8:49
    a culpa é toda nossa.
  • 8:49 - 8:52
    Somos todos responsáveis.
  • 8:52 - 8:55
    Mas digo: Não é tarde demais
    para construirmos as nossas cidades
  • 8:55 - 8:57
    e a nação, para voltar a torná-la grande.
  • 8:57 - 8:58
    Nunca é tarde demais.
  • 8:58 - 8:59
    Nunca é tarde demais.
  • 8:59 - 9:01
    Ao fim de três anos
  • 9:01 - 9:04
    do meu comando de quatro anos e meio
    naquele bairro,
  • 9:04 - 9:06
    três anos passados,
  • 9:06 - 9:08
    depois de pôr pastores no carro,
    com os meus agentes,
  • 9:08 - 9:10
    porque eu sabia
    — é um pequeno segredo—
  • 9:10 - 9:12
    eu sabia o seguinte:
  • 9:12 - 9:14
    Era difícil ser um policial desagradável
  • 9:14 - 9:16
    quando estamos com um sacerdote.
  • 9:16 - 9:19
    (Risos)
  • 9:20 - 9:23
    (Aplausos)
  • 9:27 - 9:30
    Estariam a entrar e a sair do carro,
    a olhar para o lado e a dizer, todo o dia:
  • 9:30 - 9:34
    "Padre, perdoe-me porque pequei",
    — não se pode fazer isso!
  • 9:34 - 9:36
    Arranjámos iniciativas incríveis,
  • 9:36 - 9:39
    envolvimento entre a nossa comunidade
    e a polícia para reconstruírem a confiança.
  • 9:39 - 9:41
    Começámos a lidar com a juventude,
  • 9:41 - 9:44
    com os que considerávamos
    estar do lado errado da cerca.
  • 9:44 - 9:46
    Sabíamos que tínhamos
    um problema económico,
  • 9:46 - 9:48
    começámos a criar empregos.
  • 9:48 - 9:49
    Sabíamos que havia doenças
    na comunidade
  • 9:50 - 9:52
    e não havia acesso a cuidados
    médicos adequados,
  • 9:52 - 9:53
    por isso arranjámos parcerias.
  • 9:53 - 9:56
    Chegámos a essa encruzilhada
    e fizemos parcerias
  • 9:56 - 9:57
    com quem quisesse alinhar connosco
  • 9:57 - 9:59
    e falámos do que era preciso
    globalmente,
  • 9:59 - 10:01
    sem nunca pensar no crime.
  • 10:01 - 10:03
    Porque, no fim do dia,
  • 10:03 - 10:05
    se cuidássemos
    das necessidades das pessoas,
  • 10:05 - 10:07
    se fôssemos à raiz do problema,
  • 10:07 - 10:09
    o crime resolver-se-ia sozinho.
  • 10:11 - 10:12
    Acabaria por si mesmo.
  • 10:12 - 10:15
    (Aplausos)
  • 10:18 - 10:23
    Ao fim de três anos
    dos quatro anos e meio de função,
  • 10:23 - 10:25
    olhamos para trás, olhámos em frente
  • 10:25 - 10:28
    e descobrimos que estávamos
    numa baixa histórica em 40 anos.
  • 10:28 - 10:31
    Os nossos crimes, os nossos homicídios,
  • 10:31 - 10:33
    tudo havia baixado para
    os patamares dos anos 70.
  • 10:33 - 10:35
    E ainda podia melhorar mais.
  • 10:35 - 10:37
    O problema é que só começámos
    a registar depoimentos em 1970.
  • 10:38 - 10:40
    Uma baixa na criminalidade!
    outros comandantes ligaram:
  • 10:40 - 10:42
    "Mel! o que é que estás a fazer?"
  • 10:42 - 10:44
    "O que estás a fazer?
    Precisamos disso!"
  • 10:44 - 10:46
    (Risos)
  • 10:46 - 10:47
    Então mostrámos-lhes.
  • 10:49 - 10:51
    Em pouco tempo,
  • 10:51 - 10:53
    a cidade baixou a criminalidade
    para 30 anos atrás.
  • 10:53 - 10:55
    Pela primeira vez em 30 anos,
  • 10:55 - 10:58
    Baltimore ficou abaixo de 200 homicídios
    — 197, para ser exato.
  • 10:58 - 11:00
    Festejámos,
  • 11:00 - 11:03
    porque tínhamos aprendido
    a ser bons servidores,
  • 11:03 - 11:05
    primeiro que tudo, bons servidores.
  • 11:05 - 11:08
    Mas preciso de dizer que,
    nos últimos anos,
  • 11:09 - 11:11
    por mais que tivéssemos aprendido
  • 11:11 - 11:15
    a ser bons agentes da polícia, pró-ativos,
  • 11:15 - 11:18
    e melhores agentes da polícia
    no relacionamento do que na reação,
  • 11:18 - 11:20
    os últimos anos desapontaram-me.
  • 11:21 - 11:22
    Quebraram o meu coração.
  • 11:23 - 11:25
    A revolta ainda dói.
  • 11:26 - 11:28
    Ainda magoa o meu coração,
  • 11:28 - 11:30
    porque eu acreditava
    que nunca deveria acontecer.
  • 11:31 - 11:33
    Acreditava que nunca aconteceria
  • 11:33 - 11:36
    se mantivéssemos o estado de espírito
    que tínhamos,
  • 11:36 - 11:38
    de servir a nossa comunidade,
  • 11:38 - 11:41
    de os tratar como seres humanos,
    de os tratar com respeito,
  • 11:41 - 11:43
    amando-os, primeiro que tudo.
  • 11:43 - 11:45
    Se mantivéssemos esse estado de espírito,
  • 11:45 - 11:47
    Isso nunca teria acontecido.
  • 11:47 - 11:49
    Mas, de certa forma,
    voltámos ao que era normal.
  • 11:50 - 11:52
    Agora, estou outra vez animado!
  • 11:52 - 11:56
    Estou animado porque agora temos
    um comissário da polícia
  • 11:56 - 11:59
    que não só fala
    de policiamento comunitário,
  • 12:00 - 12:02
    mas compreende totalmente a ideia
  • 12:02 - 12:04
    e, mais importante ainda,
    está de acordo com ela.
  • 12:04 - 12:06
    Estou muito animado agora.
  • 12:06 - 12:09
    Estou animado quanto a Baltimore hoje
  • 12:09 - 12:11
    porque acredito que nós,
    como muitas cidades,
  • 12:11 - 12:14
    vamos reerguer-nos das cinzas.
  • 12:14 - 12:17
    Acredito — acredito do fundo
    do meu coração...
  • 12:17 - 12:18
    (Aplausos)
  • 12:18 - 12:20
    ... que voltaremos a ser grandes.
  • 12:21 - 12:23
    Eu acredito,
  • 12:22 - 12:26
    desde que continuarmos de mãos dadas
    e continuarmos a dizer:
  • 12:26 - 12:27
    "Estamos nisto juntos",
  • 12:27 - 12:29
    porque não é apenas uma encruzilhada:
  • 12:29 - 12:32
    agora que nos conhecemos, temos
    o mesmo destino, os mesmo objetivos,
  • 12:32 - 12:34
    e esta cidade voltará a ser grande.
  • 12:34 - 12:36
    Esta nação voltará a ser grande.
  • 12:36 - 12:39
    Porque temos o mesmo objetivo,
    todos queremos paz.
  • 12:39 - 12:42
    Todos queremos respeito mútuo,
    todos queremos amor.
  • 12:42 - 12:44
    E acredito que voltamos a essa estrada,
  • 12:44 - 12:45
    e estou muito animado.
  • 12:45 - 12:48
    Obrigado por me terem dado
    alguns minutos do vosso tempo.
  • 12:48 - 12:50
    Deus vos abençoe.
  • 12:50 - 12:51
    (Aplausos)
  • 12:51 - 12:52
    Deus vos abençoe.
  • 12:52 - 12:54
    (Aplausos)
Title:
Adoro ser agente da polícia, mas precisamos de uma reforma
Speaker:
Melvin Russell
Description:

Nós investimos tanto em departamentos de polícia enquanto protetores, que esquecemos o significado de servir as nossas comunidades, diz o tenente-coronel Melvin Russel da Polícia de Baltimore. Isso levou à frieza e à indiferença, o que desumanizou as forças policiais. Depois de assumir o comando de um dos bairros mais perigosos de Baltimore, Russel deu início a uma série de reformas com o objetivo de recuperar a confiança da comunidade e diminuir a taxa de violência. "As forças da lei estão em crise", diz ele. "Mas não é tarde demais para reconstruirmos as nossas cidades e uma nação, de forma a torná-las fantásticas novamente."

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:07

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