Return to Video

A boa ganância | Cecília Dassi | TEDxSantos

  • 0:14 - 0:15
    Boa tarde.
  • 0:17 - 0:20
    Eu quero começar pedindo
    que vocês experimentem
  • 0:20 - 0:24
    visualizar a primeira imagem
    que aparece na mente de vocês
  • 0:24 - 0:26
    se eu falo de um homem ganancioso.
  • 0:27 - 0:30
    Tenta visualizar aí um homem ganancioso.
  • 0:30 - 0:34
    Agora, eu vou tentar ver
    se eu adivinho, mais ou menos,
  • 0:34 - 0:36
    a imagem que vocês visualizaram.
  • 0:37 - 0:38
    Foi alguma coisa tipo assim?
  • 0:41 - 0:44
    Talvez não, talvez uma coisa
    um pouco mais ostentação,
  • 0:44 - 0:45
    tipo isso aqui.
  • 0:47 - 0:50
    Ou talvez algo mais sexy, tipo isso?
  • 0:51 - 0:54
    Talvez uma coisa mais lúdica,
    mais conhecida,
  • 0:54 - 0:57
    tipo o nosso querido Mr. Burns.
  • 0:57 - 0:58
    Pois é.
  • 0:59 - 1:01
    Essas foram imagens que eu encontrei
  • 1:01 - 1:04
    ao pesquisar sobre o termo
    "ganância" na internet,
  • 1:04 - 1:08
    e elas são muito compatíveis à percepção
    que eu também tinha desse termo.
  • 1:09 - 1:11
    Eu aprendi sobre a ganância
  • 1:11 - 1:14
    mais ou menos o que vocês
    provavelmente também aprenderam.
  • 1:14 - 1:18
    Que querer mais e desejar mais coisas
    era uma coisa egoísta,
  • 1:18 - 1:21
    era mau-caratismo, era falta de empatia.
  • 1:21 - 1:26
    Que você olhar pra um mundo tão ruim,
    tão cheio de dor e de tristeza,
  • 1:26 - 1:29
    e desejar abundância
    e conforto era egoísmo.
  • 1:29 - 1:34
    E que você ser ganancioso
    era basicamente sua culpa,
  • 1:34 - 1:36
    todos os males da humanidade.
  • 1:36 - 1:39
    Mas vocês sabiam que, originalmente,
  • 1:39 - 1:44
    a palavra ganância vem
    do termo castelhano "gana",
  • 1:45 - 1:47
    que significa desejo, vontade.
  • 1:48 - 1:53
    O verbo "ganar", do castelhano,
    significa só vencer, conquistar, ganhar.
  • 1:53 - 1:58
    Só isso, nada de pisar em ninguém,
    nada de queimar dinheiro no charuto,
  • 1:58 - 1:59
    nada do tipo.
  • 2:00 - 2:03
    Eu vou compartilhar com vocês hoje
    um pouquinho da minha história
  • 2:04 - 2:05
    e vou explicar pra vocês
  • 2:05 - 2:11
    o quanto mudar profundamente
    a minha percepção sobre o termo "ganância"
  • 2:11 - 2:14
    foi transformador e libertador
    no meu caminho
  • 2:14 - 2:16
    em busca da minha felicidade.
  • 2:16 - 2:19
    Eu vou deixar esse sentido aqui
    pra gente lembrar
  • 2:19 - 2:22
    que sempre que eu falar em ganância,
    eu estou falando dessa daqui.
  • 2:23 - 2:26
    Eu comecei a trabalhar
    aos quatro anos de idade como atriz
  • 2:26 - 2:29
    e eu trabalhei durante toda
    a minha infância, minha adolescência,
  • 2:29 - 2:30
    minha juventude...
  • 2:30 - 2:33
    Mas, mesmo trabalhando bastante,
    eu nunca me senti bem
  • 2:33 - 2:36
    em gastar o meu dinheiro,
    em comprar coisas pra mim.
  • 2:36 - 2:38
    Eu sempre me senti meio mal com isso,
  • 2:38 - 2:42
    eu me sentia como se fosse injusto
    que eu pudesse comprar coisas,
  • 2:42 - 2:43
    que talvez fossem supérfluas,
  • 2:43 - 2:46
    e outras pessoas não pudessem comprar
    nem comida, nem água.
  • 2:47 - 2:50
    Eu ganhava bem, eu era bem remunerada,
  • 2:50 - 2:52
    mas eu não era feliz naquele trabalho.
  • 2:53 - 2:56
    E eu aos poucos fui
    me aproximando da psicologia
  • 2:56 - 3:00
    e fui percebendo que realmente
    eu não via sentido naquele trabalho,
  • 3:00 - 3:01
    eu não admirava aquela função,
  • 3:01 - 3:06
    e o que eu queria fazer da minha vida
    era trabalhar desenvolvendo pessoas,
  • 3:06 - 3:08
    ajudando pessoas a se tornarem
    as melhores versões
  • 3:08 - 3:10
    que elas pudessem ser de si mesmas,
  • 3:11 - 3:13
    e eu decidi trocar de carreira.
  • 3:13 - 3:16
    Migrei, segui esse meu chamado interno.
  • 3:16 - 3:20
    Só que eu percebi que, mesmo
    trabalhando em algo que eu amava,
  • 3:20 - 3:22
    e que eu via um sentido enorme,
  • 3:22 - 3:26
    eu continuava não me sentindo
    à vontade em ganhar dinheiro.
  • 3:27 - 3:28
    Aí eu falei: "Puxa vida,
  • 3:28 - 3:32
    se antes eu trabalhava
    em algo que eu não via muito sentido
  • 3:32 - 3:34
    e eu não me sentia bem
    ao receber meu dinheiro,
  • 3:34 - 3:38
    hoje eu trabalho em algo que acho
    que tem uma importância enorme pro mundo
  • 3:38 - 3:40
    e eu continuo não me sentindo
    bem ao receber?
  • 3:40 - 3:42
    Então tem alguma coisa a ver comigo.
  • 3:42 - 3:45
    Com a minha relação com o dinheiro,
    com o meu merecimento."
  • 3:46 - 3:49
    Eu comecei a investigar
    quem eu era, o que eu queria,
  • 3:49 - 3:52
    entrei naquela fase de crise existencial.
  • 3:53 - 3:56
    E eu encontrei o meu propósito de vida,
  • 3:56 - 3:58
    a minha missão,
    o que fazia sentido pra mim.
  • 3:59 - 4:02
    Eu queria ajudar o maior
    número possível de pessoas
  • 4:02 - 4:06
    a se tornarem a melhor
    pessoa que elas poderiam ser.
  • 4:06 - 4:11
    Eu queria alcançar não só aquelas pessoas
    que viriam até o meu consultório,
  • 4:11 - 4:13
    pessoas que já tinham abertura
    pra um processo terapêutico.
  • 4:14 - 4:17
    Eu queria pessoas que tinham preconceito,
    que achavam isso besteira,
  • 4:17 - 4:19
    que achavam isso bobagem.
  • 4:19 - 4:21
    Eu queria quebrar essas barreiras.
  • 4:21 - 4:25
    Eu queria mostrar que o autoconhecimento
    não precisa ser chato.
  • 4:26 - 4:28
    E aí, eu me dei conta de uma coisa.
  • 4:29 - 4:30
    Eu era gananciosa.
  • 4:31 - 4:35
    Eu estava me visualizando
    sendo ouvida pelas pessoas.
  • 4:36 - 4:40
    Eu estava me visualizando dando cursos,
    fazendo cursos fora, dando palestras…
  • 4:40 - 4:45
    Eu falei: "Meu Deus, eu sou gananciosa!
    Eu estou querendo coisas grandes.
  • 4:45 - 4:49
    Eu não quero só o necessário,
    não quero só coisas simples, quero mais.
  • 4:49 - 4:51
    Eu quero usar minha visibilidade".
  • 4:52 - 4:55
    Só que eu tinha aprendido
    que pessoas gananciosas eram pessoas más.
  • 4:55 - 4:59
    Então eu era uma pessoa má?
    Só que eu nunca me vi como uma pessoa má!
  • 4:59 - 5:02
    Esse maniqueísmo não estava
    fazendo sentido pra mim.
  • 5:03 - 5:08
    Então, foi quando eu comecei a decidir
    estudar a riqueza, a abundância,
  • 5:08 - 5:11
    a ação humana, como se dão
    as trocas entre os indivíduos,
  • 5:11 - 5:15
    como se dá, enfim... a distribuição
    de recursos no mundo.
  • 5:16 - 5:19
    E eu percebi algo que, pra mim,
    foi muito transformador.
  • 5:20 - 5:24
    A ganância está presente
    na humanidade desde sempre
  • 5:24 - 5:26
    e foi ela que nos trouxe até aqui.
  • 5:27 - 5:31
    O homem tem um desejo inerente por mais,
  • 5:32 - 5:33
    por algo maior,
  • 5:33 - 5:37
    por realizar coisas
    que ultrapassem o limite físico,
  • 5:37 - 5:39
    a finitude do nosso corpo.
  • 5:40 - 5:42
    Ele quer deixar legado,
    ele quer fazer algo a mais,
  • 5:42 - 5:45
    ele que agregar sentido pra vida dele.
  • 5:46 - 5:51
    Viktor Frankl afirma que o suposto
    equilíbrio que nós buscamos,
  • 5:51 - 5:55
    na verdade, ele está justamente
    nesse desequilíbrio,
  • 5:56 - 6:00
    nessa tensão que se estabelece
    entre o homem e o sentido,
  • 6:00 - 6:03
    entre o ser e sua busca eterna.
  • 6:04 - 6:06
    Isso é a ganância.
  • 6:07 - 6:10
    E ela não tem nada de mal,
    muito pelo contrário.
  • 6:10 - 6:13
    Quando nós temos nosso direito à ganância
  • 6:13 - 6:16
    negado ou cerceado de alguma forma...
  • 6:16 - 6:20
    Quando nós aprendemos
    que a ganância é o mal da humanidade,
  • 6:20 - 6:25
    é o grande mal, é a imoralidade,
    o mal de todos os males,
  • 6:25 - 6:27
    nós acabamos fazendo o quê?
  • 6:27 - 6:32
    Nós pegamos os nossos desejos
    mais profundos e guardamos numa caixinha.
  • 6:32 - 6:33
    Nós negamos isso.
  • 6:33 - 6:37
    E pior, nós transformamos
    esses desejos em rancor,
  • 6:37 - 6:40
    em frustração, em vitimização,
  • 6:40 - 6:43
    em uma sensação de que nós não somos mais
    protagonistas da nossa vida.
  • 6:44 - 6:46
    Nós somos vítimas passivas.
  • 6:46 - 6:49
    Nós não podemos permitir
    que isso aconteça.
  • 6:49 - 6:53
    O homem precisa de liberdade
    pra construir, pra desejar
  • 6:53 - 6:57
    e pra fazer o que for necessário
    pra chegar a esse lugar que ele desejou.
  • 6:58 - 7:00
    Eu fui percebendo ao longo desse processo,
  • 7:00 - 7:04
    que mesmo que eu quisesse
    ter uma vida puramente
  • 7:04 - 7:09
    100% dedicada à filantropia e a caridade,
    eu precisaria de recursos.
  • 7:10 - 7:13
    Pra poder acabar com a fome no mundo,
    com a sede no mundo, com as doenças…
  • 7:14 - 7:16
    tudo isso necessita de recursos.
  • 7:17 - 7:21
    E pra conquistar esses recursos,
    a ganância é necessária,
  • 7:21 - 7:23
    é absolutamente necessária.
  • 7:23 - 7:26
    E olha, se a gente for olhar
    pra esse sentido,
  • 7:26 - 7:28
    mesmo que você diga:
    “Eu não sou ganancioso,
  • 7:28 - 7:32
    eu só quero uma casinha simples pra viver
    com meus animaizinhos e plantar tomates”.
  • 7:33 - 7:34
    Você também tem um desejo.
  • 7:35 - 7:36
    Também é um desejo.
  • 7:37 - 7:40
    E esse desejo deve ser
    valorizado e respeitado
  • 7:40 - 7:44
    tanto quanto quem deseja comprar
    uma lancha e ser o rei do camarote.
  • 7:44 - 7:48
    A gente precisa respeitar isso.
    A ganância precisa ser desculpabilizada.
  • 7:49 - 7:53
    Ela só passa a ser um problema quando
    ela vem acompanhada da falta de ética,
  • 7:54 - 7:57
    da falta de moralidade,
    da falta de caráter.
  • 7:58 - 8:00
    Então, ela não é um problema por si só.
  • 8:00 - 8:04
    Pelo contrário, foi ela que mobilizou
    e fez com que a humanidade caminhasse.
  • 8:05 - 8:08
    O comércio, ele é motivado pela ganância.
  • 8:09 - 8:15
    Como nos diz Adam Smith, ele nos explica
    que não é da benevolência do padeiro
  • 8:15 - 8:17
    que nós esperamos o nosso pãozinho.
  • 8:17 - 8:22
    É do interesse que ele tem de suprir
    as próprias necessidades dele.
  • 8:23 - 8:28
    É muito importante que a gente
    entenda que a humanidade,
  • 8:28 - 8:34
    ela tem esse desejo e que a gente precisa
    respeitar essa necessidade humana.
  • 8:36 - 8:40
    A Paula Pfeifer, hoje, esteve aqui,
    compartilhando com a gente,
  • 8:40 - 8:44
    a linda história que ela passou
    que, claro, foi uma história de dor,
  • 8:44 - 8:46
    mas de superação.
  • 8:46 - 8:50
    Paula passou anos mergulhada
    em um profundo silêncio!
  • 8:50 - 8:54
    E graças à tecnologia,
    graças ao implante coclear,
  • 8:54 - 8:55
    ela pode voltar a ouvir.
  • 8:56 - 9:00
    Assim como o marca-passo,
    o implante coclear só se tornou possível
  • 9:01 - 9:06
    quando a tecnologia permitiu que as peças
    ficassem muito pequenininhas pra incluir.
  • 9:07 - 9:10
    Vocês já pensaram quão ganancioso foi
    o primeiro homem que disse:
  • 9:10 - 9:14
    “Vou inventar um aparelho
    para colocar na cabeça dos surdos
  • 9:14 - 9:15
    pra que eles possam voltar a ouvir.”
  • 9:16 - 9:17
    Não é fascinante?
  • 9:18 - 9:19
    Ele foi muito ganancioso.
  • 9:19 - 9:24
    E aí, eu pergunto: será que ele,
    lá no fundo, queria ganhar dinheiro?
  • 9:24 - 9:28
    Ou será que ele, lá no fundo,
    estava puramente interessado
  • 9:28 - 9:30
    no bem dos surdos que estavam sem ouvir?
  • 9:30 - 9:32
    Ou será que as duas coisas?
  • 9:32 - 9:33
    Eu não sei.
  • 9:34 - 9:37
    Eu só sei que hoje a Paula
    esteve aqui conversando com a gente
  • 9:37 - 9:41
    e ela está aqui ouvindo a minha voz,
    graças a esses homens.
  • 9:42 - 9:45
    Nós não podemos romantizar
    o primitivismo humano.
  • 9:47 - 9:50
    Viktor Frankl afirma, e mais uma vez,
    eu concordo com ele,
  • 9:51 - 9:55
    que o homem, ele só consegue se realizar
    plenamente quando ele consegue
  • 9:55 - 9:57
    encontrar qual é a sua missão no mundo
  • 9:57 - 10:02
    e começa a caminhar pra colocar
    essa missão de verdade, concreta,
  • 10:02 - 10:04
    pra realizar esse objetivo.
  • 10:05 - 10:07
    É isso que é a maior potência humana.
  • 10:07 - 10:10
    E se a gente nega isso,
    a gente nega o nosso maior poder,
  • 10:10 - 10:16
    que é avaliar o contexto em que a gente
    se encontra, visualizar uma solução
  • 10:16 - 10:21
    e um futuro da maneira que a gente deseja
    e caminhar de forma ética,
  • 10:21 - 10:26
    de forma civilizada pra colocar
    esse sonho no mundo real.
  • 10:28 - 10:35
    É muito importante a gente aceitar
    e acolher e assumir a nossa ganância.
  • 10:35 - 10:37
    Somos gananciosos sim!
  • 10:37 - 10:39
    E isso é muito importante pra humanidade.
  • 10:40 - 10:44
    Na minha prática clínica, muitas vezes,
    eu encontro frases como:
  • 10:45 - 10:49
    "A humanidade é terrível,
    é um vírus no planeta".
  • 10:49 - 10:52
    "O homem deu errado,
    tem que explodir tudo e começar de novo."
  • 10:53 - 10:56
    "Eu tenho vergonha
    de fazer parte do ser humano".
  • 10:56 - 10:59
    Algumas tirinhas como essas são muito
    encontradas na internet, não é?
  • 11:00 - 11:02
    "O mundo é uma coisa horrível.
  • 11:02 - 11:04
    Deus me livre estar presente neste lugar".
  • 11:05 - 11:08
    Como uma pessoa que enxerga
    a humanidade dessa forma
  • 11:09 - 11:12
    vai conseguir se apropriar
    de todos os seus recursos
  • 11:12 - 11:15
    e se tornar uma pessoa fantástica,
  • 11:15 - 11:18
    se ela abomina a espécie
    a qual ela pertence?
  • 11:18 - 11:22
    Se ela acha o mundo um lugar horrível
    e se ela acredita que é justamente
  • 11:23 - 11:29
    essa sensação de “eu quero ser mais,
    eu sou ganancioso e eu desejo mais”
  • 11:29 - 11:32
    que faz com que o mundo
    seja esse lugar tão horrível?
  • 11:32 - 11:34
    Ela não vai.
  • 11:34 - 11:37
    E aliás, essa visão de que o mundo
    é um lugar horrível...
  • 11:37 - 11:39
    Muitas palestras do TED
    já falaram sobre isso,
  • 11:39 - 11:42
    mas eu faço questão de falar de novo
    porque é muito importante.
  • 11:42 - 11:46
    O mundo não é um lugar tão horrível
    quanto vocês imaginam!
  • 11:47 - 11:50
    Nós somos humanos,
    nosso cérebro tem um dispositivo
  • 11:50 - 11:53
    de procura de sobrevivência,
    preservação da espécie,
  • 11:53 - 11:54
    então, isso é natural.
  • 11:55 - 11:59
    É natural que nós tendamos a olhar mais
    pro que não está funcionando bem,
  • 11:59 - 12:01
    pro que é perigoso,
    do que pro que está funcionando bem.
  • 12:01 - 12:03
    Então, tudo bem, é compreensível.
  • 12:03 - 12:07
    Mas quando a gente acredita
    que o mundo é um lugar tão tenebroso
  • 12:07 - 12:09
    e que a culpa disso é a ganância,
  • 12:09 - 12:13
    nós pegamos a nossa ganância
    e a escondemos de nós mesmos.
  • 12:13 - 12:15
    E isso vai paralisando o mundo!
  • 12:15 - 12:19
    Só que não é... O mundo não é
    um lugar tão horrível assim!
  • 12:19 - 12:21
    Vamos avaliar alguns dados muito simples.
  • 12:21 - 12:26
    Basicamente, a expectativa de vida
    subiu de 30 pra mais de 70 anos,
  • 12:27 - 12:28
    em menos de um século.
  • 12:28 - 12:33
    O número de mortes de crianças,
    anualmente, caiu de mais de 20 milhões
  • 12:33 - 12:36
    pra menos de 8 milhões,
    em menos de 60 anos.
  • 12:37 - 12:39
    Nós erradicamos doenças.
  • 12:39 - 12:43
    A nossa jornada de trabalho
    era mais de 65 horas semanais.
  • 12:43 - 12:45
    E hoje, ela está em, basicamente, 40.
  • 12:46 - 12:48
    O mundo está melhorando.
  • 12:48 - 12:52
    A humanidade está, aos poucos,
    aprendendo a usar os recursos que tem.
  • 12:52 - 12:55
    Eu sei que existem problemas,
    sim, muitos, eu concordo.
  • 12:56 - 12:59
    Mas será que a solução
    é regredir, é estagnar?
  • 13:00 - 13:03
    A gente tem que se apropriar
    da nossa ganância.
  • 13:03 - 13:05
    E usá-la de forma ética.
  • 13:06 - 13:11
    Quanto mais nós, os gananciosos éticos,
    que estão dispostos a correr atrás
  • 13:11 - 13:16
    dos seus sonhos sem pisar em ninguém
    e sem colocar de lado a moralidade…
  • 13:16 - 13:20
    Quanto mais nós abandonamos o mundo,
    quanto mais nós damos de mão,
  • 13:20 - 13:25
    nós entregamos de bandeja
    todos os recursos e todo o universo
  • 13:25 - 13:28
    pra essas pessoas que são
    gananciosas e que não têm ética.
  • 13:29 - 13:32
    Nós precisamos nos apropriar disso.
    E construir o nosso caminho.
  • 13:32 - 13:36
    Fazer tudo o que nós podemos
    pra conquistar o que desejamos,
  • 13:36 - 13:39
    sabendo que nós não só
    não estamos fazendo mal a ninguém,
  • 13:40 - 13:44
    como mais do que isso, estamos
    ajudando a roda do mundo a girar.
  • 13:44 - 13:46
    Estamos fazendo bem aos próximos.
  • 13:47 - 13:51
    Ok, eu sei, a palavra ganância
    já foi denegrida.
  • 13:52 - 13:55
    Não dá mais pra gente resgata-lá,
    mas eu vou procurar um outro verbo.
  • 13:55 - 14:00
    Existe uma palavra em inglês
    que designa a pessoa que pensa grande,
  • 14:00 - 14:03
    que deseja coisas grandes,
    que almeja muitas coisas,
  • 14:03 - 14:06
    mas que não quer pisar em ninguém
    para chegar aonde deseja.
  • 14:07 - 14:12
    Esse verbo se chama "thrive".
    Em português, ele é prosperar.
  • 14:12 - 14:14
    Eu quero prosperar.
  • 14:14 - 14:19
    Eu quero um futuro cheio de abundância
    pra mim e pra minha família.
  • 14:20 - 14:24
    Eu quero conseguir lutar
    por tudo o que eu desejo,
  • 14:24 - 14:26
    por todos os meus objetivos.
  • 14:26 - 14:28
    Eu quero conquistar
    estabilidade financeira.
  • 14:29 - 14:33
    Eu quero conquistar conforto
    e abundância pra minha família.
  • 14:33 - 14:37
    Eu quero poder passar
    muito mais tempo com os meus filhos.
  • 14:37 - 14:41
    E pra isso, eu preciso de estabilidade
    financeira, familiar, profissional…
  • 14:41 - 14:44
    Eu quero ajudar pessoas
    que não tenham recursos,
  • 14:45 - 14:49
    a se desenvolverem como pessoas,
    se desenvolverem como profissionais.
  • 14:49 - 14:51
    Esses são os meus objetivos.
  • 14:51 - 14:55
    Eles são compatíveis aos meus valores,
    as coisas importantes pra mim.
  • 14:55 - 14:58
    E eu vou precisar de recursos
    pra fazer isso tudo.
  • 14:58 - 15:02
    E eu estou disposta a conquistá-los
    sem pisar em ninguém,
  • 15:02 - 15:05
    sem fazer nada de errado pra ninguém
    e sem me sentir culpada
  • 15:05 - 15:07
    por estar almejando coisas.
  • 15:08 - 15:11
    Eu quero prosperar e ajudar
    pessoas a prosperarem
  • 15:12 - 15:15
    porque eu acredito verdadeiramente
    que essa é a melhor forma
  • 15:15 - 15:17
    de fazer o mundo prosperar.
  • 15:19 - 15:22
    Eu quero saber se vocês querem
    entrar nessa jornada comigo.
  • 15:23 - 15:24
    Público: Sim!
  • 15:25 - 15:28
    Cecília Dassi: Vamos nos libertar do nosso
    preconceito com a palavra ganância
  • 15:28 - 15:32
    e vamos aceitar a prosperidade
    nas nossas vidas.
  • 15:32 - 15:33
    Boa noite.
  • 15:33 - 15:36
    (Aplausos)
Title:
A boa ganância | Cecília Dassi | TEDxSantos
Description:

A ganância em seu sentido original. Cecília começou a trabalhar como atriz aos quarto anos e atuou até os 22 anos, quando se formou em psicologia e começou aos poucos a migrar de área. Hoje é psicóloga e life coach (formada pelo Instituto Brasileiro de Coaching e pelo Coaching Psychology Brasil) e busca, através da sua prática clínica, de palestras e de suas redes sociais, ajudar o maior número possível de pessoas a desenvolverem seus potenciais.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

more » « less
Video Language:
Portuguese, Brazilian
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:47

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions