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Title:
"First Kiss" de Tim Seibles
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Description:
Esta animação faz parte de nossa nova série, "Há um Poema para Isso", que apresenta interpretações animadas de poemas antigos e novos que dão linguagem a alguns dos maiores sentimentos da vida.
Poema de Tim Seibles, dirigido por Hannah Jacobs.
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Speaker:
Tim Seibles
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Primeiro Beijo
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Sua boca
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caiu em minha boca
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como uma neve de verão, como uma
quinta estação, como um Éden fresco,
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como Éden quando Eva fez Deus
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se lastimar com a inclinação
líquida de seus quadris,
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seu beijo doeu assim,
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quero dizer, foi como se ela tivesse
misturado o suor de um anjo
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com o sabor de uma tangerina,
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eu juro. Minha boca havia sido
um capacete eternamente
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banhado em segredos, minha boca
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uma rua sem saída um pouco iluminada
por dentes; meu coração, um molusco
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bateu e se fechou
no fundo de uma escuridão,
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mas sua boca arrancou
como um Cadillac azul-bebê
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cheio de canários e dirigido
por um tucano, juro
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aqueles lábios disseram asas brilhantes
quando nos beijamos, selvagens
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e precisos, como se ela estivesse
ensinando um cavalo-marinho a falar,
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sua boca tão cuidadosa, alojando
a primeira vogal de minha garganta
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até que meu cérebro fosse um piano
que batia alto, martelava assim,
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era como, juro que sua língua
era a sétima lua de Saturno,
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quente assim, quente e fria e circulando,
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circulando, me transformando
em um planeta alegre,
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Sol de um lado, a noite se derramando
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sua mão lenta sobre o outro: um fogo
voando a pipa de outro.
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Seu beijo, juro, se a Grande Mãe
se apressasse a abrir a Lua
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como um presente e você estivesse lá
para sentir sua sombra finalmente
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se soltar de seu pulso.
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Seria assim, mas ainda mais doce,
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como um motim de padres pernetas
em pulas-pulas, para cima e para cima,
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de um jeito ou de outro,
sem cair, mas sem parar
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assim, mal comportados,
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mas sagrados, juro! Aquele beijo:
ambos os lábios totalmente comprometidos
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com o mundo como um Corpo da Paz,
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como uma loja livre, eternamente e sempre
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uma nova cidade, sem fechaduras,
nem paredes, apenas portas, assim, juro,
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assim.