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How Does an Editor Think and Feel?

  • 0:01 - 0:04
    Oi, meu nome é Tony,
    e este é "Every Frame A Painting".
  • 0:09 - 0:12
    Um dia desses, me pediram
    para descrever o meu processo de edição.
  • 0:12 - 0:16
    Então eu comecei a falar sobre
    organização e seleção de filmagem.
  • 0:16 - 0:21
    E ela disse: "Não, o processo em si.
    Como você sabe quando cortar?"
  • 0:24 - 0:26
    E eu não consegui descrever.
  • 0:26 - 0:29
    Como vários editores,
    eu corto com meus instintos.
  • 0:29 - 0:32
    Nada atrapalha
    o processo de edição...
  • 0:32 - 0:35
    é o processo do seu pensamento.
  • 0:35 - 0:37
    Eu não corto com o que
    eu chamo de "conhecimento".
  • 0:37 - 0:40
    Eu tenho que mergulhar
    na coisa e sentir.
  • 0:40 - 0:45
    É da mesma forma para mim.
    Tenho que pensar e sentir a edição.
  • 0:45 - 0:48
    Então hoje eu gostaria de
    falar sobre esse processo.
  • 0:48 - 0:51
    Como um editor pensa e sente?
  • 0:55 - 0:59
    A primeira coisa que você precisa saber
    é que a edição tem tudo a ver com os olhos.
  • 0:59 - 1:03
    Mais que qualquer outro fator,
    os olhos informam a emoção de uma cena.
  • 1:03 - 1:05
    E os grandes atores
    sabem que eles...
  • 1:05 - 1:07
    transmitem mais pelos olhos
    do que por diálogo.
  • 1:07 - 1:10
    Eu disse:
    "Bem, eu não tenho nada a dizer"...
  • 1:11 - 1:14
    E ele disse:
    "Como assim você não tem nada a dizer?"
  • 1:14 - 1:19
    Ele disse: "Claro que você tem algo a dizer.
    Você tem coisas maravilhosas a dizer!
  • 1:19 - 1:25
    Mas você senta aí e ouve,
    pensa em coisas extraordinárias a dizer...
  • 1:25 - 1:26
    - Elliot, querido!
    - Hmm?
  • 1:27 - 1:29
    Você provou isso?
    Estão maravilhosos!
  • 1:29 - 1:32
    ...e decide não dizê-las!
  • 1:32 - 1:34
    É isso que você está fazendo!"
  • 1:34 - 1:37
    E quando eu vejo uma filmagem,
    isso é o que eu procuro.
  • 1:37 - 1:40
    Momentos onde eu possa ver
    uma mudança nos olhos do ator.
  • 1:40 - 1:42
    Como quando
    ele toma uma decisão.
  • 1:45 - 1:49
    Planos assim são fortes porque
    funcionam muito bem com outros planos.
  • 1:49 - 1:53
    Por exemplo, quando cortamos
    dos seus olhos para o que ele está olhando.
  • 1:57 - 2:00
    Isso nos diz, sem palavras,
    o que ele está pensando.
  • 2:01 - 2:05
    O próximo conceito
    foi muito difícil para eu aprender.
  • 2:05 - 2:07
    Emoções precisam de tempo.
  • 2:07 - 2:10
    Quando assistimos pessoas na tela,
    sentimos uma conexão com elas.
  • 2:11 - 2:15
    E isso é porque temos tempo
    para olhar seus rostos antes de falarem.
  • 2:15 - 2:17
    (Falando Chinês)
  • 2:19 - 2:22
    E tempo para vê-los depois.
  • 2:26 - 2:31
    Editores têm que decidir:
    "Quanto tempo eu dou a essa emoção?"
  • 2:31 - 2:34
    Então vamos a um exercício.
    Veja este plano.
  • 2:34 - 2:37
    O que você sente ao assistir?
  • 2:43 - 2:44
    Agora vamos tentar de novo.
  • 2:44 - 2:47
    O que você sente
    quando assiste isto?
  • 2:56 - 2:58
    Foi uma emoção diferente?
  • 2:59 - 3:01
    Edição é cheia
    de decisões como essa.
  • 3:01 - 3:03
    Onde quatro segundos
    fazem uma grande diferença.
  • 3:04 - 3:07
    E essas escolhas são difíceis.
    Não há respostas certas.
  • 3:07 - 3:11
    Algumas emoções ficam melhores
    em um plano único e contínuo.
  • 3:11 - 3:15
    (Falando Chinês)
  • 3:19 - 3:22
    Mas outras emoções ficam
    melhores em vários planos.
  • 3:22 - 3:24
    Então você pode
    subir e descer.
  • 3:24 - 3:28
    Repare nesta cena, onde Luke
    Skywalker testa sua habilidade.
  • 3:30 - 3:35
    Para facilitar, vamos focar
    apenas em quanto tempo cada plano tem.
  • 3:35 - 3:37
    4 segundos e 15 quadros
  • 3:39 - 3:43
    Note que conforme desenvolvemos a cena,
    cada plano fica menor e menor até o clímax.
  • 3:43 - 3:45
    3 segundos e 6 quadros
  • 3:46 - 3:47
    2 segundos e 17 quadros
  • 3:48 - 3:50
    1 segundo e 23 quadros
  • 3:50 - 3:53
    Mas depois de cinco cortes,
    chegamos ao ápice e começamos a descer.
  • 3:53 - 3:55
    4 segundos e 7 quadros
  • 3:55 - 3:58
    5 segundos e 18 quadros
  • 3:59 - 4:03
    Os planos ficam mais longos,
    novamente, e duram mais...
  • 4:03 - 4:04
    do que da primeira vez.
  • 4:05 - 4:09
    Toda essa sequência demora
    15 segundos para se elevar, e o dobro...
  • 4:09 - 4:15
    para descer, para que nós,
    o público, sintamos o fracasso de Luke.
  • 4:16 - 4:19
    Eu não consigo,
    é muito grande.
  • 4:19 - 4:21
    Mas o que acontece
    se você encurta esse ritmo?
  • 4:22 - 4:24
    Vamos olhar uma cena parecida,
    feita mais recentemente.
  • 4:25 - 4:27
    Veja se consegue
    sentir a diferença.
  • 4:27 - 4:28
    3 segundos e 17 quadros
  • 4:28 - 4:30
    3 segundos e 10 quadros
  • 4:32 - 4:33
    2 segundos e 8 quadros
  • 4:34 - 4:36
    Você consegue,
    Scott, vamos!
  • 4:37 - 4:38
    1 segundo 6 quadros
  • 4:39 - 4:41
    Elas não estão me ouvindo.
  • 4:41 - 4:43
    Você acreditou
    nessa emoção?
  • 4:43 - 4:49
    Porque nessa cena, o fracasso
    de Scott durou 30 quadros.
  • 4:49 - 4:52
    Em comparação,
    o fracasso de Luke Skywalker...
  • 4:56 - 4:58
    durou 30 segundos.
  • 5:00 - 5:01
    Pessoas não são máquinas.
  • 5:01 - 5:04
    Nós precisamos de tempo
    para sentir a emoção.
  • 5:04 - 5:06
    E se o filme não
    nos dá esse tempo...
  • 5:06 - 5:08
    não acreditamos nela.
  • 5:08 - 5:11
    E eu estou reparando
    em filmes, recentemente, que eu vejo...
  • 5:11 - 5:13
    muitas coisas
    que não acredito.
  • 5:13 - 5:17
    Eu acho que as pessoas
    estão jogando as coisas...
  • 5:17 - 5:19
    e pedindo que você acredite.
  • 5:19 - 5:21
    Mas elas não estão
    te fazendo acreditar.
  • 5:21 - 5:23
    E fazer algo convincente
    é muito difícil.
  • 5:23 - 5:25
    Solte o Red.
  • 5:25 - 5:28
    Porque o ritmo da cena
    não é um processo consciente.
  • 5:28 - 5:30
    Você só está
    respondendo ao fato...
  • 5:30 - 5:33
    de que cada plano
    tem um ritmo natural.
  • 5:38 - 5:43
    Há uma relação inerente
    entre a história propriamente dita e...
  • 5:43 - 5:46
    como contar a história, e o ritmo
    com o qual você a conta.
  • 5:46 - 5:52
    E a edição é 70% ritmo.
  • 5:56 - 5:58
    Às vezes o ritmo é óbvio...
  • 5:58 - 6:01
    como quando o ator está
    fazendo algo bem físico.
  • 6:09 - 6:12
    Mas outras vezes
    é bem sutil.
  • 6:12 - 6:15
    Por exemplo, o ritmo
    de pessoas caminhando...
  • 6:16 - 6:21
    ou o ritmo de um restaurante,
    com cozinheiros, fregueses, garçonetes.
  • 6:23 - 6:25
    Esses ritmos são mais próximos
    ao que sentimos no dia-a-dia.
  • 6:25 - 6:28
    E eu na verdade acho
    que são mais difíceis de editar.
  • 6:28 - 6:32
    Mas se você vir qualquer coisa várias
    vezes, você eventualmente sente o momento...
  • 6:32 - 6:34
    quando o plano quer
    que você corte.
  • 6:43 - 6:46
    A edição clássica de Hollywood
    tem muito a ver com o ritmo.
  • 6:46 - 6:50
    E isso é que queremos dizer
    com "a edição é invisível".
  • 6:50 - 6:53
    O corte acontece
    tão naturalmente...
  • 6:53 - 6:56
    Tem mais alguma
    coisa que quer saber sobre mim?
  • 6:56 - 6:57
    ...que você não percebe.
  • 6:57 - 7:00
    Quer ir para o meu quarto?
  • 7:00 - 7:02
    Mas você não precisa
    sempre ser invisível.
  • 7:02 - 7:05
    Algumas emoções ficam
    melhores se o corte for destoante.
  • 7:05 - 7:07
    Como por exemplo,
    se alguém está agitado.
  • 7:15 - 7:17
    E outros momentos
    ficam melhores...
  • 7:17 - 7:20
    se você cortar para fazer
    o público desconfortável.
  • 7:28 - 7:32
    Uma das coisas que o Marty sempre
    nos encorajou a fazer é...
  • 7:32 - 7:35
    às vezes segurar
    um pouco a mais.
  • 7:40 - 7:44
    E aí cortar,
    se for justificado.
  • 7:44 - 7:48
    O que realmente importa é:
    qual reação você quer provocar?
  • 7:56 - 7:59
    Porque às vezes você só consegue isso
    com um corte inusitado.
  • 8:03 - 8:05
    E isso me traz
    ao meu último ponto.
  • 8:05 - 8:08
    Se edição é tão intuitiva,
    como você aprende?
  • 8:09 - 8:10
    Eu só sei uma maneira...
  • 8:11 - 8:12
    praticando.
  • 8:12 - 8:15
    E edição é
    muito similar à dança.
  • 8:16 - 8:19
    Você pode explicar os
    fundamentos da dança...
  • 8:19 - 8:22
    mas para realmente aprender
    a dançar, você precisa dançar.
  • 8:23 - 8:24
    Você precisa editar.
  • 8:24 - 8:27
    E conforme você edita, desenvolve
    uma noção de ritmo e emoção...
  • 8:27 - 8:29
    que é propriamente sua.
  • 8:29 - 8:32
    Eu edito há dez anos
    e ainda não cheguei lá.
  • 8:32 - 8:36
    Mas sempre que fico frustrado com uma
    edição, lembro do que Michael Khan disse...
  • 8:36 - 8:38
    O que é lindo
    sobre edição é--
  • 8:38 - 8:40
    E acho que escritores
    também sentem isso.
  • 8:40 - 8:44
    Eu vejo que há todo esse filme.
    Não importa, faço uma parte por vez.
  • 8:45 - 8:47
    Uma cena por vez,
    um corte por vez.
  • 8:47 - 8:50
    E há um monte de filme,
    Eu faço uma coisa por vez.
  • 8:50 - 8:52
    Então vá um plano por vez.
  • 8:53 - 8:55
    Porque se você assistir
    a qualquer imagem...
  • 8:55 - 8:57
    Você se importa?
  • 8:57 - 9:00
    ...você verá que há uma
    emoção e um ritmo.
  • 9:06 - 9:08
    E você tem que sentir...
  • 9:08 - 9:08
    quando tem...
  • 9:09 - 9:10
    que...
Title:
How Does an Editor Think and Feel?
Description:

For the past ten years, I’ve been editing professionally. Yet one question always stumps me: “How do you know when to cut?” And I can only answer that it’s very instinctual. On some level, I’m just thinking and feeling my way through the edit. So today, I’d like to describe that process: how does an editor think and feel?

A very special thanks to David Poland for the use of DP/30 clips.
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DP/30 Michael Kahn (2011) https://www.youtube.com/watch?v=xjdOG-w0Zz4
Michael Caine - Acting in Film (1987) https://www.youtube.com/watch?v=bZPLVDwEr7Y
DP/30 Thelma Schoonmaker (2013) https://www.youtube.com/watch?v=KIKRcV4kHzg
DP/30 Thelma Schoonmaker (2011) https://www.youtube.com/watch?v=KgXcpZqQy8M
BAFTA - Walter Murch on Editing (2013) https://www.youtube.com/watch?v=WcBpXLNmS3Q

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Video Language:
English
Duration:
09:25

Portuguese, Brazilian subtitles

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