Os chips de computador de automontagem do futuro
-
0:01 - 0:05Os computadores costumavam
ser do tamanho de uma sala. -
0:05 - 0:06Mas agora cabem em nosso bolso,
-
0:06 - 0:08em nosso pulso
-
0:08 - 0:11e podem até mesmo ser
implantados dentro do nosso corpo. -
0:11 - 0:13Isso é muito legal, não é?
-
0:13 - 0:17Isso foi possível
pela miniaturização de transistores, -
0:17 - 0:20que são os pequenos
interruptores nos circuitos -
0:20 - 0:21no coração dos nossos computadores.
-
0:22 - 0:25E isso foi alcançado através
de décadas de desenvolvimento -
0:25 - 0:28e avanços na ciência e engenharia
-
0:28 - 0:31e de bilhões de dólares em investimento.
-
0:31 - 0:34Mas nos deu grandes
quantidades de capacidade, -
0:34 - 0:36enormes quantidades de memória
-
0:36 - 0:41e a revolução digital que todos nós
conhecemos e desfrutamos hoje. -
0:42 - 0:45Mas a má notícia é
-
0:45 - 0:48que estamos prestes a atingir
um obstáculo digital, -
0:48 - 0:52conforme a taxa de miniaturização
de transistores está diminuindo. -
0:52 - 0:55E isso está acontecendo
exatamente ao mesmo tempo -
0:55 - 0:59em que a nossa inovação em software
continua incansavelmente -
0:59 - 1:03com inteligência artificial
e grande volume de dados. -
1:03 - 1:08Os dispositivos realizam reconhecimento
facial, aumentam a nossa realidade -
1:08 - 1:12ou até mesmo dirigem carros pelas
nossas estradas perigosas e caóticas. -
1:13 - 1:14É incrível.
-
1:15 - 1:19Mas se não acompanharmos
o apetite do nosso software, -
1:19 - 1:23podemos chegar a um ponto
no desenvolvimento da nossa tecnologia -
1:23 - 1:27em que as coisas que faríamos com o
software poderiam, de fato, ser limitadas -
1:27 - 1:29pelo nosso hardware.
-
1:29 - 1:34Todos já experimentamos a frustração
de um smartphone ou tablet antigo -
1:34 - 1:37morrendo lentamente
até parar ao longo do tempo -
1:37 - 1:41sob o peso cada vez maior de atualizações
de software e novos recursos. -
1:41 - 1:44E eles funcionavam muito bem
há pouco tempo quando os compramos. -
1:44 - 1:49Mas os engenheiros de software esfomeados
consumiram toda a capacidade de hardware -
1:49 - 1:50ao longo do tempo.
-
1:52 - 1:56A indústria de semicondutores
está muito ciente disso -
1:56 - 1:59e está trabalhando em todo tipo
de soluções criativas, -
1:59 - 2:04como ir além dos transistores
para a computação quântica -
2:04 - 2:08ou mesmo trabalhando com transistores
em arquiteturas alternativas, -
2:08 - 2:10como redes neurais,
-
2:10 - 2:13para fazer circuitos
mais robustos e eficientes. -
2:13 - 2:17Mas essas abordagens levarão algum tempo
-
2:17 - 2:21e estamos procurando uma solução
muito mais imediata para esse problema. -
2:23 - 2:27A taxa de miniaturização
de transistores está diminuindo -
2:28 - 2:32devido à complexidade cada vez maior
do processo de fabricação. -
2:33 - 2:36O transistor costumava ser
um dispositivo grande e volumoso, -
2:36 - 2:40até a invenção do circuito integrado
-
2:40 - 2:42baseado em pastilhas
de silício cristalino puro. -
2:43 - 2:46E depois de 50 anos
de desenvolvimento contínuo, -
2:46 - 2:49podemos alcançar dimensões
de recursos de transistores -
2:49 - 2:52de até 10 nanômetros.
-
2:52 - 2:55Podemos encaixar mais
de um bilhão de transistores -
2:55 - 2:58em um único milímetro quadrado de silício.
-
2:58 - 3:00E para colocar isso em perspectiva:
-
3:00 - 3:04um fio de cabelo humano
tem 100 mícrons de espessura. -
3:04 - 3:07Um glóbulo vermelho,
que é essencialmente invisível, -
3:07 - 3:08tem oito mícrons de diâmetro
-
3:08 - 3:12e podemos colocar 12 na espessura
de um fio de cabelo humano. -
3:12 - 3:16Mas um transistor,
em comparação, é muito menor, -
3:16 - 3:19com uma pequena fração
de um mícron de diâmetro. -
3:19 - 3:23Podemos colocar mais de 260 transistores
-
3:23 - 3:25através de um único glóbulo vermelho
-
3:25 - 3:30ou mais de 3 mil na espessura
de um fio de cabelo humano. -
3:30 - 3:34É realmente incrível a nanotecnologia
no nosso bolso nesse momento. -
3:35 - 3:37E além do benefício óbvio
-
3:37 - 3:41de poder colocar mais transistores
menores em um chip, -
3:42 - 3:45transistores menores são
interruptores mais rápidos -
3:46 - 3:50e também mais eficientes.
-
3:51 - 3:53Então essa combinação nos deu
-
3:53 - 3:57o menor custo, maior desempenho
e maior eficiência eletrônica -
3:57 - 3:59que todos nós desfrutamos hoje.
-
4:02 - 4:05Para fabricar estes circuitos integrados,
-
4:05 - 4:08os transistores são construídos
camada por camada, -
4:08 - 4:11numa pastilha de silício cristalino puro.
-
4:11 - 4:14E em um sentido simplista,
-
4:14 - 4:18cada minúsculo recurso
do circuito é projetado -
4:18 - 4:20sobre a superfície da pastilha de silício,
-
4:20 - 4:24gravado em material sensível à luz
-
4:24 - 4:27e, em seguida, gravado através
do material sensível à luz, -
4:27 - 4:30para deixar o padrão
nas camadas subjacentes. -
4:31 - 4:35E este processo foi drasticamente
melhorado ao longo dos anos -
4:35 - 4:37para proporcionar o desempenho
eletrônico que temos hoje. -
4:38 - 4:42Mas conforme os recursos do transistor
ficam cada vez menores, -
4:42 - 4:45nos aproximamos das limitações físicas
-
4:45 - 4:47desta técnica de fabricação.
-
4:49 - 4:52Os sistemas mais recentes
para fazer esse padrão -
4:52 - 4:54tornaram-se tão complexos
-
4:54 - 4:59que custariam mais
de US$ 100 milhões cada. -
4:59 - 5:03E as fábricas de semicondutores
contêm dezenas dessas máquinas. -
5:03 - 5:07Então as pessoas estão questionando:
esta abordagem é viável a longo prazo? -
5:08 - 5:12Mas acreditamos que podemos
fabricar os chips -
5:12 - 5:16de uma maneira totalmente diferente
e muito mais econômica -
5:17 - 5:21usando engenharia molecular
e imitando a natureza -
5:21 - 5:25nas dimensões nanoscópicas
de nossos transistores. -
5:25 - 5:30Como eu disse, a manufatura convencional
usa todos os recursos do circuito -
5:30 - 5:32e projeta-o no silício.
-
5:33 - 5:36Mas se observarmos a estrutura
de um circuito integrado, -
5:36 - 5:38as matrizes dos transistores,
-
5:38 - 5:41muitas das funcionalidades
são repetidas milhões de vezes. -
5:41 - 5:44É uma estrutura altamente periódica.
-
5:44 - 5:48Então, queremos aproveitar
essa periodicidade -
5:48 - 5:50em nossa técnica
de fabricação alternativa. -
5:50 - 5:54Queremos usar materiais de automontagem
-
5:54 - 5:57para formar naturalmente
as estruturas periódicas -
5:57 - 5:59que precisamos para nossos transistores.
-
6:00 - 6:02Fazemos isso com os materiais,
-
6:02 - 6:06que, então, fazem o trabalho duro
da padronização fina, -
6:06 - 6:11ao invés de empurrar a tecnologia
de projeção para seus limites e além. -
6:12 - 6:16A automontagem é vista na natureza
em muitos lugares diferentes, -
6:16 - 6:19de membranas lipídicas
a estruturas celulares, -
6:19 - 6:22então sabemos que pode ser
uma solução robusta. -
6:22 - 6:26Se é bom o suficiente para a natureza,
deve ser bom o suficiente para nós. -
6:27 - 6:31Então, queremos pegar
essa automontagem robusta e natural -
6:31 - 6:35e usá-la para a fabricação
de nossa tecnologia de semicondutores. -
6:37 - 6:40Um tipo de material de automontagem,
-
6:40 - 6:43chamado de copolímero em bloco,
-
6:43 - 6:47consiste em duas cadeias poliméricas com
umas dezenas de nanômetros de comprimento. -
6:47 - 6:50Mas essas cadeias se odeiam.
-
6:50 - 6:51Elas se repelem,
-
6:51 - 6:55muito parecido com óleo e água
ou meu filho e minha filha adolescentes. -
6:55 - 6:56(Risos)
-
6:56 - 6:59Mas nós cruelmente os unimos,
-
6:59 - 7:02criando uma frustração inerente no sistema
-
7:02 - 7:04conforme eles tentam
se separar um do outro. -
7:05 - 7:08No material a granel, há bilhões deles,
-
7:08 - 7:11os componentes similares
tentam ficar juntos -
7:11 - 7:15e os componentes opostos tentam
se separar um do outro, ao mesmo tempo. -
7:15 - 7:19E isso tem uma frustração embutida,
uma tensão no sistema. -
7:19 - 7:23Ele se move, se contorce
até que surge uma forma. -
7:24 - 7:28E a forma natural de automontagem
que surge é em nanoescala, -
7:28 - 7:32é regular, periódica e de longo alcance,
-
7:32 - 7:36que é exatamente o que precisamos
para nossas matrizes de transistores. -
7:37 - 7:40Então podemos usar engenharia molecular
-
7:40 - 7:43para projetar diferentes formas
de diferentes tamanhos -
7:43 - 7:45e diferentes periodicidades.
-
7:45 - 7:48Por exemplo, se pegarmos
uma molécula simétrica, -
7:48 - 7:51em que as duas cadeias poliméricas
são de comprimento semelhante, -
7:51 - 7:54a estrutura automontada
natural que é formada -
7:54 - 7:57é uma linha longa e sinuosa
-
7:57 - 7:58parecida com uma impressão digital.
-
7:59 - 8:01A largura das linhas da impressão digital
-
8:01 - 8:03e a distância entre elas
-
8:03 - 8:07é determinada pelo comprimento
de nossas cadeias poliméricas, -
8:07 - 8:11mas também pelo nível
de frustração embutida no sistema. -
8:11 - 8:14E podemos até criar
estruturas mais elaboradas -
8:15 - 8:18se usarmos moléculas assimétricas,
-
8:19 - 8:23nas quais uma cadeia polimérica é
significativamente mais curta que a outra. -
8:24 - 8:26E a estrutura automontada
que se forma neste caso -
8:26 - 8:30está com as cadeias mais curtas
formando uma bola apertada no meio, -
8:30 - 8:34e é cercada por cadeias poliméricas
mais longas e opostas, -
8:34 - 8:36formando um cilindro natural.
-
8:37 - 8:39O tamanho deste cilindro
-
8:39 - 8:41e a distância entre os cilindros,
-
8:41 - 8:43a periodicidade,
-
8:43 - 8:46é determinado por quanto tempo
fazemos as cadeias poliméricas -
8:46 - 8:49e o nível de frustração embutida.
-
8:50 - 8:54Então, em outras palavras,
estamos usando engenharia molecular -
8:54 - 8:57para automontar estruturas em nanoescala
-
8:57 - 9:02que podem ser linhas ou cilindros do
tamanho e periodicidade do nosso projeto. -
9:02 - 9:06Usamos química, engenharia química,
-
9:06 - 9:10para fabricar os recursos em nanoescala
que precisamos para nossos transistores. -
9:14 - 9:18Mas a capacidade
de automontar essas estruturas -
9:18 - 9:20só nos leva até a metade do caminho,
-
9:20 - 9:23porque ainda precisamos
posicionar essas estruturas -
9:23 - 9:27onde queremos os transistores
no circuito integrado. -
9:27 - 9:30Mas podemos fazer isso
com relativa facilidade -
9:30 - 9:33usando estruturas de guia largas
-
9:33 - 9:37que fixam as estruturas automontadas,
-
9:37 - 9:39ancorando-as no lugar
-
9:39 - 9:42e forçando o resto
das estruturas automontadas -
9:42 - 9:43a ficarem em paralelo,
-
9:43 - 9:46alinhado-as com a nossa estrutura de guia.
-
9:47 - 9:51Por exemplo, se quisermos fazer
uma linha fina de 40 nanômetros, -
9:51 - 9:55que é muito difícil de fabricar
com tecnologia de projeção convencional, -
9:56 - 10:01podemos fabricar uma estrutura
de guia de 120 nanômetros -
10:01 - 10:04com tecnologia de projeção normal,
-
10:04 - 10:10e essa estrutura alinhará três
das linhas de 40 nanômetros entre elas. -
10:10 - 10:15Então os materiais estão fazendo
o padrão fino mais difícil. -
10:16 - 10:20Chamamos toda essa abordagem
de "automontagem dirigida". -
10:22 - 10:24O desafio da automontagem dirigida
-
10:24 - 10:28é que todo o sistema precisa
se alinhar quase perfeitamente, -
10:29 - 10:34porque qualquer defeitozinho na estrutura
pode causar uma falha no transistor. -
10:34 - 10:37E porque há bilhões
de transistores em nosso circuito, -
10:37 - 10:40precisamos de um sistema
quase molecularmente perfeito. -
10:41 - 10:44Mas estamos tomando medidas
extraordinárias para alcançar isto, -
10:44 - 10:47da limpeza de nossa química
-
10:47 - 10:50ao processamento cuidadoso dos materiais
-
10:50 - 10:51na fábrica de semicondutores
-
10:51 - 10:56para eliminar até mesmo
os menores defeitos nanoscópicos. -
10:57 - 11:03A automontagem dirigida
é uma nova tecnologia inovadora, -
11:03 - 11:05mas ainda está em fase de desenvolvimento.
-
11:06 - 11:10Estamos crescendo na confiança
de que podemos, de fato, introduzi-la -
11:10 - 11:11na indústria de semicondutores
-
11:11 - 11:14como um novo processo
de fabricação revolucionário -
11:14 - 11:16nos próximos anos.
-
11:17 - 11:20E se pudermos fazer isso,
se formos bem-sucedidos, -
11:20 - 11:22nós poderemos continuar
-
11:22 - 11:25com a miniaturização
econômica de transistores, -
11:25 - 11:29continuar com a espetacular
expansão da computação -
11:29 - 11:31e da revolução digital.
-
11:31 - 11:34E mais, isso poderia ser
o alvorecer de uma nova era -
11:34 - 11:36de fabricação molecular.
-
11:36 - 11:38Isso é muito legal, não é?
-
11:39 - 11:40Obrigado.
-
11:40 - 11:42(Aplausos)
- Title:
- Os chips de computador de automontagem do futuro
- Speaker:
- Karl Skjonnemand
- Description:
-
Os transistores que alimentam o telefone no seu bolso são inimaginavelmente pequenos: você pode colocar mais de 3 mil deles na largura de um fio de cabelo humano. Mas para acompanhar as inovações em campos como reconhecimento facial e realidade aumentada, precisamos incluir ainda mais poder de computação em nossos chips de computador, e estamos ficando sem espaço. Nesta palestra inovadora, o desenvolvedor de tecnologia Karl Skjonnemand introduz uma maneira radicalmente nova de criar chips. "Este poderia ser o alvorecer de uma nova era de fabricação molecular", diz Skjonnemand.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 11:57
Maricene Crus approved Portuguese, Brazilian subtitles for The self-assembling computer chips of the future | ||
Maricene Crus accepted Portuguese, Brazilian subtitles for The self-assembling computer chips of the future | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The self-assembling computer chips of the future | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The self-assembling computer chips of the future | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The self-assembling computer chips of the future | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The self-assembling computer chips of the future | ||
Carolina Aguirre edited Portuguese, Brazilian subtitles for The self-assembling computer chips of the future | ||
Carolina Aguirre edited Portuguese, Brazilian subtitles for The self-assembling computer chips of the future |