Mostrando os custos ocultos das coisas que compramos | J Henry Fair | TEDxBerlin
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0:11 - 0:13Eu fotografo dinheiro.
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0:14 - 0:19É dinheiro que subtraímos aos nossos netos
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0:19 - 0:22e gastamos connosco.
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0:23 - 0:27Todos os produtos, tudo o que compramos,
tudo aquilo em que gastamos dinheiro, -
0:27 - 0:29tem custos invisíveis.
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0:29 - 0:31Esses custos são custos ocultos
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0:31 - 0:34que habitualmente resultam
numa degradação do ambiente. -
0:34 - 0:37Até o Jesus de plástico.
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0:39 - 0:42Um rolo de papel higiénico,
por mais banal que seja, -
0:43 - 0:45é um exemplo perfeito.
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0:46 - 0:49Pensa-se: "Quem se preocupa
com o papel higiénico?" -
0:49 - 0:52Esse rolo de papel higiénico
é a causa da desflorestação -
0:52 - 0:55que, claro, significa alteração climática,
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0:55 - 0:57e é causa de poluição enorme.
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0:58 - 1:00Mas não tem de ser assim.
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1:00 - 1:02Com os mesmos euros,
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1:02 - 1:04podemos comprar um rolo
de papel higiénico diferente -
1:04 - 1:06e apoiar outra linha de produtos.
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1:06 - 1:11Podemos apoiar produtos
de reciclagem, reutilizáveis. -
1:12 - 1:16O alumínio é o que mais contribui
para a degradação do ambiente, -
1:16 - 1:19utiliza muitíssima eletricidade
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1:19 - 1:24— penso que é o utilizador número um
da eletricidade industrial — -
1:24 - 1:27e é outro produto.
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1:27 - 1:30Se reciclarmos uma lata de alumínio,
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1:30 - 1:32poupamos eletricidade suficiente
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1:32 - 1:34para alimentar o computador
durante três horas. -
1:34 - 1:37Vemos aqui o desperdício
do fabrico de alumínio. -
1:37 - 1:41Talvez se lembrem que, no ano passado,
foram derramados no Danúbio -
1:41 - 1:45um milhão de metros cúbicos
de desperdício tóxico -
1:45 - 1:48numa fábrica de alumínio na Hungria.
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1:49 - 1:52O que eu faço exige
uma série de parceiros. -
1:52 - 1:56Geralmente, vou observar estas coisas
e tenho pilotos que me levam lá, -
1:57 - 2:00e tenho grupos ambientalistas
que me fornecem informações -
2:00 - 2:03de que preciso para perceber
o que estou a ver. -
2:03 - 2:08Depois, eles usam as fotos que eu faço
na esperança de provocarem uma mudança. -
2:10 - 2:13Na minha opinião,
vivemos numa pequena rocha, -
2:13 - 2:15que partilhamos com uma série
de plantas e animais -
2:15 - 2:20num sistema muito complexo
que está cuidadosamente equilibrado. -
2:21 - 2:24Claro, enquanto seres humanos,
temos grande inteligência -
2:24 - 2:28que nos permite iludir o sistema.
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2:28 - 2:31Permite-nos arrebanhar
mais do que o nosso quinhão. -
2:31 - 2:36Ao fazer isso,
desequilibramos esses sistemas, -
2:37 - 2:41por isso, esses sistemas que nos fornecem
essencialmente, serviços gratuitos -
2:42 - 2:44— ar puro, água potável —
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2:44 - 2:49quando levamos esses sistemas à ruína,
acabamos por ter de pagar -
2:49 - 2:51— ou os nossos filhos terão de pagar —
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2:51 - 2:53para substituir esses serviços.
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2:53 - 2:58Na realidade, estamos a transferir
uma quantidade enorme de riquezas -
2:58 - 3:02entre as pessoas que lucram
com esses processos de extração -
3:03 - 3:04e os nossos netos.
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3:05 - 3:07Como estamos a falar de energia,
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3:07 - 3:09vou falar de alguns
dos projetos que tenho feito, -
3:09 - 3:11especificamente,
os relacionados com energia. -
3:12 - 3:15Vamos começar nos EUA,
na Virgínia Ocidental. -
3:15 - 3:19Esta é uma das regiões
de maior biodiversidade do mundo. -
3:19 - 3:22Chama-se Planalto Cumberland,
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3:23 - 3:28e é também a fonte de água potável
para milhões de norte-americanos. -
3:28 - 3:32Vemos aqui o local
onde a montanha foi removida -
3:32 - 3:35— a montanha que estava a barrar o carvão.
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3:36 - 3:40Fizemos explodir a montanha
para apanhar o carvão. -
3:41 - 3:45Infelizmente, só recolhemos 6% do carvão,
mas quem se preocupa com isso? -
3:45 - 3:47Os nossos netos é que vão pagar.
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3:49 - 3:53Tenho muitas fotos para mostrar,
por isso desculpem, vou andar depressa. -
3:55 - 3:59Este é um ribeiro que foi envenenado
com a drenagem ácida de uma mina. -
4:00 - 4:04E aqui vemos o desperdício
da lavagem do carvão. -
4:05 - 4:06Depois de tudo acabado,
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4:06 - 4:10depois de destruída a montanha
e recolhido o carvão, -
4:10 - 4:15a única compensação exigida
é que as empresas nivelem o solo -
4:15 - 4:19e espalhem sementes de ervas invasivas
misturadas com fertilizantes. -
4:21 - 4:25Uma das coisas interessantes
nestes processos de extração -
4:25 - 4:29é que nunca enriquecem
as comunidades onde ocorrem, -
4:29 - 4:31só as empobrecem.
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4:31 - 4:36Aqui é Twilight, na Virgínia Ocidental,
um nome muito apropriado. -
4:36 - 4:38Esta é a estação dos correios,
se conseguem imaginar, -
4:38 - 4:40em Twilight, na Virgínia Ocidental.
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4:40 - 4:44Já ninguém ali vive e, certamente,
ninguém usa a estação dos correios. -
4:46 - 4:50Iniciei este projeto,
fotografando coisas industriais. -
4:50 - 4:54Tinha a intenção de fazer arte
que emocionasse as pessoas, -
4:54 - 4:57porque eu via que havia um problema.
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4:57 - 5:00Acho que hoje muitos de nós
veem que há um problema, -
5:00 - 5:02exceto os 50% dos norte-americanos
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5:02 - 5:06que ainda não acreditam
na alteração climática. -
5:06 - 5:09Peço desculpa por isso.
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5:11 - 5:14Embora eu ainda hoje
goste muito destas fotos -
5:14 - 5:17— isto é uma fábrica
de cimento no Senegal — -
5:17 - 5:21elas não transmitiram
a mensagem que eu queria -
5:21 - 5:23e não abalaram as pessoas.
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5:24 - 5:27Fui detido e expulso muitas vezes,
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5:27 - 5:32até tinha o hábito de levar
um rolo de filme extra na algibeira, -
5:32 - 5:34e, quando a polícia chegava,
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5:34 - 5:37eu mudava rapidamente o rolo
na câmara e dizia: -
5:37 - 5:41"Ok, eu deixo isto aqui,
tomem lá o filme, eu vou-me embora, -
5:41 - 5:43"mas, por favor, não me prendam!"
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5:43 - 5:45Normalmente, funcionava.
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5:46 - 5:50Mesmo assim, as fotos
não funcionavam como eu queria. -
5:50 - 5:53Esta foto que veem é muito importante,
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5:53 - 5:56é a desflorestação
para o fabrico de papel, -
5:56 - 6:00mas não vos comove,
não altera o vosso comportamento, -
6:00 - 6:03e é isso o que eu quero,
uma alteração de comportamento. -
6:04 - 6:07Aqui estou eu num avião
num voo comercial. -
6:07 - 6:11Olhei lá para baixo e vi
aquela central de energia -
6:11 - 6:13que estava rodeada
por um rio enevoado -
6:13 - 6:16e, de repente, ocorreu-me
que era aquela a resposta: -
6:16 - 6:17fotografar lá do alto.
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6:17 - 6:19Tornou-se uma questão de logística
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6:19 - 6:23de contratar um avião
e sobrevoar aquelas coisas. -
6:24 - 6:26Comecei pelo Rio Mississippi,
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6:26 - 6:29que tem um lugar especial
no património americano. -
6:29 - 6:34Vemos aqui uma fábrica
onde fazem fluorocarbonos -
6:34 - 6:37que foram a causa
do buraco na camada do ozono, -
6:37 - 6:41os combustíveis para as lacas
e muitas outras coisas. -
6:42 - 6:46Este é o desperdício
do fabrico de toalhas de papel. -
6:47 - 6:51Talvez nunca tenham ouvido falar
dos donos desta fábrica -
6:51 - 6:53— são os irmãos Koch —
-
6:53 - 6:57mas certamente já ouviram falar
de um dos seus projetos preferidos. -
6:57 - 7:00São eles o dinheiro
por detrás do Tea Party. -
7:00 - 7:03Assim, eu percebi
-
7:03 - 7:07que, se comprar esta marca
de toalhas de papel, -
7:07 - 7:10estou a apoiar o Tea Party,
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7:10 - 7:14e, depois de perceber isso,
comecei a mudar o meu comportamento. -
7:15 - 7:18Vou deixar de comprar toalhas de papel.
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7:18 - 7:20Só compro papel higiénico.
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7:21 - 7:22(Risos)
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7:23 - 7:28Comecei a pensar noutras formas
em que podia efetuar uma mudança. -
7:28 - 7:33Depois desta ideia de fazer arte,
de fazer estas fotos, -
7:34 - 7:37passei para as cinzas do carvão.
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7:38 - 7:42Provavelmente, vocês não passam
muito tempo a pensar nas cinzas do carvão. -
7:42 - 7:44Nos EUA, só pensamos nisso
-
7:44 - 7:47porque tivemos um grande derrame
industrial no Tennessee. -
7:48 - 7:51Mas as cinzas do carvão
são muito tóxicas -
7:51 - 7:57e, na Alemanha, fazemos 46%
da nossa eletricidade, queimando carvão. -
7:58 - 8:01É praticamente o mesmo nos EUA
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8:01 - 8:04e as cinzas do carvão contêm
inúmeras coisas muito tóxicas: -
8:04 - 8:07mercúrio, a que chamamos "quicksilver",
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8:08 - 8:13chumbo, arsénico, urânio,
crómio que é muito tóxico. -
8:13 - 8:16Vemos aqui um reservatório
de cinzas de carvão -
8:16 - 8:19que está a ameaçar estas casas.
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8:19 - 8:21Se este reservatório ceder
-
8:21 - 8:25— o que acontece, de dois em dois meses
há uma nova fuga — -
8:25 - 8:29estas casas serão arrastadas
dado o volume das cinzas de carvão. -
8:30 - 8:33Nos EUA, queimamos mil milhões
de toneladas de carvão, por ano -
8:34 - 8:38e produzimos cerca de
130 milhões de toneladas de cinzas. -
8:38 - 8:41É quase inconcebível
imaginar este volume. -
8:43 - 8:48Estas são diversas cinzas de carvão
em diversas fábricas, nos EUA. -
8:48 - 8:51Esta fica na região de Lausitz.
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8:51 - 8:55Temos este problema aqui na Alemanha,
embora eu não oiça falar muito disso. -
8:55 - 8:57Provavelmente, acabarão por falar.
-
8:57 - 8:59Porque o que acontece é que,
-
8:59 - 9:01quando as cinzas de carvão
entram em contacto com a água, -
9:01 - 9:04essas toxinas lixiviam para a água no solo
-
9:04 - 9:08e, claro, o arsénico,
que é solúvel na água, -
9:08 - 9:10é um verdadeiro problema
com as cinzas de carvão, -
9:10 - 9:12e é uma coisa que não queremos beber.
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9:12 - 9:16Estas são cinzas de carvão em Garzweiler.
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9:16 - 9:19Vemos um trabalhador
a regar as cinzas quentes com água. -
9:22 - 9:25Agora, vamos voltar
ao continente norte-americano. -
9:26 - 9:30Estas são as areias betuminosas,
talvez nunca tenham ouvido falar nelas, -
9:30 - 9:33mas são a segunda maior reserva
de petróleo do mundo, -
9:33 - 9:35depois da Arábia Saudita.
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9:35 - 9:38Todas as companhias petrolíferas
internacionais estão envolvidas -
9:38 - 9:41na extração das areias betuminosas.
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9:41 - 9:43Acontece que também são
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9:43 - 9:46uma das zonas húmidas
mais valiosas do mundo, -
9:46 - 9:49e é o armazém duma quantidade
enorme de carbono -
9:49 - 9:52que é libertado no processo de extração.
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9:53 - 9:57É um processo de extração
muito banal e típico -
9:57 - 10:01exceto quanto à dimensão, que é enorme.
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10:01 - 10:06Vemos aqui as máquinas
a raspar o carbono para camiões -
10:06 - 10:09que depois o levam para a refinaria.
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10:10 - 10:13Curiosamente, as máquinas
são alimentadas a eletricidade. -
10:14 - 10:18Esta é uma das refinarias,
é um processo de refinação muito poluente. -
10:18 - 10:23Um dos principais subprodutos
é o enxofre, que é extraído -
10:23 - 10:26porque não é permitido
ter enxofre na gasolina. -
10:27 - 10:30Curiosamente, muito
do que eu faço é investigação. -
10:30 - 10:33Levei muito tempo até perceber
o que era o vermelho. -
10:33 - 10:36É especial, parece o sangue da Terra.
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10:37 - 10:39O vermelho é enxofre derretido.
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10:39 - 10:43O enxofre é, segundo creio,
o único mineral -
10:43 - 10:46que muda de viscosidade quando aquece.
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10:47 - 10:51O outro subproduto do processo
das areias betuminosas -
10:51 - 10:56são grandes lagos de líquido poluído,
a que chamam as bacias de decantação. -
10:58 - 11:03Tantas aves aquáticas migratórias
poisavam nestas bacias e morriam -
11:03 - 11:08que as empresas petrolíferas
começaram a pôr canhões de ar -
11:08 - 11:12na esperança de impedir
as aves aquáticas de poisarem. -
11:13 - 11:16Estas são populações das Primeiras Nações
que vivem no topo deste rio -
11:16 - 11:18— chama-se o Rio Athabasca —
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11:18 - 11:20e, obviamente, estão a sofrer
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11:20 - 11:24de numerosos tipos de cancro,
muito raros, na sua população. -
11:25 - 11:29Vamos mudar agora
para o sul dos EUA. -
11:29 - 11:32Talvez se lembrem do derrame
no Golfo do ano passado -
11:32 - 11:35— nos EUA, quase nos esquecemos disso —
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11:35 - 11:37e vemos aqui um dos aviões
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11:37 - 11:39a lançar dispersantes
sobre o derrame do Golfo. -
11:39 - 11:43O nome verdadeiro é o derrame Macondo,
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11:43 - 11:45embora seja mais conhecido
por derrame Deepwater, -
11:45 - 11:49o nome do equipamento de perfuração
que se espatifou e ardeu. -
11:52 - 11:53A fotografar...
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11:53 - 11:56Primeiro, quando aquilo aconteceu,
pensei, enquanto artista: -
11:56 - 11:58"Posso fazer alguma coisa?
Valerá a pena lá ir? -
11:58 - 12:01"Posso fazer algo
que ainda não tenha sido feito?" -
12:01 - 12:03Porque, claro, havia uma enorme cobertura.
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12:03 - 12:05Decidi experimentar,
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12:05 - 12:09por isso contactei com um piloto de lá
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12:09 - 12:12— Tom Hutchings, um dos meus heróis —
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12:12 - 12:16e sobrevoámos sete vezes o derrame.
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12:16 - 12:19Era como estar numa zona de guerra.
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12:19 - 12:22Voltava para Nova Iorque
e as pessoas perguntavam: "Como era?" -
12:23 - 12:24E não conseguíamos descrever.
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12:24 - 12:28Tive uma perceção de como será
ser um jornalista de guerra -
12:28 - 12:32porque aquele horror
— e era, de facto, horrível — -
12:32 - 12:36sentia-se nas entranhas
e nem conseguíamos falar disso. -
12:36 - 12:41Quando voltei para Nova Iorque,
tinha de telefonar a Tom todos os dias -
12:41 - 12:45para saber o que é que ele via
naquele dia, quais eram as notícias, -
12:45 - 12:48e quando é que eu devia voltar.
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12:49 - 12:53Claro, talvez não saibam,
mas está a haver fugas, de novo. -
12:53 - 12:56Não aparece muito nas notícias.
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12:59 - 13:02Há diversos óleos na água
que vemos ali, -
13:02 - 13:05muitos óleos de diferentes densidades
a sair daquele local. -
13:06 - 13:09Uma das coisas que,
para mim, são importantes, -
13:09 - 13:12é que todos fazemos parte
destes processos. -
13:12 - 13:16Fiquei fascinado com a palestra anterior
sobre o homem -
13:16 - 13:20que tentava reduzir a sua pegada
de carbono para... já esqueci o número. -
13:21 - 13:23Eu alterei o meu estilo de vida
-
13:23 - 13:27para tentar reduzir a minha pegada
de todas as formas possíveis. -
13:28 - 13:32Esta é uma das plataformas de perfuração
que está a perfurar o poço de segurança. -
13:32 - 13:36Mais uma vez, o poço
está a ter fugas, enquanto falamos. -
13:37 - 13:40Embora a British Petroleum tenha dito
-
13:40 - 13:44que vão tapá-lo e abandoná-lo,
suspeito que vão extrair aquele petróleo. -
13:46 - 13:49É importante? Não sei se é importante.
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13:50 - 13:51O petróleo atingiu primeiro
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13:51 - 13:56o lado ocidental
do delta do Rio Mississippi -
13:57 - 14:00no local que se chama Baía Barataria
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14:00 - 14:03que, claro, é um refúgio
de vida selvagem muito valioso. -
14:03 - 14:06Nascem ali muitos pelicanos
-
14:06 - 14:09— eu gosto muito de pelicanos.
-
14:09 - 14:13Isto é na borda
de uma colónia de pelicanos. -
14:14 - 14:18Fiquei muito triste e magoado
por ver estas coisas, -
14:18 - 14:22quase temos de reprimir
as nossas emoções. -
14:23 - 14:25Agora, voltamos à Alemanha
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14:25 - 14:28porque, claro, vocês tomaram
recentemente a decisão -
14:28 - 14:30de abandonar a energia nuclear
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14:31 - 14:33e penso que foi uma boa decisão,
-
14:33 - 14:37mas isso força-nos
a depender mais do carvão. -
14:38 - 14:41Portanto, o número de 46% deve aumentar,
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14:41 - 14:44a não ser que a Alemanha decida
comprar a energia aos franceses -
14:44 - 14:47que estão a construir
centrais nucleares ali na fronteira. -
14:48 - 14:50Abençoados sejam.
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14:50 - 14:52Provavelmente conhecem os processos.
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14:52 - 14:56Estas escavadoras, primeiro
removem a terra sobre o carvão, -
14:56 - 15:02depois retiram o carvão e colocam-no
em transportadores para o "kraftwerk" -
15:03 - 15:05— desculpem-me, mas não falo alemão —
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15:05 - 15:08e estes são os dentes do Bagger.
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15:08 - 15:11Eu considero estas máquinas fascinantes.
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15:11 - 15:14De certo modo, são o pináculo
da nossa capacidade enquanto humanos, -
15:14 - 15:17de fabricar estas máquinas gigantescas.
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15:17 - 15:18São muito especiais,
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15:18 - 15:21tal como as plataformas de perfuração
que vimos há bocado. -
15:21 - 15:24Fico maravilhado com estas coisas.
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15:24 - 15:29Esta máquina está a espalhar
o excesso de terra que cobre o carvão, -
15:30 - 15:33têm de a retirar do caminho
para chegar ao carvão, -
15:33 - 15:36por isso está a espalhá-la
num padrão muito bonito, -
15:36 - 15:39no lado esgotado da mina.
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15:40 - 15:42É isto que eu procuro,
procuro padrões. -
15:42 - 15:47Como é que posso fazer uma foto bonita
de uma coisa horrível? -
15:47 - 15:51Porque a dissonância
que eu crio com este trabalho -
15:51 - 15:54faz-nos parar e pensar nisso.
-
15:54 - 15:59Se não fosse uma foto bonita
duma coisa horrível, -
15:59 - 16:02penso que não seria eficaz,
ninguém pararia -
16:02 - 16:07e ninguém pensaria:
"Qual é a minha relação com isto?" -
16:08 - 16:10Vamos voltar a saltar
para outro tópico. -
16:11 - 16:15Eu sei que, na Alemanha, preocupam-se
muito com o gás natural, da Rússia, -
16:15 - 16:19o gás natural de que a Alemanha
depende, proveniente da Rússia -
16:19 - 16:22e em breve vos dirão que devem perfurar
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16:22 - 16:25para obter o gás natural
que está preso nas camadas de xisto -
16:25 - 16:27no subsolo da Alemanha.
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16:27 - 16:31Fica a dois quilómetros da superfície.
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16:32 - 16:37Estamos a travar essa batalha nos EUA,
especificamente em volta de Nova Iorque, -
16:37 - 16:42onde as companhias de gás querem
perfurar nas áreas da bacia hidrográfica. -
16:42 - 16:44Isto é Catskills,
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16:44 - 16:48e é a fonte da água que abastece
a cidade de Nova Iorque. -
16:48 - 16:50As companhias de gás andam a dizer:
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16:50 - 16:53"Podemos perfurar ali, com segurança,
não se preocupem". -
16:53 - 16:57A forma como isso funciona
— podem ver nesta foto — -
16:58 - 17:02é que ocupa-se uma área natural
-
17:02 - 17:04e transforma-se essa área
numa área industrial. -
17:04 - 17:08Dizem-nos que não faz mal,
ela repara-se a si mesma, -
17:08 - 17:11mas estas áreas nunca
se reparam a si mesmas. -
17:12 - 17:16A forma como funciona este processo
é que perfura-se até à camada de xisto, -
17:16 - 17:19depois perfura-se horizontalmente
na camada de xisto -
17:19 - 17:23e depois bomba-se milhões
de litros de água -
17:23 - 17:29para fraturar essa camada de xisto
e libertar o gás que lá está preso. -
17:29 - 17:33A água mistura-se com muitos químicos,
muitos dos quais são tóxicos. -
17:33 - 17:39Graças a Halliburton
e ao governo anterior a este, -
17:40 - 17:46essa receita tóxica mantém-se secreta
e não é só isso, -
17:46 - 17:49há isenção de regulamentações
da água potável. -
17:49 - 17:52Temos muitas coisas a agradecer
à administração Bush. -
17:53 - 17:55Vemos aqui o desperdício da perfuração.
-
17:55 - 17:59Estes são os cortes e, a propósito,
estas camadas de xisto são radioativas -
17:59 - 18:01portanto, estes cortes
-
18:01 - 18:07— para não falar das lamas de perfuração
com metais pesados — -
18:07 - 18:11são muito tóxicos e radioativos.
-
18:12 - 18:16Depois de perfurarem,
têm de fraturar a camada de rocha -
18:16 - 18:18e esta foto dá-vos uma ideia
-
18:18 - 18:22do volume de água necessária
para cada fratura hidráulica, -
18:22 - 18:24milhões de litros de água,
-
18:24 - 18:29ou melhor, milhões e milhões
de litros de água por poço. -
18:33 - 18:35Vemos aqui os camiões,
são camiões de compressão. -
18:35 - 18:39que se colocam em volta do poço
para fazer a fratura hidráulica. -
18:40 - 18:42Voltando atrás,
-
18:42 - 18:44vocês vão ser pressionados
aqui na Alemanha -
18:44 - 18:47para se envolverem neste processo.
-
18:47 - 18:49Aconselho-vos a pensarem
muito cuidadosamente nisso -
18:49 - 18:52porque não é um procedimento seguro.
-
18:53 - 18:57A indústria do gás tem muito dinheiro
e controla os "media" -
18:57 - 19:00por isso, os acidentes que ocorrem
-
19:00 - 19:03quase duas vezes por mês,
ou uma vez por mês -
19:03 - 19:05não são muito bem noticiados.
-
19:05 - 19:08Mas isso não significa que não aconteçam,
-
19:08 - 19:11e isso não significa
que não haja consequências. -
19:12 - 19:14Podem ver aqui que esta operação
de fratura hidráulica -
19:14 - 19:16é feita perto duma zona húmida,
-
19:16 - 19:17portanto, eu diria que,
-
19:17 - 19:22dados os milhões de bars de pressão
aplicados àquele líquido tóxico, -
19:22 - 19:25não é possível que ele não migre
-
19:25 - 19:29— a lógica diz-nos que vai migrar
para aquelas massas de água. -
19:31 - 19:32Aqui vemos uma chama
-
19:32 - 19:35Quando vemos uma chama
sabemos que houve um problema. -
19:35 - 19:38Este era um local
onde houve uma explosão. -
19:38 - 19:41Mas, claro, nunca ouvimos falar disso.
-
19:43 - 19:47Em conclusão, eu diria que rejeito...
-
19:47 - 19:49Muitas pessoas dizem:
"O que é que eu posso fazer? -
19:49 - 19:53"Eu sou só uma pessoa,
não posso fazer nada que faça diferença. -
19:53 - 19:57"Porque é que devo
mudar de comportamento?" -
19:57 - 20:03Mas eu rejeito essa noção,
porque penso que as ações de uma pessoa, -
20:03 - 20:05para além de fazerem
uma diferença quantitativa, -
20:05 - 20:11o exemplo que uma pessoa pode dar
pode afetar muitos à nossa volta. -
20:11 - 20:13Por isso, aconselho-vos
a pensar muito cuidadosamente -
20:13 - 20:16nas coisas que fazemos todos os dias.
-
20:16 - 20:20na esperança de podermos reduzir
a nossa pegada -
20:20 - 20:24e reduzir esses custos
que estamos a passar para os nossos netos. -
20:25 - 20:26Obrigado.
-
20:26 - 20:28(Aplausos)
- Title:
- Mostrando os custos ocultos das coisas que compramos | J Henry Fair | TEDxBerlin
- Description:
-
O fotógrafo J Henry Fair faz fotografia aéreas de áreas em crise ambiental em todo o mundo, para mostrar como a indústria e o consumidor afetam o planeta. Nesta palestra, faz uma visita anotada desta obra bela e chocante, explicando como estas fotografias mostram os "custos ocultos" das coisas que compramos, coisas como papel higiénico, laca para o cabelo, gasolina, até mesmo a energia para as nossas casas.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 20:35
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Showing the hidden costs of the things we buy | J Henry Fair | TEDxBerlin | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Showing the hidden costs of the things we buy | J Henry Fair | TEDxBerlin | ||
Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for Showing the hidden costs of the things we buy | J Henry Fair | TEDxBerlin | ||
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for Showing the hidden costs of the things we buy | J Henry Fair | TEDxBerlin | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Showing the hidden costs of the things we buy | J Henry Fair | TEDxBerlin | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Showing the hidden costs of the things we buy | J Henry Fair | TEDxBerlin |