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Robôs origami que se reestruturam e transformam

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    Como engenheira de robótica,
    fazem-me muitas perguntas.
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    "Quando me vão servir o pequeno almoço?"
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    Eu pensava que o futuro da robótica
    seria mais parecido connosco.
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    Pensava que os robôs
    seriam parecidos comigo
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    por isso construí olhos
    que simulavam os meus.
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    Construí dedos hábeis para me servir
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    bolas de beisebol.
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    Robôs clássicos como este
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    constroem-se e funcionam
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    com base num número fixo
    de juntas e atuadores.
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    O que significa que a sua funcionalidade
    e forma já estão fixos
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    no momento da sua conceção.
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    Apesar de este braço
    ter um ótimo serviço
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    — até atingiu o tripé no final —
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    não foi feito para nos
    cozinhar o pequeno almoço.
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    Não é adequado para fazer ovos mexidos.
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    Foi então que tive uma nova visão
    da robótica do futuro:
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    os "transformers".
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    Eles conduzem, correm, voam,
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    dependendo do novo ambiente
    em constante alteração
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    e da tarefa em questão.
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    Para tornar isto realidade,
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    temos de repensar
    como são construídos os robôs.
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    Imaginem um módulo robótico
    em forma de polígono
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    e imaginem utilizar
    essa forma de polígono
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    para reconstruir
    várias formas diferentes
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    e criar uma nova forma de robô
    para diferentes tarefas.
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    Em computação gráfica, não é novidade.
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    Já se faz há algum tempo, e a maioria
    dos filmes são feitos dessa forma.
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    Mas, se estamos a tentar fazer um robô
    que se move fisicamente,
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    é completamente diferente.
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    É um paradigma completamente novo.
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    Mas já todos fizeram isto.
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    Quem já não fez um avião,
    um barco ou um pássaro de papel?
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    O origami é uma plataforma versátil
    para os construtores.
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    Com uma só folha de papel,
    podemos fazer várias formas
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    e, se não gostarmos, desdobramos
    e voltamos a dobrar.
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    É possível fazer qualquer forma 3D
    ao dobrar superfícies 2D,
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    e isto prova-se de forma matemática.
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    Imaginem que têm uma folha inteligente
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    que se dobra sozinha em qualquer forma,
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    em qualquer momento.
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    É nisso que tenho estado a trabalhar.
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    Chamo-lhe origami robótico,
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    "robogami".
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    Esta é a nossa primeira
    transformação "robogami"
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    feita por mim há cerca de 10 anos.
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    De um robô de folha plana,
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    transforma-se numa pirâmide
    e novamente numa folha plana
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    e depois numa nave espacial.
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    Muito querido.
  • 3:03 - 3:10
    Dez anos mais tarde, com o meu grupo
    de engenheiros robóticos ninjas
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    — cerca de 22 agora —
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    temos uma nova geração de "robogamis"
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    que são um pouco mais eficazes
    e fazem mais do que isso.
  • 3:20 - 3:23
    A nova geração de "robogamis"
    tem um objetivo.
  • 3:23 - 3:29
    Por exemplo, este navega de forma
    autónoma através de diferentes terrenos.
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    Quando o terreno é seco e plano, rasteja.
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    E, se encontrar terreno acidentado,
    começa a rolar.
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    Faz isto — é o mesmo robô —
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    mas dependendo do terreno em que está
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    ativa uma sequência
    diferente de atuadores.
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    Quando encontra um obstáculo,
    salta por cima dele.
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    Faz isto ao armazenar energia
    em cada uma das suas pernas
  • 3:59 - 4:03
    e ao libertá-la e catapultá-la
    como uma fisga.
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    Até faz ginástica.
  • 4:06 - 4:07
    Boa.
  • 4:07 - 4:08
    (Risos)
  • 4:09 - 4:13
    Acabei de vos mostrar
    o que um só "robogami" pode fazer.
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    Imaginem o que podem fazer em grupo.
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    Podem juntar forças para lidar
    com tarefas mais complexas.
  • 4:20 - 4:23
    Cada módulo, ativo ou passivo,
  • 4:23 - 4:27
    pode ser montado
    para criar diferentes formas.
  • 4:27 - 4:29
    Para além disso, ao controlar
    as juntas dobradiças,
  • 4:29 - 4:34
    conseguimos criar e enfrentar
    diferentes tarefas.
  • 4:34 - 4:38
    A forma está a criar
    um novo espaço de tarefa.
  • 4:38 - 4:42
    E desta vez, o mais importante
    é a montagem.
  • 4:42 - 4:46
    Precisam de se encontrar
    uns aos outros num espaço diferente,
  • 4:46 - 4:51
    anexar ou separar-se,
    conforme o ambiente e a tarefa.
  • 4:52 - 4:54
    E podemos fazer isto agora.
  • 4:54 - 4:56
    O que vem a seguir?
  • 4:56 - 4:57
    A nossa imaginação.
  • 4:58 - 5:00
    Isto é uma simulação
    do que podemos alcançar
  • 5:00 - 5:02
    com este tipo de módulo.
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    Decidimos que iríamos ter
    um rastejante de quatro pernas
  • 5:07 - 5:10
    que se iria transformar num cão
    e dar pequenos passos.
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    Com o mesmo módulo, podemos
    transformá-lo em algo diferente:
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    um manipulador,
    uma tarefa robótica típica e clássica.
  • 5:17 - 5:20
    Com um manipulador,
    ele pode pegar num objeto.
  • 5:20 - 5:24
    Claro que são necessários mais módulos
    para aumentar o comprimento das pernas,
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    para atacar ou pegar em objetos
    grandes ou pequenos,
  • 5:28 - 5:30
    ou até para ter um terceiro braço.
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    Para os "robogamis" não existe
    uma tarefa ou forma fixa.
  • 5:37 - 5:41
    Eles podem transformar-se em qualquer
    coisa, em qualquer lado, a qualquer hora.
  • 5:42 - 5:45
    Então, como os construímos?
  • 5:45 - 5:50
    O maior desafio técnico dos "robogamis"
    é mantê-los superfinos
  • 5:50 - 5:52
    e flexíveis
  • 5:52 - 5:54
    mantendo-se funcionais.
  • 5:55 - 5:58
    São compostos por várias camadas
    de circuitos, motores,
  • 5:58 - 6:01
    microcontroladores e sensores,
  • 6:01 - 6:03
    tudo num único corpo.
  • 6:03 - 6:06
    Quando controlamos
    juntas dobradiças individuais,
  • 6:06 - 6:10
    somos capazes de realizar
    movimentos suaves como este
  • 6:10 - 6:12
    ao nosso comando.
  • 6:14 - 6:19
    Em vez de ser um único robô
    feito especificamente para uma tarefa,
  • 6:19 - 6:23
    os "robogamis" são otimizados
    para efetuar várias tarefas.
  • 6:23 - 6:25
    E isto é muito importante
  • 6:25 - 6:29
    para o ambiente único e difícil
    do planeta Terra
  • 6:29 - 6:32
    assim como do espaço.
  • 6:34 - 6:37
    O espaço é o ambiente perfeito
    para os "robogamis".
  • 6:38 - 6:42
    Não podemos dar-nos ao luxo
    de ter um robô para cada tarefa.
  • 6:43 - 6:46
    Quem sabe quantas tarefas
    encontraremos no espaço?
  • 6:47 - 6:54
    Precisamos de uma plataforma robótica
    que se transforme e cumpra várias tarefas.
  • 6:55 - 7:00
    Precisamos de um baralho
    de módulos finos de "robogami"
  • 7:00 - 7:05
    que se transformem
    e façam múltiplas tarefas.
  • 7:06 - 7:10
    Não se limitem a acreditar em mim,
  • 7:10 - 7:13
    porque a Agência Espacial Europeia
    e o Centro Espacial Suíço
  • 7:13 - 7:15
    estão a patrocinar este preciso conceito.
  • 7:16 - 7:21
    Aqui podem ver duas imagens
    de reconfiguração de "robogamis"
  • 7:21 - 7:24
    a explorar terreno desconhecido
    acima do solo, na superfície,
  • 7:24 - 7:27
    assim como a escavar a superfície.
  • 7:27 - 7:29
    Não é apenas exploração.
  • 7:29 - 7:32
    Para os astronautas,
    é uma ajuda adicional,
  • 7:32 - 7:35
    porque não podem levar
    estagiários lá para cima.
  • 7:35 - 7:36
    (Risos)
  • 7:36 - 7:39
    Eles têm de fazer
    todas as tarefas aborrecidas.
  • 7:39 - 7:41
    Podem ser simples,
  • 7:41 - 7:43
    mas super interativas.
  • 7:43 - 7:46
    Precisamos de robôs
    para facilitar as experiências,
  • 7:46 - 7:49
    auxiliar com as comunicações
  • 7:49 - 7:52
    e até posicionar-se
    como um terceiro braço
  • 7:52 - 7:55
    para segurar diferentes ferramentas.
  • 7:55 - 7:58
    Mas como conseguirão controlar
    os "robogamis", por exemplo
  • 7:58 - 8:00
    fora da estação espacial?
  • 8:00 - 8:04
    Neste caso, mostro-vos um "robogami"
    que está a segurar em detritos espaciais.
  • 8:04 - 8:08
    Podemos trabalhar com a visão
    para os controlar,
  • 8:08 - 8:12
    mas seria muito melhor
    ter a sensação do toque
  • 8:12 - 8:16
    transportada diretamente
    para as mãos dos astronautas.
  • 8:16 - 8:19
    Precisamos de um dispositivo háptico,
  • 8:19 - 8:23
    uma interface háptica
    que recrie a sensação de toque.
  • 8:23 - 8:26
    Ao usar "robogamis", podemos fazê-lo.
  • 8:27 - 8:32
    Esta é a interface háptica
    mais pequena do mundo
  • 8:32 - 8:38
    que consegue recriar a sensação de toque
    debaixo dos nossos dedos.
  • 8:38 - 8:41
    Fazemos isto ao mover o "robogami"
  • 8:41 - 8:45
    com movimentos microscópicos
    e macroscópicos no dispositivo.
  • 8:46 - 8:49
    Não seremos apenas capazes de sentir
  • 8:49 - 8:51
    o tamanho dos objetos,
  • 8:51 - 8:54
    a redondeza das linhas,
  • 8:54 - 8:58
    mas também a rigidez e a textura.
  • 8:59 - 9:03
    O Alex tem esta interface
    debaixo do polegar.
  • 9:03 - 9:08
    Se a utilizarmos com óculos
    e controladores VR,
  • 9:08 - 9:11
    a realidade virtual deixa de ser virtual.
  • 9:12 - 9:14
    Torna-se numa realidade tangível.
  • 9:17 - 9:20
    As bolas azul, vermelha e preta
    para as quais ele está a olhar
  • 9:20 - 9:23
    já não se diferenciam por cores.
  • 9:23 - 9:25
    Agora são uma bola de borracha azul,
  • 9:25 - 9:28
    uma bola de esponja vermelha
    e uma bola de bilhar preta.
  • 9:29 - 9:30
    Isto já é possível.
  • 9:31 - 9:33
    Vou mostrar-vos.
  • 9:34 - 9:38
    Esta é a primeira demonstração ao vivo,
  • 9:38 - 9:41
    perante uma grande audiência,
  • 9:41 - 9:43
    por isso espero que funcione.
  • 9:44 - 9:48
    O que estão a ver
    é um atlas de anatomia
  • 9:48 - 9:51
    e a interface háptica "robogami".
  • 9:51 - 9:53
    Tal como todos os outros
    robôs reconfiguráveis
  • 9:53 - 9:55
    realiza várias tarefas.
  • 9:55 - 9:57
    Não serve apenas como rato,
  • 9:57 - 9:59
    mas também como interface háptica.
  • 9:59 - 10:03
    Por exemplo, no espaço branco
    não há nenhum objeto.
  • 10:03 - 10:05
    O que significa
    que não há nada para sentir,
  • 10:05 - 10:09
    então a interface é muito flexível.
  • 10:09 - 10:13
    Agora, vou utilizar isto como um rato
    para me aproximar da pele,
  • 10:13 - 10:14
    como um braço muscular,
  • 10:14 - 10:16
    para sentir os seus bíceps,
  • 10:16 - 10:17
    ou os ombros.
  • 10:17 - 10:20
    Vejam como agora está mais firme.
  • 10:20 - 10:22
    Vamos explorar mais.
  • 10:22 - 10:25
    Vou aproximar-me da caixa torácica.
  • 10:25 - 10:27
    Quando passo por cima da caixa torácica
  • 10:27 - 10:30
    e entre os músculos intercostais,
  • 10:30 - 10:31
    com partes moles e duras,
  • 10:31 - 10:34
    consigo sentir a diferença de rigidez.
  • 10:34 - 10:35
    Acreditem em mim.
  • 10:35 - 10:39
    Agora está mais rijo, em termos da força
  • 10:39 - 10:41
    que exerce contra o meu dedo.
  • 10:42 - 10:46
    Mostrei-vos as superfícies
    que não se movem.
  • 10:46 - 10:49
    E, se abordasse algo que se move,
  • 10:49 - 10:51
    como um coração?
  • 10:52 - 10:53
    O que sentiria?
  • 11:00 - 11:02
    (Aplausos)
  • 11:07 - 11:10
    Este pode ser o vosso coração.
  • 11:10 - 11:14
    Podem ter isto no vosso bolso
  • 11:14 - 11:16
    enquanto fazem compras na Internet.
  • 11:16 - 11:20
    Agora serão capazes de sentir o tecido
    da camisola que querem comprar.
  • 11:20 - 11:22
    A sua suavidade,
  • 11:22 - 11:24
    e se é realmente caxemira.
  • 11:24 - 11:26
    Ou do pão que querem comprar,
  • 11:26 - 11:30
    se é duro ou estaladiço.
  • 11:30 - 11:32
    Isto é possível agora.
  • 11:35 - 11:41
    O avanço da tecnologia robótica
    é mais personalizado e adaptativo
  • 11:41 - 11:44
    para se ajustar às nossas
    necessidades diárias.
  • 11:44 - 11:48
    Esta espécie única
    de robôs reconfiguráveis
  • 11:48 - 11:54
    é a plataforma que proporciona
    esta interface invisível e intuitiva
  • 11:54 - 11:57
    para satisfazer as nossas necessidades.
  • 11:58 - 12:02
    Estes robôs já não serão parecidos
    com personagens de filmes.
  • 12:03 - 12:07
    Em vez disso, serão o que vocês quiserem.
  • 12:07 - 12:08
    Obrigada.
  • 12:08 - 12:11
    (Aplausos)
Title:
Robôs origami que se reestruturam e transformam
Speaker:
Jamie Paik
Description:

Utilizando dicas de "design" do origami, a engenheira de robótica Jamie Paik e a sua equipa criaram "robogamis": robôs que se dobram, feitos de materiais superfinos, que se conseguem reestruturar e transformar. Nesta palestra e demonstração tecnológica, Paik mostra como os "robogamis" conseguem adaptar-se para realizar uma variedade de tarefas na Terra (ou no espaço) e demonstra como eles rolam, saltam, catapultam como uma fisga e até pulsam como o bater de um coração.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:26

Portuguese subtitles

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