O que a vacinação de morcegos-vampiro pode nos ensinar sobre pandemias
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0:01 - 0:03A história que contarei a vocês hoje,
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0:03 - 0:05para mim, começou em 2006.
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0:05 - 0:09Foi quando ouvi falar do surto
de uma doença misteriosa pela primeira vez -
0:09 - 0:12que estava acontecendo
na floresta amazônica no Peru. -
0:13 - 0:15As pessoas que contraíam essa doença
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0:15 - 0:17sofriam sintomas horrendos, aterradores.
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0:18 - 0:20Tinham dores de cabeça inacreditáveis,
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0:20 - 0:21não conseguiam beber ou comer.
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0:21 - 0:23Alguns tinham até alucinações,
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0:23 - 0:24confusas e agressivas.
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0:25 - 0:27A parte mais trágica disso tudo
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0:27 - 0:29é que muitas das vítimas eram crianças.
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0:29 - 0:31E de todos os que adoeceram,
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0:32 - 0:33ninguém sobreviveu.
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0:35 - 0:37E o que matava as pessoas era um vírus,
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0:37 - 0:39mas não era o Ebola, não era o Zika,
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0:40 - 0:43não era nem um novo vírus
nunca antes visto pela ciência. -
0:44 - 0:46Essas pessoas morriam
por um destruidor antigo, -
0:46 - 0:48um que já conhecemos há séculos.
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0:48 - 0:50Morriam da raiva.
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0:51 - 0:54E o que todos tinham em comum
era que enquanto dormiam, -
0:54 - 0:56todos foram mordidos
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0:56 - 0:59pelo único mamífero que vive
em uma dieta exclusiva de sangue: -
0:59 - 1:00o morcego-vampiro.
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1:01 - 1:04Esses tipos de surtos, que passam
dos morcegos para as pessoas, -
1:04 - 1:07se tornaram cada vez mais comuns
nas últimas décadas. -
1:07 - 1:09Em 2003, foi a SRAG.
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1:09 - 1:12Que surgiu nos mercados chineses
de animais e se espalhou pelo mundo. -
1:12 - 1:16Esse vírus, como o do Peru,
acabou sendo atribuído aos morcegos, -
1:17 - 1:19que provavelmente o hospedaram,
despercebido, por séculos. -
1:20 - 1:24Então, dez anos depois, nós vemos o Ebola
aparecendo na África Ocidental, -
1:25 - 1:27o que surpreendeu todo mundo
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1:27 - 1:29porque, de acordo com a ciência na época,
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1:29 - 1:31o Ebola não deveria estar
na África Ocidental. -
1:32 - 1:35Isso acabou causando o maior
e mais abrangente surto de Ebola -
1:35 - 1:37da história.
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1:38 - 1:40Aqui há uma evolução preocupante, não?
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1:40 - 1:44Vírus mortais estão aparecendo em lugares
onde não são esperados, -
1:44 - 1:46e como comunidade sanitária global,
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1:46 - 1:47fomos pegos de surpresa.
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1:47 - 1:50Estamos sempre buscando
a próxima emergência viral -
1:50 - 1:52neste ciclo perpétuo,
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1:52 - 1:55sempre tentando extinguir epidemias
depois de já terem começado. -
1:56 - 1:59E com novas doenças aparecendo todo ano,
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1:59 - 2:01agora é a hora certa
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2:01 - 2:03de começar a pensar
no que podemos fazer a respeito. -
2:04 - 2:06Se só esperarmos
que o próximo Ebola apareça, -
2:06 - 2:08talvez não tenhamos tanta sorte.
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2:08 - 2:10Talvez enfrentemos um vírus diferente,
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2:10 - 2:11um que seja mais mortal,
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2:12 - 2:14um que se dissemine mais facilmente,
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2:14 - 2:17ou talvez um que drible
completamente nossas vacinas, -
2:17 - 2:19nos deixando indefesos.
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2:20 - 2:23Será que conseguimos prever pandemias?
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2:23 - 2:24Conseguimos impedi-las?
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2:24 - 2:27Essas questões são
realmente difíceis de responder, -
2:28 - 2:30e a razão é que as pandemias,
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2:30 - 2:32as que se espalham globalmente,
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2:32 - 2:34as que realmente queremos prever,
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2:34 - 2:36são eventos raros, na verdade.
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2:36 - 2:39E para nós, como espécie, isso é bom.
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2:39 - 2:40É por isso que estamos aqui.
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2:41 - 2:45Mas do ponto de vista científico,
é um pequeno problema. -
2:46 - 2:49Isso porque se algo acontece
somente uma ou duas vezes, -
2:49 - 2:51não é suficiente
para que encontremos padrões. -
2:51 - 2:55Padrões que poderiam nos dizer quando
ou onde a próxima pandemia atacará. -
2:56 - 2:57Então o que fazemos?
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2:58 - 3:03Acho que uma das soluções
é estudar alguns vírus -
3:03 - 3:06que normalmente passam
de animais selvagens para pessoas, -
3:07 - 3:09ou para animais de estimação ou gado,
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3:10 - 3:12mesmo que não sejam os mesmos vírus
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3:12 - 3:14que pensamos que causarão as pandemias.
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3:14 - 3:17Se pudermos usar esses vírus matadores
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3:17 - 3:18para desenvolver alguns dos padrões
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3:18 - 3:22do que causa essa primeira passagem
crucial de uma espécie à outra, -
3:22 - 3:25e, potencialmente, como podemos impedi-la,
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3:25 - 3:27já estaremos melhor preparados
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3:27 - 3:30para os vírus que passam
entre espécies mais raramente, -
3:30 - 3:32mas representam
uma maior ameaça de pandemia. -
3:32 - 3:35A raiva, por mais terrível que seja,
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3:35 - 3:38por acaso é um vírus
bem bacana nesse caso. -
3:40 - 3:43Vejam, a raiva é um vírus
assustador e mortal. -
3:44 - 3:45Tem 100% de fatalidade.
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3:45 - 3:49Ou seja, se alguém for infectado
e não for tratado no início, -
3:49 - 3:51não há nada que possa ser feito.
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3:51 - 3:52Não há cura.
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3:52 - 3:53Você vai morrer.
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3:55 - 3:58E a raiva tampouco
é só um problema do passado. -
3:59 - 4:03Mesmo hoje, a raiva ainda mata
de 50 a 60 mil pessoas todo ano. -
4:04 - 4:07Para colocar esse número em perspectiva:
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4:07 - 4:10imaginem todo o surto
de Ebola na África Ocidental, -
4:10 - 4:12cerca de dois anos e meio atrás,
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4:12 - 4:14coloquem todas as pessoas
que morreram nesse surto -
4:14 - 4:15em um único ano.
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4:15 - 4:17É terrível.
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4:17 - 4:19Mas agora multiplique por quatro,
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4:19 - 4:21e é isso o que acontece
com a raiva todos os anos. -
4:24 - 4:27O que diferencia a raiva
do vírus como o Ebola -
4:28 - 4:30é que quando as pessoas se contaminam,
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4:30 - 4:32elas costumam não contagiar outros.
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4:33 - 4:37Significa que sempre
que alguém pega raiva, -
4:37 - 4:39é porque foi mordido
por um animal contaminado, -
4:39 - 4:41e normalmente
por um cão ou um morcego. -
4:41 - 4:45Mas também significa
que as transmissões entre espécies, -
4:45 - 4:47que precisam ser compreendidas,
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4:47 - 4:49são muito raras
para a maioria dos vírus, -
4:49 - 4:51mas que com a raiva acontece aos milhares.
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4:53 - 4:56De certo modo, a raiva
é quase como a mosca-das-frutas -
4:56 - 4:58ou o ratinho cobaia com vírus mortais.
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4:59 - 5:03É um vírus que podemos usar
e estudar para encontrar padrões -
5:03 - 5:05e potencialmente testar novas soluções.
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5:06 - 5:09Assim quando fiquei sabendo
desse surto de raiva -
5:09 - 5:10na Amazônia peruana,
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5:10 - 5:12me pareceu algo extremamente poderoso
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5:12 - 5:16porque era um vírus que passava
de morcegos para outros animais -
5:16 - 5:18com frequência suficiente
que talvez pudéssemos prever. -
5:19 - 5:21Talvez até impedir.
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5:21 - 5:24E como estudante do primeiro ano
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5:24 - 5:26com uma vaga lembrança
do espanhol do colegial, -
5:26 - 5:29entrei num avião e parti para o Peru,
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5:29 - 5:31em busca de morcegos-vampiros.
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5:31 - 5:35E os primeiros anos desse projeto
foram muito difíceis. -
5:36 - 5:40Não me faltavam planos ambiciosos
de acabar com a raiva na América Latina, -
5:40 - 5:42mas ao mesmo tempo,
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5:42 - 5:45parecia haver uma fonte infinita
de deslizamentos e pneus furados, -
5:45 - 5:49faltas de energia e infecções
estomacais para me impedir. -
5:49 - 5:51Mas fazia parte do processo,
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5:52 - 5:53trabalhar na América do Sul,
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5:53 - 5:55e para mim, fazia parte da aventura.
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5:56 - 5:59Mas o que me dava forças para seguir
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5:59 - 6:01era saber que, pela primeira vez,
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6:01 - 6:03o trabalho que eu estava fazendo
poderia ter impactos reais -
6:03 - 6:05na vida das pessoas a curto prazo.
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6:05 - 6:07E foi o que mais me impressionou
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6:07 - 6:09quando partimos para a Amazônia
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6:09 - 6:11tentando capturar morcegos-vampiros.
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6:12 - 6:15Era só aparecer no vilarejo e perguntar:
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6:15 - 6:18"Quem foi mordido
por morcegos recentemente?' -
6:18 - 6:20E as pessoas levantavam a mão,
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6:20 - 6:22porque nessas comunidades,
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6:22 - 6:25ser mordido por um morcego
é um fato cotidiano, -
6:25 - 6:26acontece todo dia.
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6:27 - 6:29E era só ir à casa certa,
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6:30 - 6:32abrir uma rede, estar lá de noite
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6:32 - 6:34e esperar até que os morcegos
tentassem entrar -
6:34 - 6:36e se alimentar de sangue humano.
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6:37 - 6:41Para mim, ver uma criança
com feridas de mordida na cabeça -
6:41 - 6:43ou manchas de sangue nos lençóis
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6:43 - 6:45era motivação mais que suficiente
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6:45 - 6:47para superar qualquer problema
logístico ou físico -
6:47 - 6:49que, por acaso,
eu estivesse sentindo no dia. -
6:51 - 6:53Mas já que trabalhávamos a noite toda,
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6:53 - 6:56eu tinha bastante tempo para pensar
em como resolver esse problema, -
6:56 - 6:59e me saltou à vista
que havia duas grandes questões. -
7:00 - 7:04A primeira era que sabíamos
que as pessoas eram mordidas o tempo todo, -
7:04 - 7:06mas surtos de raiva
não acontecem o tempo todo, -
7:06 - 7:09de tantos em tantos anos,
ou talvez a cada década, -
7:09 - 7:10acontece um surto de raiva.
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7:10 - 7:14Se pudéssemos de algum modo prever
quando e onde o próximo surto aconteceria, -
7:14 - 7:16seria uma oportunidade real,
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7:16 - 7:18ou seja, poderíamos vacinar
as pessoas de antemão, -
7:18 - 7:19antes que alguém morra.
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7:20 - 7:23Mas o outro lado da moeda
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7:23 - 7:26é que a vacinação é só um curativo.
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7:26 - 7:28É uma estratégia de controle de danos.
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7:28 - 7:31Claro, pode salvar vidas
e é importante e temos que fazê-la, -
7:31 - 7:33mas no fim das contas,
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7:33 - 7:35não importa quantas vacas,
quantas pessoas vacinemos, -
7:35 - 7:38ainda haveria a mesma quantia
de raiva lá com os morcegos. -
7:39 - 7:41O risco real de ser mordido
não havia mudado. -
7:42 - 7:43E a segunda questão era:
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7:43 - 7:47será que podíamos eliminar
o vírus pela raiz? -
7:47 - 7:48Se pudéssemos, de algum modo,
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7:48 - 7:50reduzir a quantia de raiva
nos próprios morcegos, -
7:50 - 7:52seria um grande divisor de águas.
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7:53 - 7:54Estávamos falando de mudar
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7:54 - 7:58de uma estratégia de controle de danos
para uma baseada em prevenção. -
7:59 - 8:01E como começamos?
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8:01 - 8:03A primeira coisa que temos que entender
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8:03 - 8:06é como o vírus funciona
em seu hospedeiro natural, -
8:06 - 8:07nos morcegos.
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8:07 - 8:10E isso não é fácil
para qualquer doença infecciosa, -
8:10 - 8:13particularmente em uma espécie
reclusa como morcegos, -
8:14 - 8:16mas tínhamos que começar em algum lugar.
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8:16 - 8:19Começamos analisando dados históricos.
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8:20 - 8:22Quando e onde aconteceram
esses surtos no passado? -
8:23 - 8:26E ficou claro que a raiva é um vírus
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8:26 - 8:28que tinha que estar em movimento.
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8:28 - 8:29Não podia ficar parado.
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8:29 - 8:32O vírus circulava por uma área
por um ano, talvez dois, -
8:32 - 8:35mas caso não encontrasse
um novo grupo de morcegos para infectar, -
8:36 - 8:37ele estava fadado a se extinguir.
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8:38 - 8:43E com isso, resolvemos uma parte chave
do desafio da transmissão da raiva. -
8:44 - 8:46Sabíamos que lidávamos
com um vírus em movimento, -
8:46 - 8:48mas ainda não sabíamos aonde estava indo.
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8:49 - 8:53Essencialmente, o que eu queria
era uma previsão como no Google Maps, -
8:53 - 8:56que seria: "Qual é o destino do vírus?
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8:56 - 8:58Qual caminho ele vai tomar para chegar lá?
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8:58 - 9:00Com que velocidade ele vai?"
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9:01 - 9:05Para isso, olhei para o genoma da raiva.
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9:05 - 9:09A raiva, como muitos outros vírus,
tem um genoma minúsculo, -
9:09 - 9:11mas que evolui muito rápido.
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9:12 - 9:16Tão rápido que quando
o vírus se move de um ponto a outro, -
9:16 - 9:19ele já desenvolveu algumas mutações.
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9:19 - 9:22E tudo o que temos
que fazer é ligar os nodos -
9:22 - 9:24através de uma árvore filogenética,
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9:24 - 9:26e isso nos dirá onde o vírus
esteve no passado -
9:26 - 9:28e como ele se espalhou pela área.
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9:29 - 9:32Então eu fui e coletei cérebros de vacas,
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9:32 - 9:34porque é aí que estão os vírus da raiva.
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9:35 - 9:40E pelo sequenciamento do genoma
dos vírus nos cérebros de vaca, -
9:40 - 9:41eu pude deduzir
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9:41 - 9:44que é um vírus que avança
de 15 a 30 km / ano. -
9:45 - 9:49Certo, agora nós temos
o limite e velocidade do vírus, -
9:49 - 9:53mas ainda nos falta a parte essencial
de aonde está indo. -
9:54 - 9:58Para isso, eu precisava pensar
um pouco mais como um morcego, -
9:59 - 10:00porque a raiva é um vírus;
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10:00 - 10:01não se move sozinho,
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10:01 - 10:04é levado pelo seu morcego hospedeiro,
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10:04 - 10:08então precisava pensar
até onde voar e com que frequência. -
10:08 - 10:11Minha imaginação
não ajudou muito nesse caso -
10:11 - 10:15e nem os pequenos rastreadores digitais
que colocamos nos morcegos. -
10:15 - 10:17Não conseguimos a informação
de que precisávamos. -
10:17 - 10:20Logo observamos os padrões
de acasalamento dos morcegos. -
10:20 - 10:22Podíamos olhar certas partes
do genoma do morcego, -
10:22 - 10:26que nos diziam que certos grupos
de morcegos cruzavam uns com os outros -
10:26 - 10:28e outros eram mais isolados.
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10:28 - 10:32E o vírus basicamente seguia
a trilha deixada pelo genoma dos morcegos. -
10:33 - 10:36Porém, uma dessas trilhas se destacou
sendo um pouco inesperada... -
10:36 - 10:37difícil de acreditar.
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10:38 - 10:42Era uma que parecia cruzar
os Andes peruanos, -
10:42 - 10:44que passava da Amazônia
à Costa do Pacífico, -
10:44 - 10:47e era difícil de acreditar,
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10:47 - 10:48como eu disse,
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10:48 - 10:52porque os Andes são bem altos: 6.700 m,
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10:52 - 10:55e isso é alto demais para um vampiro voar.
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10:56 - 10:57Porém...
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10:57 - 10:58(Risos)
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10:58 - 10:59quando olhamos mais de perto,
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10:59 - 11:01vimos, na parte norte do Peru,
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11:02 - 11:05uma rede de vales que não era alta demais
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11:05 - 11:08para que os morcegos
de ambos os lados se acasalassem. -
11:08 - 11:09E olhamos mais de perto:
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11:09 - 11:13sem dúvida, havia raiva
se espalhando por esses vales, -
11:13 - 11:14cerca de 15 km / ano.
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11:15 - 11:18Basicamente, assim como nosso modelo
filogenético tinha previsto. -
11:18 - 11:20O que não contei a vocês
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11:20 - 11:22é que isso é importante
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11:22 - 11:26porque a raiva nunca havia sido vista
na encosta oeste dos Andes antes, -
11:26 - 11:29ou em toda a Costa Pacífica
da América do Sul. -
11:29 - 11:33Estávamos presenciando, em tempo real,
a primeira invasão histórica -
11:33 - 11:35de uma grande área da América do Sul,
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11:36 - 11:37que levantou a questão:
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11:37 - 11:39"O que faremos a respeito?"
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11:40 - 11:43Bem, o que fizemos a curto prazo
foi dizer às pessoas: -
11:43 - 11:45vocês têm que se vacinar,
vacinar seus animais, -
11:45 - 11:47a raiva está chegando.
-
11:48 - 11:49Mas a longo prazo,
-
11:49 - 11:52seria ainda mais eficaz se pudéssemos
usar essa nova informação -
11:52 - 11:55para evitar inteiramente
que o vírus chegue. -
11:55 - 11:59Claro, não podemos dizer aos morcegos:
"Hoje você não pode voar". -
11:59 - 12:03Mas talvez pudéssemos evitar
que o vírus pegue uma carona. -
12:04 - 12:07E isso nos traz à principal
lição que aprendemos -
12:08 - 12:10com programas de controle
da raiva ao redor do mundo, -
12:10 - 12:14seja com cães, raposas, gambás, guaxinins,
-
12:15 - 12:17América do Norte, África, Europa.
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12:18 - 12:21Vacinar a fonte animal
é a única maneira de deter a raiva. -
12:22 - 12:25Então, será que podemos
vacinar os morcegos? -
12:26 - 12:29Escuta-se da vacinação
de cães e gatos o tempo todo, -
12:29 - 12:31mas não muito da vacinação de morcegos.
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12:33 - 12:34Pode parecer uma pergunta louca,
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12:35 - 12:40mas a boa notícia é que já temos
vacinas comestíveis contra a raiva -
12:40 - 12:42especialmente produzidas para morcegos.
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12:42 - 12:44E ainda melhor
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12:44 - 12:48é que essas vacinas podem ser
disseminadas de um morcego ao outro. -
12:48 - 12:51Tudo o que temos que fazer
é passá-la em um deles -
12:51 - 12:53e deixar que, ao limparem uns aos outros,
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12:53 - 12:54eles façam o resto do trabalho.
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12:55 - 12:57E que significa, no mínimo,
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12:58 - 13:01que não temos que sair por aí
vacinando milhões de morcegos -
13:01 - 13:02com seringas minúsculas.
-
13:02 - 13:04(Risos)
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13:04 - 13:07Mas só porque temos essa ferramenta
não quer dizer que sabemos usá-la. -
13:07 - 13:10Agora temos toda uma lista de questões.
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13:10 - 13:12Quantos morcegos temos que vacinar?
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13:12 - 13:14Em que época do ano temos que vacinar?
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13:14 - 13:17Quantas vezes por ano temos que vacinar?
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13:18 - 13:20Todas essas questões são muito importantes
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13:20 - 13:23para implantar qualquer tipo
de campanha de vacinação, -
13:23 - 13:26mas são questões que não podemos
responder no laboratório. -
13:26 - 13:29Portanto, estamos adotando
uma abordagem mais colorida. -
13:29 - 13:33Lidamos com verdadeiros morcegos
selvagens, mas com vacinas falsas. -
13:33 - 13:36Usamos géis comestíveis
que dão brilho ao pelo do morcego -
13:36 - 13:40e pó ultravioleta que se dispersa
entre eles quando se chocam, -
13:40 - 13:41e isso nos permite estudar
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13:41 - 13:43como uma vacina real se propagaria
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13:43 - 13:45nessas colônias de morcegos selvagens.
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13:46 - 13:48Ainda estamos nas primeiras
etapas desse processo, -
13:48 - 13:51mas os resultados até agora
são incrivelmente motivadores. -
13:51 - 13:54Sugerem que usando
as vacinas que já temos, -
13:54 - 13:58poderíamos reduzir drasticamente
o tamanho dos surtos de raiva. -
13:59 - 14:01E isso é importante,
pois se bem se lembram, -
14:01 - 14:04a raiva é um vírus que tem
que estar em movimento, -
14:04 - 14:07e toda vez que reduzimos
o tamanho de um surto, -
14:07 - 14:09também reduzimos a chance
-
14:09 - 14:11que o vírus siga adiante
para a próxima colônia. -
14:11 - 14:14Estamos quebrando um elo
na cadeia de transmissão. -
14:14 - 14:16E toda vez que fazemos isso,
-
14:16 - 14:18colocamos o vírus um pouco
mais próximo da extinção. -
14:19 - 14:23E a ideia, para mim, de um mundo
num futuro não tão distante -
14:24 - 14:26onde se fala de eliminar
a raiva completamente -
14:27 - 14:29é incrivelmente motivador e empolgante.
-
14:30 - 14:32Então voltando à questão original:
-
14:32 - 14:34"Será que podemos prevenir pandemias?"
-
14:34 - 14:38Bem, não há uma solução mágica
para esse problema, -
14:38 - 14:42mas minha experiência com a raiva
me deixou bastante otimista. -
14:42 - 14:44Acho que não estamos
muito longe de um futuro -
14:44 - 14:47onde teremos a medicina genômica
para prever surtos -
14:48 - 14:50e teremos novas tecnologias inteligentes,
-
14:50 - 14:53como vacinas comestíveis
que se autopropagam, -
14:53 - 14:56que podem eliminar
esses vírus em sua fonte -
14:56 - 14:58antes que tenham
a chance de chegar nas pessoas. -
14:59 - 15:01E quando se trata de combater pandemias,
-
15:01 - 15:03a mágica é a de estar um passo à frente.
-
15:04 - 15:05E se me perguntarem,
-
15:05 - 15:07creio que uma das maneiras de fazer isso
-
15:07 - 15:09é usando os problemas que já temos agora,
-
15:10 - 15:11como a raiva,
-
15:11 - 15:13assim como um astronauta
usa um simulador de voo, -
15:14 - 15:16para entender o que funciona e o que não,
-
15:16 - 15:18montando nosso kit de ferramentas,
-
15:18 - 15:19para que quando o risco for alto,
-
15:19 - 15:21não naveguemos às cegas.
-
15:21 - 15:22Obrigado.
-
15:22 - 15:23(Aplausos)
- Title:
- O que a vacinação de morcegos-vampiro pode nos ensinar sobre pandemias
- Speaker:
- Daniel Streicker
- Description:
-
Será que conseguimos prever o próximo grande surto de uma doença, impedindo um vírus como o Ebola antes que ele ocorra? Nessa palestra sobre pesquisa científica de ponta, o ecologista Daniel Streicker nos leva à floresta amazônica peruana, onde ele rastreou o movimento de morcegos-vampiros para estimar e prevenir surtos de raiva. Estudando esses padrões das doenças, Streicker nos mostra como podemos aprender a cortar a próxima pandemia pela raiz.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:39
Ruy Lopes Pereira approved Portuguese, Brazilian subtitles for What vaccinating vampire bats can teach us about pandemics | ||
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Eder Pinheiro accepted Portuguese, Brazilian subtitles for What vaccinating vampire bats can teach us about pandemics | ||
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