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Por que COVID-19 está nos afetando agora, e como nos prepararmos para o próximo surto

  • 0:01 - 0:05
    Quero começar falando um pouco
    sobre minhas qualificações
  • 0:05 - 0:06
    para apresentar este assunto,
  • 0:06 - 0:11
    porque, sendo bem sincera,
    vocês não deveriam escutar
  • 0:11 - 0:15
    uma opinião sobre COVID-19
    de uma pessoa só porque ela é idosa.
  • 0:15 - 0:16
    (Risos)
  • 0:16 - 0:20
    Trabalho com saúde global
    há cerca de 20 anos,
  • 0:20 - 0:25
    e sou especialista em sistemas de saúde
  • 0:25 - 0:29
    e no que acontece quando esses sistemas
    sofrem choques graves.
  • 0:29 - 0:31
    Também trabalhei
    em jornalismo de saúde global.
  • 0:31 - 0:35
    Escrevi sobre saúde global e biossegurança
  • 0:35 - 0:38
    para jornais e meios
    de comunicação on-line
  • 0:38 - 0:40
    e publiquei um livro alguns anos atrás
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    sobre as principais ameaças à saúde global
    que enfrentamos no planeta.
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    Apoiei e liderei esforços de epidemiologia
  • 0:48 - 0:52
    que iam de avaliação
    de centros de tratamento de ebola
  • 0:52 - 0:56
    a análise da transmissão da tuberculose
    em unidades de saúde
  • 0:56 - 0:59
    e preparação para a gripe aviária.
  • 0:59 - 1:02
    Sou mestre em saúde internacional.
  • 1:03 - 1:05
    Não sou médica nem enfermeira.
  • 1:05 - 1:09
    Minha especialidade não é cuidar
    de pacientes individuais,
  • 1:09 - 1:13
    é analisar populações e sistemas de saúde,
  • 1:13 - 1:16
    o que acontece quando as doenças
    se movem em grande escala.
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    Se fosse para classificar fontes
    de conhecimento em saúde global
  • 1:21 - 1:24
    numa escala de um a dez,
  • 1:24 - 1:27
    sendo "um" para uma pessoa aleatória
    que reclama no Facebook,
  • 1:27 - 1:31
    e "dez" pra Organização Mundial da Saúde,
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    eu diria que vocês talvez possam
    me colocar como "sete" ou "oito".
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    Levem isso em consideração
    enquanto falo com vocês.
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    Vou começar com o básico aqui,
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    porque acho que isso se perdeu
    no ruído da mídia em torno de COVID-19.
  • 1:48 - 1:50
    COVID-19 é um coronavírus.
  • 1:50 - 1:54
    Os coronavírus são um subconjunto
    específico de vírus
  • 1:54 - 1:58
    com algumas características
    únicas como vírus.
  • 1:58 - 2:01
    Eles usam RNA em vez de DNA
    como material genético,
  • 2:01 - 2:05
    e sua superfície é coberta de pontas,
  • 2:05 - 2:07
    que são usadas para invadir células.
  • 2:08 - 2:11
    Essas pontas são a coroa do coronavírus.
  • 2:12 - 2:16
    COVID-19 é conhecido
    como um novo coronavírus,
  • 2:16 - 2:20
    porque, até dezembro,
    conhecíamos apenas seis coronavírus.
  • 2:20 - 2:22
    COVID-19 é o sétimo.
  • 2:22 - 2:23
    É novo para nós,
  • 2:23 - 2:26
    acabou de ser sequenciado e batizado.
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    Por isso, é novo.
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    Se vocês se lembram da SARS,
    síndrome respiratória aguda grave,
  • 2:32 - 2:34
    ou da MERS,
  • 2:34 - 2:36
    síndrome respiratória do Oriente Médio,
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    elas são coronavírus
  • 2:38 - 2:41
    e são chamadas de síndromes respiratórias,
  • 2:41 - 2:44
    porque é isso o que os coronavírus fazem:
  • 2:44 - 2:46
    vão para os pulmões;
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    não induzem vômito,
    sangramento pelos olhos
  • 2:48 - 2:50
    nem causam hemorragia;
  • 2:50 - 2:51
    vão para os pulmões.
  • 2:53 - 2:55
    COVID-19 não é diferente.
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    Causa uma série de sintomas respiratórios
  • 2:59 - 3:02
    que vão de tosse seca e febre
  • 3:02 - 3:05
    até pneumonia viral fatal.
  • 3:05 - 3:07
    Essa série de sintomas
  • 3:07 - 3:12
    é uma das razões pelas quais tem sido
    tão difícil rastrear esse surto.
  • 3:12 - 3:17
    Muitas pessoas pegam COVID-19,
    mas de um modo muito suave.
  • 3:17 - 3:21
    Os sintomas são tão leves
    que elas nem procuram um médico.
  • 3:21 - 3:23
    Elas não ficam registradas no sistema.
  • 3:23 - 3:27
    As crianças, em particular,
    são menos afetadas por COVID-19,
  • 3:27 - 3:29
    algo pelo qual todos devemos agradecer.
  • 3:32 - 3:34
    Os coronavírus são zoonóticos,
  • 3:34 - 3:37
    ou seja, são transmitidos
    de animais para pessoas.
  • 3:37 - 3:40
    Alguns coronavírus, como COVID-19,
  • 3:40 - 3:42
    também são transmitidos
    de pessoa para pessoa.
  • 3:42 - 3:46
    Os que são transmitidos de pessoa
    para pessoa vão mais rápido e mais longe,
  • 3:46 - 3:48
    assim como COVID-19.
  • 3:48 - 3:51
    É muito difícil se livrar
    de doenças zoonóticas,
  • 3:51 - 3:54
    pois elas têm um hospedeiro animal.
  • 3:54 - 3:57
    Um exemplo é a gripe aviária,
  • 3:57 - 4:00
    que pode ser abolida
    de animais criados em fazendas,
  • 4:00 - 4:02
    de perus e patos,
  • 4:02 - 4:07
    mas que continua retornando todos os anos,
    trazida a nós por pássaros selvagens.
  • 4:07 - 4:08
    Não ouvimos muito sobre ela,
  • 4:08 - 4:11
    pois a gripe aviária não é transmitida
    de pessoa para pessoa,
  • 4:11 - 4:15
    mas temos surtos em granjas
    todos os anos no mundo todo.
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    É mais provável que COVID-19
    tenha passado de animais para pessoas
  • 4:21 - 4:23
    num mercado de animais selvagens
    em Wuhan, na China.
  • 4:25 - 4:27
    Agora vamos para as partes menos básicas.
  • 4:28 - 4:32
    Esse não é o último grande surto
    que vamos presenciar.
  • 4:32 - 4:36
    Haverá mais surtos e epidemias.
  • 4:36 - 4:39
    Não é uma probabilidade; é um fato.
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    É o resultado do modo
    como nós, seres humanos,
  • 4:43 - 4:45
    interagimos com nosso planeta.
  • 4:45 - 4:48
    Escolhas humanas nos levam a uma posição
  • 4:48 - 4:51
    em que veremos mais surtos.
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    Parte disso se trata da mudança climática
  • 4:53 - 4:58
    e de como um clima quente torna o mundo
    mais favorável a vírus e bactérias,
  • 4:58 - 5:01
    mas também diz respeito
    ao modo como invadimos
  • 5:01 - 5:04
    os últimos lugares selvagens
    de nosso planeta.
  • 5:05 - 5:08
    Quando queimamos e devastamos
    a floresta tropical amazônica
  • 5:08 - 5:10
    para poder ter solo barato para pecuária,
  • 5:10 - 5:14
    quando a última mata africana
    é convertida em fazendas,
  • 5:14 - 5:19
    quando animais selvagens na China
    são caçados até a extinção,
  • 5:19 - 5:22
    os seres humanos entram em contato
    com populações selvagens
  • 5:22 - 5:25
    com as quais nunca tiveram contato antes,
  • 5:25 - 5:28
    e essas populações
    têm novos tipos de doenças:
  • 5:28 - 5:32
    bactérias, vírus, coisas para as quais
    não estamos preparados.
  • 5:33 - 5:34
    Os morcegos, em particular,
  • 5:34 - 5:37
    têm um talento para hospedar doenças
    que podem infectar pessoas,
  • 5:37 - 5:40
    mas não são os únicos
    animais que fazem isso.
  • 5:41 - 5:45
    Enquanto continuarmos a tornar
    nossos locais remotos menos remotos,
  • 5:45 - 5:47
    os surtos continuarão chegando.
  • 5:49 - 5:54
    Não podemos impedir os surtos
    com quarentena ou restrições de viagem.
  • 5:54 - 5:56
    Esse é o primeiro impulso de todos:
  • 5:56 - 6:00
    impedir que as pessoas se movam
    e que esse surto aconteça.
  • 6:00 - 6:05
    Mas o fato é que é muito difícil
    implementar uma boa quarentena.
  • 6:05 - 6:08
    É muito difícil implantar
    restrições de viagem.
  • 6:08 - 6:12
    Mesmo os países que fizeram
    investimentos sérios em saúde pública,
  • 6:12 - 6:14
    como os EUA e a Coreia do Sul,
  • 6:14 - 6:16
    não conseguem implementar
    esse tipo de restrição
  • 6:16 - 6:19
    com rapidez suficiente
    para impedir um surto imediatamente.
  • 6:19 - 6:23
    Há razões logísticas e médicas para isso.
  • 6:23 - 6:25
    Se analisarmos COVID-19,
  • 6:25 - 6:27
    neste momento, parece
    que pode haver um período
  • 6:27 - 6:30
    em que estamos infectados
    e não apresentamos sintomas,
  • 6:30 - 6:32
    que é de até 24 dias.
  • 6:32 - 6:36
    As pessoas andam por aí com esse vírus,
    sem apresentar sintomas.
  • 6:36 - 6:38
    Não vão ficar em quarentena.
  • 6:38 - 6:40
    Ninguém sabe que precisam
    ficar em quarentena.
  • 6:43 - 6:47
    Também há alguns custos reais
    para quarentena e restrições de viagem.
  • 6:48 - 6:50
    Os seres humanos são animais sociais
  • 6:50 - 6:53
    e resistem quando se tenta
    segurá-los num lugar
  • 6:53 - 6:54
    e quando se tenta separá-los.
  • 6:55 - 6:58
    Vimos no surto de ebola
  • 6:58 - 7:01
    que, assim que se implementa
    uma quarentena,
  • 7:01 - 7:03
    as pessoas começam a tentar evitá-la.
  • 7:03 - 7:07
    Se pacientes individuais souberem que há
    um protocolo de quarentena rigoroso,
  • 7:07 - 7:09
    podem não procurar atendimento médico
  • 7:09 - 7:13
    porque têm medo do sistema de saúde
    ou não podem pagar
  • 7:13 - 7:16
    e não querem se separar
    da família e dos amigos.
  • 7:16 - 7:20
    Quando políticos e funcionários do governo
    sabem que vão ficar em quarentena,
  • 7:20 - 7:22
    se falarem de surtos e casos,
  • 7:22 - 7:24
    podem ocultar informações
  • 7:24 - 7:27
    por medo de acionar
    um protocolo de quarentena.
  • 7:28 - 7:31
    É claro que esses tipos
    de evasão e desonestidade
  • 7:31 - 7:35
    são exatamente o que dificulta
    o rastreamento de um surto de doença.
  • 7:37 - 7:41
    Podemos melhorar em quarentenas
    e restrições de viagem, e devemos,
  • 7:41 - 7:43
    mas não é nossa única opção
  • 7:43 - 7:46
    nem a melhor para lidar
    com essas situações.
  • 7:47 - 7:52
    A maneira real de longo prazo
    para tornar os surtos menos graves
  • 7:52 - 7:55
    é criar o sistema de saúde global
  • 7:55 - 7:57
    para apoiar as principais funções
    da assistência médica
  • 7:57 - 8:00
    em todos os países do mundo,
  • 8:00 - 8:02
    para que todos os países,
    mesmo os mais pobres,
  • 8:02 - 8:06
    consigam identificar e tratar rapidamente
    novas doenças infecciosas
  • 8:06 - 8:07
    à medida que surjam.
  • 8:08 - 8:13
    A China recebeu muitas críticas
    por sua resposta a COVID-19,
  • 8:13 - 8:15
    mas o fato é:
  • 8:15 - 8:17
    e se COVID-19 tivesse surgido no Chade,
  • 8:18 - 8:21
    que tem 3,5 médicos
    para cada 100 mil pessoas?
  • 8:22 - 8:25
    E se tivesse surgido
    na República Democrática do Congo,
  • 8:25 - 8:29
    que acabou de liberar seu último
    paciente de ebola do tratamento?
  • 8:29 - 8:31
    A verdade é que países assim
  • 8:31 - 8:34
    não têm recursos para responder
    a uma doença infecciosa,
  • 8:34 - 8:35
    nem para tratar pessoas
  • 8:35 - 8:39
    e informar sobre ela com rapidez
    suficiente para ajudar o resto do mundo.
  • 8:41 - 8:46
    Conduzi uma avaliação de centros
    de tratamento de ebola na Serra Leoa.
  • 8:46 - 8:49
    O fato é que os médicos
    locais da Serra Leoa
  • 8:49 - 8:52
    identificaram a crise do ebola
    muito rapidamente.
  • 8:52 - 8:55
    Primeiro como um vírus hemorrágico
    perigoso e contagioso
  • 8:55 - 8:57
    e depois como o próprio ebola.
  • 8:57 - 9:02
    Mas, após a identificação,
    não tinham recursos para responder.
  • 9:02 - 9:04
    Não tinham médicos
    nem camas de hospital suficientes
  • 9:04 - 9:07
    e não tinham informações suficientes
    sobre como tratar o ebola
  • 9:07 - 9:10
    ou implementar controle de infecções.
  • 9:11 - 9:16
    Onze médicos morreram
    de ebola na Serra Leoa.
  • 9:16 - 9:19
    O país só tinha 120
    quando a crise começou.
  • 9:20 - 9:21
    Por outro lado,
  • 9:21 - 9:25
    o Dallas Baylor Medical Center
    conta com mais de mil médicos.
  • 9:27 - 9:29
    Esses são os tipos de desigualdades
    que matam pessoas.
  • 9:29 - 9:32
    Primeiro, matam os pobres
    quando os surtos começam,
  • 9:32 - 9:36
    e depois matam pessoas do mundo todo
    quando os surtos se espalham.
  • 9:37 - 9:39
    Se quisermos realmente
    desacelerar esses surtos
  • 9:39 - 9:41
    e minimizar o impacto deles,
  • 9:41 - 9:44
    precisamos garantir
    que todos os países do mundo
  • 9:44 - 9:47
    consigam identificar novas doenças,
  • 9:47 - 9:48
    tratá-las
  • 9:48 - 9:51
    e informar sobre elas para que possam
    compartilhar informações.
  • 9:52 - 9:56
    COVID-19 será um fardo enorme
    para os sistemas de saúde
  • 9:57 - 10:00
    e também revelou
    algumas fragilidades reais
  • 10:00 - 10:02
    em nossas cadeias de suprimento
    de saúde global.
  • 10:02 - 10:07
    Sistemas de pedidos "just in time"
    são ótimos quando as coisas vão bem,
  • 10:07 - 10:11
    mas, em tempos de crise,
    significa que não temos reservas.
  • 10:11 - 10:14
    Se um hospital, ou um país,
  • 10:14 - 10:17
    ficar sem máscaras faciais
    ou equipamentos de proteção individual,
  • 10:18 - 10:21
    não haverá um grande armazém com caixas
    aonde podemos ir para obter mais.
  • 10:21 - 10:25
    Será preciso solicitar mais ao fornecedor,
    esperar que os produzam
  • 10:25 - 10:28
    e que enviem, geralmente, da China.
  • 10:28 - 10:33
    Isso é um atraso no momento em que é
    mais importante avançar rapidamente.
  • 10:33 - 10:37
    Se estivéssemos perfeitamente
    preparados para COVID-19,
  • 10:37 - 10:41
    a China teria identificado
    o surto com maior rapidez.
  • 10:41 - 10:45
    Ela estaria preparada para prestar
    assistência às pessoas infectadas
  • 10:45 - 10:47
    sem ter que construir prédios novos.
  • 10:47 - 10:50
    Teria compartilhado informações
    fidedignas com os cidadãos
  • 10:50 - 10:55
    para que não víssemos rumores malucos
    se espalhando nas mídias sociais da China.
  • 10:55 - 10:58
    E teria compartilhado informações
    com as autoridades de saúde global,
  • 10:58 - 11:01
    para que estas pudessem avisar
    aos sistemas nacionais de saúde
  • 11:01 - 11:03
    e se preparassem para quando
    o vírus se espalhasse.
  • 11:04 - 11:05
    Os sistemas nacionais de saúde
  • 11:05 - 11:09
    conseguiriam então estocar
    o equipamento de proteção necessário
  • 11:09 - 11:13
    e treinar profissionais de saúde
    no tratamento e controle de infecções.
  • 11:13 - 11:17
    Teríamos protocolos baseados na ciência
    para o que fazer quando acontecem eventos,
  • 11:17 - 11:20
    como no caso de transatlânticos
    com pacientes infectados.
  • 11:20 - 11:24
    Teríamos informações fidedignas
    enviadas a pessoas de toda parte,
  • 11:24 - 11:28
    para que não presenciássemos incidentes
    embaraçosos e vergonhosos como xenofobia,
  • 11:28 - 11:33
    como pessoas de aparência asiática
    sendo atacadas nas ruas da Filadélfia.
  • 11:33 - 11:38
    Mas, mesmo com tudo isso,
    ainda teríamos surtos.
  • 11:39 - 11:42
    As escolhas que fazemos
    sobre como ocupamos este planeta
  • 11:42 - 11:43
    tornam isso inevitável.
  • 11:44 - 11:48
    Até termos um consenso de especialistas
    sobre COVID-19, será assim:
  • 11:49 - 11:51
    aqui nos EUA e no mundo todo,
  • 11:51 - 11:54
    vai piorar antes de melhorar.
  • 11:54 - 11:59
    Estamos vendo casos de transmissão humana
    que não são de retorno de viagens,
  • 11:59 - 12:01
    mas que simplesmente
    acontecem na comunidade.
  • 12:01 - 12:03
    E estamos vendo pessoas
    infectadas com COVID-19
  • 12:03 - 12:07
    quando nem mesmo sabemos
    de onde veio a infecção.
  • 12:07 - 12:09
    São sinais de um surto que está piorando,
  • 12:09 - 12:12
    não de um surto sob controle.
  • 12:14 - 12:17
    É deprimente, mas não é surpreendente.
  • 12:18 - 12:22
    Especialistas em saúde global,
    ao falar sobre o cenário de novos vírus,
  • 12:22 - 12:25
    analisam esse cenário.
  • 12:25 - 12:28
    Todos esperávamos escapar facilmente,
  • 12:28 - 12:31
    mas, quando especialistas
    falam sobre planejamento viral,
  • 12:31 - 12:35
    esse é o tipo de situação e a maneira
    como eles esperam que o vírus se mova.
  • 12:37 - 12:40
    Quero concluir aqui
    com alguns conselhos pessoais.
  • 12:41 - 12:42
    Lavem as mãos.
  • 12:42 - 12:45
    Lavem muito as mãos.
  • 12:45 - 12:48
    Sei que vocês já lavam muito as mãos,
    pois têm bons hábitos de higiene,
  • 12:48 - 12:50
    mas lavem as mãos ainda mais.
  • 12:50 - 12:54
    Estabeleçam dicas e rotinas
    para lavar as mãos.
  • 12:54 - 12:57
    Lavem as mãos toda vez
    que entrarem num prédio e saírem dele.
  • 12:57 - 13:01
    Lavem as mãos quando entrarem
    numa reunião e saírem dela.
  • 13:01 - 13:03
    Façam rituais baseados
    na lavagem das mãos.
  • 13:04 - 13:06
    Higienizem seu telefone celular.
  • 13:06 - 13:10
    Vocês o seguram com as mãos sujas
    e não lavadas o tempo todo.
  • 13:10 - 13:12
    Sei que o levam para o banheiro com vocês.
  • 13:12 - 13:14
    (Risos)
  • 13:15 - 13:17
    Portanto, higienizem seu telefone
  • 13:17 - 13:20
    e considerem não usá-lo
    com tanta frequência em público.
  • 13:20 - 13:23
    Que tal usarem o Instagram
    e outros aplicativos apenas em casa?
  • 13:25 - 13:26
    Não toquem o rosto.
  • 13:27 - 13:29
    Não esfreguem os olhos.
  • 13:29 - 13:30
    Não roam as unhas.
  • 13:30 - 13:32
    Não limpem o nariz no dorso da mão.
  • 13:32 - 13:34
    Não façam isso de qualquer forma,
    porque é nojento.
  • 13:34 - 13:36
    (Risos)
  • 13:36 - 13:38
    Não usem máscara facial.
  • 13:38 - 13:41
    Máscaras faciais são para doentes
    e profissionais de saúde.
  • 13:41 - 13:45
    Se você estiver doente,
    a máscara facial retém a tosse e o espirro
  • 13:45 - 13:48
    e protege as pessoas ao seu redor.
  • 13:48 - 13:49
    E se você for profissional de saúde,
  • 13:49 - 13:51
    a máscara facial é um instrumento
  • 13:51 - 13:54
    de um conjunto chamado
    equipamento de proteção individual,
  • 13:54 - 13:57
    para ser usado para você prestar
    assistência ao paciente
  • 13:57 - 13:58
    e não ficar doente.
  • 13:58 - 14:01
    Se você for uma pessoa saudável,
    que usa uma máscara facial,
  • 14:01 - 14:04
    ela só deixa o rosto suado.
  • 14:04 - 14:05
    (Risos)
  • 14:05 - 14:07
    Deixem as máscaras nas lojas
  • 14:07 - 14:10
    para médicos, enfermeiras e doentes.
  • 14:11 - 14:14
    Se você achar que tem
    sintomas de COVID-19,
  • 14:14 - 14:16
    fique em casa, ligue para seu médico
    para obter conselhos.
  • 14:17 - 14:23
    Se você for diagnosticado com COVID-19,
    lembre-se de que geralmente é muito leve.
  • 14:23 - 14:24
    E, se você for fumante,
  • 14:24 - 14:27
    agora é o melhor momento possível
    para parar de fumar.
  • 14:28 - 14:29
    Se você for fumante,
  • 14:29 - 14:32
    agora é sempre o melhor momento
    possível para parar de fumar.
  • 14:32 - 14:35
    Mas, se você for fumante
    e estiver preocupado com COVID-19,
  • 14:35 - 14:39
    garanto que parar é absolutamente
    a melhor coisa que você pode fazer
  • 14:39 - 14:43
    para se proteger
    dos piores impactos de COVID-19.
  • 14:45 - 14:47
    COVID-19 é algo assustador
  • 14:47 - 14:52
    numa época em que praticamente
    todas as notícias parecem assustadoras.
  • 14:52 - 14:57
    E há muitas opções ruins,
    mas atraentes para lidar com isso:
  • 14:57 - 15:02
    pânico, xenofobia,
    agorafobia, autoritarismo,
  • 15:02 - 15:05
    mentiras simplificadas demais
    que nos fazem pensar
  • 15:05 - 15:09
    que ódio, fúria e solidão
    são a solução para surtos.
  • 15:09 - 15:13
    Mas não são, elas apenas
    nos tornam menos preparados.
  • 15:13 - 15:18
    Há também um conjunto chato,
    mas útil, de opções
  • 15:18 - 15:20
    que podemos usar em resposta a surtos:
  • 15:20 - 15:24
    melhorar a assistência médica,
    aqui e em todo lugar;
  • 15:24 - 15:27
    investir em infraestrutura de saúde
    e vigilância de doenças
  • 15:27 - 15:29
    para sabermos quando
    novas doenças surgirão;
  • 15:29 - 15:32
    criar sistemas de saúde em todo o mundo;
  • 15:32 - 15:34
    fortalecer nossas cadeias de suprimentos
  • 15:34 - 15:37
    para que estejam preparadas
    para emergências;
  • 15:37 - 15:39
    e melhorar a educação
  • 15:39 - 15:44
    para que possamos falar sobre surtos
    de doenças e a matemática do risco
  • 15:44 - 15:46
    sem pânico cego.
  • 15:47 - 15:49
    Precisamos ser guiados
    pela igualdade aqui,
  • 15:49 - 15:51
    porque, nesta situação,
    como em tantas outras,
  • 15:51 - 15:55
    a igualdade é, na verdade,
    de nosso próprio interesse.
  • 15:56 - 15:58
    Muito obrigada por me escutarem hoje,
  • 15:58 - 16:03
    e permitam-me ser a primeira a lhes pedir:
    lavem as mãos ao saírem do recinto.
  • 16:03 - 16:05
    (Aplausos)
Title:
Por que COVID-19 está nos afetando agora, e como nos prepararmos para o próximo surto
Speaker:
Alanna Shaikh
Description:

Qual é a origem do novo coronavírus, como ele se espalhou tão rápido, e o que vem a seguir? Alanna Shaikh, especialista em saúde global e bolsista TED, compartilha as percepções dela sobre o surto, acompanha a disseminação de COVID-19, discute por que as restrições de viagens não são eficazes e destaca as mudanças médicas necessárias em todo o mundo para nos prepararmos para a próxima pandemia. "Precisamos garantir que todos os países do mundo consigam identificar novas doenças e tratá-las", diz ela.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:19

Portuguese, Brazilian subtitles

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